A Assembléia Estadual aprovou no encerramento do ano, com 47 votos, o Projeto de Lei 269/2015, que “estabelece normas para atendimento de animais comunitários no Estado do Rio Grande do Sul”. O projeto é da deputada Regina Becker (PTB). A partir da sanção do Governador, que tem prazo de 15 dias, os protetores terão amparo legal que se soma a Lei 13.193, para que nenhum animal seja impedido de receber cuidados naqueles locais nos quais possuam vínculo. “É a garantia de que eles sejam respeitados, tenham direito à casinhas, comedouros, vacinas, identificação e outros providências”, afirma a deputada. O Projeto de Lei dispõe que os tutores proverão, voluntariamente e às suas expensas, os cuidados com higiene, saúde e alimentação dos animais comunitários pelos quais se responsabilizem, devendo zelar, também, pela limpeza do local onde estes se encontrem. O Art.3º trata de uma das grandes dificuldades de tutores que cuidam de animais comunitários: a manutenção de casinhas e comedouros. Agora, fica garantido “o abrigamento dos animais comunitários, a colocação de casas em vias públicas, escolas públicas e privadas, órgãos públicos e empresas públicas e privadas, desde que com a autorização da autoridade correspondente e/ou responsável pelo local.” O texto propõem também que o Estado incentive cursos e campanhas de conscientização ao público sobre o conceito de “Animais Comunitários”, bem como para os tutores ou tratadores sobre o respeito aos Direitos dos Animais e a necessidade de cuidados fundamentais a sua sobrevivência, a fim de possibilitar estratégias e ações para a melhoria do bem-estar, respeito e proteção aos animais comunitários. 44425r
Categoria: Geral 3e3b5c
Bancários aprovam orçamento prevendo ano de muitas mobilizações 4sr44
Os bancários debateram e aprovaram por unanimidade, em assembleia, na quarta-feira, 19/12, no Auditório da Casa dos Bancários, a previsão orçamentária e o plano para o exercício 2019.
A previsão de receita foi de R$ 8.440.000, o mesmo valor das despesas (veja resumo ao final desta matéria).
O plano de ação prevê investimentos em organização da luta, na unidade dos colegas e nas mobilizações para enfrentar um período que se anuncia muito difícil na defesa dos direitos. Em virtude dos ataques anunciados do novo governo federal contra direitos históricos como o 13º salário e a as ameaças de impor reforma da previdência haverá necessidade de muita unidade e resistência.
O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, explicou que o orçamento para o ano que vem manterá a estratégia de austeridade. “Este ano foi muito complicado em termos de negociação com os banqueiros durante a Campanha Nacional. Não tivemos investimentos em greves, mas tivemos uma campanha mais longa. Em 2019, estamos trabalhando com uma previsão de pressão ainda mais forte para a entrega dos bancos públicos. Vamos precisar trabalhar muito a unidade e a participação da categoria”, assinala Gimenis.
O diretor Financeiro do SindBancários, Tiago Pedroso, lembrou que a Reforma Trabalhista causou um forte impacto nas finanças dos Sindicatos. As receitas diminuíram de tal forma em 2018 que, no caso dos bancários, estava sendo previsto déficit orçamentário de 2018. “O Sindicato trabalhou muito neste ano para reduzir as despesas e aumentar as receitas e obteve sucesso, de forma que, para o próximo ano, trabalhamos com uma previsão de equilíbrio financeiro”, observa Tiago.
Confira abaixo um resumo da previsão orçamentária de 2019:
Indústria prevê retomada da economia com recuo lento do desemprego mp31
Quatro indicadores alimentam a expectativa da Federação das Industrias de uma recuperação da economia brasileira em 2019:
- a queda no endividamento das empresas e das famílias nos últimos três anos:
- o altíssimo grau de ociosidade das fábricas,
- a inflação controlada
- os juros baixos
Segundo Gilberto Petry, presidente da Fiergs, em 2018 a indústria gaúcha e nacional ” está deixado para trás a mais profunda recessão já registrada”.
Entre 2014 e 2016, a produção industrial no Estado caiu 18,5% e no Brasill, 16,7%.
Assim, os crescimentos de 2017 (2,5% no País e 0,5% no Estado) e a estimativa para 2018 (2,5% e 4,7%, respectivamente) somados não chegam a um terço da queda acumulada.
“São tempos de recuperação para o setor industrial, que ainda carece de consolidação”, diz o presidente da FIERGS.
Para Petry, a crise fiscal do Estado se agravou no final deste ano e as medidas necessárias para a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal não foram concretizadas, o que aumenta a apreensão em relação ao futuro.
Reduzir despesas, autorizar concessões e outorgas à iniciativa privada são, segundo ele, indispensáveis para enfrentar a crise financeira.
Apesar das incertezas de um ano político agitado, a FIERGS faz projeções para 2019: crescimento de 2,4% no PIB do Rio Grande do Sul e 2,8% no PIB nacional.
Segundo a Fiergs, as contratações devem crescer por conta da ociosidade do mercado de trabalho e pelas condições favoráveis para o empregador por conta das mudanças na lei trabalhista.
Mas o recuo do desemprego, que fecha o ano em 12,3% no país, será lento, caindo para 12% ao longo de 2019.
Diplomação com vaias e agressões antecipa clima político em 2019 4c111l
O Cabo Junio Amaral (PSL), que acabara de receber seu certificado, tentou arrancar o cartaz das mãos de Correia, que reagiu, e os dois parlamentares trocaram xingamentos e tentativas de socos.
“Para não permitir tal descompostura com a democracia e com um direito meu como parlamentar, obviamente reagi”, afirmou Correia pelas redes sociais.
Ele diz que vai estudar medidas judiciais cabíveis contra o agressor.
Amaral, por sua vez, alegou que o cerimonial havia tentado coibir “manifestações políticas”, desconsiderando que o evento era eminentemente político. “O pessoal (que organizava a cerimônia) pediu (para não exibir o cartaz) muitas vezes. E então, se não tem ordem, a gente vai lá e resolve”, disse o militar.
Coros e palavras de ordem a favor do ex-presidente Lula eram respondidos com gritos e gestos pela parte do público, em maioria, formada por apoiadores do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
A cerimônia de diplomação chegou a ser interrompida no momento da agressão.
Antes de Correia, a deputada estadual eleita Beatriz Cerqueira (PT) teve o seu cartaz “Lula Livre” retirado à força por uma representante do cerimonial.
“Ela disse que meu comportamento estava tumultuando a cerimônia. Discordei. Eu estava apenas com a placa. Não tinha feito, até aquele momento, nenhum gesto com ela além de carregá-la comigo. Era a hostilidade de parte do público que estava atrapalhando, incapaz de conviver com pensamentos divergente do seu.”
