Cleber Dioni Tentardini A Fundação Zoobotânica sofreu novo arrombamento. Desta vez o atentado ocorreu na parte istrativa do prédio. Foi danificada a porta de o à sala da Assessoria Jurídica e roubados do local duas Us, um monitor de computador e uma impressora. Recentemente, no dia 18 de janeiro, o serpentário do Museu de Ciências Naturais da Fundação de Zoobotânica também foi arrombado numa tentativa de soltura das cobras. O diretor presidente da Fundação Luiz Fernando Branco estranha o roubo de computadores apenas na sala do jurídico, já que havia equipamentos nas salas próximas que não foram arrombadas. Além disso são equipamentos de baixo valor comercial. A Brigada Militar, a Policia Civil e o Instituto de Perícia estiveram no local para registrar a ocorrência e realizar perícia. 3m152d
Categoria: Fundações u3d2u
Ação conjunta vai contestar na Justiça a extinção de fundações 11769
Cleber Dioni Tentardini
A Frente Jurídica em Defesa das Fundações apresentou nesta quinta-feira (19) uma análise das leis e dos decretos baixados pelo governador Ivo Sartori para extinguir nove fundações estaduais.
Segundo o integrante da Frente Jurídica, advogado Antônio Escosteguy Castro, “o objetivo é apresentar as consequências jurídicas e as estratégias de enfrentamento judicial à proposta de extinção das fundações”..
Criada pelo Coletivo Jurídico da CUT-RS, a Frente é integrada por vários escritórios de advocacia, que assessoram entidades sindicais, e questiona a real necessidade de extinguir nove fundações, que representam a pesquisa, a inteligência e a cultura do Estado, o que poderá ocasionar graves retrocessos e a demissão de 1.200 servidores concursados.
A extinção de fundações foi aprovada pelos deputados da base aliada de Sartori, durante a votação de parte do pacotaço do governador às vésperas do Natal na Assembleia Legislativa.
Na terça-feira (17), o Diário Oficial do Rio Grande do Sul publicou os decretos que sancionam as leis aprovadas pela Assembleia que prevêem a extinção da Fundação Zoobotânica (FZB), da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), da Fundação de Economia e Estatística (FEE), da Fundação Piratini, da Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos, da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps), da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), e da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (FIGTF), além da Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas (Corag) e da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH).
Apesar das decisões judiciais obtidas pelos sindicatos, que suspendem a demissão desses trabalhadores por falta de negociação coletiva prévia, o governo Sartori ainda publicará, conforme o Diário Oficial, um decreto fixando prazo para rescisão dos contratos de trabalho da FZB, Cientec, FEE, Piratini, FDRH e Metroplan.
“Somos contra o pacotaço do Sartori, o desmonte do estado, a demissão de trabalhadores e, por isso, estamos travando agora uma batalha jurídica para impedir a extinção das fundações”, afirma o secretário de Relações de Trabalho da CUT-RS, Antônio Güntzel.
De acordo com ele, “precisamos de um estado indutor do desenvolvimento e não exterminador do presente e do futuro do povo gaúcho”.
Maiojama desmente boatos sobre interesse nos terrenos da Fundação Zoobotânica 5f3b4n
Apesar de ser uma das maiores incorporadoras imobiliárias da capital gaúcha, a Maiojama ( setor imobiliário do grupo RBS Participações) publicou na quarta-feira uma nota oficial em sua página do facebook desmentindo qualquer interesse em terrenos públicos e especialmente nos 39 hectares do Jardim Botânico.
Isto porque durante aquela tarde circularam boatos nas redes sociais, que a Empresa não só tinha o interesse mas de que estava certa a compra dos terrenos que hoje compõe o Jardim Botânico e a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB) que teve aprovada sua extinção no final do ano na Assembleia Legislativa. A FZB possui 39 hectares numa das áreas mais valorizadas da capital e 620 ha em Sapucaia do Sul, área do Jardim Zoológico. e da Reserva Florestal Padre Balduíno Rambo.
Na nota a empresa desmente a informação e diz que “não há e nunca houve interesse em adquirir e tampouco edificar sobre o Jardim Botânico de Porto Alegre, ou qualquer outra propriedade pública”.
