cleber dioni tentardini O Ministério Público do Rio Grande do Sul e a empresa Taurus S.A. participaram nesta segunda-feira à tarde da reinauguração do bromeliário do Jardim Botânico de Porto Alegre, que foi restaurado com parte dos recursos provenientes de uma multa ambiental aplicada à fabricante brasileira de armas. A arquiteta Rosa Maria Pacheco, da Fundação Zoobotânica, diz que foi substituído o telhado, restauradas as estruturas de ferro, de concreto e das mesas, e foram feitas pinturas em geral no bromeliário. A bióloga Andréia Carneiro, curadora das coleções do JB, mesmo distante por estar em viagem de férias, comemorou a reinauguração do espaço. “Essa casa de vegetação, como qualquer outra, necessita de manutenção constante. Após cada chuva forte devemos fazer uma investigação sobre o estado do telhado e fazer os reparos devidos. Estávamos em uma situação muito ruim, quase sem telhado, o que estava prejudicando muito o estado das plantas nele abrigadas, muitas raras e ameaçadas de extinção. Tivemos algumas perdas nesse período. E foi numa das visitas do MP às coleções que essa situação foi mostrada à promotora Ana Marchesan e ela nos ofereceu ajuda. De modo que foi assim que temos um bromeliário “novo”, vibrou. O bromeliário abriga 726 plantas, onze gêneros nativos do Estado, 115 espécies nativas, 479 os de plantas nativas e 26 espécies de bromélias ameaçadas de extinção. Bromeliário foi todo restaurado/Divulgação O ato celebrou também a entrega de vários equipamentos à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e o anúncio da construção de uma nova casa de vegetação, que abrigará orquídeas, samambaias, entre outras plantas. As obras começam em março. A multa revertida em benfeitorias ao JB e na compra de materiais para a Fepam resultam de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre e a Taurus, devido a um acidente em sua unidade na Capital que provocou contaminação do solo. Promotora Ana com a supervisora de meio ambiente e o advogado da Taurus/Cleber Dioni Segundo o advogado Neandro Bagatini Lazaron, representante da empresa, dos cerca de R$ 200 mil da multa, foram gastos R$ 25,9 mil no Bromeliário, R$ 79,6 mil na aquisição dos equipamentos para a Fepam e serão aplicados R$ 95 mil na nova casa de vegetação. A promotora de Justiça Ana Maria Marchesan agradeceu a sensibilidade da Taurus, que não criou obstáculos e compreendeu a importância de converter a multa em uma ação socioambiental na fundação. “Eu queria ver também o governador aqui, porque quem visita esta fundação valoriza muito mais o trabalho que é feito pelos pesquisadores e técnicos na conservação da biodiversidade do Estado”, afirmou a promotora, ressaltando que em 120 dias deve ocorrer a inauguração do outro espaço. Presente à solenidade, a secretária estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA), Ana Pellini, observou que em nenhum momento o governo do Estado subestimou o trabalho da Fundação Zoobotânica, e que nunca pensou em vender, doar, destinar ou fechar o Jardim Botânico e o museu. “Sem recursos nem para pagar os salários em dia, estamos reorganizando a estrutura da SEMA para absorver esta incumbência, que é importante, e certamente colada ao lado do trabalho de planejamento ambiental da SEMA e do licenciamento e controle ambiental que a Fepam tem, tudo isso vai potencializar o seu objetivo, e que o serviço essencial continue sendo feito, sempre voltado para a atividade finalística, já que não temos dinheiro para as atividades meio”, finalizou a secretária. Confira nas fotos como o bromeliário estava antes das reformas. 6u102g
Categoria: Fundações u3d2u
Coleções da Zoobotânica somam mais de 600 mil exemplares da fauna e flora nativas 5f3d44
Cleber Dioni Tentardini
Mesmo diante das ameaças e boicotes que vem sofrendo do governo do Estado, desde 2015, a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB/RS) completa 45 anos no dia 20 de dezembro em pleno funcionamento, com diversas pesquisas em andamento, inclusive para o Executivo estadual, e com um bom motivo para comemorar: suas coleções alcançaram a marca dos 609.445 exemplares, grande parte representativa da fauna e flora riograndenses. Esse número foi computado no início de dezembro.
O Museu de Ciências Naturais e o Jardim Botânico possuem o maior acervo de material-testemunho da biodiversidade dos ecossistemas terrestres e aquáticos do Estado. Há exemplares também de outros estados e países, a maioria doada.
O Parque Zoológico, outra instituição vinculada à FZB, possui mais de mil animais nativos e exóticos, de mais de cem espécies, mas não são considerados como coleções científicas.
Pesquisadores e estudantes de graduação e pós, de instituições do Brasil e do exterior, visitam constantemente a instituição para examinar os acervos. Por vezes, as visitas de especialistas revertem na revisão das informações, imprimindo atualidade às coleções, com os novos estudos publicados.
Além da quantidade, a qualidade das coleções é outro fator que chama a atenção dos pesquisadores. Acervos conservados, atualizados e devidamente identificados frequentemente rendem elogios aos especialistas e técnicos, ambos indissociáveis das coleções.
Afora as coleções históricas, todas as demais são vivas, ou seja, perdem e também recebem materiais novos para estudos e catalogação, necessitando de curadoria permanente. Os acervos não são estáticos, ao contrário, estão em movimento, portanto, necessitam da supervisão dos especialistas.
Só que nos últimos dois anos todo esse patrimônio vem sendo ameaçado, com o fantasma da extinção e a demissão dos pesquisadores, técnicos e demais servidores, o chamado patrimônio imaterial.
O governo do Estado alega que as coleções serão readas para a responsabilidade da Secretaria de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a SEMA, que istrará uma página na Internet com todo o banco de dados da FZB. No entanto, os próprios funcionários da SEMA já itiram inúmeras vezes que não têm capacidade de absorver esse trabalho nem a qualificação necessária para manusear as coleções. A Fepam também já emitiu nota no mesmo sentido.
“O fato é que o patrimônio material da Zoobotânica não sobrevive sem a gestão dos especialistas, mestres e doutores em diversas áreas, com conhecimento científico acumulado (…) Esse corpo técnico extremamente qualificado mantém a instituição viva e capaz de nutrir o Rio Grande do Sul com informações sobre a biodiversidade, patrimônio paleontológico, patrimônio genético, dentre outros bens culturais e ambientais de suma relevância para a preservação da vida humana, animal e vegetal”, apontaram na ação civil pública as promotoras de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre, do Ministério Público Estadual. “E sentenciaram: “a descontinuidade dessas atividades acarretará terríveis consequências do ponto de vista científico para o Rio Grande do Sul”.
O biólogo Ricardo Ott é o curador das coleções de aranhas, escorpiões, minhocas e similares, estrelas do mar e ouriços (equinodermos), lacraias, piolhos de cobra etc (miriápodos). Trabalha há 15 anos no Museu de Ciências Naturais e afirma sem titubear: “Deixar uma coleção sem curadoria e disponível somente pela internet é condená-la à inutilidade.”
Ott exemplifica que a cada ano são publicados mais de dois mil trabalhos só em taxonomia de aranhas. Esse material precisa não só de manutenção física, mas também da manutenção científica, que só um especialista, no caso o curador, tem capacidade de atualizar.
“Nós temos 60 mil lotes com exemplares de aranhas que chegam em torno de 200 mil e cerca de 1.100 exemplares-tipo, que servem de referência para identificação de espécimes. A toda hora são feitas descrições, revisões e outras pesquisas que têm de ser estudadas pelos especialistas”, observa.
A maioria dos exemplares destas coleções foi coletada na década de 1960, mas existem alguns bem mais antigos, como uma aranha recolhida na Itália em 1906 e doada à FZB pelo Museu de Viena.
E seu trabalho não resume por aí. Ricardo tem pós-doutorado na Austrália e é uma das referências para consultas do CIT – Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul – órgão do governo do Estado. E, por vezes, é co-orientador de alunos de iniciação científica e de cursos de mestrado e doutorado.
O setor recebe entre 150 e 200 consultas por ano do CIT, para identificar espécies principalmente de aranhas e escorpiões, a fim de que os profissionais possam ar as orientações adequadas à população sobre prevenção e tratamento contra picada de animais peçonhentos.
“Nossas coleções têm de estar muito bem atualizadas. Agora mesmo estamos estudando um ácaro. No controle de pragas, por exemplo, alguns gêneros de ácaros foram revistos pelos taxonomistas e hoje se sabe que o mesmo bicho de pessegueiro não é o de macieira. Então, o técnico é instruído para que não coloque veneno na macieira nessa época do ano porque tal espécie de ácaro só se reproduz em outra estação”, completa Ott.
Coleção de mamíferos, uma das principais do país
As biólogas Márcia Jardim e Tatiane Trigo são as curadoras da coleção de mamíferos do Museu de Ciências Naturais. É o Setor de Mastozoologia, que possui uma das principais coleções do Brasil e tem um acervo bastante representativo da fauna gaúcha, além de ter exemplares de outros estados e de países vizinhos como Uruguai e Argentina.
A coleção tem cerca de quatro mil exemplares e é formada, em grande parte, por morcegos, roedores e carnívoros. Mas há, por exemplo, esqueletos de baleia, rinoceronte, hipopótamo e até de leão e tigre.
Concomitante ao trabalho de curadoria e de supervisão dos estudantes e pesquisadores, as biólogas frequentemente saem a campo para subsidiar planos de manejo de áreas protegidas e programas de conservação de espécies ameaçadas. Na semana ada, estavam realizando pesquisas na Área de Proteção Ambiental (APA) do Banhado Grande, que abrange parte dos Biomas Pampa e Mata Atlântica e ocupa 2/3 da bacia hidrográfica do rio Gravataí. Localiza-se entre os municípios de Glorinha, Gravataí, Santo Antônio da Patrulha e Viamão.
A APA foi criada em 1998 para proteger os banhados que formam o rio Gravataí: Chico Lomã, Grande e dos Pachecos. E ainda o Refúgio da Vida Silvestre Banhado dos Pachecos, unidade de conservação de proteção integral.
Esse trabalho teve origem num convênio com o governo do Estado e envolve pesquisadoras da SEMA e diversos setores de pesquisa da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.
Márcia é doutora em Ecologia, com ênfase em primatologia. Ingressou na FZB em 2001 e faz a curadoria da coleção desde 2003. “A identificação e manutenção requer conhecimento e muitos cuidados, como controle de temperatura, umidade, a preparação correta da pele e do esqueleto, desde a sua entrada, para que fique à disposição dos pesquisadores”, afirma.
