A morte de abelhas por agrotóxicos e os riscos do celular no debate da Agapan 4d1o3d

O risco à saúde humana oferecido pelas estações de rádio-base de telefonia celular é comparável à contaminação dos alimentos e do meio ambiente por agrotóxicos, segundo a farmacêutica Ana Maria Dait Valls Atz, conselheira da Agapan que atuou como mediadora do evento que na noite de segunda (19) reuniu 52 pessoas no auditório da Faculdade de Arquitetura da UFRGS para ouvir os agrônomos Nadilson Ferreira e Sebastião Pinheiro sobre a mortandade das abelhas. Segundo a Dra. Atz, que prometeu ir à Assembléia para brigar contra mudanças no Código Ambiental do RS (“que está sendo mexido pra pior, como tudo que vem acontecendo no Brasil”), é incompreensível que as pessoas tenham se tornado dependentes dos celulares, mesmo sabendo que esses aparelhos são cada vez mais potentes – como os agrotóxicos que vêm matando abelhas, poluindo as águas e contaminando os alimentos. Atz lembrou que no ano 2000 já havia 1 mil citações científicas sobre radiações — tudo em alemão, inglês e russo. “As pessoas acham uma vantagem usar celulares 4G, mas ignoram que eles operam na frequência de 2.4 gigaherz, a mesma da água, que representa 70% do corpo humano e de outros animais” (abelhas inclusive). Conclusão da farmacêutica: “Nem agrotóxico nem celular: eu não uso o que me faz mal”. No seu “pronunciamento” de apenas cinco minutos no final do evento, a Dra. Atz lembrou a veemência da americana Rachel Carson, autora do livro “Primavera Silenciosa”, que declarou em 1963: “Os efeitos dos pesticidas são piores do que os efeitos da bomba atômica”. Os agrônomos Nadilson Ferreira e Sebastião Pinheiro deram duas aulas de 30 minutos sobre a morte de abelhas por agrotóxicos. Doutor em polinização, Ferreira mostrou ao auditório (presentes 50 pessoas) os efeitos sobre as abelhas melíferas dos inseticidas neonicotinóides (derivados da nicotina). Essas substâncias químicas imitam o neurotransmissor excitatório (acetilcolina), levando as abelhas à morte por convulsões, pois os seus neurônios deixam de realizar a sinapse (troca de estímulos). Acuada, a indústria química já lançou um sucedâneo do fipronil, o neonicotinóide apontado como responsável por 80% das mortes de abelhas ocorridas no Brasil e no mundo: sulfoxaflor, já licenciado no Brasil. Se esses químicos usados isoladamente já são letais mesmo em dosagens baixas, pior ainda é quando eles são misturados a outros ingredientes. “Não se sabe o que uma mistura pode desencadear, mas ela é sempre pior do que o uso isolado de uma substância”, explicou Ferreira, que em 2018 foi afastado da Câmara Setorial de Abelhas da Secretaria da Agricultura do Estado do RS por defender os apicultores contra os usuários de agrotóxicos. Para encerrar, o agrônomo da Secretaria apresentou um dado preocupante: 75% dos méis do mundo estão contaminados por neonicotinóides, destacando-se o imidacloprido. De maior para menor, os índices continentais são de 86% na América do Norte, 80% na Asia, 79% na Europa, 64% na Oceania e 57% na América do Sul. Esses dados podem estar por trás da profunda retração mundial do consumo de mel – o preço ao produtor do RS caiu de R$ 11 por quilo em 2017 para R$ 4 este ano. Ainda segundo Ferreira, há um outro vilão químico agindo em campos, lavouras e pomares do Brasil: o glifosato, nome técnico do Round Up, marca mundial do herbicida desfolhante (agente laranja) criado originalmente pela Bayer para aplicação dos norte-americanos na guerra do Vietname. O glifosato reduz a capacidade olfativa das abelhas. Como curiosidade inesperada, um estudante de biotecnologia da UFRGS informou à platéia que um grupo de alunos do seu curso vai aos EUA em outubro para uma mostra científica onde apresentará um estudo sobre a capacidade da bactéria scherichia coli de degradar o glifosato no ambiente aquático, o que poderá ser útil, por exemplo, na cultura do arroz irrigado. O debate foi encerrado por Sebastião Pinheiro, que costuma espalhar terror em suas palestras na América Latina. Sobre a mistura de substâncias químicas, ele garantiu que a mistura de glifosato + uréia gera nitrosamina, substância que “ninguém estuda”, mesmo sabendo-se que a combinação de dois ingredientes químicos gera os chamados binários, base de armas químicas. Daí sua afirmação: “Não há razão para usar neonicotinóides na agricultura. A razão é militar”. Seria por isso que o fipronil foi liberado pela Suprema Corte dos EUA. Como dado comparativo, Pinheiro lembrou que o DDT, proibido nos EUA nos anos 1960, é 27 mil vezes menos tóxico do que o fipronil. Já a nicotina é um dos venenos mais tóxicos e de ação mais rápida, atuando de modo diferente sobre organismos diversos. Por sua sensibilidade a abelha melífera é um indicador ambiental estratégico cuja morte nos apiários próximos a lavouras serve como alerta a autoridades, empresários e cidadãos em geral. Quanto às abelhas nativas, sem ferrão (melíponas), não há estudos sobre elas, exceto que são mais vulneráveis do que as abelhas melíferas. No Rio Grande do Sul, Nadilson Ferreira disse que há 34 mil apicultores e 8 mil meliponicultores). 445a4o