Leia abaixo a nota de esclarecimento na íntegra:
Em resposta a boatos que circulam por redes sociais, a Maiojama, por meio da presente nota, vem, em caráter oficial, esclarecer que não há, e nunca houve por parte desta empresa interesse em adquirir e tampouco edificar sobre o Jardim Botânico de Porto Alegre, ou qualquer outra propriedade pública. Qualquer informação em desconformidade com acima exposto, faltará, não apenas com a verdade, mas também com respeito aos leitores, a esta empresa e a seus clientes, que confiam na seriedade e ética do trabalho por ela realizado.
Alertamos que a veiculação e o compartilhamento de notícia falsa constituem ilícito civil e criminal ível de responsabilização.
A Direção
Sartori nomeia seis para cargos de chefia na Fundação Zoobotânica d3z22
CLEBER DIONI tentardini
Na semana em que pretende sancionar o projeto de Lei que extingue a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e outras cinco fundações, o governador José Ivo Sartori nomeou seis pessoas para cargos comissionados na FZB, os chamados Ccs, funcionários de confiança indicados pelo governo.
Os atos estão publicados no Diário Oficial do Estado desta terça feira, 10.
São cargos de chefia, cujos salários giram em torno de R$ 7 mil. São eles: Coordenadora de Planejamento e Projetos, Marineide Costa; Assessor Jurídico, Mario Anderson Ferrari; Coordenador de Educação Ambiental, Sergio Neglia Bavaresco; coordenadora de Comunicação Social, Carla Renata Antunes de Souza Gomes; Coordenadora de Projetos Especiais, Marta Dabdab Domingues Segalla; Makelen Barbieri, assessor padrão EC-I. Dias antes foram nomeados diretores do Jardim Botânico, do Zoológico e o novo diretor do Museu de Ciências Naturais.
Processo semelhante ocorreu na Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (Fundergs), que mesmo extinta no início de 2016, mantém 24 cargos de confiança comissionados, com custo de R$ 120 mil por mês. O deputado estadual Juvir Costella (PMDB), ex-secretário de Esportes, justificou no final do ano ado que os Ccs foram mantidos para cumprir o calendário esportivo de 2016.
O presidente da Fundação Zoobotânica, Luiz Fernando Branco, não foi localizado. Sua secretária informou que estava em reunião na Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema).
A explicação do governo é que esses funcionários vão integrar uma comissão de transição para atuar no processo de extinção da fundação.
Serviços da Zoobotânica custam sete vezes menos que na iniciativa privada 283q59
Mesmo depois de o projeto de Lei que propõe a extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, junto com outras cinco fundações, ter sido aprovado na Assembleia Legislativa, os servidores ainda acreditam na possibilidade de reverter a situação. A FZB será considerada extinta só depois do PL ser sancionado pelo governador José Sartori.
Hoje no início da tarde eles reuniram-se no Jardim Botânico para preparar novas ações a fim de barrar o projeto e a demissão dos 194 funcionários concursados. Diretores do Semapi – sindicato dos trabalhadores das fundações – não descartam ingressar com denúncia no Ministério Publico Estadual e ações judiciais contras as demissões.
Uma das medidas é esclarecer a opinião pública e rebater ponto a ponto as argumentações do governo, baseadas principalmente na redução de custos e na alegação de que os inúmeros serviços prestados pela FZB continuarão sendo realizados pela Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Os funcionários defendem que os serviços essenciais, que são atribuições do Estado e de competência da Zoobotânica por força de legislação, teriam de ser contratados junto à iniciativa privada com custos sete ou oito vezes maior para os cofres públicos.
Exemplo representativo são as Listas de Espécies da Fauna e da Flora Ameaçadas de Extinção. O custo para elaboração dos documentos pela FZB é de R$ 150 mil e junto à iniciativa privada não sai por menos de R$ 4,6 milhões. Valor é 97% menor. (Confira no quadro no final do texto outros exemplos de quanto o Estado economiza com a manutenção da FZB).
Destacam também demandas específicas que exigiram o trabalho dos servidores da FZB, entre elas, análise técnica da paisagem dos morros de Porto Alegre; avaliação da área para a instalação da futura fábrica da General Motors; central de tratamento de petróleo em Triunfo, da Petrobras; planejamento ambiental para o Litoral do Rio Grande do Sul; definição do perfil ambiental e os usos dos parques naturais; implantação do Programa Pró-Guaíba; estudo de zoneamento para Parques Eólicos no Estado; estudo sobre a mineração de areia no rio Jacuí.