A bióloga chama a atenção ainda para os cuidados com o material genético, os tecidos, que ficam íveis para pesquisas em biologia molecular. “Aqui, também é fundamental a presença do curador a fim de acompanhar e orientar os pesquisadores”, reforça.
Tatiane, bióloga da FZB desde 2014, doutora em Ecologia pela Universidade Federal, é especialista em genética de conservação e ecologia de felinos silvestres. Ela destaca a capacitação dos servidores e o caráter público das coleções do Museu de Ciências Naturais, garantindo o fácil dos pesquisadores.
“Desde que o animal entra aqui, é feita a identificação, depois a preparação, que é lenta, porque tem que saber lidar com a pele, o esqueleto, a fim de que ele fique nas condições ideais pra que possa ser estudado. A gente procura ter a maior quantidade de informações sobre o animal, que se torna parte do material testemunho da fauna de mamíferos do RS. Há exemplares, por exemplo, de onça pintada com ocorrências em outras regiões do Estado, ao contrário do que se verifica hoje, cuja espécie está delimitada ao Parque Estadual do Turvo, portanto um animal extremamente ameaçado”, adverte Tatiane.
Coleção científica fornece diversas informações
A Fundação Zoobotânica guarda também toda a diversidade de anfíbios do Estado. O curador da coleção, que possui 14 mil exemplares, é o biólogo Patrick Colombo, na instituição desde 2014.
“Eu costumo dizer que uma coleção científica é como uma biblioteca porque cada exemplar, cada indivíduo tombado equivale à informação que tem num livro. Esses indivíduos guardam informações adas e presentes. A gente consegue saber através de dados de uma coleção se uma área já foi degradada, que espécies ocorreram nessa área, e, através dessas informações, se consegue traçar mapas de distribuição de espécies e planos de conservação, assim como de educação ambiental”, descreve o biólogo.
Colombo, que é mestre em Ecologia e doutor em Zoologia, alerta que é um equívoco achar que uma coleção guardada não precisa do especialista. “Dependendo da coleção, precisa de cuidados diários porque são materiais supersensíveis, especialmente os anfíbios que têm a pele sensível e tem toda uma peculiaridade fisiológica. Então, tem que manter a coleção em perfeito estado de conservação e bem identificada”, diz.
Colombo caracteriza uma coleção sem curador como abandono. “Não tenho a menor dúvida de que se isso acontecer na fundação, as coleções vão estragar em pouco tempo e vai se perder tudo”, critica o biólogo.
Sua colega, Rosana Senna, diz que as coleções são indissociáveis dos especialistas. “Infelizmente, as pessoas que tomam decisões não imaginam o valor inestimável dessas coleções, desconhecem que não existe a menor possibilidade de deixar alguém cuidando de uma coleção, sem conhecimento taxonômico para fazer o manejo e a atualização”, alerta.
A bióloga, que é uma das curadoras da coleção de plantas vasculares no Herbário Prof. Dr. Alarich R. H. Schultz (HAS), do MCN, adverte que manter um fichário na internet ajuda bastante para fazer uma triagem, mas os pesquisadores que vêm de fora têm que ter o à coleção bem conservada e apta para o manuseio e, para isso, o curador tem que mantê-la atualizada.
Os herbários são coleções científicas de plantas, essenciais para diversas áreas de estudo como taxonomia, sistemática, biogeografia, ecologia, biologia da conservação, genética, evolução, farmácia e medicina, entre outras.
Outro curador das coleções do HAS é o biólogo Martin Molz. Especialista na flora arbórea e ecologia de florestas, Molz tem pós-doutorado no Centro de Ecologia da UFRGS, é taxonomista e tem interesse especial na conservação de plantas lenhosas, com destaque para a família das plantas com flor (Myrtaceae). Tem experiência em ecologia de comunidades, invasões biológicas, biodiversidade, biogeografia e conservação, em diferentes biomas e formações vegetais no RS e no Brasil.
Pesquisador do Museu de Ciências Naturais desde 2014, Molz observa que um herbário documenta historicamente os conceitos de especialistas que estudaram os espécimes no ado, permitindo planejar onde devem ser feitos novos esforços de pesquisa em regiões pouco investigadas.
“A partir dos registros existentes é possível estudar as épocas de floração e frutificação de espécies. Os herbários documentam onde as plantas cresciam ao longo do tempo, permitindo identificar espécies invasoras, mudanças climáticas, destruição de hábitats; saber quais plantas crescem com outras espécies de plantas; além de fornecerem material para observações microscópicas, análises de DNA, análises químicas (poluição etc), ensino de botânica e ecologia, estudos de expedições (história da ciência)”, enumera o biólogo.
Segundo Molz, só em 2017, o HAS teve mais de 3,5 milhões de os aos dados já disponibilizados online. O herbário abriga mais de 200 espécimes-tipo e importantes coleções de plantas.
Uma das coleções mais representativas no HAS é a de Myrtaceae, família da jabuticabeira, da pitangueira, do araçá e da goiaba-serrana. É a maior coleção do Rio Grande do Sul e mesmo com a intensificação do trabalho de curadoria e de pesquisa seu potencial ainda não é totalmente conhecido.
“Aí entra a importância da atividade de curadoria, que é altamente especializada, pois requer conhecimento geral de muitas áreas da biologia e de diferentes grupos de plantas, as quais possuem muitas formas de vida e desenvolvem-se nos mais distintos hábitats, como florestas, campos, afloramentos rochosos etc. Um curador precisa entender de sistemas de classificação de plantas, atrair especialistas para revisar e qualificar os materiais do herbário, fazer permutas com outras coleções, captar recursos, além de organizar e realizar expedições científicas para coletar novos registros, incluindo espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção e algumas vezes espécies desconhecidas para a ciência. Coleções podem guardar raridades e/ou espécies desconhecidas e é o “olho” do curador ou dos especialistas que visitam a coleção que consegue encontrar tais espécimes”, ensina Molz.
Modelo no país, Jardim Botânico mantém banco de sementes de espécies ameaçadas
As 27 coleções do Jardim Botânico de Porto Alegre somam 4.344 exemplares, incluindo espécies ameaçadas, raras e endêmicas (que só se encontram no Estado); e coleções especiais, representativas da flora nativa. Há 2.250 espécimes arbóreas, mais de 750 espécimes de orquídeas e mais de 620, de bromélias.
Dentre essas variedades, estão preservadas ali 97 espécies ameaçadas de extinção entre bromélias, cactos, orquídeas, espinilhos, araucárias e outras. Constam nas coleções do JB, por exemplo, a espécie de orquídea Cattleya intermedia, o cacto Parodia neohorstii, espécie endêmica da Serra do Sudeste, no Estado, a Callisthene inundata, árvore endêmica da Serra, e a Dyckia marítima, espécie de bromélia que ocorre no Litoral Norte do RS.
Entre as espécies raras, estão protegidas árvores como o Butiá yatay e o Podocarpus sellowii.
O Jardim Botânico está registrado na Agenda Internacional de Jardins Botânicos do Botanic Gardens Conservation International (BGCI), o que facilita a captação de recursos para pesquisa. Se não for preservado nas suas atuais condições, segundo a bióloga Andréia Carneiro, curadora das coleções do JB, provavelmente vai perder o registro, com prejuízos irreparáveis para conservação da biodiversidade no Estado.
A sua colega, a bióloga Rosana Farias Singer, doutora em Biologia Vegetal, trabalha há cinco anos no Jardim Botânico. Ela lembra que, além das coleções arbóreas e envasadas, há também o Banco de Sementes do JB, ameaçado de ficar sem pesquisadores e na iminência de encerrar as atividades de análise fisiológica e morfológica de sementes de espécies arbóreas e arbustivas nativas do Rio Grande do Sul.
O Laboratório de Análise de Sementes, do Banco de Sementes do JB, é o único no Estado que realiza essas funções, inclusive com as espécies ameaçadas.
“Sem especialistas, técnicos e jardineiros, não consigo vislumbrar a manutenção do Jardim Botânico. Não há a mínima condição de um único profissional ficar responsável pelas coleções, ou um pesquisador e um jardineiro, por exemplo. Porque o trabalho não é só dar água às plantas, elas precisam dos nutrientes, cuidados contra as pragas, o manejo correto, feito por pessoas qualificadas, sem isso é muito difícil das espécies sobreviverem”, completa Rosana.
Servidores comemoram 45 anos da FZB com exposições, bolo e resistência 3o1t4r
Cleber Dioni Tentardini
O anúncio da demissão de alguns funcionários da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, programada para janeiro, tornou menos festiva a realização no domingo (10/12) do Projeto Ciência na Praça, que comemorou o aniversário de 45 anos da FZB. Mas o tempo bom, a disposição dos servidores e estudantes e o interesse do público garantiram mais um sucesso do evento, coordenado pela educadora ambiental Laura Tavares.
Durante todo o dia, pesquisadores e estagiários aram informações sobre a flora e fauna nativa riograndenses. No final, teve bolo, servido inclusive aos visitantes, e o tradicional grito de guerra ”Não à extinção”, que há dois anos demonstra a resistência dos pesquisadores, técnicos, jardineiros e demais servidores para não deixar que acabem com toda a estrutura de conservação do meio ambiente. Confira as fotos do evento, tiradas por Rosana Senna e Mariano Pairet:
Servidores comemoram 45 anos da FZB com exposições, bolo e resistência 3o1t4r
Cleber Dioni Tentardini
O anúncio da demissão de alguns funcionários da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, programada para janeiro, tornou menos festiva a realização no domingo (10/12) do Projeto Ciência na Praça, que comemorou o aniversário de 45 anos da FZB. Mas o tempo bom, a disposição dos servidores e estudantes e o interesse do público garantiram mais um sucesso do evento, coordenado pela educadora ambiental Laura Tavares.
Durante todo o dia, pesquisadores e estagiários aram informações sobre a flora e fauna nativa riograndenses. No final, teve bolo, servido inclusive aos visitantes, e o tradicional grito de guerra ”Não à extinção”, que há dois anos demonstra a resistência dos pesquisadores, técnicos, jardineiros e demais servidores para não deixar que acabem com toda a estrutura de conservação do meio ambiente. Confira as fotos do evento, tiradas por Rosana Senna e Mariano Pairet:
Zoobotânica pode não ser extinta no governo Sartori 3r482b
cleber dioni tentardini
O advogado da Fundação Zoobotânica do RS, Christian Ozório Kloppemburg, disse nesta segunda-feira, 13/11, que a instituição pode não ser extinta no governo Sartori. A declaração foi feita durante debate promovido pela Agapan – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – na Faculdade de Arquitetura da UFRGS. O evento reuniu professores de institutos de Biociências de universidades gaúchas, representantes dos movimentos ambientais, servidores da FZB, e também o ex-presidente da instituição, José Alberto Wendel, e o ex-secretário municipal do meio ambiente, Beto Moesch.