Pesquisa revela contaminação por antibióticos em rios paranaenses 3g4u27

 
A descoberta dos antibióticos no início do século XX causou uma verdadeira revolução na saúde. Os medicamentos “milagrosos”, como eram chamados na época, possibilitaram a cura de doenças até então fatais, como pneumonia, tuberculose e febre reumática. Milhões de vidas foram e ainda são salvas graças a eles.
O remédio “mocinho”, no entanto, também tem um lado “vilão”. Pesquisadores constataram que o uso excessivo de antibióticos afeta não somente a saúde humana, como também a natureza. Em contato com o meio ambiente, os antibióticos podem criar bactérias resistentes, romper o frágil equilíbrio ecológico de rios e até afetar processos biológicos.
Os efeitos negativos já podem ser vistos, inclusive, nos rios do Paraná, segundo Eliane Carvalho de Vasconcelos, pesquisadora e professora do programa de Mestrado e Doutorado em Gestão Ambiental da Universidade Positivo.
“Possivelmente todos os rios do estado que recebem efluente de estações de tratamento, ou aqueles que recebem diretamente os dejetos, estão contaminados por antibióticos”, diz a professora, que também é doutora em Ciências – na área de concentração química analítica – pela Universidade de São Paulo (USP).
A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que “instalações para o tratamento de esgoto não conseguem remover todos os antibióticos e bactérias resistentes da água”.
Rios do Paraná
Nos últimos anos, Eliane tem feito pesquisas nos rios do Paraná envolvendo estudantes de graduação e mestrado. Em um dos estudos, feito no rio aúna, na Região Metropolitana de Curitiba, os alunos usaram cebolas orgânicas – geralmente utilizadas como bioindicadores ambientais – para verificar o potencial tóxico da água.
“Foi constatado que havia cafeína, o que indica a presença de substâncias farmacêuticas, como antibióticos e hormônios, uma vez que a cafeína é usada como marcador”, afirma.
Na pesquisa não foi avaliada a quantidade exata de antibiótico no rio, mas, segundo Eliane, já foi possível verificar que a presença dessas substâncias na água afetou processos biológicos da cebola, como a divisão celular, essencial para o crescimento e a manutenção do organismo.
Crise global
A contaminação das águas por antibióticos é um problema mundial. Em maio deste ano, pesquisadores da Universidade de York, no Reino Unido, divulgaram um estudo alarmante sobre o tema, que acendeu o alerta de países, estados e organizações internacionais. Os pesquisadores analisaram 701 amostras de águas coletadas em 72 países e encontram antibióticos em 65% delas.
Uma das consequências desse fenômeno é a resistência aos antibióticos, que acontece quando determinada bactéria se modifica em resposta ao uso ou à exposição excessiva a esses medicamentos. A ONU já classificou a resistência a antibióticos como uma crise global e a meta da entidade, agora, é alcançar níveis de uso adequado de antibiótico em humanos e animais até 2050.
No Brasil, a compra de antibióticos apenas com receita foi um grande avanço para frear o consumo do remédio no país, de acordo com Eliane, e, consequentemente, a presença do medicamento na natureza. Mesmo assim, o consumo ainda é alto por aqui. O brasileiro usa, em média, 22 mil doses de antibióticos todos os dias, o que coloca o país como o 19º maior consumidor do mundo, na frente dos países da Europa, Canadá e Japão, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Como 80 % dos antibióticos são excretados sem ser metabolizados pelo organismo, segundo a ONU, boa parte vai para o esgoto e para a natureza.
“Precisamos continuar reforçando a importância do uso consciente entre seres humanos e na agricultura, que também utiliza antibióticos. Além disso, é preciso continuar com campanhas sobre a importância do descarte correto”, diz a professora. (Com informações do site LabNetwork)

