Aquecimento global pode inviabilizar a vida na Terra 1y1z1o

Márcia Turcato Dois dias de intensos debates sobre mudança climática mobilizaram 1.200 participantes e cerca de 60 palestrantes no Salão Nobre da UFRGS- Universidade Federal do Rio Grande do Sul. yz27

O Climate Change Summit foi realizado no mês de
maio e culminou com a divulgação da Carta de Porto Alegre*, que elenca os agravos provocados pelas mudanças climáticas ocorridas no Brasil e, em especial, no Rio Grande do Sul.

O evento foi aberto pela reitora da universidade, Márcia Barbosa, que lembrou que no dia dois de maio de 2024, o aeroporto internacional de Porto Alegre, totalmente alagado e com equipamentos submersos, foi fechado.

Um ano depois, cientistas do Brasil e do mundo se reúnem no Summit para buscar soluções sustentáveis e socialmente comprometidas com a comunidade.
Não foram poucos os especialistas que se revezaram no palco para alertar que até o ano 2100 o nível do mar deve subir 30 centímetros, inundando costas litorâneas,
fazendo desaparecer ilhas, abalando economias e prejudicando ainda mais os já vulneráveis.

E a razão principal para tudo isso é o aumento da temperatura provocada pela ação humana. Outros elementos naturais, como explosões solares e
a ativação de vulcões, por exemplo, também colaboram para esse cenário.

Para se ter uma ideia, o testemunho de gelo mais antigo coletado na Antártica, que é como os cientistas chamam as amostras de gelo que estudam, tem 350 mil anos, e ela já registra a presença de dióxido de carbono. Essa amostra de gelo é comparada com outra, do período industrial, onde a presença de dióxido de carbono é infinitamente maior e onde houve significativo aumento da temperatura global como resultado do impulso fabril sem cuidados com o meio ambiente, além do uso de carvão para aquecimento em toda a Europa e também na América do Norte.

O professor Jefferson Simões, PhD em Glaciologia, que participou de 29 viagens polares, assim como Francisco Eliseu Aquino, geógrafo, mestre em geleiras, e Venisse Schossler, geógrafa, pesquisadora polar, os três da UFRGS, falaram sobre a visível consequência do aquecimento global no mundo.

Eles alertaram sobre o derretimento de glaciares nos Andes, com o fechamento de vários hotéis, estações
de esqui e o fim de comunidades, por falta de neve e de água. “A dinâmica da vida na Terra está mudando”, disse Simões.
O cientista José Marengo, do Cemaden- Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, observou que o IPH- Instituto de Pesquisas Hidráulicas da
UFRGS tem condições de oferecer todas as respostas necessárias para que Porto Alegre não seja vítima de outra enchente. “Aqui há especialistas capazes de
resolver a questão, mas não foram procurados”, se referindo ao fato do prefeito, Sebastião Melo, ter viajado à Holanda, junto com o governador do estado, Eduardo
Leite, em busca de estratégias para prevenir catástrofes hídricas.

Carlos Nobre: o tempo para reverter a crise climática está se esgotando.
Para o cientista Carlos Nobre pesquisador titular da USP- Universidade de São Paulo, integrante da Academia Brasileira e da Academia Global de Ciência, “não estamos mais falando de mudança climática e sim de emergência climática”.

Nobre alertou que a comunidade científica internacional estima que a temperatura subirá 2,5 graus centígrados até 2050, tornando a vida inviável em várias regiões, podendo
levar a população a um ponto de não retorno. “Se não revertemos nosso modo de produzir e de consumir, na América do Sul a vida só será possível próxima a
cordilheira dos Andes, por conta da umidade, o restante será um grande cerrado ou até mesmo um deserto”.
A enchente
A chuva no mês de maio de 2024, em Porto Alegre, foi de 12 bilhões de metros cúbicos, ou 12 trilhões de litros. Essa quantidade de água equivale a quatro milhões de piscinas olímpicas.

Para ajudar a entender esse volume, uma piscina olímpica
tem 50 metros de comprimento, 25 de largura e três metros de profundidade. Os dados são do INPE- Instituto de Pesquisas Espaciais, e o cálculo foi feito a partir de
imagens de satélite.

A enchente aconteceu não só porque choveu muito, mas também porque um sistema de alta pressão fez com que as nuvens permanecem sobre o Rio Grande do Sul, os rios voadores – que são formados pela umidade da amazônia,
encontraram uma confluência que os fez migrar para o Sul, uma instabilidade climática entrou no estado pela Argentina e muitos equipamentos contra enchente
estavam sem manutenção, além de várias edificações serem em áreas de risco ou em locais de aterro.

E o que fazer? Essa pergunta foi de todos. E várias sugestões surgiram, como dar manutenção para equipamentos contra cheias, construir pontes, estradas e prédios resistentes a catástrofes climáticas, não edificar em áreas de risco e em áreas alagadas, ter programas de acolhimento para populações vulneráveis, melhores
práticas de ocupação do solo e de produção agropecuária, combater o negacionismo climático, ter um plano eficiente de rota de fuga e de proteção para a população e uma estratégia de comunicação de risco.

Centro para enfrentar epidemias

Pesquisadora Margareth Dalcomo

A médica Margareth Dalcomo é a mulher que cancelou o Natal no Brasil. No dia 23 de dezembro de 2020, a pesquisadora da Fiocruz foi ao Jornal Nacional para dizer
que não poderia haver confraternização natalina por causa da pandemia de Covid-19, as pessoas deveriam ficar em reclusão.

Agora ela volta ao cenário para contar que faz parte do seleto grupo de especialistas que vai orientar o Ministério da Saúde na construção de uma entidade para o enfrentamento de pandemias.

A iniciativa leva em conta as alterações provocadas no ambiente em consequência das mudanças climáticas, além de fatores sociais e culturais.

O grupo deve apresentar diretrizes para a criação de um organismo federal de controle e prevenção de doenças vinculado ao Ministério da Saúde. Treze instituições ligadas ao setor saúde e 18 especialistas da área, entre eles a pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcomo, fazem parte do grupo, que tem prazo de 60 dias para entregar a proposta.

A portaria do Ministério da Saúde, de 11 de março de 2025, assinada pelo ministro Alexandre Padilha, determinando a criação do organismo, também estabeleceu que o grupo de trabalho deve elaborar propostas que ajudem o país a ampliar sua capacidade de resposta para as emergências em saúde.
Mas a pesquisadora adverte: “o novo organismo não é um CDC, ainda não definimos como será”. O CDC, Centro de Controle e Prevenção de Doenças, em inglês Centers for Disease Control and Prevention, é a agência nacional de saúde pública dos Estados Unidos, com sede em Atlanta, na Geórgia, responsável por prevenir e combater doenças.
O CDC realiza pesquisas, desenvolve políticas e trabalha em conjunto com parceiros globais para responder a crises de saúde pública.