A Fundação Zoobotânica é vinculada à Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, sendo o órgão responsável pela promoção e conservação da biodiversidade no Estado, através do Jardim Botânico, do Parque Zoológico e do Museu de Ciências Naturais. Atua nas áreas de pesquisa, educação ambiental, conservação e lazer. A instituição é detentora de coleções científicas de plantas e animais, atuais e fósseis, que subsidiam pesquisas realizadas por especialistas do Brasil e do exterior.
O orçamento da FZB, estável desde 2012, é de R$ 26 milhões, o que representa 0,04% do orçamento do governo gaúcho, que é de R$ R$ 57,4 bilhões.
Quanto o Estado economiza com a manutenção da FZB
Elaboração das listas de espécies de animais e plantas ameaçados de extinção
Custo pela FZB – R$ 150.000,00
Custo pela iniciativa privada – R$ 4.677.440,00
Plano de Manejo do Parque Estadual do Delta do Jacuí
Custo pela FZB – R$ 176.000,00
Custo pela iniciativa privada – R$ 1.659.000,00
Plano de Manejo da APA do Delta do Jacuí
Custo pela FZB – R$ 100.560,00
Custo pela iniciativa privada – R$ 948.000,00
Plano de Manejo da Reserva Biológica da Mata Paludosa
Custo pela FZB – R$ 120.000,00
Custo pela iniciativa privada – R$ 1.015.728,00
Plano de Manejo da APA Rota do Sol
Custo pela FZB – R$ 120.000,00
Custo pela iniciativa privada – R$ 1.015.728,00
Plano de Manejo da Estação Ecológica de Aratinga
Custo pela FZB – R$ 270.000,00
Custo pela iniciativa privada – R$ 2.285.388,00
Plano de Manejo do Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos
Custo pela FZB – R$ 150.000,00
Custo pela iniciativa privada – R$ 1.269.660,00
Zoneamento Ecológico Econômico do RS
Custo pela FZB – R$ 10.000.000,00
Custo pela iniciativa privada – R$ 60.000.000,00
TOTAL
Custo pela FZB – R$ 11.086.560,00
Custo pela iniciativa privada – R$ 72.870,944,00
(Cleber Dioni Tentardini)
Base de Sartori a o trator e aprova extinção de oito fundações 4g655r
A base de sustentação do governador Sartori aprovou, na madrugada desta quarta-feira (21), por 30 votos a 23, o Projeto de Lei 246/2016, que extingue seis fundações no RS.
Faltavam dois minutos para as 4hs quando a votação se encerrou.
Com a decisão, ficam extintas a Fundação Zoobotânica (FZB), a Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), a Fundação de Economia e Estatística (FEE), a Fundação Piratini (TVE/FM Cultura), a Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH), a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan).
A sucessão de discursos na tribuna durou mais de 12 horas. Enquanto isso, do lado de fora do Legislativo, o dia foi de muitas bombas e cenas de violência contra os servidores públicos que se manifestavam na Praça da Matriz.
Policiais civis que acompanhavam a votação foram atingidos por balas de borracha e estilhaços disparados por seus colegas da Brigada Militar.
Além da demissão de mais de mil servidores, a aprovação abre caminho para que todo o patrimônio das fundações seja vendido, a critério do Executivo, sem qualquer controle do Legislativo.
A maior parte dos serviços até hoje prestados pelas fundações ará a ser explorado pela iniciativa privada.
Madrugadão
O segundo projeto tratando da extinção de fundações públicas foi aprovado por 29 a 23 votos, quatro horas depois: o PL 240 extingue a Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore – FIGTF e a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – Fepagro.