Alemanha quer banir o glifosato até 2023 5e644t

A partir de 2020, medidas para redução sistemática do herbicida devem ser aplicadas. Alemanha será o segundo país europeu a restringir a substância. O governo alemão quer banir o herbicida glifosato do país até 2023. A proibição faz parte de um programa para a proteção de insetos acordado nesta quarta-feira (4) pelo gabinete federal e que deve entrar em vigor no próximo ano.
O programa prevê a proibição do herbicida a partir de 31 de dezembro de 2023, quando vence a aprovação do glifosato concedida pela União Europeia (UE), se ela não for novamente prorrogada pelos Estados-membros do bloco.
Formulada pelo Ministério do Meio Ambiente alemão, a medida estabelece já a partir de 2020 uma estratégia para redução sistemática do uso de glifosato.
Está planejada a proibição da utilização do herbicida em jardins privados e em espaços públicos, como parques, além de restrições a agricultores, como uma proibição da aplicação da substância antes da colheita. Isso eliminaria cerca de três quatros da quantidade usada na Alemanha.
O glifosato, um produto desenvolvido pela Monsanto, que pertence à alemã Bayer, mata ervas daninhas e outras plantas e, por isso, ambientalistas argumentam que seu uso é prejudicial para a biodiversidade.
Preocupações sobre seus riscos surgiram quando uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu em 2015 que o herbicida é provavelmente cancerígeno. A Bayer, que adquiriu a Monsanto no ano ado, diz que estudos consideraram o glifosato seguro para uso humano.
Além do banimento do glifosato, o programa do governo alemão pretende restringir fortemente o uso de outros herbicidas e pesticidas que causam a morte de abelhas e insetos. A partir de 2021, essas substâncias não serão mais usadas em áreas de conservação ambiental, parques nacionais e monumentos naturais.
Os estados alemães deverão ainda estabelecer reservas para insetos. O governo pretende investir 100 milhões de euros por ano para medidas adicionais de proteção de insetos em regiões agrícolas, e outros 25 milhões de euros em pesquisas na área e num monitoramento nacional da situação dessa classe de animais.
“Nós humanos dependemos urgentemente do desempenho dos insetos”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Svenja Schulze. O programa ainda precisa ser aprovado no Parlamento alemão, em votação que deve ocorrer nos próximos meses.
O glifosato foi desenvolvido pela Monsanto sob a marca Roundup. Sua patente já expirou, e ele vem sendo comercializado em todo o mundo por dezenas de outros grupos químicos, incluindo Dow Agrosciences e a gigante alemã Basf.
A Alemanha segue os os da Áustria, que, em julho, se tornou o primeiro país da União Europeia a proibir todos os usos do glifosato.
A Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos reafirmou em maio que o glifosato é um produto seguro. A Agência Europeia das Substâncias Químicas (Echa, na sigla em inglês) e outros órgãos reguladores em várias partes do mundo também afirmaram ser improvável que o herbicida cause câncer em humanos.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do glifosato, o agrotóxico mais utilizado no país, após uma reavaliação toxicóloga concluir que o produto não causa danos à saúde. Agora, o órgão realiza uma consulta pública sobre o tema.
(Com informações da Deutsche Welle)

'Animais carbonizados e silêncio no lugar do verde e som de pássaros': biólogo descreve cenário após queimadas w2z4z