Kloppemburg falou sobre a situação atual dos processos judiciais que visam preservar a Fundação Zoobotânica e das ações da Procuradoria Geral do Estado (PGE) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), que envolvem todas as fundações estaduais em risco de extinção.
A “Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)”, com pedido de liminar, da PGE, pede para restabelecer ato do governador gaúcho que extinguiu as fundações estaduais e suspender todas as ações trabalhistas ou cíveis ou qualquer outro tipo de ação que envolva a extinção dessas instituições de pesquisa e planejamento.
Segundo informou o advogado da FZB, na semana ada o ministro Gilmar Mendes optou por não julgar o pedido da PGE, mas submeter a decisão ao pleno do Supremo. Agora, todos os ministros em Brasília terão que deliberar sobre o tema.
“Esse processo está com a Advocacia-Geral da União, que tem prazo de dez dias úteis para dar um parecer. Depois, vai para análise da Procuradoria-Geral da República, que tem mais dez dias para apresentar seu parecer. Retornando da PGR, o processo vai para as mãos da presidente do STF, ministra Carmen Lúcia, e só ela pode pautar esse processo. Como o STF vai ter só mais uma sessão, no dia 5 de dezembro, o processo poderia entrar em pauta em fevereiro, no retorno do STF, o que eu acho pouco provável. É muito raro uma ação de descumprimento de preceito fundamental ser julgada em dois ou três meses. E se um dos ministros pedir vistas, aí interrompe o andamento até que ele se sinta preparado para dar seu voto. O prazo normal em um processo dessa natureza leva entre seis meses a um ano para ser julgado, no mínimo. Mas pode levar anos”, ressaltou.
Kloppemburg lembrou que liminares da Justiça do Trabalho impedem hoje o governo de demitir funcionários das fundações considerados ‘estáveis’, sem que tenham sido concluídas as negociações trabalhistas. No dia 7 deste mês, o governo do Estado deu o primeiro sinal de que os ventos não estão todos a seu favor. Integrantes da PGE voltaram a reunir-se com a Frente Jurídica em Defesa das Fundações, tendo como mediação o desembargador João Pedro Silvestrin, do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), para propor um Programa de Demissão Voluntária (PDV) a todos os servidores.
O advogado destacou ainda no evento da Agapan que há duas ações civis públicas, apresentadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, através da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, em tramitação na 10ª Vara da Fazenda Pública, do Foro Central, e que pelo menos uma delas, envolvendo o Museu de Ciências Naturais e o Jardim Botânico, deve ser julgada ainda neste mês de novembro.
O juiz Eugênio Couto Terra aguarda encerramento do prazo dado à Procuradoria-Geral do Estado, réu no processo, para manifestação a respeito da inspeção judicial realizada pelo magistrado.
“Caso a decisão seja favorável ao MP, o governo fica proibido de demitir servidores do quadro técnico da Zoobotânica; de transferir ou se desfazer de coleções científicas e de qualquer bem material, móvel e imóvel, do MCN e do JB; de rescindir acordos, convênios ou contratos de prestação de serviços; e mais uma série de questões requeridas pelos promotores na ação”, explicou.
A outra A do Ministério Público diz respeito ao Parque Zoológico e à Reserva Florestal Padre Balduíno Rambo. A ação pede que o horto, com cerca de 800 hectares no coração da Região Metropolitana de Porto Alegre, seja enquadrado como área de preservação ambiental, ficando assim o governo impedido de desmembrar a área em várias matrículas e de negociar com prefeituras e universidades, que possuem interesses diversos na área. A promotoria acompanha também o processo de privatização do Zoológico, ao lado do horto, com 156 hectares, e as ocupações fundiárias, que já atingem 25 hectares.
O advogado disse também que está em trâmite um inquérito civil na Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, que reúne diversos outros inquéritos civis para apurar uma série de irregularidades na Fundação. Além da representação do Ministério Público de Contas, que questiona se as extinções das fundações acarretarão realmente economia aos cofres públicos.
Nos últimos 20 anos, FZB captou US$ 150 milhões para o Estado
O evento promovido pela Agapan contou ainda com a presença do biólogo Glayson Ariel Bencke, pesquisador do Museu de Ciências Naturais, da FZB, e a mediação do jornalista João Batista Santafé Aguiar, conselheiro da Agapan e editor do blog Agir Azul.
Bencke fez uma ampla apresentação do trabalho realizado na Zoobotânica, lembrou que nos últimos 20 anos a FZB captou 150 milhões de dólares para o Estado através de financiamentos de projetos patrocinados por órgãos de fomento nacionais e internacionais, cujo valor seria suficiente para custear a Fundação por 25 anos. O orçamento da instituição é de 26 milhões de reais, o que representa 0,04% do orçamento geral do Estado, que gira em torno de 57 bilhões de reais.
O biólogo mostrou um quadro em que compara os custos do trabalho realizado pela FZB com os da iniciativa privada a fim de demonstrar o quanto o Estado economiza com a manutenção da Zoobotânica. A elaboração de planos de manejo em quatro unidades de conservação resultaria numa economia para os cofres públicos de quase 5 milhões de reais. Por exemplo: na APA da Rota do Sol, os custos da FZB ficam em 270 mil reais, enquanto na iniciativa privada sairia por cerca de 2,2 milhões de reais.
Ao final do evento, foi quase unânime a manifestação do público pedindo para que a Agapan organize uma grande mobilização que envolva as entidades ambientais e as universidades em defesa da Zoobotânica.
Frente Jurídica ganha liminar impedindo demissões na FZB 2u51k
Cleber Dioni Tentardini
A Frente Jurídica em Defesa das Fundações ganhou uma liminar que impede o governo do Estado de demitir os servidores da Fundação Zoobotânica do RS (FZB) que completarem três anos de trabalho até 31/12/2017. A decisão foi tomada na tarde desta quarta-feira (8/11) pela Justiça do Trabalho. A Frente também entrou com ação no caso da Fundação de Economia e Estatística (FEE), e o despacho é esperado para esta quinta-feira.
Conforme o documento, o governo deve se abster “de proceder à demissão ou mesmo conceder aviso prévio aos trabalhadores substituídos processualmente no presente feito pelas entidades ora postulantes, que, concursados, tenham sido itidos no período de 9 de novembro de 2014 a 31 de dezembro de 2014, sob pena de fixação de multa no valor de R$100 mil por descumprimento.” Desta forma, todos os servidores da FZB são abrangidos e não poderão ser desligados, pois são considerados estáveis.
Nas demais fundações que correm o risco de serem extintas, todos os trabalhadores já estão há mais de 3 anos em atividade.
“Dia C da Ciência” acontece nesta quarta, dia 25, na Zoobotânica 3u6i3g
cleber dioni tentardini
A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB) foi escolhida este ano para promover o “Dia C da Ciência”, nesta quarta, dia 25, das 9h às 11h30, no estacionamento do Jardim Botânico de Porto Alegre.
O evento faz parte da “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia”, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), cujas atividades de divulgação científica em todo o País ocorrem sempre no mês de outubro, sob a coordenação do Ministério.
Laura Tavares, da Seção de Educação Ambiental e Museologia, do Museu de Ciências Naturais/FZB, explica que será uma mostra ao ar livre, do acervo do Museu de Ciências Naturais e do Jardim Botânico, direcionada às escolas. Até esta manhã de terça-feira, mais de 150 estudantes de escolas públicas já haviam confirmado a participação.
“É parecido com o evento que realizamos no Ciência na Praça, para estimular o interesse dos escolares pelos temas relacionados ao meio ambiente e, através de conversa informal com os técnicos, gerar uma visão crítica sobre os problemas ambientais”, explica Laura.
O Jardim Botânico permanecerá aberto normalmente e os demais visitantes poderão participar do evento. Nos estandes, estarão expostas espécies da fauna e flora como insetos, moluscos e peixes, plantas, fungos, líquens, algas, que poderão ser vistas também através de microscópio.
Papel da Zoobotânica é insubstituível, diz parecer técnico do Instituto de Biociências da UFRGS 6pb3r
cleber dioni tentardini
Professores e pesquisadores dos Institutos de Biociências e de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) divulgaram um Parecer Técnico endereçado ao presidente do Tribunal de Contas do Estado, Marco Peixoto, e aos demais conselheiros do TCE, em defesa da Fundação Zoobotânica.
O TCE está julgando uma representação do procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC), Geraldo Da Camino, que questiona a Lei sobre as extinções e solicita que os processos sejam suspensos.
O processo envolve as fundações Zoobotânica (FZB), e ainda de Ciência e Tecnologia (Cientec), de Economia e Estatística (FEE), Piratini, de Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH) e de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan).
O julgamento da ação iniciou em 6 de setembro e o primeiro voto, do relator, o conselheiro Cezar Miola, foi favorável ao pleito do procurador Da Camino. Mas a sessão foi suspensa devido aos pedidos de vistas do processo feito pelos conselheiros Pedro Henrique Figueiredo e Estilac Xavier. Não há um prazo para a retomada do julgamento.
No documento, entregue nesta segunda, 16/10, ao TCE, os pesquisadores do Instituto de Biociências manifestam completo desacordo com a extinção da Fundação Zoobotânica, incluindo a redistribuição de suas funções e demissão de todos seus técnicos. Baseiam-se na avaliação técnica e objetiva dos irreparáveis prejuízos que a consumação desse ato trará para a ciência, educação, documentação, gestão e conservação da biodiversidade gaúcha.
“As irreparáveis perdas que a extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul imputará à sociedade, especialmente diante do insignificante impacto financeiro resultante, demandam um imediato apelo à racionalidade. Não se conhece iniciativa semelhante em nenhum país do mundo desenvolvido, mesmo naqueles em que se tenha implementado políticas de austeridade em reação à atual crise econômica mundial. Entendemos ser absolutamente necessário reconsiderar tal decisão que julgamos precipitada e inadequada, fruto de amplo desconhecimento das atribuições legais, da relevância, complexidade e dimensão do patrimônio e dos serviços prestados pela Fundação Zoobotânica”, diz parte do documento.
Assinam a Carta Aberta a diretora, Clarice Bernhardt Fialho, e o vice-diretor Luiz Roberto Malabarba, e outros 48 professores do Instituto de Biociências da UFRGS.
