A Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável da Assembléia Legislativa do RS, discutiu em audiência pública, nesta quarta-feira, 24/11, as condições do Aeroporto Internacional Salgado Filho para enfrentar o movimento de fim de ano. Estão sendo investidos R$ 800 milhões em melhoria no aeroporto, construído há dez anos mas que já não dá conta do movimento de ageiros que cresce sem parar. Em 2003, aram pelos terminais do Salgado Filho 2,0 milhões de ageiro. No ano ado foram 5,6 milhões. Este ano, até outubro já superaram os 5,4 milhões. Segundo os representantes do Governo do Estado, as obras estão em dia, o que já não acontece com o projeto de ampliação da pista de pouso. A pista vai ganhar mais um quilômetro de extensão, mas para isso precisam ser removidas três mil famílias de duas vilas que ocuparam irregularmente a área. Até o momento foram removidas 450 famílias, a previsão é remover mais 100 famílias até dezembro. – Não é uma questão tão simples, tivemos problemas na aquisição de áreas, é uma engenharia própria, civil e social, complexa, por tratar-se de pessoas instaladas há um bom tempo – explicou o secretário de Gestão, Newton Baggio. O presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Nelcir Tessaro, manifestou preocupação com os prazos para a remoção das famílias, avaliando que no ritmo em que está não se terá a obra pronta para os eventos da Copa 2014. O presidente da Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos ageiros, Cláudio Candiota Filho, disse que o caos aéreo é previsível e não vem de hoje. – O sistema está com câncer e de tempos em tempos vemos espasmos – afirmou. Ele criticou o “loteamento de cargos” que diz ocorrer hoje na Infraero e na Agência Nacional de Aviação (Anac). Conforme Candiota, o problema começou quando a Infraero foi transferida para o Ministério da Defesa, que, segundo ele, “não entende nada de aviação” . – A Infraero foi a primeira vítima. Desde então, não se teve mais um responsável técnico, ela virou alvo do loteamento de cargos – disse. O diretor do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, Leonel Leandro Soares Montezana criticou a imprevidência. Disse que o aeroporto foi construído há apenas dez anos, mas já não dá conta da demanda. Do ponto de vista dos trabalhadores, disse que não há vestiário, nem local para alimentação, nem segurança, e os salários estão defasados. – Falta planejamento, falta fiscalização, a pressão sobre os colegas é enorme – disse. O vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens, Danilo Martins, relatou problemas de gestão no aeroporto e o “jogo de empurra” de responsabilidades que tem ocorrido. (Com informações da Assembléia Legislativa do RS) 60h3s