O biólogo Izar Aximoff estudou a recomposição de florestas no Rio de Janeiro após queimadas. Testemunhou áreas verdes se transformarem em pó preto e o rico som das florestas, em silêncio.
“É muito triste ver a floresta totalmente dizimada. Aquele cenário colorido, com flores, sons de animais, pássaros cantando, bichos se movimentando e cheiro de mata dá lugar ao silêncio, a animais carbonizados, a um cheiro de carne queimada, à desolação. Fica tudo preto e você fica sujo com aquele resíduo de carvão”, descreve o biólogo, lembrando-se do que viu, anos atrás, quando uma área que monitorava em seus estudos voltou a sofrer queimadas.
“Eu vi filhote de jiboia queimado, bicho-preguiça carbonizado, bromélia queimada. Dá vontade de chorar. A perda é de valor inestimável. Muito superior ao das multas aplicadas, quando se encontra o culpado, o que é raro”, compara o biológo especialista no tema em áreas de Mata Atlântica, como o Parque Nacional de Itatiaia.
Após o quadro de destruição, novos desafios surgem no reflorestamento, explica o biólogo, que é doutor em Botânica pelo Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ).
“Espécies ameaçadas acabam não voltando. A cada queimada, a diversidade é perdida”, disse.
“E muitas áreas de Mata Atlântica, por exemplo, não conseguem se regenerar sozinhas. É preciso um reforço. Temos as melhores cabeças do mundo na área de reflorestamento, mas a demanda é grande demais”, diz o biólogo, lembrando que a situação é também grave em áreas que ganham menos holofotes como o Cerrado e a Caatinga.

Bombeiro dá água a tatu no Mato Grosso – Corpo de Bombeiros do MTas

 
A mesma falta de recursos impede um planejamento mais eficaz na prevenção de novas queimadas. O biólogo diz que, no nível federal, o acompanhamento dos incidentes é melhor do que no estadual e municipal.
“A prevenção é muito mais barata. Mas não há planejamento também por falta de dados. Os gastos após os incêndios são muito maiores. Você tem uso de aeronaves, equipes, sem contar o risco de morte a que esses profissionais estão expostos”, acrescentou.
TATU BEBE ÁGUA
O problema é histórico, mas dados indicam que houve um aumento de queimadas neste ano. O Mato Grosso é o estado mais afetado.
Nas redes sociais, uma imagem de um sargento do Corpo de Bombeiros dando água a um tatu, durante um incêndio, se tornou exemplo das consequências trazidas pelas queimadas aos animais, um impacto nem sempre destacado quando o assunto é o desmatamento.
Na fotografia, o sargento Pedro Ribas Alves é o responsável por dar água ao animal. Ele trabalha na área de perícia de incêndios florestais no interior de Mato Grosso e costuma chegar às regiões afetadas pelo após as chamas serem controladas. “Minha função é fazer um levantamento da área degradada, procurar a origem do incêndio e informar dados para embasar a Delegacia do Meio Ambiente”, conta à BBC News Brasil.
“Eu também faço levantamento das presenças de animais na região, para relatar em meu laudo, com o objetivo de mostrar, além da degradação do meio ambiente, como isso afeta a fauna da região”, explica.
No último sábado (17), ele trabalhou em uma propriedade rural de Nova Mutum (a 269 km de Cuiabá), que havia sido tomada por um incêndio que atingiu 772 hectares da fazenda. “O fogo foi causado por problemas na rede elétrica. Uma empresa foi fazer manutenção, ligou a energia, mas a fiação caiu e um cabo deu início à queimada”, relata.
Após fazer análise do local, ele estava saindo da propriedade rural em uma viatura do Corpo de Bombeiros, junto com o colega de profissão, quando avistou o tatu fugindo do incêndio.
“Ele estava andando vagarosamente na área degradada e eu resolvi descer. Já tinha visto alguém dando água para o tatu em uma garrafa térmica no Youtube. Peguei o tatu, que não ofereceu resistência, e ofereci água da minha bolsa de hidratação”, detalha.
“Quando ele percebeu a água, quis tomar e chupar a ponta do cano, mas não tinha forças e também ia acabar sujando o cano. Então, pedi um copo colega e dei água para o tatu”, completa.
O colega que acompanhava o sargento foi o responsável por registrar o momento. “Quando ele me viu ajudando o tatu, logo começou a tirar as fotos”, diz. Alves confessa que se assustou com a repercussão da imagem. “Quando vi, estava correndo o mundo.”
(Com informações da BBC)