Já a deputada federal Áurea Carolina (Psol) portava uma placa para homenagear a vereadora Marielle Franco – assassinada em março, no Rio de Janeiro – durante a sua diplomação. Ela também foi intensamente vaiada e insultada por parlamentares opositores, assessores e apoiadores, entre eles, muitas mulheres, e ainda tentaram tomar-lhe a placa.
Segundo Carolina, foram “gestos de violência e intolerância que nos mostram que seguiremos travando uma luta incansável em defesa da democracia.”
Rio Grande do Sul
Uma das primeiras a ser chamada para receber o diploma como deputada estadual, em evento na capital gaúcha, Luciana Genro (Psol) foi vaiada e hostilizada quando ergueu cartaz pedindo “Justiça para Marielle”, em cerimônia em Porto Alegre.
As manifestações de intolerância foram ainda maiores quando os deputados eleitos pelo PT eram diplomados. “Nossa bandeira jamais será vermelha”, gritavam correligionários e “torcedores” dos deputados de direita.
O fervor intolerante foi ainda maior na vez da deputada federal Maria do Rosário receber o seu diploma. “Bolsonaro, Bolsonaro”, entoavam os defensores do presidente eleito, respondidos pela militância petista com “Lula Livre”.
Bolsonaro foi inclusive condenado danos morais por ofensas cometidas contra Rosário, quando disse não estupraria a deputada petista, porque “ela não merece”.
“Enquanto mulheres que pediam justiça por Marielle foram vaiadas por um bando de fascistas; os deputados homens todos faziam sinal de armas para a plateia, que delirava”, anotou no Twitter a socióloga Rosana Pinheiro-Machado, que acompanhava o evento realizado na Casa da Música da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa).
Distrito Federal
Na capital da República, os ânimos exaltados também marcaram a diplomação dos eleitos. Ao som de Bella Ciao, hino antifascista italiano, a deputada distrital Erika Kokay (PT) fez o “L” para pedir “Lula Livre” e irritou bolsonaristas. “O fascismo não a a democracia”, comentou a parlamentar pelo Twitter.
São Paulo
Na terça-feira (18), em São Paulo, a cerimônia de diplomação dos eleitos também foi marcada por cenas de intolerância e preconceito.
A confusão começou quando a deputada estadual eleita Mônica Seixas (Psol) foi chamada para receber o diploma em nome da Bancada Ativista. Os demais representantes do mandato coletivo tentaram subiram ao palco, e foram barrados pela segurança. O ativista Jesus dos Santos, integrante da Bancada, tentou furar o cerco e foi agredido pelos seguranças e também pelo deputado federal eleito Alexandre Frota (PSL).
A bancada afirma que assessores e acompanhantes de outros parlamentares não foram impedidos de ar o palco, e denuncia especificamente as agressões contra Santos por ser negro. “Quando fomos impedidas, Jesus dos Santos, militante do movimento negro, do movimento cultural das periferias e codeputado pela Bancada Ativista, subiu ao palco. Um ato de coragem para manter nossa coerência e respeito pelo projeto coletivo pelo qual fomos eleitas. Foi empurrado e agredido, inclusive com injúrias raciais”, afirmaram em nota.
Segundo Santos, Frota teria dito que ali não era lugar para ele. Frota chamou ainda Santos de bandido e disse que o integrante da Bancada Ativista “deu sorte” de não ter sido jogado para fora do palco. A cerimônia, que também foi marcada pelo clima de disputa entre apoiadores de Lula e Bolsonaro, chegou a ser interrompida durante a agressão.
Otimismo recorde entre empresários no embalo de Bolsonaro 2n2h5s
Também em relação aos próximos seis meses, os empresários industriais do Estado permanecem otimistas. O Índice de Expectativas (IE) ou de 70,2 em novembro para 69,8 pontos em dezembro, mas continua bem acima da marca divisória de 50 pontos e da média histórica (56).
Para o ICEI-RS de dezembro, a FIERGS consultou 215 empresas, sendo 56 pequenas, 74 médias e 85 grandes, no período de 1º a 12 de dezembro.
Produtores de melato também querem certificado de origem 52693u
No rastro de apicultores do lado gaúcho dos Campos de Cima da Serra, que iniciaram em 2018 uma campanha para obter o selo de indicação geográfica do mel branco, apicultores e técnicos do Planalto Catarinense começaram a trabalhar recentemente para obter o selo de indicação geográfica do melato.
Melato é fabricado pelas abelhas a partir da secreção da caule da bracatinga (Mimosa scrabella), árvore das matas de galeria do Sul do Brasil e que ocorre desde a porção norte da região metropolitana de Porto Alegre até o leste paulista e regiões de altitude de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, incluindo o interior catarinense e o planalto de Curitiba.
Boa fonte de lenha e carvão, a bracatinga é tradicionalmente usada em pequenas propriedades rurais do Sul do Brasil para recuperar áreas degradadas, mas somente agora tem sido valorizada pelo valor valor nutricional do melato.
Segundo Áquila Schneider, agrônomo da Epagri, empresa de pesquisa agrícola que coordena a campanha catarinense, o mel da bracatinga é pouco apreciado pelos consumidores brasileiros porque contém menos açúcar do que os méis florais em geral.
Em compensação, por ser rico em aminoácidos e sais minerais, é muito valorizado na Alemanha, o maior mercado importador desse mel escuro, cuja viabilidade comercial depende, exclusivamente, da manutenção de um ecossistema de baixa temperatura próprio do bioma da Mata Atlântica.
Além da Epagri, trabalham na campanha o Sebrae e a Universidade Federal de Santa Catarina, que vem pesquisando as qualidades medicinais do melato. Recentemente, associou-se ao projeto da IG do melato a Apicampos, de São José dos Ausentes (RS), que lidera a campanha pelo registro agroindustrial do exclusivo mel branco, produzido pelas abelhas a partir das flores (brancas) da carne-de-vaca, da gramimunha e do guaraperê, três árvores típicas dos Campos de Cima de Serra, tanto no Rio Grande do Sul quanto em Santa Catarina.
Após o cumprimento de todas as etapas de certificação dos dois produtos da apicultura do Sul, os dois selos – do mel branco e do mel escuro – podem ser concedidos em 2020 pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
ARI premia os melhores do jornalismo em 2018 3i2119
“O melhor do Jornalismo sempre ou por aqui. Apesar de perseguido, processado, censurado, fakeado, o Jornalismo é uma profissão que exige garra. Aos premiados em edições anteriores, obrigado por servirem de referência”,disse o presidente Luiz Adolfo Lino de Souza ao saudar os premiados.
A novidade no concurso deste ano foi a entrega do Prêmio Antônio Gonzalez de Contribuição à Imprensa, a qual destacou: o chargista Edgar Vasques, o projeto Filtro Fact-Checking, o Caderno de Sábado do Correio do Povo, a Associação de Diários do Interior (ADI) e o jornalista e presidente do Conselho Deliberativo da ARI, João Batista de Melo Filho, pelos seus 60 anos de profissão. Outro momento marcante da solenidade foi uma homenagem feita a Antônio Goulart pelos 20 anos de coordenação da premiação.
