Guilherme Kolling Na tarde de uma segunda-feira ensolarada de julho, o comércio na avenida Osvaldo Aranha era um contraste. De um lado, lojas com liquidações de inverno, gente ando em frente às vitrines a todo momento, e até uma fila de candidatos a emprego numa ferragem. Ali em frente, no Parque da Redenção, jazia o Mercado Bom Fim, quase as moscas. Das 25 lojas do local, nada menos que treze estavam fechadas. E o movimento era fraco nas abertas. É um problema e ao mesmo tempo uma grande oportunidade para a Prefeitura redefinir um projeto para o local. Mesmo num ponto nobre, o centro de compras reaberto há cinco anos não deslanchou. Agora, uma dezena de espaços do Mercado estão com a permissão de uso vencendo. Outros quatro são ocupados por projetos do Município. E alguns não funcionam há meses. Cabe à Secretaria da Produção, Indústria e Comécio (Smic) escolher a futura utilização do prédio. w5s32
O executivo da Smic, Idenir Cecchim, desde o início do ano fala em criar um mix de lojas para dar nova cara ao Mercado. “Temos que ver o tipo de comércio e serviços que as pessoas querem. Devemos atender o maior número de pessoas possível”, prevê.
“O projeto é que não haja mais entrada pelos fundos, criando mais os pela frente, sem grandes transformações arquitetônicas. Já temos interessados em instalar restaurantes temáticos. Mas primeiro temos que limpar a área, senão os investidores não aparecem”, justifica.
O secretário diz que esbarrou em liminares na Justiça, como a do Bar Escaler, e que está negociando com atuais permissionários. Cecchim já adiantou que não pretende renovar a permissão de uso dos bares, que em alguns casos afastam o público.
Seu próximo o é abrir licitação para os espaços vazios. Outra proposta é promover a idéia de o porto-alegrense ar o dia no local. “Primeiro, o visitante olha as lojas, leva a criança no parquinho de diversões, almoça no Mercado, depois eia, toma um café. Vamos fazer um link entre as atrações”, projeta.
Um dos comerciantes mais tradicionais do ponto, Antenor Guerra, do Luar Luar, sugere a diversificação de atividades, exemplificando com dois ramos – restaurante e florista – que, na visão dele, “já tem demais”.