ONGs rechaçam acusação sobre queimadas 5l206t

 
Mais de 100 organizações da sociedade civil am nota, criticando a postura do presidente da República, Jair Bolsonaro, diante da situação de aumento dos focos de incêndio na Amazônia. Bolsonaro disse que o seu “sentimento” é de que “ONGs estão por trás” do alastramento do fogo para “enviar mensagens ao exterior”.
Na nota, as organizações, entre elas a Fundação SOS Mata Atlântica, reforçam que “o presidente deve agir com responsabilidade e provar o que diz, ao invés de fazer ilações irresponsáveis e inconsequentes, repetindo a tentativa de criminalizar as organizações, manipulando a opinião pública contra o trabalho realizado pela sociedade civil”.
Veja nota completa abaixo:
Bolsonaro não precisa das ONGs para queimar a imagem do Brasil no mundo inteiro
Os focos de incêndio em todo Brasil aumentaram 82% desde o início deste ano, para um total de 71.497 registros feitos pelo INPE, dos quais 54% ocorreram na Amazônia. Diante da escandalosa situação, Bolsonaro disse que o seu “sentimento” é de que “ONGs estão por trás” do alastramento do fogo para “enviar mensagens ao exterior”.
O aumento das queimadas não é um fato isolado. No seu curto período de governo, também cresceram o desmatamento, a invasão de parques e terras indígenas, a exploração ilegal e predatória de recursos naturais e o assassinato de lideranças de comunidades tradicionais, indígenas e ambientalistas. Ao mesmo tempo, Bolsonaro desmontou e desmoralizou a fiscalização ambiental, deu inúmeras declarações de incentivo à ocupação predatória da Amazônia e de criminalização dos que defendem a sua conservação.
O aumento do desmatamento e das queimadas representa, também, o aumento das emissões brasileiras de gases do efeito estufa, distanciando o país do cumprimento das metas assumidas no Acordo de Paris. Enquanto o governo justifica a flexibilização das políticas ambientais como necessárias para a melhoria da economia, a realidade é que enquanto as emissões explodem, o aumento do PIB se aproxima do zero.
O Presidente deve agir com responsabilidade e provar o que diz, ao invés de fazer ilações irresponsáveis e inconsequentes, repetindo a tentativa de criminalizar as organizações, manipulando a opinião pública contra o trabalho realizado pela sociedade civil.
Assinam:
Ação Educativa
Angá;
Articulação Antinuclear Brasileira;
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, APIB;
Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente, APEDEMA;
Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia, AGENDHA;
Associação Agroecológica Tijupá;
Associação Alternativa Terrazul;
Associação Ambientalista Copaíba;
Associação Ambientalista Floresta em Pé, AAFEP;
Associação Ambientalista Floresta em Pé, AAFEP;
Associação Amigos do Meio Ambiente, AMA;
Associação Arara do Igarapé Humaitá, AAIH;
Associação Brasileira de ONGs, ABONG;
Associação Civil Alternativa Terrazul;
Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos, AQUASIS;
Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí;
Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida, APREMAVI;
Associação Defensores da Terra;
Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre, AMAAIAC;
Associação em Defesa do rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar, APOENA;
Associação Flora Brasil;
Associação MarBrasil;
Associação Mico-Leão-Dourado;
Associação Mineira de Defesa do Ambiente, AMDA;
Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia, CAPA / FLD;
Centro de Assessoria Multiprofissional, CAMP;