Confira os vencedores:
Prêmio Universitário
Categoria Áudio
Menção honrosa:
– Arthur da Silveira Loser,com o trabalho “Pauta LGBT no Futebol”- da PUCRS
– Lúcia Rosa da Silva, pelo trabalho “Refugiados: obstáculos no caminho da sobrevivência”- da Uniritter
– Larissa Pessi, com a reportagem “Mudança na raiz da violência doméstica” -Uniritter
– 2º Lugar: Luisa Meimes com a reportagem “30 Anos: O Preconceito Que Mata”da Uniritter
– 1º Lugar: Luana Silva da Cruz,com a reportagem “Por Volta Do Meio-Dia – Conceição Evaristo” da Ufrgs
Categoria Vídeo
Menção honrosa
– Bruno Prochnow Abcihéquer- com a reportagem “A importância de abordar o suicídio na imprensa”- Famecos
– Jennyfer Siqueira, “Do outro lado do balcão” Uniritter
– Júlia Canella Dias Flor, com a reportagem “30 anos da Constituição – Ufrgs
2º Lugar: Andreza Silveira Ferraz, pela reportagem “Os sonhos da Prostituição” – Uniritter.
1º Lugar: Camila Andrade Pires com a reportagem “Copa Dos Refugiados” – PucRS
Categoria Multimidia Web Universitário
Menção Honrosa:
– Caroline de Mendonça Musskopf pelo trabalho”capital do HIV” – da Ulbra
– Liz Ribeiro Diaz,com a reportagem “A Rotina Escolar depois da diabetes tipo 1” – da Ufrgs
– Renê da Silva Almeida,com a reportagem “Várzea: a essência do futebol – Ufrgs
2º Lugar: Samara Giuliane Onofre, com “Entre a escrita e a luta: a resistência negra na literatura brasileira” Ufrgs
1º lugar: Nícolas Chidem da Costa com “A última gota” – Famecos
Categoria Fotojornalismo Universitário
Menção honrosa:
– Nícolas Chidem da Costa com “A sede dessa Gente” da PUCRS
– Larissa Pessi, com a foto “Velhos Amigos” da?Uniritter
2º lugar: Rodrigo Dos Santos Oliveira com a fotografia “A Casa Que Não Vem”, PUCRS
1º lugar: Larissa Pessi com a fotografia “Barreira a Vila Dique”, da Unritter
Categoria Reportagem Impressa Universitário
– Andressa Oliveira Schutz “Vida e arte – reproduções cotidianas” Uniritter
– Évilin Thaoane De Matos Campos , com “Como as mulheres ricas abortam” Uniritter
– Paulo Egídio Bernardi, com “Pioneirismo Estrelado”da Unisinos
2º lugar: Larissa Pessi, com a reportagem “A Longa Espera Para Ser o Plano ‘A'”,da Uniritter
1º lugar: Liz Ribeiro Diaz,com o trabalho “Toda Forma de Poder”da Ufrgs
Grande Prêmio Acadêmico Jornalismo Universitário:
1º lugar: Camila Andrade Pires com a reportagem “Copa Dos Refugiados” – PUCRS
Prêmio ARI/Banrisul de Jornalismo 2018
Categoria crônica
Menção Honrosa
– Paulo Ricardo Cunha Mendes, com a crônica “Tio do Milho” do Correio do Povo
– Paulo Germano Moreira Boa Nova, com a crônica “O Brasileiro Corrupto” da Zero Hora
– Fabio Prikladnicki,com a crônica “o Livro da Rita” da Zero Hora
2º lugar: Rodrigo Guimarães Lopes “Há Algo Errado no Mundo” da Zero Hora
1º Lugar: Rosane de Oliveira com a crônica “Gracias a la vida que me ha dado tanto” da Zero Hora
Charge Profissional
Menção honrosa
– Elias Ramires Monteiro ?com a charge “Triplex” e com a charge “Dia Internacional da Mulher” do Jornal Primeira Classe
– Gilmar de Oliveira Fraga, com”Habeas Corpus” da Zero Hora
2º lugar: Gilmar Luiz Tatsch, “Lula na Prisão”, Jornal VS
1º lugar: Santiago, “Linha da perda de tempo” Jornal Extra Classe
Fotojornalismo
Menção Honrosa
– Mateus Bruxel, com a fotografia “Os Mascarados do Estreito” da Zero hora
– Luiz Fernando da Silva Gomes, com a foto “O dia da prisão de Lula” Zero Hora
– Carlos Macedo, com a foto “Horizonte esfumaçado: dois lados de uma eleição” Zero Hora
2º lugar: Mauro Schafer, “Tumulto na Câmara dos Vereadores”, Correio do Povo
1º Lugar: Ricardo Giusti, “Reforma Não”, Correio do Povo
Categoria Arte
Menção honrosa:
– Melina Gallo de Araujo, “Vida feminina em ciclos”, Caderno Vida de Zero Hora
– Jonathas de Almeida Costa, “O Julgamento”, Caderno Mais Domingo, do Correio do Povo
– Carlos Eduardo Andrade Garcia, Novo projeto gráfico do ZH Campo e Lavoura
2º lugar: Jonathas de Almeida Costa “Os Quadros De 2017 – Retrospectiva” Caderno Mais Domingo, Correio do Povo
1º lugar: Paola Carvalho Gandolfo, “Theatro São Pedro 160 Anos”, Gaúcha ZH.com
Categoria Multimídia Web
Menção honrosa:
– Eduardo Matos, “Água: vamos evitar que ela acabe?”, Gaúcha ZH.com
– Jefferson Bottega, “Missão Tóquio” Gaúcha ZH.com
– Rodrigo Guimarães Lopes, “A Nova Casa Do Brasil Na Antártica” Gaúcha ZH.com
2º lugar: Gabrielle Santos de Paula com o trabalho “Gente à Margem” – do ANU laboratório de Jornalismo Social
1º lugar: Aline Custódio, “Restinga: 50 Anos”, Gaúcha ZH.com
Categoria Vídeo
Menção honrosa:
– Léo Nunez, “TVE Repórter, Quilombos urbanos”
– Simone Feltes, “TVE Repórter, Prédios Ocupados”
– Lisele Félix Veloso, “TVE Repórter, Mães Adolescentes”
2º lugar: Filipe Peixoto, “Caminhos da Safra”, da BandRS
1º lugar: Marcelo Chemale, Fazenda Arado Velho século 21 – a transformação da paisagem de Porto Alegre” – SBT RS
Categoria Audio
Menção honrosa:
– Giane Guerra, “Seguro de Carro Preços variam mais de 150% em POA – Saiba quem paga mais”, Radio Gaúcha
– Cid Martins, “Região Sul lidera casos de coação eleitoral do Pais”, Radio Gaúcha
– Eduardo Matos – “Do Abrigo à Universidade” – Radio Gaúcha
2º lugar: Georgia Santos, “Sobre Nós”, da Rádio Voz
1º lugar: Leno Falk: “Água no Brasil um direito não reconhecido” Agência Radioweb
Categoria Reportagem Impressa
Menção honrosa:
– Rodrigo Lopes, “Munição para quem?”, Zero Hora
– Raphaela Orlandi Suzin, “Parir da melhor forma”, Correio do Povo
– Juliano Amengual Tatsch, “Poça De Sangue No Chão: O Retrato De Uma Nação Violenta”, Jornal do Comércio
2º lugar: Aline Custodio “O Grupo da escola me Salvou” Zero Hora
1º lugar: Humberto Trezzi “O Poder das Facções”, da Zero Hora
Área Azul digital começa a operar no Menino Deus 95v2x
A Prefeitura de Porto Alegre, através da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), informa que a partir desta quinta-feira, 20, o novo sistema de estacionamento rotativo da cidade será implantado no bairro Menino Deus. A região, que teve o serviço suspenso no final de novembro pela empresa Zona Azul Brasil para a substituição dos equipamentos, oferece à população 312 vagas e 13 novos terminais de mobilidade (parquímetros), que recebem pagamentos por cartão de crédito, débito, aplicativo, as tradicionais moedas, além da possibilidade de compra em pontos de venda.