Leia a íntegra do documento:
CARTA ABERTA AO PRESIDENTE E CONSELHEIROS DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL E À COMUNIDADE GAÚCHA
Parecer técnico sobre a extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
Excelentíssimos Senhores,
Nós, professores e pesquisadores dos Institutos de Biociências e de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, vemos com extrema preocupação o desenrolar do processo proposto de extinção de fundações estaduais gaúchas e em especial da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZBRS).
Esse processo vem acompanhado de uma evidente falta de informações por parte do público geral e da imprensa, agravado pela divulgação de informações equivocadas acerca das funções e importância dessa instituição para o desenvolvimento sustentável do Rio Grande do Sul.
Tendo em vista que a recente aprovação do PL 246/2016 pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul permite a extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, incluídos a redistribuição de suas funções e demissão de todos seus técnicos, manifestamos nosso completo desacordo com essa decisão, baseados na avaliação técnica e objetiva dos irreparáveis prejuízos que a consumação desse ato trará para a ciência, educação, documentação, gestão e conservação da biodiversidade gaúcha.
Na condição de parceira de longa data da FZBRS em atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão, ou seja, em todo seu espectro de atuação institucional, nossa Universidade acumulou profundo conhecimento acerca da importância e alcance das competências da Fundação para nosso Estado. Tendo em vista as declarações de membros do Executivo gaúcho sobre a destinação de parte das funções da FZBRS para as Universidades ou para a Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA), somos obrigados a manifestar nossa avaliação sobre a viabilidade e as reais consequências da extinção da FZBRS, especialmente no que concerne à perda de seu corpo técnico especializado e à conservação de seu inestimável patrimônio científico.
A FZBRS desempenha inúmeras funções de extrema relevância para a gestão pública do Estado do Rio Grande do Sul que, em seu conjunto, dão respaldo técnico altamente especializado e qualificado para a tomada de decisões dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no âmbito das questões ambientais que impactam diretamente os interesses de nosso Estado.
A proteção da qualidade ambiental do Rio Grande do Sul, incluindo a conservação de sua fauna e flora, que é do interesse de toda a sociedade e está prevista em nossa constituição, depende de conhecimento técnico e bases de dados altamente especializados.
O poder público não pode prescindir dessa capacidade técnica em seus quadros, pois assume o risco de tomar decisões que venham a lesar o patrimônio ambiental do Estado, uma vez que não possui tais habilitações em nenhum outro setor.
O papel da FZBRS nesse sentido é inestimável e insubstituível, não havendo hoje nenhum setor da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA) ou outro órgão do Estado com capacidade de assimilar essas funções. O próprio corpo técnico da SEMA expressou essa realidade em carta pública. O prejuízo técnico que resultaria da efetivação da extinção da FZBRS seria incalculável.
Complementarmente, a possibilidade de assimilação dessa função de assessoramento do Estado por outros órgãos, instituições ou mesmo entidades não-públicas, não é realista, sendo inviável no curto ou médio prazos. Mais grave ainda seria a perda da autonomia e qualidade técnicas, da isenção, da idoneidade e do compromisso público dos serviços prestados pela FZBRS, caso estes fossem delegados a entidades ou consultorias privadas. Essas questões relacionadas à insubstituibilidade de suas funções essenciais, são, ao nosso ver, um impeditivo intransponível para a extinção da FZBRS, uma vez que o governo não tem como transferir ou assumir tais funções.
Dentre as atribuições altamente próprias da FZBRS, merece destaque a coordenação e atuação técnica ativa de seus especialistas na elaboração das listas de espécies da fauna e flora ameaçadas no Estado do Rio Grande do Sul. Ainda que o processo de avaliação conte com expressivo apoio técnico da comunidade acadêmica, a FZBRS tem sido a instituição coordenadora desse processo. Essa coordenação somente é possível graças à alta qualificação de seu corpo técnico, formado por vários especialistas em biodiversidade, que detém bases de dados atualizadas e dinâmicas, e conhecimento para orientar todo o processo. A SEMA não possui qualificação técnica para assimilar tais funções, dependendo para tanto do corpo de especialistas da FZBRS.
Contudo, uma das mais relevantes e insubstituíveis funções desempenhadas pela FZBRS é a manutenção de seus grandes acervos com amostras da biodiversidade, atual e fóssil, em suas várias coleções científicas. Paradoxalmente, essa é uma de suas funções mais importantes e, ao mesmo tempo, a menos conhecida.
A sociedade em geral desconhece a importância das coleções científicas, uma vez que apenas tem o direto a uma pequena parcela dos acervos que são eventualmente expostos em museus: isso promove uma incorreta, ainda que generalizada, impressão de que a importância dos museus se limita apenas a sua exposição. Na verdade, a parcela mais importante dos acervos é aquela guardada por curadores especializados e que serve de testemunho de nossa biodiversidade. Esse acervo, ao contrário daquele exibido em exposições, é elemento essencial ao avanço das ciências da biodiversidade, sendo regularmente utilizado por pesquisadores do Brasil e exterior que visitam a FZBRS, ou eventualmente recebem os exemplares por empréstimo via intercâmbio científico.
Esses acervos contêm testemunhos insubstituíveis de incontáveis estudos e publicações produzidos ao longo de décadas, pois seus autores depositaram sua confiança na solidez de uma instituição pública histórica, como é o Museu de Ciências Naturais da FZBRS.
É virtualmente impossível quantificar com precisão, dada sua magnitude, o prejuízo que a descontinuidade dessa curadoria traria para as ciências da biodiversidade, não apenas em nosso Estado, mas em escala global. Neste sentido, a extinção da FZBRS fere de morte a ética científica e a confiança depositada por pesquisadores, coletores, colaboradores, patrocinadores e instituições de fomento que contribuíram para a formação desse acervo público.
Não cremos ser aceitável o Estado extinguir ou mesmo alienar essa responsabilidade assumida ao longo de tantas décadas. Seria o mesmo que dizer que o Estado do Rio Grande do Sul é inepto para a Ciência e que o patrimônio científico acumulado pelo árduo trabalho de muitas gerações pudesse ser simplesmente descartado.
A FZBRS é indispensável ao Estado do Rio Grande do Sul para cumprir seu dever de zelar por este patrimônio, do qual é fiel depositário perante a União e toda a sociedade. É fundamental destacar que nosso Código Estadual do Meio Ambiente determina que “Compete ao Poder Público em relação à fauna silvestre do Estado: (…) manter coleções científicas museológicas e “in vivo” de animais representativos da fauna silvestre regional, assim como proporcionar condições de pesquisa e divulgação dos resultados da mesma sobre este acervo”.
A sociedade pode desconhecer parte da relevância dos acervos científicos da FZBRS, mas o Estado legalmente não pode.
O conjunto das coleções científicas do Museu de Ciências Naturais (MCN) o qualifica como um dos maiores e mais importantes do Brasil e da América Latina. O Museu conta com mais de 600.000 lotes/espécimes, distribuídos em 58 coleções, contendo exemplares coletados desde o final do século XIX. As coleções científicas e de exposição do MCN estão armazenadas em 15 salas climatizadas e tecnicamente equipadas, que em conjunto ocupam uma área de 1.300 m². De grande e insubstituível importância para a Ciência mundial, merecem destaque os 2.883 espécimes-tipo, utilizados em descrições originais de espécies novas de vários grupos da fauna e flora. Esses exemplares são patrimônio da humanidade e sua manutenção é fundamental para a estabilidade da nomenclatura e contínuo processo de descrição de nossa biodiversidade.
As coleções científicas do Museu de Ciências Naturais da FZBRS constituem o maior acervo de material-testemunho da biodiversidade dos ecossistemas terrestres e aquáticos do RS, além de ser, em seu conjunto, a mais representativa do Bioma Pampa. Desde 2002, por meio da Deliberação nº 5 do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) do Ministério do Meio Ambiente, o MCN foi credenciado como instituição Fiel Depositária de Componentes do Patrimônio Genético.
No RS, o MCN é o único órgão Estadual detentor deste credenciamento. Para o credenciamento, é exigida uma série de requisitos (infraestrutura, equipamentos, corpo técnico qualificado, entre outros), habilitando a instituição a receber e conservar amostras do patrimônio genético brasileiro. Apenas instituições públicas nacionais de pesquisa e desenvolvimento podem ser fiéis depositárias de amostra de componente do patrimônio genético brasileiro.
Algumas coleções do MCN destacam-se no cenário nacional no que se refere à representatividade de espécies e número de exemplares. A coleção de aranhas, por exemplo, é a segunda maior do Brasil em número de lotes, atrás apenas da coleção do Instituto Butantã. A coleção de moluscos representa a terceira maior do Brasil em número de lotes, e a coleção de répteis situa-se entre as dez maiores do país. Apesar do Rio Grande do Sul ocupar uma fração reduzida do território nacional, as coleções do MCN são numericamente expressivas.
Além de seu valor científico, essas coleções apresentam um indiscutível valor histórico, não apenas por documentarem o trabalho de inúmeros pesquisadores ao longo de gerações, mas por incorporar importantes acervos de outras instituições. Ao longo de sua existência, o MCN (antes Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais) incorporou em seu acervo importantes coleções de exemplares da fauna do Rio Grande do Sul, da América do Sul e até de outros continentes. Alguns exemplos são: as coleções biológicas do Museu Júlio de Castilhos, tombadas pelo IPHAN; a coleção do Instituto Borges de Medeiros de insetos de importância agrícola; a coleção Eliseo Duarte de conchas de todos os continentes e oceanos; e a coleção Mabilde de borboletas da Grande Porto Alegre, que representa um testemunho único da fauna existente na região há mais de um século.
Em 1989, o herbário do MCN recebeu, para incorporação em seu acervo, em torno de 50.000 exemplares de plantas vasculares do extinto Herbário da Secretaria da Agricultura do RS. A coleção de peixes recebeu material coletado durante as expedições oceanográficas da embarcação Pescal II no Sul do Brasil entre 1959 e 1964.
Não menos importante que as coleções museológicas são as coleções “in vivo” mantidas pela FZBRS, como é o caso dos bancos de sementes e de plantas do Jardim Botânico e o serpentário do Museu de Ciências Naturais. O serpentário, por exemplo, cumpre papel insubstituível em nosso Estado, recebendo serpentes de todo o território gaúcho para identificação e destinação. Estas serpentes são mantidas em um biotério e têm viabilizado estudos importantíssimos para a melhoria na qualidade do soro antiofídico brasileiro. Não há outra instituição no Estado que mantenha acervos “in vivo” com a abrangência e magnitude das existentes na FZBRS.