Utilizaram a tribuna para falar sobre a matéria os deputados Adão Villaverde (PT), Zé Nunes (PT), Manuela d Ávila (PCdoB), Enio Bacci (PDT), Stela Farias (PT), Pedro Ruas (PSOL), Tarcísio Zimmermann (PT), Luiz Fernando Mainardi (PT), Edson Brum (PMDB), Ciro Simoni (PDT), Juliano Roso (PCdoB), Edegar Pretto (PT), Juliana Brizola (PDT), Jeferson Fernandes (PT), Valdeci Oliveira (PT), Regina Becker Fortunati (REDE), Altemir Tortelli (PT), Sérgio Turra (PP), Miriam Marroni (PT), Frederico Antunes (PSDB), Zilá Breitenbach (PSDB), Marcel van Hattem (PP), Nelsinho Metalúrgico (PT), Vilmar Zanchin (PMDB), Aloísio Classmann (PTB) e Edson Brum (PMDB).
Para garantir a aprovação, a base do governo contou com dois votos da bancada do PDT (Vinicius Ribeiro e Gilmar Sossella) e três do PTB (Aloisio Classmann, Marcelo Moraes e Mauricio Dziedricki).
No PTB, que tem cinco votos, apenas o deputado Luis Augusto Lara votou contra o governo. Ronaldo Santini se absteve e os outros três votos foram dados ao governo. O PDT, que tem sete deputados, deu apenas um voto ao Piratini.
Funcionários, visitantes e zen budistas em defesa da Zoobotânica 2c6gv
Parece que eles tinham combinado, mas não. A comunidade Zen Budista de Porto Alegre promoveu no sábado uma caminhada meditativa pelo Jardim Botânico. Não houve divulgação prévia. Monges andaram com participantes dos grupos de meditação pelas trilhas verdes. Foi a maneira que encontraram para manifestar seu apoio à continuidade da Fundação Zoobotânica.
No domingo, o Jardim Botânico em Porto Alegre amanheceu ocupado pelos funcionários da Fundação Zoobotânica: barracas, cadeiras e faixas só foram retiradas no final da tarde. Eles haviam dormido lá.
Os manifestantes não fecharam o lugar, pelo contrário: os visitantes, ao chegarem ao pórtico, eram convidados para uma caminhada orientada pelo parque, durante a qual ouviram esclarecimentos sobre os inúmeros motivos para a manutenção da instituição pública, que é reconhecida pela sua excelência científica em todo o Brasil, e está no pacote de fundações que o governo Sartori quer extinguir, a ser votado esta semana pelos deputados.
O Semapi, sindicato ao qual estão ligados os funcionários das fundações ameaçadas de extinção, decretou greve geral a partir desta segunda-feira (19).
Infeliz aniversário de 44 anos
A Fundação Zoobotânica completa 44 anos em 20 de dezembro. Nesta segunda-feira, véspera do aniversário, funcionários da FZB planejam ir às 9 horas da manhã até o edifício da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema), no centro de Porto Alegre, para cantar “infeliz aniversário” e dar os “desparabéns” aos colegas, conclamando-os a engrossar a mobilização em apoio à fundação.
“O fim da FZB significará um buraco tremendo no planejamento das políticas públicas de meio ambiente no Rio Grande do Sul, porque é impossível contratar da iniciativa privada ou rear a outros órgãos a totalidade do trabalho que fazemos”, salienta a presidente da associação dos servidores da Zoobotânica, Josy Matos.
Para que serve a FZB
A fundação foi criada pela lei estadual 6.497, em 20 de dezembro de 1972, para unificar três instituições que já existiam: o Museu Riograndense de Ciências Naturais, de 1955, que compartilha o endereço com o Jardim Botânico, de 1958, e o Parque Zoológico, de 1962.
Entre suas atribuições, estão o desenvolvimento de pesquisas de conservação da biodiversidade do Estado e a promoção da educação ambiental. É também responsável pelo monitoramento da qualidade do ar e pela extração de veneno de serpentes para a produção de soro antiofídico. Acolhe animais vítimas de maus tratos e acidentes para tratamento e devolução à natureza e gerencia coleções científicas que totalizam 432 mil exemplares de animais, plantas e fósseis.
Com seu trabalho, os pesquisadores captam recursos de agências de fomento nacionais e internacionais – economia para o caixa do Estado, que na ausência da FZB precisaria contratar estudos técnicos à iniciativa privada a preços elevados.
A SEMA não daria conta
Na semana ada, uma carta dos funcionários da Sema reiterou que a pasta não tem condições de assumir as funções atualmente sob responsabilidade da FZB, como anunciou o governo.