De acordo com o diretor-presidente da EPTC, Marcelo Soletti, com a entrega da nova área, já são mais de 1600 vagas e 87 parquímetros disponíveis com o novo sistema, totalizando cerca de 38% do parque. “O Menino Deus era uma das regiões com maior número de pedidos de renovação da área azul, por parte dos moradores, comerciantes e prestadores de serviços locais. Representa, portanto, uma entrega bastante relevante para a população”, diz Soletti.
A troca será gradativa e, depois do Menino Deus, vai se estender pela região da Tristeza, Azenha, Floresta, Bom Fim e Moinhos de Vento. A previsão é ter todos os equipamentos substituídos até o fim de março de 2019. Enquanto os trabalhos são executados em uma região, o serviço é suspenso, mas segue nas áreas já atualizadas e em outras em que ainda não substituíram o sistema.
(Com informações da Assessoria de Imprensa)
Funcionamento – O sistema de estacionamento rotativo funciona em dias úteis, das 8h às 19h, e aos sábados, das 8h às 13h.
Como usar o equipamento – Pagamentos com moedas, cartão de débito, crédito e NFC (tecnologia de aproximação, ver disponibilidade em seu banco).
– Pressione o botão azul tempo para iniciar a operação
– Pressione o botão verde confirma
– Digite a placa do veículo e pressione confirma
– Insira moedas, se preferir, e confirme. Ou pressione o botão azul para cartão de crédito, débito, NFC (pagamento por dispositivo de aproximação) e confirme
– Escolha o tempo e confirme
– Insira o cartão pré-pago, digite sua senha e tecle entra
Aplicativo – Baixe o aplicativo Digipare no Google Play, Apple Store ou Windows Store, faça o seu cadastro e gerencie os seus créditos pelo celular.
SMS – Utilize os créditos eletrônicos adquiridos com a plataforma gratuita de SMS. Envie uma mensagem para 27317 com digipare + 51 (código da cidade) + placa do veículo + tempo que desejar em minutos.
Telefone por ligação gratuita – Para utilizar os créditos eletrônicos já adquiridos. Ligue do fixo ou celular para 0800 941 3444 e digite o código para Porto Alegre (51).
Internet – Compre créditos eletrônicos de estacionamento no site digipare.com.br
Sede da empresa – Na sede da empresa, localizada na rua Uruguai, 240, 11º andar, é possível comprar créditos e tirar dúvidas. Também é disponibilizado o e-mail [email protected] e o telefone (51) 3224 7020 para atendimento aos usuários.
Cartão pré-pago – Utilize o estacionamento rotativo com créditos pré-adquiridos no seu cartão. Usuários de cartões do sistema antigo terão o crédito transferido para o novo cartão pela empresa Zona Azul Brasil. Apesar de poucos cartões estarem ativos e em uso, ninguém perderá seus créditos. Quem possuir o cartão ativo, com créditos do antigo sistema, deve se dirigir até o Atendimento ao Cidadão (Erico Verissimo, 100) para transferir os créditos para o sistema atual.
Tarifas:
– 30 minutos, R$ 1,05 (período mínimo)
– 1h, R$ 2,10
– 1h30, R$ 3,15
– 2h, R$ 4,20 (tempo máximo)
Soja chega aos seis milhões de hectares no Rio Grande do Sul 1n3e67
Está praticamente encerrada a semeadura da soja no Rio Grande do Sul, chegando a 97% do total da área estimada para esta safra, que é de 5.890.619 hectares. A informação é da Emater.
Na região tradicional da soja, o Planalto, as lavouras já foram totalmente implantadas, mas no Sul do Estado, onde estão as áreas de expansão, o plantio está paralisado em razão da falta de umidade no solo, com 85% da área estimada inicialmente.
Nesta região há um incremento de área de 7,29% em relação à safra ada. e a cultura apresenta boa germinação, emergência e estande de plantas.
No Norte do Estado, as áreas replantadas com soja apresentam germinação desuniforme devido à baixa umidade do solo.
A falta de umidade é a grande preocupação dos produtores, aliada à alta insolação e ao vento seco, que dificultam a germinação dessas lavouras recém-plantadas e a finalização do plantio de soja desta safra.
A expansão da soja, inclusive em áreas menos propícias, é estimulada pelo mercado internacional e se dá às custas de lavouras tradicionais, como o milho cuja área plantada deve alcançar pouco mais de 700 mil hectares, com possível queda na produtividade por conta da seca.
O trigo, cuja safra já foi concluída, alcançou menos de 700 mil hectares, com redução de 3% na área plantada embora com aumento na produção, por conta do aumento do rendimento que chegou a 2,1 toneladas por hectare.
"Universidade é a última trincheira contra a estupidez", diz jornalista 522n3c
Em palestra na abertura do seminário da Andifes sobre os 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos e 30 anos da Constituição Federal, na terça-feira em Brasilia, o jornalista Luiz Cláudio Cunha conclamou os 63 reitores de Universidades Federais presentes a que “resistam à imbecilidade e à ignorância” que, segundo ele, estão caracterizando a Era Bolsonaro.
Profissionais de várias áreas de conhecimento participaram do debate a respeito da reafirmação da democracia e do direito constitucional à autonomia universitária e à liberdade de expressão.
Em seu longo e contundente pronunciamento, Luiz Cláudio Cunha fez um detalhado relato dos ataques que a instituição universitária foi alvo no período ditatorial, que o presidente eleito abertamente elogia.