Centro de Estudos Ambientais, CEA;
Centro de Trabalho Indigenista, CTI;
Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro Brasileiro;
Cidade Escola Aprendiz;
Coletivo BANQUETAÇO;
Coletivo Delibera Brasil;
Coletivo do Fórum Social das Resistências de Porto Alegre;
Coletivo Socioambiental de Marilia;
Comissão Pró-Índio do Acre, I-Acre;
Conselho de Missão entre Povos Indígenas, COMIN / FLD;
Conselho Indigenista Missionário, CIMI;
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, COIAB;
Coordenadoria Ecumênica de Serviço, CESE;
Ecossistemas Costeiros, APREC;
Elo Ligação e Organização;
Espaço de Formação, Assessoria e Documentação;
FADS – Frente Ampla Democrática Socioambiental;
FEACT Brasil (representando 23 organizações nacionais baseadas na fé);
Federação de Órgãos para Assistencial Social e Educacional, FASE;
Fórum Baiano de Economia Solidária;
Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, FBOMS;
Fórum da Amazônia Oriental, FAOR;
Fórum de Direitos Humanos e da Terra;
Fórum de ONGs Ambientalistas do Distrito Federal;
Fórum de ONGs/Aids do Estado de São Paulo, FOAESP;
Fórum Ecumênico ACT Brasil;
Fórum Social da Panamazônia;
Fundação Avina;
Fundação Luterana de Diaconia, FLD;
Fundação SOS Mata Atlântica;
Fundação Vitória Amazônica, FVA;
GEEP – Açungui;
Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero;
Grupo Ambientalista da Bahia, GAMBA;
Grupo Carta de Belém;
Grupo de Estudos Espeleológicos do Paraná;
Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para Agenda 2030;
Grupo Ecológico Rio de Contas, GERC;
Habitat para humanidade Brasil;
Iniciativa Verde;
Instituto AUÁ;
Instituto Augusto Carneiro;
Instituto Bem Ambiental, IBAM;
Instituto Centro Vida, ICV;
Instituto de Estudos Ambientais – Mater Natura;
Instituto de Estudos Jurídicos de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais, IDhES;
Instituto de Estudos Socioeconômicos, Inesc;
Instituto de Pesquisa e Formação Indígena, Iepé;
Instituto de Pesquisas Ecológicas, IPÊ;
Instituto Ecoar;
Instituto EQUIT – Gênero, Economia e Cidadania Global;
Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental;
Instituto Internacional de Educação do Brasil, IEB;
Instituto MIRA-SERRA;
Instituto Socioambiental, ISA;
Instituto Universidade Popular, UNIPOP;
Iser Assessoria;
Movimento de Defesa de Porto Seguro, MDPS;
Movimento dos Trabalhadores/as Rurais sem Terra, MST;
Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas de São Paulo;
Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça e Cidadania;
Movimento Roessler;
Movimento SOS Natureza de Luiz Correia;
Núcleo de Pesquisa em Participação, Movimentos Sociais e Ação Coletiva, NEPAC UNICAMP;
Observatório do Clima;
OekoBr;
Operação Amazônia Nativa, OPAN;
Organização dos Professores Indígenas do Acre, OPIAC;
Pacto Organizações Regenerativas;
Plataforma DHESCA Brasil;
ProAnima – Associação Protetora dos Animais do Distrito Federal;
Processo de Articulação e Diálogo, PAD;
Projeto Saúde e Alegria;
Rede Brasileira De Justiça Ambiental;
Rede Conhecimento Social;
Rede de Cooperação Amazônia, RCA;
Rede de ONGs da Mata Atlântica, RMA;
Rede Feminista de Juristas, deFEMde;
Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS, RNP+BRASIL;
Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS do Estado de São Paulo, RNP+SP;
Sempreviva Organização Feminista, SOF;
Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental, SPVS;
Terra de Direitos;
TERRA VIVA – Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Extremo Sul da Bahia;
União Protetora do Ambiente Natural, UPAN;
Vida Brasil.