As coleções da FZBRS são fontes permanentes de consulta por pesquisadores e estudantes de pós-graduação, do país e do exterior, para fins de pesquisa científica. Como exemplo, o Herbário do MCN recebeu, apenas em 2016, 105 consultas presenciais ao seu acervo e quase 3 milhões de consultas via o eletrônico à Rede Herbário Virtual da Flora e dos Fungos do Brasil (SpeciesLink, http://www.splink.org.br/), plataforma que disponibiliza os dados das coleções botânicas brasileiras.
Ainda a título de exemplo, somente em 2016, a coleção de Coleópteros (insetos) manteve intercâmbio de espécimes via empréstimo com as seguintes instituições de pesquisa: University of Nebraska, Museo de La Plata, Universidade Federal do Mato Grosso, Universidade de Viçosa, Smithsonian Institution, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Universidade Federal do Paraná e Universidade Federal de Viçosa. A coleção de Répteis, por sua vez, recebeu consultas de pesquisadores e alunos de 10 instituições do Brasil (Universidade de São Paulo, Museu Nacional do RJ, UFRGS, UFMG, UFSM, Universidade Estadual de Londrina, UNIJUI, PUCRS, UNISINOS, Museu Paraense Emílio Goeldi) e uma do exterior (CORBIDI – Peru).
A coleção de fósseis do MCN, construída ao longo de décadas de trabalho dos curadores e técnicos do Museu, é basicamente formada por fósseis coletados em rochas do Rio Grande do Sul e rivaliza (senão supera), em termos de número de espécimes e infraestrutura, com as maiores coleções do Estado, hospedadas na UFRGS e na PUC/RS. Muitos dos espécimes ali tombados constituem-se em tipos de espécies extintas, os quais são objeto de interesse de vários pesquisadores ao redor do Globo e que tem na FZBRS a referência de localização e curadoria destes materiais. A partir desta coleção, dezenas de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado, sob a orientação dos curadores da coleção, já foram produzidas, as quais resultaram na publicação de inúmeros trabalhos científicos, revelando o papel da FZBRS na formação de recursos humanos qualificados nesta área.
Cabe ressaltar que a ligação da FZBRS com o patrimônio fossilífero do Estado não decorre apenas de um interesse pessoal dos curadores e técnicos do MCN, mas sim atende a uma diretriz do próprio Estado, cujo Poder Legislativo reconheceu a importância cultural e científica deste patrimônio e legislou sobre o tema. A Lei Estadual Nº 11.738, DE 13 DE JANEIRO DE 2002 (atualizada até a Lei nº 11.837, de 04 de novembro de 2002), declara integrantes do patrimônio cultural do Estado os sítios paleontológicos localizados em municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Segundo esta Lei, a FZB é designada como o principal órgão do Estado responsável pelo seu cumprimento e fiscalização nos seguintes artigos:
Art. 3º – Fica a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul responsável pela istração dos sítios paleontológicos de que trata esta Lei (Incluído pela Lei nº 11.837/02).
Art. 4º – A supervisão científica dos sítios paleontológicos localizados nos municípios referidos no artigo 1º que não forem de propriedade do Estado fica a cargo da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (Incluído pela Lei nº 11.837/02).
Parágrafo único – Toda obra de qualquer natureza, inclusive remoção de rochas nos sítios paleontológicos de que trata este artigo, deverá ser submetida ao prévio licenciamento da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler – FEPAM -, bem como à consulta da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. (Incluído pela Lei nº 11.837/02).
Todas estas tarefas, que requerem um conhecimento altamente especializado, são realizadas pelo corpo técnico do MCN, que constitui o único grupo de profissionais no Estado habilitado atualmente para desempenhá-las. Qualquer solução de continuidade neste processo pode vir a trazer prejuízos irreparáveis ao patrimônio fossilífero (portanto, científico e cultural) do Estado, com a perda e/ou destruição de espécimes únicos e, portanto, insubstituíveis.
As coleções da FZBRS são indispensáveis para inúmeras pesquisas realizadas em nossa e em outras Universidades, em vários Programas de Pós-Graduação, motivo pelo qual temos clara e balizada convicção dos impactos que sua extinção trará à ciência no Rio Grande do Sul e mesmo do Brasil.
Conhecendo mais detalhadamente a abrangência e a dimensão histórica e científica dos acervos da FZBRS, fica óbvia a qualificação e alta capacidade técnica do seu corpo de funcionários, itidos por mérito em concursos públicos.
Esta que é uma das maiores e mais importantes coleções brasileiras, possui em seus quadros cerca de 24 Analistas Biólogos Curadores, 10 Técnicos de Apoio, 25 Bolsistas de Iniciação Científica e quatro jardineiros. Este é um quadro altamente enxuto para dar conta de toda a tarefa de curadoria e pesquisa realizada na Instituição.
Não há em nenhum outro setor do governo estadual, quadros minimamente capazes de substituir as funções do corpo técnico da FZBRS. Mais preocupante que isso, não há no Rio Grande do Sul, em nenhuma outra instituição pública ou privada de ensino e pesquisa, quadros de curadores com a quantidade, abrangência técnica e a exclusividade de dedicação necessárias para manter todos os acervos do Museu de Ciências Naturais e Jardim Botânico, que não seja o existente na própria FZBRS. Por conta dessa realidade, consideramos completamente descabida a proposta de demissão do corpo técnico, uma vez que não será possível para o Estado assumir de outra maneira a curadoria desse acervo.
Os curadores detêm não só o conhecimento técnico do processo de manutenção, mas também o indissociável conhecimento da história de construção e utilização das coleções. Além disso, os curadores são, eles próprios, um elo fundamental da rede de conexões do acervo com seus usuários e as pesquisas em desenvolvimento.
Por todo o exposto, consideramos inaceitável qualquer medida no sentido de extinguir, desmembrar ou alienar o enorme e inestimável acervo da FZBRS, bem como de demitir seu quadro de técnicos, especialmente dos curadores e técnicos de apoio, pois estes são a única garantia de perpetuação dos acervos.
É imprescindível, especialmente para o poder judiciário, identificar todas as responsabilidades legais e éticas, assumidas pelo poder público como fiel depositário das coleções da FZBRS, para garantir que não seja proposta destinação alternativa ilegal, antiética e/ou inadequada para os acervos.
As irreparáveis perdas que a extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul imputará à sociedade, especialmente diante do insignificante impacto financeiro resultante, demandam um imediato apelo à racionalidade.
Não se conhece iniciativa semelhante em nenhum país do mundo desenvolvido, mesmo naqueles em que se tenha implementado políticas de austeridade em reação à atual crise econômica mundial.
Entendemos ser absolutamente necessário reconsiderar tal decisão que julgamos precipitada e inadequada, fruto de amplo desconhecimento das atribuições legais, da relevância, complexidade e dimensão do patrimônio e dos serviços prestados pela Fundação Zoobotânica.
Esperamos que nossa avaliação técnica contribua para dimensionar a extensão das irreparáveis consequências advindas da extinção da FZBRS. Caso concretizada, a extinção da Fundação Zoobotânica, representará o maior retrocesso científico, ambiental e cultural da história do Rio Grande do Sul.
Sentimo-nos, portanto, obrigados, como especialistas e cidadãos, a emitir nossa avaliação técnica.
Dra. Clarice Bernhardt Fialho, Diretora do Instituto de Biociências da UFRGS
Dr. Luiz Roberto Malabarba, Vice-diretor do Instituto de Biociências da UFRGS
Instituto de Biociências da UFRGS
Departamento de Ecologia
Prof. Dr. Andreas Kindel
Profa. Dra. Luciane Oliveira Crossetti
Prof. Dr. Demetrio Luis Guadagnin
Profa. Dra. Sandra Hartz
Profa. Dra. Teresinha Guerra
Prof. Dr. Homero Dewes
Profa. Dra. Mara da Silveira Benfato
Departamento de Botânica
Prof. Dr. João Ito Bergonci
Prof. Dr. Paulo Brack
Prof. Dr. João Fernando Prado
Prof. Dr. Jorge Mariath
Prof. Dr. Rinaldo Pires dos Santos
Prof. Dr. Geraldo L.G. Soares
Profa. Dra. Maria Cecilia de Chiara Moço
Profa. Dra. Alexandra Antunes Mastroberti
Prof. Dr. João André Jarenkow
Prof. Dr. Gerhard Overbeck
Prof. Dr. Rodrigo B. Singer
Departamento de Genética
Profa. Dra. Lavinia Schüler Faccini
Prof. Dr. Aldo Mellender de Araújo
Prof. Dr. Francisco M. Salzano
Profa. Dra. Vera Lúcia S. Valente Gaiesky
Prof. Dr. Roberto Giugliani
Prof.Dr. Renato Zamora Flores
Profa. Dra. Eliane Kaltchuk dos Santos
Prof. Dra. Andreia Carina Turchetto Zolet
Prof. Dr. Nelson Jurandi Rosa Fagundes
Departamento de Zoologia
Prof. Dr. Luiz Roberto Malabarba
Profa. Dra. Clarice Fialho
Prof. Dr. Márcio Borges Martins
Profa. Dra. Laura Verrastro Viñas
Profa. Dra. Paula Beatriz Araújo
Profa. Dra. Helena Piccoli Romanowski
Profa. Dra. Jocélia Grazia
Prof. Dr. Luiz Alexandre Campos
Profa. Dra. Maria João Ramos Pereira
Profa. Dra. Carla Penna Ozorio
Prof Dr. Ignacio Benites Moreno
Instituto de Geociências da UFRGS
Departamento de Geografia
Prof. Dr. Jafferson Cardia Simões
Prof. Dr. Roberto Verdum
Departamento de Geologia
Profa. Dra. Silvana Bressan Riffel
Profa. Dra. Ruth Hinrichs
Prof. Dr. Wolfgang Kalkreuth
Departamento de Mineralogia e Petrologia
Prof. Dr. Pedro Luiz Juchem
Departamento de Paleontologia e Estratigrafia
Prof. Dr. Cesar Leandro Schultz
Prof. Dr. Rualdo Menegat
Profa. Dra. Marina Bento Soares
Livro Nosso Pampa Desconhecido, da Zoobotânica, é finalista do Prêmio Jabuti 455cu
A Câmara Brasileira do Livro divulgou resultados da primeira fase da mais importante premiação literária do País, na terça-feira, 03/10.
Nosso Pampa Desconhecido, livro organizado por pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, e lançado no ano ado, ficou entre os dez finalistas na categoria Ciências da Natureza, Meio Ambiente e Matemática, do Prêmio Jabuti 2017 (Confira a lista completa abaixo).