O discurso de Cunha, na íntegra:
“Hoje, nesse ato dedicado aos Direitos Humanos e à Constituição, estamos próximos a três datas importantes e relacionadas. Há uma semana, 10 de dezembro, celebramos os 70 anos do documento público mais traduzido do mundo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com seus 30 perenes artigos transcritos em 514 diferentes idiomas do planeta. Cinco dias atrás, 13 de dezembro, lembramos os 50 anos do maior golpe contra os direitos humanos no Brasil: a edição do AI-5, o ato institucional mais implacável da ditadura de 21 anos que, a partir do golpe de 1º de abril de 1964, agrediu duramente a milhares de brasileiros – presos, torturados, mortos, desaparecidos, exilados ou cassados pelo regime dos generais.
E dentro de exatas duas semanas, na primeira terça-feira de 2019, dia inicial do novo ano, teremos os militares de volta ao poder, 34 anos após a queda da ditadura em 1985.
Em 64, os generais tomaram o poder pela força das armas e dos tanques. Agora, em 2019, os generais voltam ao poder pela sacralidade do voto popular. Três décadas adas do fim da ditadura, temos a volta dos militares e do militarismo, com a proliferação de generais, coronéis e outras patentes na campanha eleitoral, resgatados com votações consagradoras nas assembleias, na Câmara dos Deputados, no Senado Federal, ressuscitados pelo voto com poder e protagonismo nos principais gabinetes dos palácios, dos ministérios e do poder em geral.
Os militares retomam o comando do País porque nós, o povo, elegemos o capitão Jair Bolsonaro e, com ele, seus camaradas. Este é o paradoxo, esta é a tragédia da democracia brasileira. Após 21 anos de regime militar, o militarismo emergente da eleição de 2018 é o avesso de um país que ainda tentava se civilizar, na expressão mais ampla da palavra.
A civilização do processo político é a radicalização do poder civil. A generalização do poder, pela exagerada presença e ingerência dos generais, é a degradação da política. Nenhuma grande democracia no mundo dá tantos poderes a tantos generais.
Nem os cinco generais-presidentes da ditadura de 64 deram espaço tão desmedido aos militares como o capitão-presidente da democracia de 2018. O primeiro deles, Castello Branco, tinha só 5 oficiais-generais no ministério. O segundo, Costa e Silva, o terceiro, Garrastazú Médici, e o quarto, Ernesto Geisel, tiveram, cada um, 7 militares em suas equipes de governo. O último da ditadura, João Figueiredo, abrigou 6 militares.
O governo do capitão Jair Bolsonaro terá 9 militares em postos chaves do ministério:
Um general no Gabinete de Segurança Institucional(Augusto Heleno), outro na Defesa (Fernando Azevedo e Silva), mais um na Secretaria de Governo (Carlos Alberto dos Santos Cruz). Terá um almirante nas Minas e Energia (Bento Costa Lima), outro general na Comunicação (Floriano Peixoto Vieira Neto), outro mais na Secretaria de Assuntos Estratégicos (Maynard Marques de Santa Rosa), um tenente-coronel na Ciência e Tecnologia (Marcos Pontes), um capitão na Infraestrutura (Tarcísio Gomes de Freitas) e um capitão na Transparência, Fiscalização e CGU (Wagner Rosário).
A overdose de militarismo revive a Guerra Fria e sua paranoia anticomunista. Os fantasmas ressurgem quando se constata que o capitão exalta e elogia o tempo infeliz dos generais. “Eu sou a favor da ditadura, de um regime de exceção”, confessou Bolsonaro na Câmara dos Deputados, em 1993, quando iniciava o terceiro de seus sete baldios mandatos de deputado, sempre na massa obscura do baixo clero.
Os números crus da ditadura louvada com desfaçatez pelo capitão mostram a gravidade do que pensa e diz o futuro presidente sobre o regime de exceção. Alguns dados que deveriam vexar o insensível capitão Bolsonaro: 500 mil cidadãos investigados pelos órgãos de segurança; 200 mil detidos por suspeita de subversão; 50 mil presos só entre abril e agosto de 1964; 10 mil torturados; 10 mil exilados; 4.862 mandatos cassados, de presidentes a vereadores; 1.312 militares reformadas; 1.148 funcionários públicos exonerados; 1.202 sindicatos sob intervenção; 49 juízes expurgados; três ministros do Supremo afastados; o Congresso Nacional fechado 3 vezes; censura prévia à imprensa, rádio, TV e às artes; 434 mortos pela repressão, 144 deles desaparecidos até hoje.
A ditadura aclamada por Bolsonaro atacou com violência também o que mais assusta os tiranos: a Universidade, o santuário do conhecimento, o baluarte do livre-pensamento, a sede da consciência crítica. Cerca de 300 professores foram punidos e afastados apenas entre 1964 e 1971, conforme apuração do respeitado historiador mineiro Rodrigo Patto Sá Motta.
Os expurgos também atingiram os reitores. Com base no AI-5, a ditadura aposentou os reitores da USP e da UFMG e os diretores de outras cinco faculdades — no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Os militares perceberam que a truculência do AI-5 não bastava para cessar a resistência ao golpe nas universidades. Dois meses depois, fevereiro de 1969, editaram o Decreto-Lei 477, para atacar diretamente as organizações estudantis. Mais de 1 mil estudantes foram expurgados, e proibidos por três anos de se matricular em outra faculdade.
Só em 1969 o surto punitivo afastou 140 professores, entre eles paradigmas como os físicos Mário Schemberg e José Leite Lopes, o sociólogo Florestan Fernandes, o parasitologista Luiz Hildebrando Pereira, a historiadora Maria Yedda Linhares, entre outros. A ditadura afiou suas garras em 1970 e enxertou nas principais universidades do país 40 Assessorias de Segurança e Informação (as execráveis ASI), braço longo e dedo duro do onipresente SNI, o Serviço Nacional de Informações.
Alguns reitores anteciparam o serviço sujo antes de Brasília, criando seu próprio sistema de informação ainda em 1968. A Universidade de São Paulo, por exemplo, que não integrava a rede federal e não estava obrigada a isso, criou ela mesma a sua ASI. A USP levou 40 anos para corrigir um grave erro de conduta que manchava sua biografia. Em abril de 2014, o Instituto de Química da universidade inaugurou uma estátua e revogou a demissão por abandono de cargo a que tinha submetido a professora Ana Rosa Kucinski. Durante quatro décadas, apesar dos testemunhos e evidências, a USP ignorou que Kucinski e seu marido, Wilson Silva, físico lá formado, tinham sido sequestrados pelos militares por ligações com a guerrilha da ALN. O casal, até hoje, está entre os desaparecidos pela repressão.
O historiador Sá Motta encontrou um documento constrangedor de uma conversa do reitor da UFRJ com o cônsul americano, logo após o golpe de 64. Indagado sobre estudantes presos num arrastão do PCB, o reitor se esquivou, dizendo: “Tenho um acordo com o DOPS para que os agentes evitem prender estudantes dentro do campus. Nada tenho contra prisões feitas a partir do portão de saída…”, disse o magnífico, lavando as mãos.
