Os outros lagos da Redenção 5x3b6y

Segunda-feira, dia 2, choveu tanto em Porto Alegre que a Redenção ficou praticamente debaixo d’água. Quem tentava atravessar o Parque Farroupilha acabava por participar de uma dança conduzida por saltos e pés de bailarina enquanto tentava driblar as insistentes poças que surgiam pelo caminho. Fora das regiões com calçamento, era praticamente impossível se aventurar, já que em muitos pontos a água chegava à altura dos tornozelos. Em outras regiões lagos artificiais se formavam com rapidez e impediam o avanço dos pedestres. Nem o Monumento ao Expedicionário escapou do problema que o parque enfrenta nos dias de chuva. Problema antigo e que ainda não tem uma previsão concreta para ser solucionado. A Redenção não possui um sistema de drenagem, fato inconcebível quando nos referimos ao maior parque da capital. Existe um projeto no DEP, mas que se encontra no papel, parado, talvez esquecido. Enquanto isso nos resta esperar… Ou aproveitar a paisagem. l930

Fim de semana sem água em 18 bairros 2r4x6i

Neste sábado, 14, o abastecimento de água será interrompido em 18 bairros da capital, devido a obras do Dmae na Estação de tratamento de Água (ETA) do Moinhos de Vento, na 24 de Outubro, 200.
A partir do meio-dia, equipes do departamento trabalharão em modificações na canalização de água bruta da estação. Segundo o órgão, a medida é necessária para prevenir vazamentos, reduzindo as perdas na operação.
Faltará água a partir da manhã de sábado no Bom Fim, Auxiliadora, Centro, Farroupilha, Independência, Moinhos de Vento, Mont Serrat, Bela Vista, Petrópolis, Rio Branco, Santa Cecília.
O fornecimento também será interrompido em parte dos bairros Cidade Baixa, Azenha, Floresta, Higienópolis, Santana, São João e Menino Deus.
O DMAE informa que o abastecimento deve voltar ao normal na manhã de domingo, exceto nas regiões mais altas, como o bairro Higienópolis ou distantes do sistema, como a Azenha. Nestes locais, o serviço pode ser normalizado apenas no final do domingo. Com chuva, as obras serão adiadas.
Para maiores informações, o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) do DMAE atende no número 115.

“O Pré-Sal é Nosso”: sindicalistas lançam campanha no centro do Rio de Janeiro 5g4o6a

Neste domingo, no centro do Rio, militantes do Forum Nacional Contra a Privatização do Petróleo, tentam reeditar a campanha do “Petróleo é nosso”, que há meio século mobilizou o país e culminou com a estatização das jazidas, da exploração e do refino do petróleo no Brasil.
O alvo da campanha de agora são as reservas da camada pré-sal, recentemente descobertas.
O movimento é liderado pelo sindicato dos petroleiros e há dois meses promove panfletagens nas áreas de mais movimentadas do Rio chamando para a grande manifestação que se realiza neste 7 de Setembro, após o desfile oficial da Independência.
“O Grito dos Excluídos” é o nome do evento. A favor do petróleo estatal, contra a criminalização dos movimentos sociais.
A partir das 8 da manhã esquina da rua Uruguaiana com a avenida Getúlio Vargas, no centro histórico do Rio, cenário de todas as campanhas nacionalistas de 50 anos atrás.
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ); Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Central Única dos Trabalhadores (CUT); Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas); Federação Internacionalista dos Sem Teto (Fist); Federação Única Petroleira (FUP) e partidos de esquerda.
O principal objetivo do movimento é “evitar a entrega das riquezas nacionais ao capital privado”.
Seis integrantes do Fórum contra a Privatização do Petróleo e Gás, já foram indiciados pela Polícia Federal num inquérito sobre a ocupação da Agência Nacional de Petróleo (ANP), em 27 de novembro do ano ado, em protesto contra a realização da 9ª Rodada de Leilão do Petróleo.