A obra, com 208 páginas, foi organizada pelos biólogos Glayson Bencke e Luiza Chomenko e está muito bem ilustrada, com fotos do jornalista e fotógrafo Adriano Becker. Pode ser lido aqui.
Aborda as paisagens, a biodiversidade, a cultura e as atividades produtivas do Pampa. Mostra sua gente e seu cotidiano.
A obra ainda destaca a pecuária a pasto nativo como vocação natural da região e grande trunfo para alcançar o seu desenvolvimento sustentável. Revela um Pampa que por vezes já deixa saudades ou apenas lembranças de épocas adas, das quais nos dá testemunho o seu patrimônio arquitetônico.
Retrata um Pampa que, tendo-se formado ao longo de milhões de anos, agora é transformado a cada dia. Todo esse trabalho tem um objetivo: despertar um novo olhar sobre o Pampa gaúcho.
Na 59ª edição do prêmio, foram 2.346 inscritos, então, foram selecionados os finalistas em 29 categorias. Duas delas são inéditas, neste ano de 2017, o Jabuti também irá premiar nas categorias de histórias em quadrinhos e livro brasileiro publicado no exterior.
A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada em 30 de novembro, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.
RS Biodiversidade
O livro integra o projeto Conservação da Biodiversidade como Fator de Contribuição ao Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (RS Biodiversidade), financiado pelo Global Environment Facility – GEF por meio do Banco Mundial – BIRD, com doação de US$ 5 milhões e contrapartida do Estado de US$ 6,1 milhões.
O projeto executou um conjunto de ações com objetivo de promover a conservação e a recuperação da biodiversidade mediante o gerenciamento integrado dos ecossistemas e a criação de oportunidades para o uso sustentável dos recursos naturais, com vistas ao desenvolvimento regional, promovendo a incorporação do tema nas instituições e comunidades envolvidas.
A coordenação geral esteve sob responsabilidade da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e coordenadores técnicos dos órgãos coexecutores, FZB – Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental “Henrique Luiz Roessler”, EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo do Rio Grande do Sul e TNC – The Nature Conservancy do Brasil.
Os autores organizadores
Luiza Chomenko é Mestre em Ecologia e Doutora em Biogeografia. Pesquisadora da Seção de Conservação e Manejo do Museu de Ciências Naturais, da FZB, até 2016. Agora, trabalha no Departamento de Unidades de Conservação, da Sema. Integra a Mesa Diretiva da Alianza del Pastizal.
Glayson Ariel Bencke é Mestre em Zoologia. Pesquisador do Setor de Ornitologia do Museu de Ciências Naturais, da FZB. Coordenou a elaboração e revisão da lista das espécies da fauna ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul. É colaborador da Alianza del Pastizal.
Confira, abaixo, a lista com os indicados:
ADAPTAÇÃO
Título: A Casa à Beira do Abismo – Autor(a): Autor: William Hope Hodgson / Tradução e Adaptação: Heloisa Prieto e Victor Scatolin – Editora: Papirus 7 Mares
Título: A Ilha do Tesouro – Autor(a): Rodrigo Machado – Editora: FTD Educação
Título: As Aventuras de Sargento Verde – Autor(a): Helena Gomes – Editora: Editora Biruta
Título: Branca de Neve – Autor(a): Gil Veloso – Editora: Editora Pulo do Gato
Título: Cordéis de Arrepiar Europa – Autor(a): Marco Haurélio – Editora: Editora IMEPH
Título: Duas Lendas Indígenas de Amor – Autor(a): Fernando Paixão – Editora: Editora IMEPH
Título: O Príncipe Desencantado – O Dia em que Chapeuzinho Vermelho desencalhou – Autor(a): Mônica Martins – Editora: Scortecci Editora
Título: Romeu e Julieta – Autor(a): Walcyr Carrasco – Editora: Editora Moderna
Título: Samba de uma noite de Verão – Autor(a): Renato Forin Jr. – Editora: KAN Editora
Título: Viagens de Gulliver – Autor(a): Ronaldo Simões Coelho – Editora: FTD Educação
CIÊNCIAS DA NATUREZA, MEIO AMBIENTE E MATEMÁTICA
Título: A espiral da morte – Autor(a): Claudio Angelo – Editora: Companhia das Letras
Título: A simples beleza do inesperado – Autor(a): Marcelo Gleiser – Editora: Record
Título: Abelhas sem ferrão do Brasil – Autor(a): Marilda Cortoi Laurino e Paulo Nogueira-Neto – Editora: Editora da Universidade de São Paulo
Título: Abrolhos – Terra e Mar – Autor(a): Rafael Duarte e Jaime Portas Vilaseca – Editora: Bambalaio
Título: Energia e Sustentabilidade – Autor(a): Arlindo Philippi Jr, Lineu Belico dos Reis – Editora: Editora Manole
Título: Nosso Pampa Desconhecido – Autor(a): Luiza Chomenko e Glayson Ariel Bencke – Editora: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
Título: O Universo Escuro – Autor(a): Larissa Carlos de Oliveira Santos – Editora: Editora Kiron
Título: Os cientistas da minha formação – Autor(a): Mario Novello – Editora: Editora Livraria da Física
Título: Plantas e civilização: fascinantes histórias da etnobotânica – Autor(a): Luiz Mors Cabral – Editora: Edições de Janeiro
Título: Um Pouco da Física do Cotidiano: Se o ar quente sobe, por que é frio nas montanhas e quente no litoral? – Autor(a): Otaviano Helene – Editora: Editora Livraria da Física
ECONOMIA, ISTRAÇÃO, NEGÓCIOS, TURISMO, HOTELARIA E LAZER
Título: A crise de crescimento do Brasil – Autor(a): Fundação Getúlio Vargas – FGV/IBRE – Regis Bonelli e Fernando Veloso (Orgs.) – Editora: Elsevier Editora
Título: A crise fiscal e monetária Brasileira – Autor(a): Edmar Bacha – Editora: Civilização Brasileira
Título: Anatomia de um desastre – Autor(a): Claudia Safatle, João Borges e Ribamar Oliveira – Editora: Companhia das Letras
Título: Brasil Saúde Amanhã: População, Economia e Gestão – Autor(a): Paulo Gadelha, José Carvalho de Noronha, Sulamis Dain, Telma Ruth Pereira (organizadores) – Editora: Editora Fiocruz
Título: Como matar a Borboleta-azul: Uma Crônica da era Dilma – Autor(a): Monica Baumgarten de Bolle – Editora: Intrínseca
Título: Executivos Negros: Racismo e Diversidade no Mundo Empresarial – Autor(a): Pedro Jaime – Editora: Editora da Universidade de São Paulo
Título: Finanças Públicas – Autor(a): Felipe Salto e Mansueto Almeida – Editora: Editora Record
Título: Monitoramento e Avaliação de Programas Sociais: Uma Introdução aos Conceitos e Técnicas – Autor(a): Paulo de Martino Jannuzzi – Editora: Alínea
Título: O Tempo de Keynes e os Tempos do Capitalismo – Autor(a): Luiz Gonzaga Belluzzo – Editora: Editora Contracorrente
Título: Por que fazemos o que fazemos? – Autor(a): Mario Sergio Cortella – Editora: Planeta
ILUSTRAÇÃO
Título: A Saga do Iconoclasta Zé Ferino – Ilustrador(a): Horácio Gama – Editora: SESI-SP Editora
Título: De A a Z, Eróticas – Ilustrador(a): Caio Borges – Editora: Laranja Original
Título: Knispel: Retrospectiva 1950-2015 – Ilustrador(a): Gershon Knispel – Editora: Editora Maayanot
Título: Macunaíma – Ilustrador(a): Mariana Zanetti – Editora: FTD Educação
Título: Mãe – Ilustrador(a): Anna Cunha – Editora: Miguilim
Título: Orgia dos Loucos – Ilustrador(a): Mariana Fujisawa – Editora: Editora Kapulana
Título: Outras Meninas – Ilustrador(a): Manu Cunhas – Editora: Independente
Título: Plantas e Civilização: Fascinantes Histórias da Etnobotânica – Ilustrador(a): Carol Engel – Editora: Edições de Janeiro
Título: Pó de Lua nas Noites em Claro – Ilustrador(a): Clarice Freire – Editora: Intrínseca
Título: Rio Sketchbook – Ilustrador(a): Eduardo Bajzek – Editora: Marte Cultura e Educação
JUVENIL
Título: A Menina dos Sonhos de Renda – Autor(a): Marília Lovatel – Editora: Editora Moderna
Título: Cecília que Amava Fernando – Autor(a): Caio Riter – Editora: Editora da Cidade
Título: Dentro de Mim Ninguém Entra – Autor(a): José Castello – Editora: Berlendis & Vertechia
Título: Heróis e suas jornadas – 10 Contos Mitológicos – Autor(a): Rosana Rios – Editora: Editora Melhoramentos
Título: Lua de Vinil – Autor(a): Oscar Pilagallo – Editora: Companhia das Letras
Título: O Caderno da Avó Clara – Autor(a): Susana Ventura – Editora: SESI-SP Editora
Título: O Mágico do Barro Preto – Autor(a): Tiago de Melo Andrade – Editora: Editora Melhoramentos
Título: Quando Tudo Muda – Autor(a): Regina Drummond e Shirley Souza – Editora: Panda Books
Título: Um Grito de Liberdade – A saga de Zumbi dos Palmares – Autor(a): Álvaro Cardoso Gomes e Rafael Lopes de Sousa – Editora: Editora Moderna
Título: Vozes Ancestrais – Autor(a): Daniel Munduruku – Editora: FTD Educação
LIVRO BRASILEIRO PUBLICADO NO EXTERIOR
Título: A Cup Of Rage – Autor(a): Raduan Nassar – Editora: Penguin Random House Uk – Editora Internacional: Penguin Random House Uk
Título: Ancient Tilage – Autor(a): Raduan Nassar – Editora: Penguin Random House Uk – Editora Internacional: Penguin Random House Uk
Título: Atención al Nacimiento Humanizado – Basado en Evidencias Científicas – Autor(a): Hugo Sabatino – Editora: Oliver Print S.a. – Editora Internacional: Oliver Print
Título: Brasil – Una Biografia – Autor(a): Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling – Editora: Penguin Random House Grupo Editorial – Editora Internacional: Penguin Random House Grupo Editorial