Esse conluio entre regime militar e universidade foi mais intenso e ignóbil aqui mesmo, na capital brasileira, quando os generais aclamados pelo capitão-presidente profanaram a sagrada autonomia da Universidade de Brasília, a academia que estava no coração da nova ordem sem coração, o regime que combatia a força das ideias pela ideia da força armada, desalmada, desatinada. Um regime que expurgou da UnB seus dois primeiros reitores, nomes primeiros da educação e do compromisso ético com a escola e com a liberdade do pensamento:
Darcy Ribeiro, criador e fundador da UnB, e Anísio Teixeira, lançador do movimento da ‘Escola Nova’, uma escola que enfatizava o desenvolvimento do intelecto e a capacidade de julgamento — tudo aquilo que sofre censura do ordinário projeto da ‘escola sem partido’ sonhado pelo capitão e sua turma. A nova ordem que trazia a desordem institucional afastou ambos — Darcy e Anísio — da UnB, de Brasília, das escolas, dos jovens, do país.
Juntos, Darcy e Anísio, as duas referências maiores da UnB, permaneceram apenas 25 meses à frente da universidade. O mais longevo reitor em Brasília resistiu no cargo 106 meses, quase nove anos. Resistiu porque era um militar, um interventor, um duro preposto da nova ordem que desprezava a velha ordem democrática, um capitão como Bolsonaro: o novo reitor, José Carlos Azevedo, era um capitão-de-mar-e-guerra da Marinha, o que não deixa de ser simbólico da visão estreita que a ditadura tinha da universidade.
Azevedo desembarcou na UnB em maio de 76, uma semana após o ‘Dia Nacional de Lutas contra Prisões Arbitrárias’. O capitão começou punindo os estudantes, os estudantes reagiram com uma greve de quatro meses e Azevedo chamou a PM. Era a quarta invasão armada do campus, desde o golpe de 64. Mais de mil estudantes foram expulsos, bem como professores de esquerda. Azevedo era homem de confiança do CENIMAR, o serviço secreto da Marinha que sequestrou Honestino Guimarães, um estudante de Geologia de 18 anos.
Presidente da UNE na clandestinidade, ele foi preso pela Marinha no Rio, torturado pelo Exército em Brasília e levado pela Aeronáutica ao Araguaia, onde foi executado e enterrado na selva pelas tropas que combatiam a guerrilha. Honestino, como Kucinski, é um dos desaparecidos da ditadura. O capitão-reitor ainda convocaria mais duas vezes a PM para sustentar sua gestão linha-dura, que só acabaria em março de 85, três dias antes que o último general da ditadura, seu amigo João Figueiredo, deixasse o Planalto pela porta dos fundos para não ar a faixa ao sucessor civil.
Os grandes homens, como dizia a Oração Fúnebre do ateniense Péricles, estão guardados em nossos corações e mentes, mas também esculpidos na pedra dos monumentos, dos museus, das escolas. Aqui na UnB temos a Fundação Darcy Ribeiro, o Pavilhão Anísio Teixeira, a revista Darcy e o Memorial Darcy Ribeiro, que ele mesmo – fiel ao seu estilo sedutor – batizou como ‘Beijódromo’. O DCE da UnB tem o nome de Honestino, que ainda batiza o Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios. A ponte que cruza o lago Paranoá teve, por dois anos, o nome de Honestino, mas uma decisão da Justiça, em 2017, devolveu ao lugar o batismo original Ponte Costa e Silva, o general que firmou o AI-5 que liberou a repressão mais sangrenta que fez desaparecer Honestino e tantos outros. O capitão Azevedo morreu em fevereiro de 2010 — e não tem um só espaço com seu nome na UnB que ele ultrajou e oprimiu. Azevedo foi descartado no lixão do esquecimento.
Lamento o revisionismo histórico do capitão Bolsonaro e daqueles que, de forma apressada, carimbam como terroristas todos os que chegaram ao limite da própria vida para confrontar o arbítrio. É uma leviandade que fere os fatos, a memória e principalmente a universidade, a nossa universidade. Foi na parcela mais consciente, mais insubmissa, mais generosa da juventude que se buscou a força do bem para o bom combate, o justo combate ao mal da força e da prepotência.
Esse bando de irmãos estava aqui, na universidade. Para eles, Shakespeare escreveu, em Henrique V : “… E nenhuma festa de São Crispim acontecerá/ Desde este dia até o fim do mundo/ Sem que nela estejamos lembrados;/ Nós poucos, nós poucos e felizes, nós bando de irmãos;/ Pois quem hoje derramar seu sangue comigo,/ Será meu irmão; seja ele o mais vil que for/ Este dia enobrecerá sua condição.”
“We few, we happy few, we band of brothers…”
Foi da universidade, desse bando de irmãos, que se elevou o protesto mais veemente, a rebeldia mais indignada, o gesto mais altivo contra o mal, a prepotência, a força. Repudiando o que fizeram aqui, ao atropelar a sagrada autonomia da universidade, denunciando o que fizeram ali, ao afrontar o sagrado império da lei, ao violar a Constituição, o Parlamento, os tribunais, as liberdades, ferindo os direitos humanos, machucando o corpo humano.
Muitos jovens deste país poderiam ter calado, ter sufocado, ter consentido com o que se fazia e desfazia. Mas, reagiram, buscaram as ruas, as escolas, os parlamentos. Quando esses espaços foram cercados, ocupados e desfigurados pela força, foram obrigados à resistência e ao confronto extremo. No limite do inável, abandonaram famílias, carreiras, amigos, afetos e a luz do dia para um combate desproporcional, arrojado, ir, utópico contra a violência que atingia a todos. Não fizeram aquilo porque eram mandados, comandados, teleguiados. Fizeram tudo aquilo porque queriam, porque sentiam, porque deviam, pelo justo imperativo da sobrevivência, pelo forte motivo da urgência, pelo simples dever de consciência. Arriscaram suas vidas, acabaram suas vidas lutando e combatendo por nossas vidas.
Que se diga ao capitão Bolsonaro! Esses jovens foram resistentes, como a Resistência sa que lutou contra o invasor e o opressor nazista. Foram inconfidentes, como os heróis da conjuração mineira que anteciparam o grito por liberdade. Foram combatentes, como os jovens do exército brancaleone de George Washington que desafiaram o Império britânico para estabelecer os fundamentos do regime democrático. Foram insurgentes como os negros que combatiam o apartheid na África do Sul.
Lutaram pela liberdade contra a opressão de exércitos, regimes e sistemas que só sobrevivem à custa da liberdade dos outros. Fizeram levantes sancionados pelo direito imemorial e universal à luta contra a tirania.