Segundo a associação dos servidores da Sema, as estruturas tem “atribuições interdependentes, complementares, mas jamais sobrepostas, de modo que nos soa inissível – e mesmo falaciosas – as afirmações quanto à internalização de competências da FZB por esta Secretaria”.
Por outro lado, as universidades também não estão preparadas para assumir todas as tarefas referentes às pesquisas da FZB. O diretor do Instituto de Biociências da Ufrgs, João Ito Bergonci, itiu, em vídeo postado no blog do movimento em defesa da FZB, que a instituição não tem “condições de receber absolutamente nada da FZB” nas condições atuais em que se encontra.
"Governo vai gastar sete vezes mais", diz pesquisador da FZB 6t6m2t
Dois pesquisadores, um da Fundação Zoobotânica e outro do Cientec, foram ouvidos pelo JÁ a respeito do pacote do governo Sartori para extinguir oito fundações estaduais, a FZB entre elas.
Jan Carel Junior, biólogo do Museu de Ciências Naturais, 48 anos, há dois na Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul:
“O que o governo do Estado alega é redução de custos e superposição de atividades com outros órgãos da Secretaria de Meio Ambiente.
A questão do custo é facilmente refutável porque os gastos da FZB representam0,04% do orçamento do Estado. Quanto o Estado pagaria pelos serviços que nossos técnicos prestam e que vão desde planos de manejo, zoneamento ecológico, laudos paleontológicos, até laudos de qualidade da água e do ar?.
Já fizemos essa conta. O que se gasta com a Fundação Zoobotânica é cerca de sete vezes menos do que o Estado gastaria se fosse contratar empresas privadas para realizar o mesmo trabalho. Sem contar que os trabalhos são realizados com uma equipe técnica de alta qualidade.
Sobre a superposição ou “sombreamento”, na verdade há uma complementariedade de atividades, da SEMA, do DRH, da Fepam e do Departamento de Biodiversidade. A Fundação produz informações para ações e políticas públicas de diversos órgãos.
Nós já encaminhamos, em 2015, à Secretaria do Meio Ambiente um plano de readequação do Parque Zoológico. No início deste ano encaminhamos um plano de reestruturação de todo o sistema ambiental do RS com otimização da estrutura e otimização de custos. Nunca fomos recebidos. Nunca fomos consultados para nada”.
“45 dias antes, Sartori fez acordo com alemães para qualificar a Cientec”
João Leal Vivian, pesquisador na Cientec há 4 anos e meio:.
“Fomos pegos de surpresa com a proposta de extinção. O governador, 45 dias antes do pacote, em turnê pela Europa, anunciou uma reformulação da Cientec em parceria com o Instituto Fraunhofer, da Alemanha. Agora quer extinguir. Como entender?
O trabalho da Cientec está presente no dia a dia da sociedade, o transporte do carvão, a carne do churrasco, o leite, os derivados animais, que têm envolvimento com a Secretaria da Agricultura. O fiscal sanitário coleta as amostras e traz para a Cientec. Nos últimos dois anos somente a Cientec estava habilitada no RS a fazer este tipo de serviço. Então, quem vai fazer este serviço e a que preço?
O orçamento da Cientec gira em torno de 30 milhões de reais, e o governador diz que o prejuízo é de 19 milhões. Mas esquece o governador que o resultado do trabalho de instituições de ciência e tecnologia tem uma parte intangível.
Não se consegue medir ou colocar no balanço financeiro da empresa. Nós temos o laudo sobre a Ford, feito por três técnicos da Cientec pesquisaram nas fábricas em São Paulo e na Bahia e detectaram que os equipamentos comprados pela montadora com os incentivos fiscais estavam em operação lá. Essa prova foi decisiva para a decisão da Justiça que mandou retornar aos cofres do Estado 246 milhões de reais.
Outro exemplo é a denuncia sobre a fraude dos fertilizantes. Foi a Cientec quem emitiu laudo comprovando as fraudes. Outro exemplo do papel da Cientec é a inspeção de materiais de saneamento. Hoje nós temos mais de 700 ensaios creditados junto ao Inmetro. Quanto vale isso?”