Título: Broda Zalana Krwia – Autor(a): Daniel Galera – Editora: Rebis – Editora Internacional: Rebis
Título: El Vuelo de Madrugada – Autor(a): Sérgio Sant’anna – Editora: Hueders – Editora Internacional: Hueders
Título: Enigmas of Spring – Autor(a): João Almino – Editora: Dalkey Archive Press – Editora Internacional: Dalkey Archive Press
Título: Mijn Duitse Broer – Autor(a): Chico Buarque – Editora: Penguin Random House Uk – Editora Internacional: De Bezige Bij
Título: Vég – Autor(a): Fernanda Torres – Editora: Libri Kiadó – Editora Internacional: Libri Kiadó
Título: Xangô Z Baker Street – Autor(a): Jô Soares – Editora: Rebis – Editora Internacional: Rebis
PSICOLOGIA, PSICANÁLISE E COMPORTAMENTO
Título: A Clínica Psicanalítica em Face da Dimensão Sociopolítica do Sofrimento – Autor(a): Miriam Debieux Rosa – Editora: Editora Escuta
Título: A Paciente, a Analista e o Dr. Green: Uma Aventura Psicanalítica – Autor(a): Silvia Lobo e Cristina M. Bassi – Editora: Zagodoni
Título: Amar a Si Mesmo e Amar o Outro. Narcisismo e Sexualidade na Psicanálise Contemporânea – Autor(a): Joel Birman et al. – Editora: Zagodoni
Título: Combate à Vontade de Potência – Autor(a): Marcelo Checchia – Editora: Annablume
Título: De que Cor Será Sentir? : Método Psicanalítico na Psicose – Autor(a): Marina de Oliveira Costa – Editora: Manole Editora
Título: Desafios Atuais das Práticas em Hospitais e nas Instituições de Saúde – Autor(a): Michele Kamers, Heloísa Helena Marcon e Maria Lívia Tourinho Moretto (orgs.) – Editora: Editora Escuta
Título: Ditadura Civil-militar no Brasil. O que a Psicanálise tem a Dizer – Autor(a): Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes e Flávio Carvalho Ferraz (orgs.) – Editora: Editora Escuta / Sedes Sapientiae
Título: Fragmentos – sobre o que se escreve de uma psicanálise – Autor(a): Luciana K. P. Salum – Editora: Iluminuras
Título: O Adolescente e a Internet: Laços e Embaraços no Mundo Virtual – Autor(a): Cláudia Prioste – Editora: Editora da Universidade de São Paulo / FAPESP
Título: O Terceiro Tempo do Trauma – Autor(a): Eugênio Canesin Dal Molin – Editora: Editora Perspectiva
ROMANCE
Título: A Tradutora – Autor(a): Cristovão Tezza – Editora: Record
Título: Como se Estivéssemos em Palimpsesto de Putas – Autor(a): Elvira Vigna – Editora: Companhia das Letras
Título: Descobri que Estava Morto – Autor(a): J. P. Cuenca – Editora: Tusquets
Título: Machado – Autor(a): Silviano Santiago – Editora: Companhia das Letras
Título: O Marechal de Costas – Autor(a): José Luiz os – Editora: Companhia das Letras
Título: O Tribunal da Quinta-feira – Autor(a): Michel Laub – Editora: Companhia das Letras
Título: Outros Cantos – Autor(a): Maria Valéria Rezende – Editora: Companhia das Letras
Título: Simpatia Pelo Demônio – Autor(a): Bernardo Carvalho – Editora: Companhia das Letras
Título: Soy Loco Por Ti America – Autor(a): Javier Arancibia Contreras – Editora: Companhia das Letras
Título: Tristorosa – Autor(a): Eugen Weiss – Editora: @linkeditora
ADAPTAÇÃO
Título: A Casa à Beira do Abismo – Autor(a): Autor: William Hope Hodgson / Tradução e Adaptação: Heloisa Prieto e Victor Scatolin – Editora: Papirus 7 Mares
Título: A Ilha do Tesouro – Autor(a): Rodrigo Machado – Editora: FTD Educação
Título: As Aventuras de Sargento Verde – Autor(a): Helena Gomes – Editora: Editora Biruta
Título: Branca de Neve – Autor(a): Gil Veloso – Editora: Editora Pulo do Gato
Título: Cordéis de Arrepiar Europa – Autor(a): Marco Haurélio – Editora: Editora IMEPH
Título: Duas Lendas Indígenas de Amor – Autor(a): Fernando Paixão – Editora: Editora IMEPH
Título: O Príncipe Desencantado – O Dia em que Chapeuzinho Vermelho desencalhou – Autor(a): Mônica Martins – Editora: Scortecci Editora
Título: Romeu e Julieta – Autor(a): Walcyr Carrasco – Editora: Editora Moderna
Título: Samba de uma noite de Verão – Autor(a): Renato Forin Jr. – Editora: KAN Editora
Título: Viagens de Gulliver – Autor(a): Ronaldo Simões Coelho – Editora: FTD Educação
ARQUITETURA, URBANISMO, ARTES E FOTOGRAFIA
Título: A Modernidade Impressa: Artistas Ilustradores da Livraria do Globo – Porto Alegre – Autor(a): Paula Ramos – Editora: Editora da UFRGS
Título: Carlos Leão – Arquitetura – Autor(a): Jorge Czajkowski e Roberto Conduru – Editora: Bazar do Tempo / Dois Um
Título: Desenho da Utopia – Autor(a): Ruy Teixeira e Jayme Vargas – Editora: Editora Olhares
Título: Guia da Arquitetura do Rio de Janeiro / Rio de Janeiro Architectural Guide – Autor(a): Maria Helena Salomon, Gustavo Rocha-Peixoto, Marcos Moraes de Sá, Farès El-Dahdah, Mozart Vitor Serra, Claudia Carvalho, Claudia Brack, Carlos Eduardo Comas – Editora: Bazar do Tempo
Título: Jayme C. Fonseca Rodrigues: Arquiteto – Autor(a): Hugo Segawa – Editora: BEI Editora
Título: João Kon, Arquiteto – Autor(a): Abilio Guerra, Luis Espallargas Gimenez, Fernando Serapião, Nelson Kon – Editora: Romano Guerra Editora
Título: Lentes da Memória: A descoberta da fotografia de Alberto de Sampaio (1888-1930) – Autor(a): Adriana Martins Pereira – Editora: Bazar do Tempo
Título: Marcel Gautherot, Fotografias – Autor(a): Samuel Titan Jr e Sergio Burgi – Editora: IMS
Título: Millôr: obra gráfica – Autor(a): Cássio Loredano, Julia Kovensky e Paulo Roberto Pires – Editora: IMS
Título: Pasolini, do neorrealismo ao cinema poesia – Autor(a): Davi Kinski – Editora: Laranja Original
BIOGRAFIA
Título: Caio Prado Júnior: Uma biografia política – Autor(a): Luiz Bernardo Pericás – Editora: Boitempo
Título: Diário de Francisco Brennand: O nome do livro e o nome do outro – Autor(a): Francisco Brennand – Editora: Inquietude Brennand Fortes Produções Culturais
Título: Diários da Presidência 1997 – 1998 (volume 2) – Autor(a): Fernando Henrique Cardoso – Editora: Companhia das Letras
Título: Enquanto Houver Champanhe, Há Esperança: Uma biografia de Zózimo Barrozo do Amaral – Autor(a): Joaquim Ferreira dos Santos – Editora: Intrínseca
Título: Frei Betto: biografia – Autor(a): Américo Freire e Evanize Sydow – Editora: Civilização Brasileira
Título: Jango e eu: Memórias de um exílio sem volta – Autor(a): João Vicente Goulart – Editora: Civilização Brasileira
Título: Rita Lee, uma autobiografia – Autor(a): Rita Lee – Editora: Globo Livros
Título: Roberto Civita: O dono da banca – Autor(a): Carlos Maranhão – Editora: Companhia das Letras
Título: Xica da Silva: a Cinderela Negra – Autor(a): Ana Miranda – Editora: Record
Título: Yara Amaral: A operária do teatro – Autor(a): Eduardo Rieche – Editora: Tinta Negra Bazar Editorial
CIÊNCIAS HUMANAS
Título: A desordem mundial – Autor(a): Luiz Alberto Moniz Bandeira – Editora: Civilização Brasileira
Título: A Grande Estratégia do Brasil – Discursos, Artigos e Entrevistas da Gestão no Ministério da Defesa (2011-2014) – Autor(a): Celso Amorim – Editora: Unesp
Título: A Nervura do Real II – Autor(a): Marilena Chaui – Editora: Companhia das Letras
Título: A palavra no espelho – os reflexos da imagem no barroco mineiro – Autor(a): Cristina Ávila – Editora: ICAM – Instituto Cultural Amilcar Martins
Título: A radiografia do golpe: entenda como e por que você foi enganado – Autor(a): Jessé Souza – Editora: Leya
Título: A tentação fascista no Brasil: Imaginário de dirigentes e militares – Autor(a): Hélgio Trindade – Editora: Editora da UFRGS
Título: Ciclos anuais no Rio Tiquié – pesquisas colaborativas e manejo ambiental no noroeste Amazônico – Autor(a): Aloisio Cabalzar – Editora: Instituto Socioambiental
Título: Novas faces da vida nas ruas – Autor(a): Taniele Rui, Mariana Martinez e Gabriel Feltran (orgs.) – Editora: EDUFSCAR
Título: Peter Hansen Hajstrup – Viagem ao Brasil (1644-1654) – Autor(a): Benjamin Nicolaas Teensma, Bruno Romero Ferreira Miranda e Lucia Furquim Werneck Sodré (organizadores) – Editora: Cepe Editora
Título: Rei do Congo – Autor(a): José Ramos Tinhorão – Editora: Editora 34
Título: Trópicos Utópicos – Autor(a): Eduardo Giannetti – Editora: Companhia das Letras
DIREITO
Título: A “tradução” de Lombroso na Obra de Nina Rodrigues: O racismo como base estruturante da Criminologia Brasileira – Autor(a): Luciano Góes – Editora: Revan
Título: A Performance no Direito Tributário – Autor(a): Luciano Gomes Filippo – Editora: Almedina
Título: As Marcas do Cárcere – Autor(a): Leandro Ayres França – Editora: IEA Editora
Título: Comentários ao Código de Processo Civil – Coleção Completa 17 Volumes – Autor(a): Diretor: Luiz Guilherme Marinoni, Coords.: Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero – Editora: Revista dos Tribunais
Título: Controle judicial de uma istração pública complexa: A experiência estrangeira na Adaptação da Intensidade do Controle – Autor(a): Eduardo Jordão – Editora: Malheiros
Título: História Oral do Supremo – Autor(a): Fernando de Castro Fontainha, Marco Aurélio Vannucchi Leme de Mattos, Carlos Victor Nascimento dos Santos – Editora: FGV Direito Rio
Título: Jurimetria: Como a estatística pode reinventar o Direito – Autor(a): Marcelo Guedes Nunes – Editora: Thomson Reuters