Que se explique ao capitão Bolsonaro! Guerrilha não se confunde com terrorismo, definido sim pelo deliberado objetivo de infundir terror entre a população civil, sob o risco assumido de vítimas inocentes – como no caso do terror consumado do 11 de Setembro nas Torres Gêmeas de Nova York, como no caso do terror frustrado da bomba do DOI-CODI no Riocentro do Rio de Janeiro. É por isso que ninguém, nem mesmo um cínico, se atreve a escrever “terroristas de Sierra Maestra” ou “terroristas do Araguaia”. Eram guerrilheiros, não terroristas.
Que se esclareça ao capitão Bolsonaro! Terrorista era o Estado, que usou da força e abusou da violência para alcançar e machucar dissidentes presos, indefesos, algemados, pendurados, desprotegidos diante de um aparato impiedoso que agia à margem da lei, na clandestinidade, nos porões, torturando e matando sob o remorso de um codinome, encoberto na camuflagem de um capuz.
Que se lembre ao capitão Bolsonaro! Terroristas eram os assassinos de Honestino Guimarães, Vladimir Herzog, David Capistrano da Costa, Manoel Raimundo Soares, Stuart Angel Jones, Manoel Fiel Filho, Paulo Wright, Zuzu Angel e tantos outros. Ulysses Guimarães ensinou, na promulgação da Constituição de 1988: “A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram. Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o estatuto do homem, da liberdade e da democracia, bradamos por imposição de sua honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo”, reforçou Ulysses.
Aos guerrilheiros que combateram a ditadura, minha emoção. Aos cínicos, como o capitão Bolsonaro, meu lamento.
Ao cinismo se soma, também, a visão obtusa que o capitão-presidente tem de áreas cruciais para a qualidade de vida dos brasileiros. Para o Ministério da Educação, o capitão teve um bom lampejo inicial: a indicação de um respeitado ex-reitor de Pernambuco, Mozart Neves Ramos, que presidiu esta ANDIFES em 2002. O nome não emplacou porque recebeu um absurdo, inexplicado veto da bancada evangélica, que tem influência bíblica sobre o novo governo.
Emparedado pela religião, o capitão-presidente não chegou ao exagero de convocar um general, mas trouxe alguém que os molda. O colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, brasileiro naturalizado há 20 anos, é professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), agem obrigatória para majores e tenentes-coronéis que ambicionam ser generais, o topo da carreira. O homem da Educação de Bolsonaro é, como seu capitão comandante, um nostálgico da ditadura. Vélez escreveu no seu blog: “1964 é uma data para lembrar e comemorar… ela nos livrou do comunismo”.
Vélez criticou a Comissão Nacional da Verdade, que investigou as violações aos direitos humanos pela ditadura e responsabilizou os cinco generais-presidentes pelos 434 casos de mortes e desaparecimentos praticados por 377 agentes públicos do regime militar. Para o mal-educado Vélez, a CNV foi “mais uma encenação para a ‘omissão da verdade’… a iniciativa mais absurda que os petralhas tentaram impor”. Assombrado ainda pelos demônios da Guerra Fria do século ado, Vélez diz que “os regulamentos do MEC fizeram os brasileiros reféns de um sistema de ensino afinado com a tentativa de impor à sociedade uma doutrinação de índole cientificista e enquistado na ideologia marxista…” E por aí vai o emérito professor dos futuros generais!…
O novo chanceler, Ernesto Araújo, vem também do baixo clero do Itamaraty. Como seu chefe, idolatra Donald Trump, para ele, ”o único que pode salvar o Ocidente”. Missão frívola dada pelo capitão ao chanceler, segundo ele: “Libertar o Itamaraty do marxismo cultural”.
Tudo, no iminente governo do capitão, é coisa de comunista! Araújo diz ter uma cruzada sacrossanta: “Ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista, um sistema anti-humano e anticristão pilotado pelo marxismo cultural. A fé em Cristo significa lutar contra o globalismo… abrir-se para a presença de Deus na política e na história”. Traduzindo isso aí, como diz Bolsonaro: o Brasil acima do globalismo, Deus e Trump acima de todos…
O saudosista Vélez e o messiânico Araújo são duas invenções — que o capitão engoliu — de uma figura ainda mais bizarra, um brasileiro enquistado há uma década numa pequena cidade da Virgínia, nos Estados Unidos. Olavo de Carvalho é um exótico ex-astrólogo que se tornou, via internet, um guru do clã Bolsonaro e da direita radical brasileira.
Autoproclamado filósofo, embora sem título universitário, Olavo foi muçulmano e marxista na juventude e agora, na maturidade dos 70 anos, converteu-se em cristão fundamentalista e em conservador extremado. É recomendável tirar as crianças da sala, antes de ouvir suas arengas aberrantes no YouTube, onde ele troca as vírgulas por palavrões cabeludos. Na sua alucinada arrogância, o ex-professor de astrologia e alquimia investe contra alguns dos cérebros mais brilhantes da humanidade. Para Olavo, Charles Darwin é o pai do nazismo, Isaac Newton é burro, Galileu Galilei é charlatão e Albert Einstein é uma fraude.
Da cabeça amalucada de Olavo, que faz a cabeça do capitão-presidente, são excretadas algumas das frases mais grotescas do anedotário nacional. Alguns exemplos: “O general Geisel era comunista”, “cigarro não dá câncer”, “querem trocar a religião católica por uma religião biônica mundial”, “a Pepsi-Cola usa células de fetos abortados como adoçante”, “o nazismo e o FMI são de esquerda”, “a astrologia é a única ciência com discurso racional do começo ao fim”, “não há a menor prova do sistema heliocêntrico de Copérnico”.
Mais um pouco, e o atrevido Olavo ainda vai convencer o crédulo Bolsonaro de que a terra é, de fato, plana!… Olavo é autor de um best-seller que já vendeu 320 mil exemplares, intitulado O Mínimo que Você Precisa Saber para não Ser um Idiota. Pelo conteúdo desmiolado de seu desarranjado processo mental, Olavo certamente não leu o mínimo que deveria para não ser um idiota…
Certa vez, numa mesa do mítico bar Veloso, em Ipanema, o humorista Millôr Fernandes definiu para o compositor Tom Jobim: “O mundo tem muitos idiotas, Tom, mas felizmente estão todos nas outras mesas…”. O irável mundo novo da internet, para nossa infelicidade, trouxe gente como Olavo de Carvalho para as mesas de todos nós! E, para azar do Brasil, inoculou Olavo na cabeça de Bolsonaro.
Como expressão da minguada importância que dedica ao Meio Ambiente e aos Direitos Humanos, o capitão deixou por último a definição das duas pastas. Para o Meio Ambiente, Bolsonaro chamou o advogado Ricardo Salles, fundador do Movimento Endireita Brasil, que no ano ado tentou vender 34 florestas e estações experimentais de madeira em São Paulo, apesar de ser o secretário de Meio Ambiente do Governo Alckmin.
