Araújo Vianna pode abrigar estacionamento subterrâneo 4j106p

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Querem construir um estacionamento embaixo do auditório (Foto: Arquivo/JÁ Editores)

Naira Hofmeister

Quase um ano depois da polêmica concessão do Araújo Vianna para a iniciativa privada, o arquiteto responsável, Moacir Moojen, trabalha um projeto que promete ainda mais debates: um estacionamento subterrâneo.

Previamente aprovada pelas secretarias do Meio Ambiente, Esportes e Cultura, a proposta está sob análise da Gestão e será submetido a um Estudo de Viabilidade Urbana (EUV).

Não há estimativas de custos, mas Moojen arrisca que não baixa de R$ 15 milhões. “Seria excelente não apenas para o auditório, qualificaria o público do Ramiro Souto, facilitaria as compras no Brique e seria uma solução para todo o bairro que sofre com a falta de vagas”, argumenta.

Se aprovado o EVU, o estacionamento seria oferecido para exploração comercial. “Poderia inaugurar uma era em Porto Alegre, a exemplo de cidades como Buenos Aires, Paris e Portugal”, empolga-se o Secretário de Cultura, Sérgius Gonzaga, já pensando no Mercado Público.

Araújo: prazo não começou a contar

Anunciada em abril de 2007, a concessão do Araújo Vianna estava vinculada a uma reforma de R$ 7 milhões que incluía cobertura em madeira e vedação acústica, exigida pela Justiça.

A vencedora da licitação, Opus Promoções, disse que já tinha apoiadores e que em 18 meses o auditório estaria reaberto. Mais da metade do tempo ou, mas o prazo continua intacto. “Só começará a contar no início da obra”, assegura
o titular da Cultura, Sérgius Gonzaga.

Ele tenta afastar a hipótese de que o atraso se dá por falta de patrocinadores. “O projeto está sofrendo detalhamentos para que sua execução seja impecável”, argumenta. As especificações técnicas não devem elevar o custo da obra, acredita Moojen. “Mas questões que não estavam previstas podem ser necessárias”, avisa.

A situação causa um ime: enquanto o município quer que a reforma comece antes mesmo do estudo final, Carlos Konrath, presidente da Opus Promoções, alega que não pode exigir dos parceiros comerciais o início de uma obra de risco.

Para o arquiteto responsável pelo projeto, a cobertura de lona já poderia ser retirada para firmar as novas bases do teto definitivo. “A construção pode ser em várias frentes”, instrui Moojen.

Resultado de três anos de abandono

O entorno do Araújo Vianna está sendo ocupado por atividades ilegais. O tráfico de drogas – problema antigo – é explícito e chegou ao limite. “Num domingo de manhã um rapaz me abordou para saber a quanto eu estava vendendo a maconha”, relata Sérgius Gonzaga.

Acertos de contas entre traficantes também viraram rotina. E quem insiste em utilizar a área reclama de tarados que praticam atos obscenos atrás das árvores.

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