Título: O Direito Penal da Guerra às Drogas – Autor(a): Luis Carlos Valois – Editora: Editora Dplácido
Título: Os Direitos da Mulher e da Cidadã por Olímpia de Gouges – Autor(a): Dalmo de Abreu Dallari – Editora: Saraiva
Título: Teoria da Argumentação Juridica – Autor(a): Fábio Shecaira e Noel Struchiner – Editora: Contraponto Editora
EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA
Título: A Instrução Pública nas Vozes dos Portadores de Futuros (Brasil – Séculos XIX e XX) – Autor(a): Carlos Monarcha – Editora: EDUFU
Título: A Maior Zoeira na Escola: Experiências Juvenis na Periferia de São Paulo – Autor(a): Alexandre Barbosa Pereira – Editora: Editora UNIFESP
Título: Alfabetização: A questão dos métodos – Autor(a): Magda Soares – Editora: Editora Contexto
Título: Currículos Integrados no Ensino Médio e na Educação Profissional: Desafios, Experiências e Propostas – Autor(a): Francisco de Moraes e José Antonio Küller – Editora: Editora Senac São Paulo
Título: Diversidade na Educação. Implicações Curriculares – Autor(a): Alípio Casali e Suely Dulce de Castilho – Editora: EDUC – Editora da PUC-SP
Título: Educação Física e Esporte no Século XXI – Autor(a): Wagner Wey Moreira e Vilma L. Nista-piccolo (orgs.) – Editora: Papirus Editora
Título: Educação Inclusiva: Para todos ou para cada um? Alguns paradoxos (in)convenientes – Autor(a): Kelly Cristina Brandão da Silva – Editora: Editora Escuta
Título: Educação Média Profissional no Brasil: Situação e Caminhos – Autor(a): Simon Schwartzman – Editora: Fundação Santillana
Título: História da Alfabetização no Brasil – Autor(a): Maria Luiza Marcílio – Editora: Editora da Universidade de São Paulo
Título: Histórias de Pedagogia, Ciência e Religião: Discursos e Correntes de Cá e do Além-mar – Autor(a): Maria Juraci Maia Cavalcante – Editora: Edições UFC
ENGENHARIAS, TECNOLOGIAS E INFORMÁTICA
Título: Acústica de Salas – Projeto e Modelagem – Autor(a): Eric Brandão – Editora: Editora Blucher
Título: Banda Larga no Brasil: ado, presente e futuro – Autor(a): Peter Knight, Flávio Feferman e Nathalia Foditsch – Editora: Figurati
Título: Fundamentos Básicos da Qualidade Aplicados ao Setor Industrial e de Serviços – Autor(a): José Eduardo Ferreira de Oliveira – Editora: Empresa Corisco Editora Gráfica Comércio e Indústria de Equipamentos
Título: História da Computação – Autor(a): Raul Sidnei Wazlawick – Editora: Elsevier Editora
Título: Introdução à Computação — Hardware, Software e Dados – Autor(a): André C. P. L. F. de Carvalho e Ana Carolina Lorena – Editora: LTC
Título: Introdução à Engenharia de Produção — Conceitos e Casos Práticos – Autor(a): Orlando Roque da Silva e Délvio Venanzi – Editora: LTC
Título: Introdução à Mineração de Dados: Com aplicações em R – Autor(a): Leandro Augusto da Silva, Sarajane Marques Peres e Clodis Boscarioli – Editora: Elsevier Editora
Título: Lições em Mecânica das Estruturas: Dinâmica – Autor(a): Carlos Eduardo Nigro Mazzilli , João Cyro André, Miguel Luiz Bucalem e Sérgio Cifú – Editora: Editora Blucher
Título: Nanotecnologia Experimental – Autor(a): Henrique Eisi Toma, Delmárcio Gomes da Silva e Ulisses Condomitti – Editora: Editora Blucher
Título: Química Orgânica Experimental: Uma abordagem de Química Verde – Autor(a): Arlene G. Corrêa, Kleber T. de Oliveira, Márcio W. Paixão e Timothy J. Brocksom – Editora: Elsevier Editora
INFANTIL
Título: A Fantasia da Família Distante – Autor(a): Stella Maris Rezende – Editora: Globinho
Título: A Outra História de Chapeuzinho Vermelho – Autor(a): Jean-Claude Alphen – Editora: Editora Salamandra
Título: Abrapracabrasil! – Autor(a): Fernando Vilela – Editora: Brinque-Book
Título: Adélia – Autor(a): Jean-Claude Alphen – Editora: Editora Pulo do Gato
Título: Birigüi – Autor(a): Mauricio Meirelles – Editora: Miguilim
Título: A Boca da Noite – Autor(a): Cristino Wapichana – Editora: Zit Editora (Meneghetti’s Gráfica e Editora)
Título: Drufs – Autor(a): Eva Furnari – Editora: Editora Moderna
Título: João, Joãozinho, Joãozito – Autor(a): Claudio Fragata – Editora: Record
Título: Se Eu Fosse… Um bicho, uma planta ou até um objeto, minha vida seria muito diferente. – Autor(a): Luisa Massarani – Editora: Publifolha Editora: Selo Publifolhinha
Título: Um Dia, Um Rio – Autor(a): Leo Cunha e André Neves – Editora: Editora Pulo do Gato
POESIA
Título: A Palavra Algo – Autor(a): Luci Collin – Editora: Iluminuras
Título: Carcaça – Autor(a): Josoaldo Lima Rêgo – Editora: 7 Letras
Título: Dobres Sobre a Luz – Autor(a): Thiago Ponce de Moraes – Editora: Lumme Editor
Título: Identidade – Autor(a): Daniel Francoy – Editora: Urutau
Título: Livro das Postagens – Autor(a): Carlito Azevedo – Editora: 7letras
Título: Madrigaes Tragicomicos – Autor(a): Glauco Mattoso – Editora: Lumme Editor
Título: O Mar e o Búzio – Autor(a): Bruno Palma – Editora: Com-arte
Título: Quase Todas as Noites – Autor(a): Simone Brantes – Editora: 7letras
Título: Rol – Autor(a): Armando Freitas Filho – Editora: Companhia das Letras
Título: Tempo de Voltar – Autor(a): Mariana Ianelli – Editora: Edições Ardotempo
TRADUÇÃO
Título: Briggflatts – Tradutor(a): Felipe Fortuna – Editora: Topbooks
Título: Conversações com Goethe nos Últimos Anos de Sua Vida: 1823-1832 – Tradutor(a): Mário Luiz Frungillo – Editora: Unesp
Título: Fedro – Tradutor(a): José Cavalcante de Souza – Editora: Editora 34
Título: Lessing: obras, crítica e criação – Tradutor(a): J. Guinsburg e Ingrid D. Koudela – Editora: Editora Perspectiva
Título: O Reino – Tradutor(a): André Telles – Editora: Companhia das Letras
Título: Ouça a Canção do Vento / Pinball, 1973 – Tradutor(a): Rita Kohl – Editora: Companhia das Letras
Título: Pequeno Mundo Antigo – Tradutor(a): Ivone Benedetti – Editora: Carambaia
Título: Políbio: História Pragmática – Tradutor(a): Breno Battistin Sebastiani – Editora: Editora Perspectiva
Título: Romeu e Julieta – Tradutor(a): José Francisco Botelho – Editora: Companhia das Letras
Título: Uma outra Juventude: e Dayan – Tradutor(a): Fernando Klabin – Editora: Editora 34
Temporal leva pânico durante concerto da OSPA no Jardim Botânico 4u6150
Cleber Dioni Tentardini
O temporal começou a se armar por volta das cinco e meia da tarde, mas o céu ainda estava claro. Cheguei por volta desse horário para assistir ao Concerto de Primavera da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, neste domingo, 01/10, evento tradicional de boas-vindas à nova estação, organizado pela Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA) e OSPA.
Na entrada, comentei com amigos que a chuva estava vindo. Me informaram que já havia mais de três mil pessoas.
Ao chegar no multipalco, vi uma multidão acomodada pelo gramado do Jardim Botânico.
Às seis da tarde, começou a apresentação dos músicos, conduzida pelo maestro Evandro Matté. Raios começaram a ser vistos durante a apresentação da soprano Raquel Fortes, e logo vieram as trovoadas. Algumas pessoas com crianças no colo começaram a levantar para ir embora. A maioria do público permaneceu.
Sentados nas cadeiras nas primeiras filas estavam a secretária estadual do Ambiente e de Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini, o presidente da Fundação Zoobotânica, Luiz Branco, os diretores do JB e do Museu de Ciências Naturais.
Aos primeiros pingos o público levantou e começou a sair caminhando, mas, uma rajada de vento muito forte cruzou o gramado, levantando cadeiras e atingiu o palco, balançando com toda a estrutura. Lonas e caixas de som foram arremessadas para as laterais. A cobertura do palco entortou, ameaçando desabar.
Começou a correria. Para piorar, foi-se a luz. Pânico e gritaria. Vento e chuva fortes. Pessoas perdidas dos parentes. Crianças chorando. Havia muitas senhoras e crianças no local. As famílias levaram cadeiras de praia, muita gente estava praticamente acampada ali, dividindo lanches, sucos, vinhos, chimarrão. Algumas coisas foram deixadas pelo caminho.
Ao ver a estrutura prestes a desabar, os músicos correram para uma tenda armada para o apoio, ao lado do gramado, o mesmo que dezenas de pessoas fizeram, inclusive eu. Mas o abrigo foi por pouco tempo, porque a estrutura também começou a balançar e a lona abriu-se de vez. A cobertura do palco veio abaixo.
Na rua interna, a multidão a pé disputava espaço com as centenas de carros. Tinha que desviar dos galhos quebrados pela ventania. Quem caminhou, conseguiu alcançar mais rápido a saída na avenida Salvador França, totalmente alagada.
Não havia orientação, apoio técnico ou qualquer funcionário do SAMU ou dos Bombeiros Civis para orientar as pessoas. Esses apoios são de praxe em eventos como esses. Não sei se obrigatórios, talvez sejam.
Depois de seis anos sem apresentar concertos no Jardim Botânico de Porto Alegre, a Ospa, uma das grandes orquestras do Brasil, não conseguiu mostrar seu programa repleto de trechos de óperas, danças e obras relacionadas a esta época do ano.