Procurado pela reportagem, outro especialista do grupo, epidemiologista, respondeu de forma semelhante: “ainda não temos o desenho do futuro centro, mas temos evitado comparar com o CDC”. E acrescenta que os participantes foram organizados em três grupos temáticos, portanto, “o perfil da instituição só será vislumbrado quando o produto de trabalho dos três grupos for reunido e analisado”.
Palestrante do Summit em Mudanças Climáticas, organizado pela UFRGS, em Porto Alegre, Dalcomo sugeriu que houvesse uma nova definição para a espécie
humana, que deixaria de ser homo sapiens para se tornar homo cretinus.

Isto, segundo ela, porque todas as alterações sofridas pelo planeta Terra foram resultado de acidentes com meteoros ou do impacto das placas teutônicas, mas, agora, as
alterações são causadas conscientemente pela ação humana.

Ela destaca os riscos de enfermidades já controladas voltarem e de doenças desconhecidas emergirem em função do aumento da temperatura global e suas
consequências sobre todo o planeta.

A pesquisadora da Fiocruz atribui ao negacionismo das autoridades públicas a volta do sarampo, enfermidade que estava controlada no mundo, os milhões de mortes por Covid, em especial os óbitos registrados no Brasil, e a queda nas coberturas vacinais, resultado da falta de
campanhas de sensibilização em vários estados e da falta de compromisso social das prefeituras, que não solicitam imunizantes em quantidade suficiente para atender a população e não informam o local onde o produto está disponível.

*Integra da carta aqui: https://www.change.org/p/carta-de-porto-alegre?recruiter=8724911&recruited_by_id=e8de3ad0-7abb-11e6-bfcb-
8b3c34ff26b2&utm_source=share_petition&utm_campaign=petition_dashboard&utm
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Calor de 30 graus no Everest e enchente no Sul: emergência climática é global  x361t

Márcia Turcato

Um ano se ou da catástrofe climática no Rio Grande do Sul. Mas a emergência climática não foi cancelada. Ao contrário, ela continua deixando suas marcas por onde a. Dia 12 de maio, no Campo 4 do Monte Everest, a cerca de sete mil metros de altitude, a temperatura alcançou 30 graus centígrados. É o que conta o montanhista Pedro Hauck, guia de montanha, que lidera uma expedição que tenta alcançar o cume do Everest, de 8.848,86 metros de altitude. “Tivemos de tirar nossos casacos de proteção contra frio extremo”, relata Hauck. Eles não alcançaram o cume, precisaram descer, por conta de um vento forte que colocou em risco o grupo. Os montanhistas farão nova tentativa ao longo desta semana.

O professor Jefferson Simões, PhD em Glaciologia, que participou de 29 viagens aos pólos, observa que as geleiras polares perderam 30% de sua área e as geleiras não polares, como as da Cordilheira dos Andes, por exemplo, perderam 40% de sua área, expondo pedras, gerando calor, provocando inundações no início do fenômeno, e agora escassez hídrica para as comunidades que vivem na base da montanha. E este é um  fenômeno que também ocorre no Everest, a montanha mais alta do mundo.

O degelo no Monte Everest, resultado do aquecimento global impulsionado pela atividade humana, tem várias consequências significativas, incluindo a exposição de corpos de montanhistas que morreram tentando alcançar o cume, e a desestabilização das geleiras, como a Khumbu. O derretimento também contribui para a formação de lagoas e de fendas, como no glaciar de Khumbu, que os montanhistas precisam atravessar. O aumento da temperatura na região também está expondo o lixo deixado pelas expedições, antes cobertos por espessas camadas de neve e gelo.

Para o cientista Carlos Nobre, pesquisador titular da USP- Universidade de São Paulo, integrante da Academia Brasileira e da Academia Global de Ciência, “não estamos mais falando de mudança climática e sim de emergência climática”. Em recente evento na UFRGS, que discutiu o aquecimento global no âmbito das reflexões sobre a enchente gaúcha, Nobre alertou que a comunidade científica internacional estima que a temperatura subirá 2,5 graus centígrados até 2050, tornando a vida inviável em várias regiões, podendo levar a população a um ponto de não retorno. “Se não revertemos nosso modo de produzir e de consumir, na América do Sul a vida só será possível próxima a cordilheira dos Andes, por conta da umidade, o restante será um grande cerrado ou até mesmo um deserto”.

Derretimento da montanha

Cadê o gelo que estava aqui? Pergunta o montanhista brasileiro Pedro Hauck, 43 anos, a cada vez que lidera uma expedição em alta montanha.  Nesta entrevista, feita com o auxílio de um aplicativo de mensagens,  Hauck fala sobre sua experiência em alta montanha e as alterações climáticas que tem percebido em mais de duas décadas de escaladas.

Pedro Hauck, paulista de Itatiba, radicado há 18 anos em Curitiba, é geógrafo formado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), pós graduado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e guia de expedições de montanhismo. Ele já escalou 170 montanhas acima de 5 mil metros de altitude e em 2024  alcançou o cume do Aconcágua, na Cordilheira dos Andes, a maior montanha do ocidente e do hemisfério sul, com 6.961 metros de altitude. Agora ele está no Everest.

Nas fotos que Hauck publica em suas redes sociais é possível perceber o degelo das montanhas, com rochas expostas onde antes havia neve. “Eu sou uma testemunha das mudanças climáticas globais”, afirma o montanhista. Em 2002, na sua primeira experiência no Aconcágua, a montanha era totalmente diferente de hoje.

Ele conta que em fevereiro de 2002, “que é uma época em que o derretimento do gelo está mais avançado, mesmo assim eu escalava em gelo, isso na Plaza de Mulas, que é onde fica o acampamento base, a 4.300 metros de altitude. Atualmente, na Plaza de Mulas, não tem nada de gelo. Zero gelo. Já escalei montanhas nos Andes cuja rota era pelo gelo, o gelo derreteu, como na montanha Rincon, com 5.590 metros de altitude. Era uma rota por uma canaleta de gelo e agora a escalada é em rocha pura. É muito perigoso, porque essas rochas estão soltas, elas estavam estáveis por conta do gelo, que funciona como cimento”.

As mudanças climáticas não são apenas alterações na temperatura. O clima é muito mais do que temperatura, o clima é precipitação, é vento, é irradiação. Todos esses elementos mudaram e nos Andes uma coisa que mudou muito é a precipitação, tem nevado cada vez menos, sem falar na temperatura que subiu muito. A média de temperatura no inverno nos Andes oscilava entre 14 graus centígrados negativos e zero. Mas, em 2023, alcançou 38,9 graus em pleno inverno.

As rotas técnicas, com gelo, estão desaparecendo, assim como todos os glaciares, agora estão surgindo as rochas soltas. As estações de esqui estão fechando porque não há mais gelo. A estação de esqui de Chacaltaya, na Bolívia, perto de La Paz, que era a estação mais alta do mundo, a 5.421 metros de altitude, fechou em 2009.

O montanhista Pedro Hauck conta que ministra um curso de alta montanha na Bolívia há algum tempo. São aulas práticas de técnica de escalada em gelo. “Há três anos eu levava o grupo até 4.900 metros de altitude para praticarmos a escalada em gelo. Não tem mais gelo nessa altitude. Agora nós precisamos subir até 5.300 metros para encontrar gelo e praticar a técnica. Abaixo dessa altitude é tudo rocha exposta ao Sol e às variações climáticas”, afirma.