Ato em defesa das fundações públicas recebe centenas de apoiadores 11x1k
“Vivemos um momento de desinteligência, de constrangimento, em que as couraças da indiferença ou da estupidez se negam o diálogo. Mas não podemos desistir”. Assim falou Nelson Coelho de Castro já no encerramento.
Foi um longo evento: das duas da tarde até o cair da tarde de domingo, centenas de pessoas aram em frente à entrada do Jardim Botânico de Porto Alegre, onde também funciona o Museu de Ciências Naturais.
Foi ao som de canções como “Índio”, de Caetano Veloso, interpretado com graça pelo quarteto feminino liderado por Monica Tomasi que centenas de pessoas se manifestaram ao longo da tarde deste domingo (11 de dezembro) contra os projeto de lei do governo do Estado que extinguem 9 fundações públicas do Rio Grande do Sul e tramitam na Assembleia Legislativa em regime de urgência.
O Jardim Botânico e o Museu, assim como o Jardim Zoológico, são mantidos pela Fundação Zoobotânica (FZB), uma das nove ameaçadas de extinção pelo pacote proposto pelo governador José Ivo Sartori.
Foram mais de dez atrações musicais em shows que se estenderam até o cair da tarde. Em vários momentos, embalados por samba, bossa nova ou blues, os servidores tomaram conta da avenida Salvador França, interrompendo o trânsito por alguns instantes para entregar panfletos. Motoristas buzinavam em apoio aos manifestantes, muitos abaixavam os vidros ou desciam dos carros para cumprimentar os servidores e não faltou inclusive quem erguesse o punho para fora da janela em sinal de resistência.
“Essas manifestações de apoio são muito importantes para nós, porque mostram que a comunidade está do nosso lado, defendendo o patrimônio científico, tecnológico e cultural do Rio Grande do Sul”, celebrou a presidente da Associação dos Funcionários da FZB, Josy Matos.
Entre o público presente, havia inúmeros apoiadores: cientistas, ambientalistas, músicos, profissionais liberais e intelectuais estavam lá.
Um deles era o escritor e pesquisador em literatura Luis Augusto Fischer, que foi patrono da Feira do Livro em 2013: “Como eu frequento muito esse lugar, inclusive com as minhas crianças, eu sei o trabalho enorme que tem a Fundação Zoobotânica. Aqui se estuda a biologia da nossa região, há um trabalho de produção de mudas para repor em toda a cidade… é um negócio realmente maravilhoso que foi criado há mais de cinquenta anos”, observou.
Fischer gravou um vídeo em apoio à causa, acompanhando a atitude de vários outros apoiadores que estavam no local como os músicos Marcelo Delacroix e Oly Júnior. “Estamos muito gratos por este apoio da classe artística, é bonito ver as pessoas se envolvendo”, sublinhou Josy.
O deputado Pedro Ruas participou do evento e convocou cidadãos comprometidos com a manutenção das fundações a ocuparem de forma permanente a Praça da Matriz, onde já está montado um piquete dos servidores desde o dia em que o pacote de Sartori foi anunciado, no dia 21 de novembro: “Precisamos lotar a praça e mostrar ao governador e aos parlamentares que a população está atenta e vai cobrar de seus representantes uma postura de respeito com o Rio Grande do Sul”.
Abraço simbólico inicia campanha para salvar Fundação Zoobotânica 722m5d
Um abraço simbólico foi dado por servidores e apoiadores da Fundação Zoobotânica na manhã desta terça-feira, na sede da entidade em frente ao Jardim Botânico, em Porto Alegre.
O ato marca o início de uma grande mobilização que pretendem fazer contra o projeto de lei 246, do Executivo, que prevê a extinção da Fundação Zoobotânica, junto com outras instituições, como a Fundação Estadual de Economia e Estatística e a TVE..
A Fundação Zoobotânica, segundo a presidente da Associação dos Funcionários da Fundação Zoobotânica, Josy Matos, custa apenas 0,04% do total do orçamento do Estado, enquanto os serviços que presta representam muitos milhões de reais.
Além dos funcionários e técnicos da fundação, participaram estudantes, professores das universidades e pessoal das outras instituições de pesquisa que estão ameaçadas.
“Nosso objetivo é mostrar para o governo que a extinção das fundações é um erro muito grande. A Fundação Zoobotânica não dá prejuízo”, diz a presidente da associação dos funcionários.