Higino Barros Mostrando que, apesar da crise no mercado editorial brasileiro, ainda há espaço para livros que falem de personagens locais, os jornalistas Roger Lerina e Márcio Pinheiro lançam nesta quarta-feira, dia 31, obra que narra a trajetória de um dos mais importantes e folclóricos produtores fonográficos do Rio Grande do Sul. “Ayrton Patineti Dos Anjos – Lembranças, sons e delírios de um produtor musical”. Segundo material da editora Plus, “é um texto divertido e informativo, escrito por dois dos mais conhecidos e talentosos jornalistas da área cultural gaúcha”. O lançamento ocorrerá no Chalé da Praça XV, área central da capital gaúcha, das 18h30 às 23h30. Haverá venda de livros no local e sessão de autógrafos. E a promoção: quem comprar um exemplar do livro ganha um chopp. O jornalista Márcio Pinheiro, um dos autores da obra, respondeu por escrito, à três perguntas do JÁ: JÁ- O que caracteriza o livro? Márcio Pinheiro: Na minha opinião, a ideia central é contar a partir de um personagem a história de boa parte da vida de Porto Alegre dos últimos 60 anos. Emissoras de rádio, gravadoras, comunicadores, empresários, artistas, lojas, shows, festivais… Patineti é um pouco disso tudo. Porto Alegre é uma das minhas obsessões e fazer este livro foi poder (re)visitar temas, locais e personagens que muito me agradam. Pergunta: A trajetória do Patineti não sinaliza ou é fruto de uma época de uma indústria cultural ada. Ou seja, não há mais lugares para visionários como ele. Ou não? Resposta: Como dois arqueólogos, eu e o Roger Lerina, meu colega de empreitada nessareconstrução do mito Patineti, partimos do mínimo para buscar o máximo – do pequeno osso isolado que iria nos permitir montar o imenso dinossauro. Dos relatos fornecidos por Patineti tentamos completar este quebra-cabeça que mistura pessoas, fatos, lugares e épocas. Foi exaustivo porém gratificante. Para uma pessoa múltipla demos um tratamento múltiplo. Os textos vão nessa linha errante tentando ar ao leitor a narrativa caótica tão típica do nosso personagem. Fiquei encarregado da primeira parte, lembrando a família, a infância, os primeiros os, os auditórios, os estúdios e por aí afora – com especial destaque para o surgimento e a proximidade com Elis Regina, tão importante na vida de Patineti. Cronologicamente, acompanho Patineti até a segunda metade dos anos 60. A partir daí, o piloto dessa patinete atômica é Roger Lerina, que narra os indizíveis anos 70, Califórnias, festivais, festas, Renato Borghetti, gravadoras e muito mais. Pergunta: Quanto tempo levaram? Resposta: Levamos todo esse ano de 2008, entre entrevistas, textos e escolha de fotos, e edição final. 1u31y