Recentemente, a estação de esqui Vallecitos, no cerro Cordon del Plata, a cerca de 5 mil metros de altitude, na Argentina, foi totalmente abandonada, não tem mais gelo. A estação de esqui de Penitentes, 4.350 metros de altitude, ao lado da Rota 7, que vai de Mendoza, na Argentina, a Santiago, no Chile, está parcialmente abandonada desde 2016 porque não é em todos os invernos que há neve suficiente para a prática do esporte.

Geleira tropical

O glaciólogo Jefferson Cardia Simões fala sobre as pesquisas realizadas nos Andes para avaliar o degelo nas montanhas. Especialista no tema, ele viaja ao Polo Sul desde os anos 90 e também já esteve no Ártico e em outras regiões geladas do planeta. O trabalho consiste, basicamente, na realização de análises químicas da atmosfera e na coleta de testemunhos de gelo, que é uma espécie de paleontologia glacial, ou técnica palio climática.

O pesquisador coletou amostras na maior calota de gelo da América do Sul, a Quelccaya, no Peru, onde realizou perfurações de 120 metros, a 5.700 metros de altitude, para avaliar como se dá a circulação atmosférica na amazônia e conhecer como era o clima antes dos portugueses e do espanhóis chegarem à América. O Peru concentra 70% do gelo tropical do mundo.

O professor explica que esse trabalho é recente, começou em setembro de 2022 e deve trazer muito conhecimento à tona. Quelccaya é a maior geleira tropical do mundo, tem 17 km de extensão, uma área de 44 km quadrados e está apenas 5,1 km da cidade de Cusco, mas o o é muito difícil e exige preparo físico. A temperatura média na região é de zero grau. É um lugar muito procurado por praticantes de montanhismo. Desde 1978, Quelccaya perdeu 20% de seu tamanho, fenômeno que costuma ser citado por pesquisadores como um sinal das mudanças climáticas.

O derretimento do glaciar tanto pode ser consequência do aquecimento global como de alguma outra alteração climática, como a diminuição da precipitação de neve. Glaciólogos de outros países estudam Quelccaya desde 1970 e já perceberam um forte derretimento do glaciar e um consequente aumento do volume de água dos riachos locais, o que pode até provocar inundações no futuro.

Geleira, ou glaciar, é uma grande e espessa massa de gelo formada em camadas sucessivas de neve compactada e recristalizada, de várias épocas, em regiões onde a acumulação de neve é superior ao degelo.

Plantio em alta temperatura

Em 2017 foi realizada uma simulação de cultivo de grãos de milho em temperatura aumentada em 2,6 graus centígrados, em uma área de comunidades tradicionais do Peru. A experiência resultou na perda de toda a lavoura de milho. As plantas morreram queimadas ou atacadas por pragas que não estavam presentes em temperaturas mais amenas.

Na lavoura de batata o resultado foi semelhante. Cultivadas em altitudes mais baixas, com temperatura mais alta, mas ainda em solo tradicional, as batatas não se desenvolveram e a qualidade era tão baixa que não lograram valor de mercado. Essas duas culturas são a base da alimentação das comunidades andinas e o impacto do aumento da temperatura na região coloca em risco o estilo de vida dessa população e de todo o ecossistema.

As simulações foram conduzidas pelo pesquisador Kenneth Feeley, do Departamento de Biologia da Universidade de Miami, EUA, em parceria com o biólogo Richard Tito, indígena da etnia quechua, nativo da região. O resultado do trabalho, “Global Climate Change Increases Risk of Crop Yield Losses and Food Insecurity in the Tropical Andes”, foi publicado na revista Global Change Biology e também pode ser encontrado na plataforma EcoDebate (ecodebate.com.br).

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A enchente

Em maio de 2024, o Rio Grande do Sul viveu sua terceira enchente em um ano. Mais de 870 mil pessoas foram impactadas, 420 municípios foram atingidos, do total de 497 existentes. No mês de maio, a média de chuva diária chegou a ser de 400 mm.

A chuva no mês de maio,  em Porto Alegre, foi de 12 bilhões de metros cúbicos, ou 12 trilhões de litros. Essa quantidade de água equivale a quatro milhões de piscinas olímpicas. Para ajudar a entender esse volume, uma piscina olímpica tem 50 metros de comprimento, 25 de largura e três metros de profundidade. Os dados são do INPE- Instituto de Pesquisas Espaciais, e o cálculo foi feito a partir de imagens de satélite.

A enchente aconteceu não só porque choveu muito, mas também porque um sistema de alta pressão fez com que as nuvens permanecem sobre o Rio Grande do Sul, os rios voadores – que são formados pela umidade da amazônia, encontraram uma confluência que os fez migrar para o Sul, uma instabilidade climática entrou no estado pela Argentina e muitos equipamentos contra enchente estavam sem manutenção, além de várias edificações serem em áreas de risco ou em locais de aterro.

Audiência Pública: Justiça decide área de preservação à margem do Guaiba 28f57

O Tribunal de Justiça convocou audiência pública “para troca de informações técnicas” no dia 30 de maio, às 14h. O debate “auxiliará na compreensão da natureza do corpo hídrico Guaíba — se é rio, lago, ambos ou ainda outro tipo”
A questão não é a definição em si, mas o impacto direto que essa definição tem para as  regras que vão estabelecer o que pode ou não pode ser feito nas terras que margeiam o “corpo hidrico”.

O Tribunal busca subsídios para o julgamento de uma Ação Civil Pública que tramita na Vara Regional do Meio Ambiente da Comarca de Porto Alegre,  movida pela Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), pelo Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (INGÁ) e pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos.

Os réus são o Estado do Rio Grande do Sul, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e o Município de Porto Alegre.

Os autores defendem que o Guaíba deve ser juridicamente reconhecido como curso d’água natural e perene, com largura superior a 600 metros, o que implicaria a existência de uma margem de 500 metros classificada como Área de Preservação Permanente (APP), conforme o art. 4º, inciso I, alínea “e”, da Lei nº 12.651/2012.

Os autores acrescentam que a faixa marginal correspondente constitui espaço territorial especialmente protegido e área non aedificandi (onde construções são proibidas ou restritas), cuja integridade vem sendo comprometida por edificações irregulares, autorizadas ou toleradas pelo Poder Público.

Por isso, solicitam a concessão de medida liminar para que os réus se abstenham de licenciar, autorizar ou tolerar qualquer forma de intervenção ou construção nas faixas marginais do Guaíba, até o julgamento do mérito da ação.

Diante da complexidade da causa, a apreciação da liminar foi adiada para momento posterior à apresentação das conclusões técnicas. O processo encontra-se atualmente em fase de instrução probatória.

Inscrições 2028

O evento ocorrerá no Auditório Espaço Multi-Comunicação e Eventos do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), localizado na Av. Borges de Medeiros, 1565, 13º andar, Bairro Praia de Belas, Porto Alegre-RS. Haverá transmissão ao vivo pelo canal oficial do TJRS no YouTube. Para garantir ibilidade, serão disponibilizados intérprete de Libras e legendagem em tempo real.

