2014: Vai faltar um capítulo nas retrospectivas da imprensa 281m5g

Nas resenhas noticiosas sobre o que aconteceu de relevante em 2014, vai faltar, com certeza, um capítulo essencial para se “ler” o quadro político brasileiro: a atuação da própria imprensa ou mídia, entendida aqui  como o conjunto das grandes corporações familiares, detentoras de concessões de rádio e tevê que dominam o espectro  e proprietárias de jornais e revistas que tomam conta das bancas. Para dar nomes: Globo, Abril, Estadão, Folha de São Paulo e afiliadas e alinhadas. Em poucos momentos esse conjunto de empresas teve um alinhamento tão grande tão equivocado  em torno de questões essenciais. Para ficar em 2014, começa na omissão quanto aos 50 anos do golpe militar. Podia promover um grande debate. O que foi o golpe, o que foi a ditadura, o que está claro, o que falta esclarecer – debate crucial para entender a democracia que temos. Limitou-se a  algumas “ produções especiais”, cuja profundidade, diria Nelson Rodrigues, “uma formiguinha atravessa com a água na canela”. Houve exceções, que só confirmam a regra, altamente insuficientes. A má vontade com a Comissão Nacional da Verdade completou o quadro da omissão de liberada. Depois a aposta no fracasso da Copa do Mundo. Aí foi vexame, porque quando entrou a grana dos patrocínios tudo virou maravilha. Nos dois casos,o desinteresse ou a má vontade da imprensa tinha tudo a ver com o interesse e a vontade da mídia de ignorar ou acicatar o governo de Dilma Roussef. Em relação à Dilma, na verdade, a imprensa perde as apostas desde que seu nome vazou, como a provável  “candidata de Lula”, lá em 2008. A primeira avaliação que os “colunistas bem informados” fizeram : seu nome não aria no crivo do PT, ela vinha do trabalhismo estava no PT por conveniência. Depois, quando o PT aprovou Dilma como candidata, disseram que era políticamente inviável. Sem jogo de cintura, agredia as pessoas, nunca subira num palanque. Ia ser um desastre. Quando ganhou a eleição… seria um poste, um  boneco  de Lula. Enfim, chegam as eleições de 2014. Como nunca, em 2014, a mídia aposta contra Dilma, contra Lula, contra o PT. Abraça a candidatura de Campos, Campos morre, abraça Marina, Marina não vai… abraça Aécio Neves e aí, diga-se, foi decisiva para o desempenho  eleitoral que ele teve, muito acima de seu cacife.  Mas perdeu e a mídia foi a principal derrotada  porque jogou sua credibilidade em certas jogadas.. Como não tinha jeito, Dilma estava eleita, começou a  namorar o impeachment. Viu logo que era fria. Agarrou-se ao Petrolão certa de que ali está o fio que vai levar ao gabinete da presidente. Já perdeu o primeiro embate, ao tentar derrubar Graça Forster da presidência da Petrobrás. Mandou os escrúpulos às favas para conseguir isso, mas perdeu. Como será 2015?. 4n6t4e

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