População de animais em florestas cai pela metade desde 1970 6c4v1k

Desmatamento, caça ilegal, doenças, mudança climática. Para os animais silvestres que vivem nas florestas do mundo, as últimas décadas representaram uma hecatombe. Segundo um relatório divulgado pela Organização Não Governamental (ONG) ambiental World Wide Fund for Nature (WWF), a população desses animais diminuiu pela metade desde 1970.
O estudo analisou 455 populações de 268 espécies de mamíferos, répteis, anfíbios e pássaros que vivem em florestas e concluiu que houve um declínio de 53% na quantidade de animais vertebrados entre 1970 e 2014. A WWF aponta que a situação é particularmente crítica na Amazônia e em outras florestas tropicais. O estudo também analisou populações de florestas temperadas, boreais e mediterrâneas.
Segundo a ONG, 60% dessas perdas estão relacionadas ao desmatamento e à degradação drástica do habitat das populações de animais. O texto ainda aponta que a caça, a introdução de espécies invasoras, a disseminação de doenças e a mudança climática também contribuíram para o quadro.
No caso do Brasil, a WWF menciona a derrubada de árvores por madeireiros como principal causa da diminuição da população de animais, mas queimadas também tiveram efeitos duradouros sobre várias espécies.
Florestas temperadas
Em florestas tropicais como a Amazônia, em média, a perda de população das espécies estudadas superou o crescimento de todos os grupos somados. Já nas florestas temperadas, o crescimento da população de algumas espécies, especialmente pássaros, ajudou a reverter a tendência negativa na média de todas as populações.
Ainda de acordo com a WWF, a diminuição da população tem sido especialmente dura com anfíbios e répteis, enquanto as populações de pássaros registraram mais anos positivos de crescimento do que de declínio.
A análise também menciona exemplos de como a população de algumas espécies pode ser recuperada. Entre os casos mais otimistas mencionados pela WWF está o aumento das populações de gorilas na África Central e Oriental, graças a medidas de proteção, e de macacos na Costa Rica.
No caso da Costa Rica, a WWF chama de positiva a tendência de aumento na proteção e regeneração da floresta tropical. No entanto, a ONG adverte que enquanto as florestas têm capacidade para recuperar mais rapidamente a sua cobertura vegetal, as populações de vertebrados que habitam essas matas podem precisar de muitas décadas para se recuperar totalmente.
Por fim, a WWF lembra que as florestas são essenciais para que metas globais de conservação da biodiversidade sejam atingidas e para combater as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável.
“As florestas são importantes depósitos de carbono, e as florestas tropicais são alguns dos habitats com maior biodiversidade do mundo, contendo mais da metade das espécies terrestres do mundo. As florestas também fornecem outros serviços ecossistêmicos vitais, incluindo alimentos, medicamentos, materiais, purificação de água, controle de erosão e reciclagem de nutrientes. E mais de um bilhão de pessoas dependem das florestas para sua subsistência”, conclui o estudo.
(Com informações da Agência Brasil)

Inscrições para castração de animais abrem nesta quarta-feira 2d1432

 

Foto: Ari Teixeira/SMAMS PMPA

A Diretoria Geral de Direitos Animais (DGDA) abre nesta quarta-feira, 7, o a solicitações para a castração de cães e felinos (machos e fêmeas) que serão realizadas em agosto. Os interessados devem registrar protocolo pelo telefone 156 da Prefeitura de Porto Alegre, e os procedimentos serão realizados na Unidade de Saúde Animal Victória (Usav) da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams). A ação é voltada aos animais de famílias inscritas no Cadastro Único, mediante apresentação do Número de Identificação Social (NIS) ou Bolsa Família.
O agendamento será confirmado de acordo com a ordem de entrada dos protocolos. O solicitante será informado posteriormente sobre a data e o horário marcado para a realização da esterilização. O transporte dos animais até as instalações da Usav, na Lomba do Pinheiro (estrada Bérico José Bernardes, 3489), deve ser realizado exclusivamente pelos tutores, que deverão termo autorizando a castração.
Balanço – O mês de julho encerrou com um total de 427 animais castrados junto à Unidade de Saúde Animal Victória (Usav), totalizando 2.697 procedimentos neste ano, 26% a mais do que no mesmo período, em 2018. “A decisão de abrir as inscrições mensalmente reduziu significativamente o não comparecimento dos tutores”, destaca o gestor da DGDA, Bruno Wagner.
(Com informações do site da prefeitura de Porto Alegre)