Integrantes da comunidade científica e de entidades ambientalistas interessados em realizar manifestações orais podem inscrever-se até o dia 20 deste mês, pelo e-mail [email protected].

Não é necessário realizar inscrição para participar como ouvinte — apenas para manifestações orais. Interessados também poderão enviar contribuições por escrito até cinco dias úteis após a audiência pública, pelo mesmo e-mail, limitadas a 10 páginas, em formato PDF, com fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento 1,5.

(Com informações do Correio do Povo) 

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Mineração no Pampa: MPF pede anulação da licença de instalação em Lavras do Sul 5c6o38

Em recurso ao TRF 4, o Ministério Público Federal voltou a pedir a  anulação da licença de instalação já concedida ao  projeto Fosfato Três Estradas, para mineração em Lavras do Sul.

O projeto, da empresa Águia Fertilizantes, pretende explorar uma jazida de mais de 100 milhões de toneladas de fosfato, matéria-prima essencial para a produção de adubos e correção do solo, que o Brasil importa.

 

Na divisa entre os municipios de Lavras do Sul e D. Pedrito, a 320 km de Porto Alegre, o projeto Três Estradas abrange uma área de 15 mil hectares

A expectativa é de que sejam produzidas 300 mil toneladas por ano, ou cerca de 15% da demanda do Rio Grande do Sul.

 

A empresa Águia Fertilizantes anunciou investimentos iniciais de cerca de R$ 35 milhões na Fase 1 do projeto, prevista para 18 anos de duração, com geração de 100 empregos diretos na operação.

O projeto foi iniciado em 2011, teve licença de instalação em 2017, mas ainda enfrenta muita resistência de movimentos sociais e ambientalistas, pelo potencial de danos ao meio ambiente e à saúde das comunidades locais.

Em 2021, o MPF já havia recomendado à Fundação Estadual de Proteção Ambiental a anulação da licença concedida ao projeto, “pelas inconsistências apontadas em laudos produzidos por peritos do MPF”.

A recomendação não foi seguida. O MPF, então, abriu um inquérito civil e, no ano seguinte, entrou na Justiça Federal, incluindo as comunidades de agropecuaristas (pequenos criadores e agricultores familiares)  que vivem na região e têm, garantido em lei, o direito de serem ouvidos no processo de licenciamento.

No último dia 22 de outubro, a juíza Aline Cristina Zimmer, da 1ª Vara Federal de Bagé, negou o pedido de nulidade da licença ambiental de instalação, já concedida ao Projeto Fosfato Três Estradas.

A juíza reconheceu a necessidade de estudos complementares sobre pontos técnicos relacionados ao meio ambiente, mas sobre os agropecuaristas considerou que “não era possível concluir que se tratava de uma comunidade tradicional”.

Em seu recurso,  o MPF reitera as deficiências apontadas nos estudos  de impacto ambiental e destaca o direito dos moradores tradicionais da região de serem ouvidos no processo de licenciamento do projeto. “Os povos indígenas e as comunidades tradicionais têm o direito de ser consultados sempre que medidas legislativas ou istrativas possam afetá-los diretamente”.

Há risco que famílias produtoras de alimentos fiquem sem condições de sobreviver no local e de impacto nos muitos rios da região, área conhecida como “berço das águas”, além da perda de vegetação nativa do bioma Pampa, já bastante atingido pelas monoculturas.

Segundo o MapBiomas, anualmente, o Pampa perde em torno de 150 mil hectares de campos nativos por ano, convertidos em lavouras, prioritariamente de soja, ou transformados em áreas de cultivo de eucalipto.

“A criação da mina invade o espaço dos pecuaristas familiares que produzem alimento saudável, além de interferirem nos rios da região com a construção de grandes barragens’”, afirma Vera Colares, integrante da Associação para Grandeza e União de Palmas (AGrUPa).

Ela ressalta que os vários pedidos de audiências públicas no distrito de Três Estradas, em Lavras do Sul, e em Dom Pedrito, não foram atendidos.

“O governo estadual nunca fala com as comunidades afetadas pelos projetos de mineração. Pedimos audiência com o governador e não fomos atendidos. Os empreendedores fizeram algumas reuniões tentando convencer a comunidade das ‘vantagens’ do empreendimento. A mina também atua nas comunidades através das escolas, financiando eventos e artistas, entre outras ações para angariar simpatias e mascarar os efeitos adversos que a mineração causa. Também faz um trabalho com parlamentares de todas as esferas em nível local, estadual e federal, de modo a aprovar a legislação de seu interesse, bem como utilizar recursos públicos para financiar sua atividade que, isso sim, poderiam ser utilizados em atividades que trouxessem desenvolvimento sustentável”, afirma Vera.

No parecer encaminhado à 3a.Turma do Tribunal Regional Federal, que vai julgar o recurso, o procurador Vitor Hugo Gomes da Cunha afirma que “o comprometimento da vida no território por ameaças externas (como a mineração) leva ao adoecimento destas comunidades e coloca em risco a continuação da reprodução desse modo de saber, fazer e viver, colocando em risco (…) também o patrimônio cultural imaterial da vida campeira”.

O procurador ainda registra que “outras instâncias do governo estadual – como a Secretaria de Meio Ambiente e o Conselho Estadual de Direitos Humanos – “já  reconheceram os agropecuaristas familiares de Três Estradas como comunidade tradicional”.

O julgamento do recurso ainda não tem data marcada.

Contemplação de flores, tradição milenar que aquece o turismo na primavera chinesa 6h5a2t

A contemplação de flores, uma tradição milenar na China, é o segmento mais ativo da economia do turismo naquele país, nos meses da primavera que lá está começa em março.

Em fevereiro e março, na plataforma Qunar, especializada em serviços de viagens, as buscas por “observação de flores” mais que triplicaram em comparação ao mesmo período de 2024.

A tradição de contemplar flores vem de longe. Acredita-se que, já na Dinastia Tang (618-907), os chineses cultivavam o hábito de ir aos arredores da cidade com amigos e familiares para apreciar as flores e venerar as fadas florais.

Wuhan, capital de Hubei, – que ficou conhecida no mundo inteiro, como a cidade onde a epidemia da covid começou – é famosa por suas cerejeiras em flor e uma das cidades que recebem  milhares de turistas de todo o pais. Eles enfrentam longas filas para entrar no Jardim de Cerejeiras do Lago Leste, onde mais de 10.000 cerejeiras de mais de 60 espécies recepcionam os visitantes com sua fragrância e flores em plena floração.

Desde março, o turismo com tema de flores tem dominado as plataformas de viagens online, com cidades publicando “mapas de flores” para orientar os visitantes e impulsionar as economias locais.

De acordo com os governos locais, 11 atrações de observação de flores em Hubei receberam mais de 5,21 milhões de visitantes desde março, um aumento de 22,69% em relação ao ano ado.

Durante o Festival Qingming, de três dias, entre 4 e 6 de abril, o local panorâmico do Lago Leste recebeu quase 1,17 milhão de visitantes, um aumento de 25,58% em relação a 2024.