Brigada Militar propõe conselho comum para sete bairros d6d2n

Helen Lopes

O comandante da 3ª Companhia da Brigada Militar, major Aroldo Medina, terá pouco mais de um mês para convocar os moradores dos sete bairros sob sua responsabilidade para um encontro sobre segurança. O comandante pretende mobilizar a população do Bom Fim, Farroupilha, Moinhos de Vento, Independência, Santana, Santa Cecília e Rio Branco para a criação de um único conselho pró-segurança pública, o Consepro.
A idéia surgiu durante uma audiência com moradores da Cidade Baixa, preocupados com o aumento da violência, e visa à arrecadação de recursos financeiros para o reaparelhamento da Companhia. Mesmo sob responsabilidade do 2ª Companhia, a bairro deve ser incorporado. “Nada impede que a Cidade Baixa também faça parte, pois está na área de policiamento do 9° Batalhão”, explica.
O major espera conseguir dinheiro entre os vizinhos e comerciantes para adquirir viaturas, motocicleta e uma rede de rádios.
Medina conta hoje com 60 homens, duas motos e um carro para vigiar toda a região. “Em 22 anos como policial, nunca vi tanto descaso. Não esperem nada do governo”, lamenta.
Com uma infra-estrutura precária, o oficial não consegue atender às comunidades que pedem mais policiamento. Ele desistiu também da ajuda das grandes empresas. “Procuramos os bancos da região para contribuir na compra de viaturas com uma cota mensal de R$ 2,5 mil, menos do que eles gastam com cada vigia, mas até agora nada”, registra.
A criação do Consepro resolveria uma das principais preocupações dos líderes comunitários dos bairros mais organizados. Eles temem que os equipamentos adquiridos pelos moradores sejam utilizados em outras zonas – à exemplo do que aconteceu no verão, quando o carro restaurado pela Federação Israelita foi parar na Operação Golfinho e voltou inutilizável.
“Uma doação à Brigada Militar não pode ser de uso exclusivo naquele bairro ou de quem doou. Assim estaríamos privatizando a segurança pública, dando o apenas àqueles que podem pagar”, esclarece Medina.
Porém, o major explica que a formação do Consepro, que posteriormente será registrado como uma entidade, permitiria que se estabelecesse uma relação de cooperação entre as partes. “Será como um empréstimo ao destacamento para utilizar nessa região”, completa.
Assim como os conselhos de segurança do Bom Fim e do Rio Branco, que retomaram as atividades no ano ado, o Consepro seria ainda um fórum de troca de informações, agilizando a ação da polícia.
Bairros convocados
Bom Fim
Moinhos de Vento
Independência
Rio Branco
Farroupilha
Santa Cecília
Santana
Violência na Cidade Baixa
O avanço da criminalidade na Cidade Baixa levou o Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro/RS), com sede na João Pessoa, a montar um grupo para tratar do assunto. Em sua quarta reunião, o Comitê Vizinhança Solidária busca alternativas para diminuir o número de casos de violência. “Estamos vivendo um clima de insegurança na região”, preocupa-se o presidente do sindicato, Sani Cardon. Ele conta que a sede da Fundação Ecarta, mantida pelo Sinpro, na esquina da João Pessoa com a Lopo Gonçalves, é alvo constante de vândalos e assaltantes, que tentam arrombar o local.
“Além disso, nossos colegas estão sendo abordados quando chegam à casa do professor, aqui ao lado. Temos que fazer alguma coisa”, conclama. As reclamações repetem-se em outras ruas. “Nos últimos meses sofri três arrombamentos e um assalto à mão armada”, recorda João Hudson.
Coronel do Exército aposentado, ele e a esposa mantêm uma cafeteria no bairro e estão impressionados com os ataques. Hudson acredita na atuação de um conselho dos bairros, mas lembra que a população contribui para a segurança pública. “Já pagamos vários impostos e ainda teremos que ratear despesas diretamente?”. Ele entende que primeiro é preciso conscientizar os moradores da importância da participação. “Se está ocorrendo esse descaso temos que pressionar as autoridades”, propõe.
Presidente do Conselho de segurança é vítima de furto
O presidente do Conselho de Segurança do Bairro Bom Fim (Conseg), Alexandre Schüller Alves, 45 anos, foi vítima de furto em sua banca, instalada na rua Ramiro Barcelos, em frente ao número 1891, no final de junho. O chaveiro comprou um poste de luz para ter energia elétrica em seu estande de chaves.
Depois de instalar o equipamento em uma sexta-feira, ele aguardou que técnicos da CEEE fizessem a ligação na rede, na segunda-feira seguinte. Mas Alves não pôde usufruir de seu investimento nem um único dia.
Na madrugada de sábado para domingo, dois ladrões levaram 28 metros de fio de cobre – um prejuízo de R$ 300,00. “Eles subiram na árvore ao lado da banca e puxaram por cima. Só não levaram tudo porque eu fiz uma base de concreto no chão”, informa o chaveiro. O crime foi visto por um vizinho que mora no prédio em frente.
Ele relatou o caso para Fábio Augusto, responsável pelos serviços gerais do condomínio do prédio 1891 da Ramiro. “Pena que ele não chamou a Brigada Militar. As pessoas querem segurança, mas precisam se ajudar”, observa Alexandre Alves. O presidente do Conseg lembra que a reunião de julho tratou do tema, ao salientar a importância da participação de moradores e comerciantes no problema, prevenindo casos através da troca de informações.
Os casos de furto e roubos no Bom Fim diminuíram, de acordo com Alves. Ele próprio já tinha sido vitima de três arrombamentos, desde que se instalou no ponto da Ramiro Barcelos, em 1999. “Mas a situação poderia estar melhor se houvesse maior envolvimento”, aponta. Apenas cinco pessoas participaram do encontro do Conselho de Segurança em julho, que contou com representantes da Brigada Militar.
A reunião acontece sempre na segunda terça-feira do mês. A próxima será no dia 5 de agosto, às 20h, na Hebraica (rua João Telles, 508).
Essa reportagem é um dos destaques da edição 388 do jornal JÁ Bom Fim/Moinhos. A publicação é quinzenal e circula gratuitamente nos 10 bairros da área central de Porto Alegre.