Sebastião Pinheiro alerta para a "totemização do veneno agrícola" 5i6v6e

Em evento promovido pela Agapan, o ativista ecológico Sebastião Pinheiro foi aplaudido de pé por mais de 200 pessoas reunidas na noite de segunda-feira (25/3) no auditório da Faculdade de Arquitetura no campus central da UFGRS em Porto Alegre.
Após sua palestra sobre o poder dos agrotóxicos no Brasil e no mundo, o agrônomo de 72 anos autografou seu mais novo livro, que sintetiza em 600 páginas mais de 30 anos de estudos sobre a agroecologia, apontada por ele como o modelo alternativo à agricultura baseada na química.
Recheada de citações históricas, a palestra de uma hora se concentrou em demolir o que Pinheiro denomina “totemização do veneno agrícola” como solução científica para problemas do cultivo das plantas.
Na origem do totem, ele coloca o grupo petroleiro norte-americano Rockefeller, que trabalha até hoje, com sucesso, para difundir o uso de produtos químico na agricultura.
Outro grande totem é a Cargill, que controla 90% do fósforo existente no mundo. Fazem parte da lista dos totens as multinacionais de sementes, químicos e alimentos.
Segundo Pinheiro, o triângulo Natureza-Sociedade-Economia está desequilibrado pelo uso dos agrotóxicos e somente será sustentável, justo e viável com a prática da agroecologia. “Os agrotóxicos se tornaram o braço mais importante da indústria alimentar”, contaminada desde a origem dos produtos da terra.
Ele cita como primeira arma química o Temik, um formicida granulado vendido nas ruas do Rio de Janeiro no início do século XX como “chumbinho”.
Em 1961, quando a bióloga Rachel Carson denunciou os agrotóxicos organoclorados no livro “Primavera Silenciosa”, o presidente John Kennedy encomendou um estudo para saber se a denúncia era verdadeira.
Era: os agrotóxicos provocavam câncer. A própria Carson foi vítima deles. Sessenta fábricas de organoclorados foram desmontadas nos EUA e reconstruídas em outros países.
Em 1975 coube à Austrália liderar o controle de pragas agrícolas por via genética. Começou assim a produção de agrotóxicos cujas vítimas mais notórias, atualmente, são as abelhas. Para mostrar que o problema não está só em outros países, mas no Brasil (campeão mundial no uso de agrotóxicos), Pinheiro exibiu na tela um anúncio publicado na revista Veja em 1981.
Em uma página estava escrito que “o defensivo agrícola ajuda a combater a fome”, propaganda que se reproduz até hoje sob formas variadas.
“Atualmente”, diz o agrônomo, “há uma campanha atribuindo a morte das abelhas ao mau uso dos agrotóxicos pelos agricultores”. Na realidade, “os químicos usados nas lavouras, hoje, são 400 vezes mais potentes do que os da década de 70”.
Eles contaminam os solos, as plantas, os cursos d’água, os alimentos, as pessoas, os insetos… Os alimentos são menos saudáveis, mais perigosos.
“É necessário rebelar-se. Não se pode ter medo dos totens criados pela indústria com a ajuda da propaganda”, diz Pinheiro, salientando que “não estamos preparados para discutir os totens”, mas alguma coisa tem que ser feita, furando o bloqueio com a guerrilha verbal, o esclarecimento, o debate, a denúncia.
No momento está se discutindo o uso do 2,4D. “Em São Paulo foi criado um grupo de trabalho para provar que esse produto não é tão grave”,  denunciou Pinheiro. No ano ado, esse veneno provocou a morte de abelhas e danificou vinhedos no pampa riograndense. Segundo Pinheiro, ele vai aparecer nos vinhos, como aconteceu na Austrália.
Outra discussão paralela envolve o glifosato, herbicida usado em toda lavoura de soja. Segundo Pinheiro, está provado que esse produto afeta o sistema imunológico dos animais. Em consequência, há estudos indicando que a população dos Estados Unidos está sendo afetada de várias formas e seus reflexos vão aparecer mais agudamente no futuro – maior índice de autismo e esterilidade entre outros problemas.
Diante da morte das abelhas pelos neonicotinóides (inseticidas de última geração) aplicados na soja, chegou-se à derradeira etapa do envenenamento do meio ambiente com danos diretos sobre as abelhas, que fazem mel e polinizam as plantas, ao lado de outros insetos menos observados. Por isso, Pinheiro acredita que chegou a hora de apostar na agroecologia. “No México há um curso de agroecologia há 25 anos”, diz ele, citando outros exemplos na Africa, na Asia e na América. Solos estressados podem ser recuperados com farinha de rocha. Há os biofertilizantes, o viés orgânico da agricultura, o processamento natural de grãos como a soja que, fermentada, oferece inúmeras opções na Asia.
Quem diria, o agrônomo panfletário dos anos 1970, “encostado” no Ministério da Agricultura por rebeldia inconveniente, tornou-se um pregador imbuído de certa esperança.
APISBIO
Enquanto Sebastião Pinheiro autografava seu livro, o presidente da Agapan, Francisco Milanez, cedeu o microfone para José Renato Barcelos, professor de Direito que faz parte do conselho da APISBIO (Articulação para a Preservação da Integridade dos Seres e da Biodiversidade), entidade a ser fundada na quinta-feira, durante evento pró-abelhas em Mata, RS. “Nós vamos judicializar a mortandade das abelhas”, avisou Barcelos, lembrando que os relatos, manifestações e denúncias formalizados no evento de Mata serão transformados num documento a ser entregue ao Ministério Público Estadual.