Um visitante posa para selfies em um jardim de cerejeiras na Nova Área de Gui’an, província de Guizhou, sudoeste da China, em 25 de março de 2025. (Xinhua/Liu Xu)

 

O jardim de peônias na antiga cidade de Luoyang, com 1.400 anos de idade, na província de Henan, no centro da China, fica lotado de visitantes, alguns dos quais vestidos com trajes tradicionais, uma cena que lembra a Dinastia Tang.

O Jardim Botânico das Ruínas da Cidade das Dinastias Sui e Tang é o local do 42º Festival das Peônias, onde mais de 300.000 peônias de mais de 1.400 variedades recepcionam os visitantes.

Turistas tiram fotos de flores de peônia no Jardim Botânico das Ruínas da Cidade das Dinastias Sui e Tang, em Luoyang, província de Henan, centro da China, em 30 de março de 2025. (Foto de Li Weichao/Xinhua)

 

“Desenvolvemos mais de 200 produtos em 10 categorias com o tema peônias, e as vendas de uma única loja ultraaram 20 milhões de yuans no ano ado. Alguns de nossos produtos foram até vendidos para o Canadá”, disse Li Zhaolin, fundadora da loja, que mora no local. Ela observou que, no futuro, desenvolverão mais produtos para vender no mercado internacional, para que mais pessoas se apaixonem pelas peônias de Luoyang.

Esta foto, tirada em 6 de março de 2025, mostra flores de cerejeira no Jardim de Cerejeiras do Lago Leste, em Wuhan, província de Hubei, no centro da China. (Foto de Zhao Jun/Xinhua)

 

Turistas posam para fotos em meio a flores desabrochando no condado de Xuan’en, província de Hubei, centro da China, em 8 de abril de 2025. (Foto de Wang Fajun/Xinhua)

(Com informações da Xinhua).

 

Audiência Pública sugere travar construções na Lagoa da Conceição 3x83i

DUDA HAMILTON
A audiência pública sobre a situação ambiental da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, expôs contradições entre pesquisadores, professores, ambientalistas e representantes de órgãos públicos do Estado e município.

Unanimidade, porém, sobre a gravidade do acidente ambiental provocado pelo rompimento, em janeiro de 2021, de uma estação de tratamento de esgotos, de responsabilidade da Casan.

Entre as  sugestões urgentes estão: suspensão de novas licenças ambientais para novos empreendimentos imobiliários; aumento da fiscalização ambiental na região da Lagoa e definição de prazo para que a companhia de saneamento – Casan –  retire a estrutura emergencial instalada há quatro anos no Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição.

Participaram do encontro na Assembleia Legislativa, lideranças da Lagoa e lideranças ambientais da capital, professores e pesquisadores da UFSC, representantes da Casan, Floram e ministérios públicos Estadual e Federal, que expam seus pontos de vista e sugeriram ações para minimizar o desastre ambiental, ocorrido há quatro anos.
Outro encaminhamento importante é de que a empresa de saneamento divulgue, de maneira ampla, os estudos e dados sobre o rompimento da barragem da Estração de tratamento de Esgotos (ETE).

Em consequência desta ruptura, foram despejados na Lagoa da Conceição mais de 100 milhões de litros de matéria orgânica, inundando casas e ruas, como a avenida das Rendeiras.
De forma emergencial, em julho de 2021, foi instalada pela Casan uma tubulação para extravasar o excesso de efluente, evitando assim novos transbordamentos.
ados quatro anos, a tubulação emergencial continua lá, dentro do Parque Natural das Dunas, sem ação dos governos estadual e municipal.

Segundo a professora do departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC, Michele de Sá Dechoum, o lançamento de efluentes nas dunas está impactando a biodiversidade do Parque. “É urgente que se encontre outra solução e que o equipamento emergencial seja retirado do local o mais rápido possível, pois afeta fortemente a fauna e a flora do Parque”.
Na audiência pública foi definida a data de dezembro de 2025 para a Casan solucionar o problema da tubulação emergencial. Mas a Casan, representada pela
gerente de Meio Ambiente, Andreia Senna, não apresentou proposta para a retirada da tubulação antes do final de 2026.
Em nota ao JÁ, a assessoria de imprensa da Companhia informou que a vazão resultante da obra emergencial é variável, sendo mais elevada em períodos de chuvas.

“O custo aproximado até agora desta emergência é de R$ 715 mil e compreende a aquisição e instalação das bombas, o acionamento das bombas, a rede de energia e o emissário de efluente tratado”, diz a nota.

Sobre o gasto mensal, a assessoria respondeu: “O valor é de R$ 21.680,00, basicamente o custo de energia, uma vez que a mão de obra é da própria empresa”.
Lideranças locais afirmam que a ETE, inaugurada em 1988, foi projetada para atender 4 mil habitantes e está defasada. Atualmente vivem na Bacia Hidrográfica
da Lagoa da Conceição mais de 10 mil pessoas. “O cenário é catastrófico”, disse o professor da UFSC, Paulo Horta.

Contaminantes

Outra divergência que resultou na solicitação da audiência foi a divulgação de um estudo detectando nas águas da Lagoa da Conceição altas concentrações de 35 substâncias contaminantes, entre elas antibióticos, anti-
inflamatórios, cafeína e cocaína. Desenvolvido pela equipe da professora Silvani Verruck, da UFSC, o trabalho foi apresentado na audiência, como uma preocupação
emergente, e está baseado em três frentes: Avaliação das contaminantes (já realizado), Resistência a antimicrobianos na água e no pescado e a
Descontaminação da água com o REACQUA – equipamento já testado, capaz de descontaminar a água utilizando um destilador solar.
Em resposta, a Casan informou ainda que todos os relatórios de monitoramento do bombeamento e recuperação de áreas degradadas, realizados pela empresa, são encaminhados à Floram, órgão da Prefeitura Municipal responsável pelo Meio Ambiente.

Na audiência foi solicitada a transparência destes documentos, bem como projetos para solucionar o problema até o final deste ano.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Assembleia Legislativa, o deputado Marquito vê necessidade urgente de retomar os programas de investigação e fiscalização das ligações irregulares da rede pluvial do entorno da Lagoa. “Recebi denúncias, por exemplo, de uma moradora do Canto da Lagoa de que são lançados diretamente efluente sem tratamento na Lagoa da Conceição”.
Nos próximos dias, está prevista uma visita de todos que participaram da mesa da audiência, até os pontos mais críticos da Bacia Hidrográfica da Lagoa e encontrar solução para os problemas que estão fazendo morrer um dos pontos turísticos mais visitados de Florianópolis, a Lagoa da Conceição, de onde muita
gente tira seu sustento.

Encaminhamentos da audiência
*Criação de um grupo de trabalho.
*Visita técnica ao local com autoridades presentes na audiência.
*Debate entre pesquisadores, CASAN e autoridades sobre os impactos do
desastre.
*Pesquisas desenvolvidas sobre o assunto serão apresentadas em reunião  ampliada da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da
Assembleia Legislativa.
*Não liberação de novas licenças da Floram para construção de empreendimentos e aumento da fiscalização ambiental na região.
*Casan deve divulgar de maneira pública os estudos e dados deste incidente e de outros envolvendo a Bacia Hidrográfica da Lagoa.
*Definição de prazo para que a Casan retire a estrutura emergencial do Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa.