Plano Diretor – Reunião definirá futuro da revisão na Câmara 5j1457

Helen Lopes
A terça-feira 15 de julho será decisiva para a revisão do Plano Diretor na Câmara Municipal. Em meio ao recesso parlamentar, que começou no dia 4, a mesa diretora da Casa e os líderes das bancadas irão se reunir para definir os próximos os da comissão especial que analisa o tema. Os vereadores vão avaliar se há necessidade de convocação extraordinária e se existe consenso em algum ponto para dar início à votação.
“Precisamos dar uma satisfação à sociedade. Com a campanha nas ruas, sabemos que em agosto será muito difícil enfrentar esse assunto”, reconhece o presidente da comissão especial que analisa o tema, vereador Nereu D’Ávila (PDT).
Nereu sugere que alguns artigos, como o das áreas de interesse cultural e o da adequação ao Estatuto da Cidade, sejam levados a plenário ainda em julho. No entanto, o restante do projeto ficaria sem prazo para votação. “Não prorrogaríamos por tempo indeterminado. Logo após a eleição ou no início do ano que vem, voltaríamos com todo o vigor para completar”, sustenta.
A idéia avança entre os vereadores, que já item não existir mais tempo hábil para concluir a revisão. Mas desperta desconfiança entre os representantes do movimento comunitário.
Para o arquiteto Nestor Nadruz, coordenador do movimento Porto Alegre Vive, o projeto de revisão do Plano Diretor é complexo demais para ser repartido e votado às pressas. “Um artigo tem repercussão no outro, ele deve ser discutido globalmente”, entende.
O presidente da comissão especial prefere não entrar nesse debate, mas garante que há como votar questões isoladas. “Não tenho como avaliar tecnicamente essa situação, sou advogado e não urbanista”, desvia Nereu.
Um dos coordenadores do Fórum de Entidades, formado por 77 associações de moradores, ONGs e entidades de classe, Nadruz defende que a votação ocorra depois das eleições. “Vamos fazer um esforço concentrado para salvar o segundo semestre. Os vereadores têm que ter consciência das suas responsabilidades. Nós vamos ficar em cima”, promete o coordenador do Porto Alegre Vive.