Alinhado com o seu capitão — que desistiu de fazer no Brasil em 2019 a Conferência do Clima, a COP 25, e ameaça abandonar o Acordo de Paris endossado por 195 países —, Salles apareceu batendo continência para outra maluquice do futuro governo: “A discussão sobre aquecimento global é secundária. É uma discussão inócua, agora…”, trovejou o ministro. Ele apenas ecoa outra predatória ideia do astrólogo Olavo, que desclassifica toda a agenda ambiental do planeta como um reles, pueril ‘alarmismo climático’.
Só no ano ado, segundo a ONG alemã GermanWatch, 11.500 pessoas morreram por conta de ciclones, deslizamentos, inundações e furacões, entre outros desastres. Eles provocaram danos econômicos que chegam a 375 bilhões de dólares. O Brasil perde 1,4 milhão de hectares de vegetação natural por ano, mais que a metade da área de Alagoas. Só em abril, o desmatamento da Amazônia foi 84% maior do que no mesmo período do ano ado. A grande floresta perdeu 20% da vegetação nos últimos 50 anos.
O dióxido de carbono, apesar da ignorância acumulada de Bolsonaro e Olavo, é o gás da poluição que provoca o efeito-estufa, desequilibra a natureza e eleva a temperatura do planeta, derrete os polos e dizima espécies de mamíferos, aves, peixes e répteis. De 1970 para cá, essa população diminuiu em 60%.
Esse irresponsável ‘alarmismo’ levou um choque brutal de realidade na sexta-feira, 14, aqui mesmo no Brasil. Em Antonina, cidade do litoral refrescante do Paraná, um dos Estados mais frios do país, a sensação térmica na manhã de sexta-feira chegou a 57ºC! Se isso não é consequência do aquecimento global, capitão Bolsonaro, só pode ser coisa da ‘ideologia globalista ou do sistema anticristão do marxismo cultural!…
Ontem, segunda-feira, na própria cidade onde mora o capitão, o Rio de Janeiro fervia com uma sensação térmica de 45ºC. Só pode ser perfídia de comunista! E o verão nem começou…
Finalmente, para fechar o espetáculo, Bolsonaro escolheu a ministra dos Direitos Humanos. A pastora Damares Alves logo viralizou na internet com um vídeo de 2016 onde ela aparece, quase possuída, diante dos fieis de sua igreja batista em Belo Horizonte, lembrando o dia em que, com 10 anos — prestes a cometer suicídio —, teria ficado cara a cara com Jesus num pé de goiabeira. Ela narrava o seu drama pessoal, de uma criança traumatizada aos 6 anos pelo abuso sexual que sofreu de um pastor evangélico. É uma catarse de forte conteúdo emocional, que comoveu muitos e assustou outros tantos.
É sempre tocante um depoimento transtornado pela memória de uma criança violentada, um ato bestial que todos condenamos. Mas, a purgação pública de Damares, que se expôs na igreja como pastora, sem imaginar que seria ministra dois anos depois, tem um grave problema. À mulher de César… Ou melhor, à mulher ministra de Bolsonaro não basta ser sensata. É preciso parecer sensata.
É bom lembrar que a expiação dramática de Damares, no limite de um surto nervoso, não é o depoimento de uma criança de 10 anos, mas a narrativa de uma mulher então na maturidade de seus 52 anos. O desempenho carregado de angústia e agonia da pastora, beirando o desequilíbrio emocional, não a uma boa impressão sobre a sensatez que se espera de uma ministra mentalmente equilibrada que precisa tratar com bom senso dos temas complexos de sua pasta — Mulher, Família e Direitos Humanos.
A questão mais grave que envolve Damares não é o constrangedor relato sobre Jesus no pé de goiaba. Ela ainda defende valores conservadores e religiosos contra o abortamento num país onde 1 milhão de abortos induzidos, proibidos por lei, são praticados anualmente. O aborto inseguro e clandestino causou a morte de 203 mulheres em 2016, um óbito a cada dois dias, duas mil mortes nos últimos 10 anos, segundo o Ministério da Saúde. Damares promete continuar na luta para manter essa criminosa ilegalidade.
Um temor ainda maior é a visão religiosa extremada que a ministra tem sobre a relação criança e escola, ferindo frontalmente o princípio civilizado da separação entre Estado e Igreja, consagrado na Constituição que expressa a soberania do Estado Laico. Na mesma igreja onde contou sobre Jesus e a goiabeira, Damares expressou uma perversão que o repórter Bernardo Mello Franco, de O Globo, revelou ao país: sua funda descrença na escola e sua fé radical na igreja. Disse Damares: “Chegou a nossa hora. É o momento da igreja de Jesus ocupar a nação. É o momento de a igreja governar. As instituições piraram. Só uma não pirou: é a igreja de Jesus… A escola não é mais lugar seguro para nossos filhos. O único lugar em que seu filho está protegido é o templo, a igreja!…”
Dessa vez, não era um surto, nem um depoimento alucinado. Era apenas a firme convicção da pastora que virou ministra. E isso é muito mais grave do que o desvario na goiabeira… O capitão Bolsonaro deveria, num sermão particular com Damares, explicar a ela que este não é o momento da igreja governar. Nem agora, nem nunca, já que vivemos numa democracia, não num Estado teocrático. O Brasil não precisa ser ‘ocupado’ por nenhuma igreja. As instituições não piraram e ninguém precisa subir em pé de goiaba para descobrir o lugar certo para nossos filhos. A escola, que dispensa qualquer desatino místico, será sempre o lugar certo, seguro e sensato para as crianças brasileiras.
Essa é a inacreditável barafunda de pensamentos obtusos, definições esdrúxulas, bobagens explícitas, boçalidade galopante e rombuda burrice que parecem intumescer alguns cérebros do iminente Governo Bolsonaro.
São evidências assustadoras que resumem uma overdose acumulada de militarismo redivivo, uma visão retrógrada da realidade, uma clara intolerância intelectual, um medieval fundamentalismo religioso e uma absurda repulsa a marcos civilizatórios consagrados nos países mais avançados do mundo. O Brasil de Bolsonaro — de seus avatares autoritários e astrólogos influentes, de seus diplomatas e professores impregnados de ideologia que fingem combater, de seus fanáticos pirados pela fé e pela salvação divina —, o Brasil do capitão ameaça uma marcha batida pelos coturnos da insensatez, na contramão do progresso, do conhecimento e da história.
Os direitos humanos — que hoje celebramos aqui — estarão sempre ameaçados quando a estupidez interdita a inteligência. A universidade é nossa última trincheira de resistência.
Reitoras e Reitores, por favor, resistam à imbecilidade e à ignorância!
*Luiz Cláudio Cunha, jornalista, foi consultor da Comissão Nacional da Verdade e é autor de Operação Condor: o Sequestro dos Uruguaios (ed. L&PM, 2008). e-mail: [email protected]