*Publicação de planos de manejo das unidades de conservação de Florianópolis.
*Instalação de equipamento adequado para a contenção de contaminantes na saída da macrodrenagem do Rio Vermelho.

Transição energética por Hidrogênio Verde avança no Rio Grande do Sul 5ju5u

A transição energética através do Hidrogênio Verde (H2V) está avançando no Rio Grande do Sul. Produzido principalmente por meio da eletrólise da água, é um processo que separa as moléculas de hidrogênio (H₂) e oxigênio (O₂) utilizando eletricidade. Para que o hidrogênio seja considerado “verde”, a eletricidade usada nesse processo deve vir de fontes renováveis, como energia solar, eólica e hidrelétrica.

Esse método é sustentável porque não gera emissões de gases de efeito estufa, ao contrário de outros tipos de hidrogênio, como o cinza ou azul, que dependem de combustíveis fósseis.

Apesar de ser uma tecnologia promissora, o custo elevado da eletrólise ainda é um desafio para a produção em larga escala porque requer uma quantidade significativa de energia elétrica gerada por fontes renováveis, equipamentos de custos elevados e a infraestrutura necessária para armazenar e transportar o hidrogênio também é cara.

Em 2023, o governo do Rio Grande do Sul lançou o Programa de Desenvolvimento da Cadeia de Hidrogênio Verde no Rio Grande do Sul (H2V-RS).  Um dos principais objetivos do programa é viabilizar a produção, transmissão, armazenagem e uso do novo energético. O governo também estimula a transição energética em direção a uma economia de baixo carbono, a geração de emprego e renda nas diferentes regiões do Estado e a inovação tecnológica.

A previsão é de que os investimentos nesse mercado gerem uma alta de R$ 62 bilhões no PIB do Estado e cerca de 41 mil empregos diretos e indiretos. Para a concretização dos objetivos propostos, o governo utiliza instrumentos e mecanismos variados. Entre eles, linhas de crédito especial, tratamento preferencial no licenciamento ambiental, incentivos aos empreendimentos, por meio do Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (Fundopem/RS).

A White Martins está investindo no desenvolvimento de Hidrogênio Verde no Rio Grande do Sul. A empresa assinou um Memorando de Entendimento (MoU) com o governo do estado para explorar a construção de uma planta de H2V e amônia verde no Porto de Rio Grande. Esse projeto visa utilizar fontes renováveis, como energia eólica onshore e offshore, para produzir hidrogênio de forma sustentável.

O Porto de Rio Grande é estratégico para esse tipo de iniciativa, devido à proximidade com parques eólicos e infraestrutura logística para exportação. O projeto ainda está em fase de estudos, mas representa um o importante para consolidar o estado como um polo de energia limpa.

A Enerfin também está investindo em projetos de Hidrogênio Verde no Porto de Rio Grande. A empresa assinou um Memorando de Entendimento com o governo do estado para desenvolver uma planta de produção de H2V. O projeto utilizará fontes renováveis, como energia eólica e solar, para garantir a sustentabilidade da produção. A Enerfin já possui experiência significativa no estado, operando parques eólicos em Osório e Palmares do Sul.

A Ocean Winds está investindo no desenvolvimento de energia sustentável, mas seu foco principal está na energia eólica offshore. A empresa assinou um Memorando de Entendimento com o governo do estado para projetos de parques eólicos no litoral gaúcho, como o complexo Ventos do Sul e o Tramandaí Offshore. Esses projetos são estratégicos para a transição energética e podem complementar iniciativas de Hidrogênio Verde, já que a energia eólica é uma fonte essencial para a produção de H2V.

Energia eólica é a geração de eletricidade por meio da força dos ventos, utilizando turbinas eólicas. A diferença entre onshore e offshore está na localização das turbinas. Na energia eólica onshore as turbinas são instaladas em terra firme, como campos abertos ou áreas montanhosas. É a forma mais comum de energia eólica, devido ao custo menor de instalação e manutenção. No entanto, ela pode ser limitada por questões como uso do solo e impacto visual.

Já na energia eólica offshore as turbinas são instaladas no mar, onde os ventos costumam ser mais fortes e constantes, o que aumenta a eficiência na geração de energia. Apesar dos altos custos de instalação e manutenção devido às condições marítimas, a energia offshore tem o benefício de menor impacto visual e uso de áreas que não competem com outros usos do solo.

Ambas as formas são essenciais para a transição energética global, e o Brasil está explorando cada vez mais o potencial offshore. O Rio Grande do Sul se destaca no cenário de energia eólica offshore por diversos fatores: a região possui ventos consistentes e de alta velocidade, especialmente ao longo do litoral e nas lagoas costeiras, como a Lagoa dos Patos e a Lagoa Mirim. Além disso, a infraestrutura de transmissão de energia no estado é robusta, com mais de três mil km de linhas de transmissão.

Pampa ameaçado: Fórum Internacional avalia perdas de campos nativos 402o3s

O menor e mais ameaçado bioma brasileiro – o Pampa – é o tema do  Fórum Internacional de Meio Ambiente, nos dias 26 e 27 de março, em Porto Alegre.

Em sua 13ª edição, o fórum é organizado pela Associação Riograndense de Imprensa e faz parte da programação dos 90 anos da entidade.

“Bioma Pampa: Clima, conservação e atividades econômicas” reúne ambientalistas, produtores e agentes públicos. Local: Memorial da Assembleia Legislativa do RS.

Na abertura, os pesquisadores Jefferson Simões e Francisco Aquino falam das mudanças climáticas que estão criando novos desafios para o equilíbrio ambiental.

Dois jornalistas, o argentino Gustavo Veiga e o uruguaio Victor Bacchetta, fazem um balanço da situação em seus países.

O Pampa Sul-Americano perdeu 20% de sua vegetação campestre entre 1985 e 2022, segundo levantamento do MAPBiomas com base em imagens de satélite.  São 9,1 milhões de hectares de campos nativos.

O pampa se estende por todo o território uruguaio e parte do argentino, e a porção brasileira corresponde a 17,6 milhões de hectares e representa mais de 60% do Rio Grande do Sul.

A maior perda proporcional de vegetação campestre, ocorreu no Brasil, com 2,9 milhões de hectares – o equivalente a 58 vezes a área do município de Porto Alegre (RS).

Significa que em menos de quatro décadas, houve uma uma perda de 32% da área existente em 1985.

O principal fator dessa mudança é a expansão das áreas agrícolas para o plantio monoculturas – a soja e o eucalipto, cuja área ocupada no RS cresceu mais de 1.500%  em quatro décadas..

Em 1985, a área total ocupada pelos campos no RS era de 9,1 milhões de hectares e reduziu para 6,2 milhões de hectares em 2022.

Para o jornalista João Batista Santafé Aguiar, diretor do Departamento de Política Ambiental da ARI, o Pampa está sob ameaça, “seja pela expansão da agropecuária e silvicultura; pela expansão de projetos de mineração; pela remoção da cobertura vegetal nativa e degradação do solo; pela urbanização e infraestrutura, pois as rodovias fragmentam o habitat natural; e, é claro, pelas mudanças climáticas.”

