Artistas protestam contra abandono da cultura 5g3x5o

Adriana Lampert Empunhando cartazes, rufando tambores e repetindo a frase: “Burrocratas da Cultura: se não têm o que fazer, demitam-se!”, quase uma centena de artistas do Movimento de Grupos de Investigação Cênica protestaram nas ruas do Centro de Porto Alegre na tarde de terça-feira (06) pelo que consideram a total falta de projetos culturais tanto por parte do Município, como do Estado e União. A manifestação começou às 13h, só terminando por volta das 17h, após o grupo ter ado pela Secretaria Estadual de Cultura (Sedac), Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A marcha partiu do Museu do Trabalho, seguindo pela Rua dos Andradas até a Esquina Democrática. Lá, o grupo vestido com pijamas, estendeu colchonetes para tirar uma soneca. Caras pintadas, perucas, pantufas, chupetas e narizes de palhaço foram os órios usados para o figurino principal. Ocuparam todo o eixo central da Esquina, e foram rodeados de curiosos, fotógrafos, repórteres e câmeras de televisão. Usando microfones, explicaram que a manifestação chamada “Dia de Imobilização da Cultura” pretende chamar a atenção da opinião pública e dos órgãos responsáveis. “O que vemos é um cenário de total inércia. Não há iniciativa dos funcionários para a criação de projetos na área cultural, tanto a nível municipal, como estadual e federal”, reclamou o diretor do Depósito de Teatro, Roberto Oliveira, quando o grupo chegou à Sedac e foi recebido pelo secretário Victor Hugo, que está substituindo Roque Jacoby na pasta estadual da Cultura. O diretor de teatro Jessé Oliveira entregou ao secretário substituto uma carta onde o Movimento solicita uma reunião com o titular da Secretaria. A proposta é apresentar questionamentos e sugestões, promovendo uma discussão sobre a política cultural no Estado. As principais reclamações são a inexistência de projetos e o descaso por parte do Instituto Estadual de Artes Cênicas (Iacen). Entre as exigências, querem a transparência no processo de seleção da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) e a implementação do Fundo Estadual da Cultura. Após o protesto, os artistas saíram do prédio da Sedac com a promessa de que o secretário Roque Jacoby irá atende-los na sexta-feira ( 09 ), às 11h. Na Casa Torelly, o grupo entregou a mesma carta à secretária adjunta Ana Fagundes. As principais reivindicações giram em torno do projeto de Descentralização da Cultura (que promove oficinas de arte nas periferias) e do Fumproarte. Os 23 projetos em andamento pelo Fumproarte estão esperando as verbas que deveriam ter saído em julho, e que estão previstas somente para o final do ano. “Não existe nenhuma lei que responsabilize o Município pelo descumprimento do contrato. Mas se o proponente não cumprir o previsto, é punido”, ressalta Inês Hubner, da Comissão de Proponentes do Fumproarte. A atriz Sandra Possani diz que está havendo um desmonte na cultura municipal. “Os oficineiros da Descentralização foram dispensados sob a alegação de que a Prefeitura não tem dinheiro para pagar os cachês”, observou. Deitados na sala de recepção da Casa Torelly, os artistas ouviram de Ana Fagundes algumas explicações. “Concordo com a maior parte do que vocês reivindicam. Mas realmente não temos condições de implantar nada no momento. Não tem verba”, argumentou a secretária adjunta da Cultura municipal. No Iphan, os artistas também entregaram a mesma carta. Quem recebeu o grupo foi Rosana Dalsasso, representante do ministro Gilberto Gil. “Dormindo” na sala de recepção do Instituto, reclamaram do descumprimento de promessas do Ministério da Cultura, incluindo editais que não foram realizados e reivindicando os R$ 30 milhões para o setor anunciados pelo ministro Gilberto Gil no início do mandato. Também cobraram aumento para 2% do Orçamento da União destinados à Cultura. 3r6nz

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