Além das perdas ambientais, há também perdas econômicas pela expansão indiscriminada das monoculturas. Os produtores de uvas, azeite de oliva e mel, por exemplo, são diretamente prejudicados pelo uso maciço de herbicidas “que contém o composto 2,4-D, um dos componentes do agente laranja, usado como desfolhante na guerra do Vietnã e, lamentavelmente, nas nossas lavouras de soja”, como explica a jornalista Daniela Sallet, vice-diretora de Meio Ambiente da ARI.

Inscrições gratuitas: fima.org.br.

PROGRAMAÇÃO p5n4

26/3/2025 – quarta-feira 4b6z4p

10H: “Clima: história e impacto das mudanças no Pampa” 2g565i

13h30min — Atuação da URCAMP em prol do Pampa 4t6139

  • Guilherme Collares, Pró-Reitor de Pesquisa, Extensão e Inovação da URCAMP – Centro Universitário da Região da Campanha / Fundação Átila Taborda

14h –  I – Panorama para a regularização ambiental no Pampa para os próximos anos 1c6o11

  • José Nunes — Mediador — Jornalista, Presidente da ARI
  • Domingos Velho Lopes — Diretor Vice-Presidente da FARSUL.
  •  — “Conquistas para o desenvolvimento sustentável do Bioma Pampa”
  • Patrícia Maldaner Cibils — Procuradora do Estado do RS — “Bioma Pampa e Reserva Legal”
  • Alexandre Krob — Coordenador Técnico do Instituto Curicaca — “As cicatrizes feitas no Pampa pela omissão pública com o Cadastro Ambiental Rural”
  • Rodrigo Dutra — Chefe da Divisão de Fiscalização Ambiental do IBAMA RS – “A importância do Programa de Regularização Ambiental para o RS”

15h30 –  II – O potencial da pecuária no Pampa: preservação e recuperação ambiental, geração de renda e produção de alimentos 611v21

  • Luiz Adolfo Lino de Souza — Mediador — Jornalista – Presidente do Conselho Deliberativo da ARI
  • Angela Escosteguy – Médica Veterinária — IBEM – Instituto do Bem-Estar “A importância da Pecuária no Pampa”
  • Valério Pillar – Professor da UFRGS / Rede Campos Sulinos – “Bioma Pampa: origens e ameaças à sua biodiversidade”
  • Miguel Guedes —Engenheiro Agrônomo / Fazenda São Miguel, Mostardas, RS — “Pecuária Regenerativa no Pampa: sistema intensivo a pasto com melhoramento do campo nativo

27/3/2025 – quinta-feira  3c5d1v

9h – III  “Projetos e práticas que interferem na conservação do Pampa” 6y582v

  • Luiza Chomenko – Mediação – Bióloga
  • Adriano Severo Figueiró – Professor da UFSM – “Projetos de (Des)Envolvimento para o Pampa Brasileiro: Ameaças e Resistências”. 
  • Marcos Borba – Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Sul — Bagé, RS — Agroecologia, Redes e Território: a pecuária familiar e a conservação do Pampa”
  • Marcia Colares – coordenadora do grupo UPP Camaquã – União Pela Preservação do Rio Camaquã. “Histórico da luta contra a mineração e panorama das ações na área ambiental no território”.
  • Vera Colares – presidente da Associação para Grandeza e União de Palmas -AGrUPa – “Pecuária familiar para preservação do Pampa.
  • Participação Especial do Cineasta Rogério Atama Rodrigues, da Atama Filmes, diretor do filme “Sobreviventes do Pampa“, comentando o lançamento da obra.

13h30min – IV – “O Pampa nos meios de comunicação” 2g4352

  • João Batista Santafé Aguiar – Mediador – Jornalista – Diretor de Meio Ambiente da ARI e editor do jornalja-br.diariodoriogrande.com
  • Sérgio Roberto Pereira da Silva – Jornalilsta – Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental UFRGS/CNPQ “Apontamentos sobre a cobertura midiática acerca do Bioma Pampa”. 
  • Gustavo Veiga – Jornalista (Argentina) – Página 12 – Buenos Aires –  “A cobertura ambiental na imprensa argentina “ 
  • Nilson Correa – Empresário e Jornalista – Editor do jornal Folha do Sul
  • Victor L. Bacchetta – Jornalista (Uruguai) – El Zumbido – Montevideo – “Extrativismo no Pampa e os meios de comunicação”.

15h30min–  V –  “Potencial Turístico e Comercial do Pampa“ 1w482a

  • Magali Schmitt –  Mediadora – Jornalista – Diretora da ARI e assessora do Comitesinos
  • Ana Maria Moreira Marchesan – procuradora de Justiça / MPRS – “Patrimônio Cultural no Pampa
  • Renato Fernandes–  presidente  do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) – “O futuro da olivicultura no Brasil” 
  • Patricia de Freitas Ferreira – Comitê Gestor do Geoparque de Caçapava do Sul“Geoparque Caçapava: conhecer para valorizar e cuidar.”
  • Gabriela Hermann Potter – Produtora rural e empresária –  “Vinícola Guatambu: valorizando o Bioma Pampa por meio do Vinho, do Turismo e da Sustentabilidade

— Veja minibio dos palestrantes e istas

— Transmissão ao vivo pelo Canal da ARI no YouTube

Local: Memorial da Assembleia Legislativa do RS.

Safra no RS: queda de 13% na soja e aumento no arroz, feijão, milho e trigo 4i5q4l

Um novo recorde na produção brasileira de grãos é o que prevê a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no 6º levantamento da safra 2024/2025, divulgado, nesta quinta-feira, 13/03.

Um aumento de 10,3%, em relação a safra anterior, eleva para 328,31 milhões de toneladas o total da produção no pais este ano, conforme a previsão.

No Rio Grande do Sul, a produção deve atingir 36,34 milhões de toneladas, uma redução de 1,3% em relação à safra ada.

O estado se mantém na posição de terceiro maior produtor de grãos no país, atrás de Mato Grosso e Paraná, seguido por Goiás.

Já a área plantada está prevista em 10,45 milhões de hectares, um aumento de 0,3%. A queda na produção foi motivada pela estiagem, que impactou principalmente a cultura da soja.

No entanto, há perspectiva de excelente produção nas safras de arroz e milho.

Os números da safra gaúcha

Arroz e feijão – A produção de arroz deve atingir 8,3 milhões de toneladas, um aumento de 15,9% em relação ao ano ado. A área plantada chega aos 951,9 mil hectares, com crescimento de 5,7%.

A expectativa é de aumento da área cultivada em todas as regiões produtoras, especialmente na Sul e na Fronteira Oeste, devido à boa rentabilidade da cultura no momento do plantio, ao bom volume de água nas barragens e rios durante o plantio e à possibilidade de preparo antecipado das áreas, o que favorece boas produtividades.

A produção de feijão deve alcançar 76,9 mil toneladas, um aumento de 7,3%. A área plantada está prevista em 48,5 mil hectares.

O cultivo de feijão da 1ª safra está concentrado no Planalto Superior. A semeadura começou em dezembro e foi concluída em janeiro. Mais de 60% das lavouras estão no enchimento de grãos e 30% em florescimento. Embora a estiagem tenha impactado o desenvolvimento, as condições climáticas na região foram menos severas, e as lavouras ainda apresentam bom potencial produtivo.

A semeadura do feijão preto da 2ª safra continua no estado. Iniciada em janeiro, a operação avançou lentamente até fevereiro, quando as chuvas melhoraram as condições do solo, permitindo um aumento rápido da área semeada, que atingiu 88% no final do mês.

No Planalto Médio, que é a principal região produtora, as expectativas são boas, especialmente devido à alta proporção de lavouras irrigadas. Nessa região, 90% da área foi semeada, 20% está em emergência e 80% em desenvolvimento vegetativo.

Soja – A produção de soja está estimada em 17,1 milhões de toneladas, uma redução de 13,2% em relação à safra anterior,  posicionando o estado como o 4º maior produtor da oleaginosa, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás.

A área cultivada deve aumentar para 6,84 milhões de hectares, com um incremento de 74,4 mil hectares (1,1% a mais).

As lavouras de soja continuam sendo afetadas pela falta de chuvas regulares. As semeadas mais tarde sofreram prejuízos significativos, com perdas que podem ser irreversíveis. A estimativa de produtividade é de 2.495 kg/ha, uma redução de 7,5% em relação ao levantamento anterior, 16,1% abaixo da estimativa inicial e mais de 30% em relação ao potencial da cultura.

Milho – O RS é o maior produtor de milho 1ª safra. A semeadura foi concluída, e a colheita já ultraa 80%. A produção está prevista em 5,5 milhões de toneladas, um aumento de 13,7%. A área plantada pode chegar a 719,6 mil hectares, uma redução de 11,7%. A estimativa de produtividade média foi ajustada para 7.664 kg/ha, um aumento de 16% em relação ao mês anterior. Embora as lavouras ainda no campo tenham apresentado perdas, as lavouras já colhidas possibilitaram esse incremento. Apesar dos resultados positivos, algumas lavouras apresentaram perdas consolidadas devido à estiagem.

Trigo (safra 2025) – O Rio Grande do Sul é o maior produtor de trigo no país. Para a safra de inverno de 2025, a produção deve crescer 4,4%, chegando a 4,1 milhões de toneladas. A área cultivada está prevista em 1,29 milhão de hectares, uma redução de 3,8% em relação ao ciclo de 2024. A produtividade média estimada é de 3.172 kg/ha. Os dados para o trigo, que será implantado por volta de maio, são baseados em modelos estatísticos e análises de mercado.

Foto: Sebastião José de Araújo/Embrapa

 

 

Uma avenida beira-mar na praia dos Ingleses: o que há por trás do projeto 2w6w58

Uma avenida beira-mar na praia dos Ingleses para desafogar o trânsito na região, uma das mais populosas de Florianópolis.

O anúncio do projeto foi feito com grande repercussão no início de fevereiro.

O prefeito,  Topázio Neto, postou em suas redes um vídeo, andando pela praia e dizendo “já estamos trabalhando no projeto e já temos garantia de parte dos recursos”.  Comparou a obra com o que acontece “em Balneário Camboriú, Itapema e Copacabana”.

O projeto da avenida, na verdade, já tramita há mais de seis meses na prefeitura de Florianópolis.

Foi encomendado e “doado” pelo empresário  Fernando Marcondes de Matos, proprietário do Costão do Santinho, um complexo turístico com hotel e resort,  com mais de 220 apartamentos,  junto ao morro das Aranhas, na Praia do Santinho.

O que não apareceu no jornal e nem na televisão é o  que está por trás da generosidade do empresário que ofereceu o projeto da beira-mar dos Ingleses à prefeitura.

É um projeto de expansão do Costão do Santinho, em processo de licenciamento e que  prevê a construção de um conjunto de torres de cinco andares, com um total de 351 apartamentos, numa área de 26 mil metros quadrados, ao lado do atual complexo, junto ao morro das Aranhas.

A linha preta marca os limites do Santinho, a amarela a área onde há equipamentos urbanos e em vermelho a localização do projeto. Fonte: Estudo de Impacto de Vizinhança.

O principal obstáculo para o licenciamento desse novo projeto até agora é a questão da mobilidade,  justamente na  confluência da Praia do Santinho e os Ingleses,  onde a avenida D. João Becker é estreita e forma o principal ponto de estrangulamento do trânsito na região. No verão, pode-se levar duas horas para vencer um trecho de dois quilômetros.

 

 

Estrada Onildo Lemos, unico o e saída do Santinho, com a D. João Becker: gargalo.

É esse gargalo que a projetada beira-mar dos ingleses promete resolver.

“Vai desafogar num ponto, que interessa diretamente à aprovação do projeto do Costão,  mas vai agravar o problema, já bastante grave, da mobilidade no Santinho”,  explica Rafael Freitag, presidente do  Instituto Sócio Ambiental do Santinho (ISAS).

Ele lembra que junto à Vereador Onildo Lemos, única via de o e saída do bairro Santinho, já está em construção um condomínio com onze prédios de quatro andares, num total de mais de 200 apartamentos.

Somados às 351 unidades previstas na expansão do Costão, vão representar um acréscimo de duas mil pessoas, numa comunidade que, em crescimento acelerado, hoje supera os quatro mil moradores com sérios problemas urbanos e ambientais.

Não tem esgoto, por exemplo. A implantação da rede, iniciada em 2018, com financiamento externo, consumiu mais de R$ 100 milhões e parou, sem concluir sequer a  tubulação principal. E não há data para retomar a obra.  Enquanto isso, o rápido aumento populacional coloca em colapso o sistema de fossas, usado em todas as casas e pousadas e o resultado é visível nas ruas, principalmente na alta temporada turística.

Segundo o Estudo de Impacto de Vizinhança*, uma das peças do licenciamento, “o empreendimento deverá adotar solução particular”, com a construção de uma Estação de Tratamento própria.

“Também entende-se que, em virtude dos índices de abastecimento de água e de coleta de resíduos sólidos serem ruins, há necessidade da ampliação da infraestrutura e atendimento destes equipamentos na região”, diz o EIV, que registra também as carências em segurança, falta de áreas de lazer e escolas.

Para os Ingleses, um dos bairros com crescimento explosivo nos últimos anos,  também a avenida não chega a ser uma solução, embora possa melhorar o trânsito naquele trecho de 2,5 km. Mas vai agravar a degradação da praia, já acentuada.

Em 2023, foi necessário “engordar”  a praia com bombeamento de areia para recuperar os espaços tomados pela ocupação irregular.  Um investimento de mais quase  R$ 20 milhões, numa solução paliativa.

Em plena temporada de 2025, são visíveis as tubulações jogando esgoto direto na praia.

 

*E118664/2022 – Costão do Santinho Turismo e Lazer SA, feito pela Ambiens Soluções Ambientais.