Substitutivo é apresentado

Contendo nove páginas, o parecer final da comissão especial que analisa a revisão do Plano Diretor diz que o projeto do Executivo é inovador e busca preservar as áreas verdes da cidade. Mesmo assim, o relator propõe um texto alternativo de 82 laudas. “Condensamos as emendas viáveis e todos os pontos positivos do projeto da prefeitura”, explica Braz.
No substitutivo, Braz aceitou apenas 61 das 216 emendas inscritas. No total, são 151 modificações em artigos e parágrafos. Entre as principais mudanças está a exclusão da tabela que permitia o aumento da construção através da aquisição de índice construtivo. No entanto, Braz amplia a possibilidade de compra de Solo Criado de 100 m² para 300 m², outro mecanismo de aumentar o tamanho das edificações.
O vereador manteve a proposta da Prefeitura de reduzir altura dos prédios na Macrozona 1, que concentra os bairros mais densos da cidade. Ele não acolheu a emenda do vereador Dr. Goulart (PTB) que reduz os contortos de 37 das 134 áreas de interesse cultural. Ele manteve o texto do Executivo, mas vinculou a aprovação à formação de um grupo de trabalho que irá reavaliar as áreas.
Representantes do Fórum de Entidades ficaram insatisfeitos porque o relator acatou apenas 15 das suas 86 emendas. “A maioria de nossas propostas não foi acolhida. E ainda não recebemos uma justificativa plausível”, reclama o advogado Christiano Ribeiro, representante do Conselho Municipal do Meio Ambiente. O Fórum de Entidades, se reúne na quarta-feira, 9 de julho, para tirar um aposição oficial.
As principais sugestões do grupo, que durante seis meses analisou a proposta de revisão, dizem respeito à redução das alturas dos prédios em zonas saturadas, preservação de um terço do topo dos morros da cidade e ampliação das áreas de interesse cultural (AICs). Além disso, a proposta comunitária prevê Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) em todos os projetos especiais de impacto urbano na cidade e em qualquer empreendimento situado nas áreas de interesse cultural, de proteção ao ambiente natural e de ambiência cultural.
“Não conseguimos analisar o substitutivo em profundidade, mas uma coisa é certa, não houve muitos avanços, o relator manteve, por exemplo, a redação dos projetos especiais, que pode gerar grandes distorções nas AICs”, avalia o arquiteto Nestor Nadruz.
O supervisor de operações da Secretaria do Planejamento Urbano (SPM), Newton Baggio, também pretende estudar o texto de Braz com cuidado, mas ele adianta que não há alterações substancias em comparação à proposta do Executivo. “Nós acompanhamos o trabalho dos vereadores através de encontros permanentes”, conta.
Essa reportagem é um dos destaques da edição 385 do jornal JÁ Bom Fim/Moinhos. A publicação é quinzenal e circula gratuitamente nos 10 bairros da área central de Porto Alegre.

Ônibus circulares do centro têm 220 lugares a menos 636d4w

Reportagem de Cristina Rodrigues
ageiros ganham televisão, mas perdem espaço nas linhas C1, C2 e C3
Desde o dia 4 de junho, as três linhas circulares da Companhia Carris Porto-alegrense que percorrem o centro da cidade e bairros próximos, transitam com carros dois metros menores do que o padrão. Rosana Gazzola demorou para reconhecer o ônibus que tinha que pegar para ir ao dentista. “Achei que era uma lotação”.
A redução facilita manobras nas ruas estreitas que caracterizam a região. “Já tive que esperar carro mal estacionado sair da vaga para poder seguir pela Demétrio Ribeiro”, exemplifica um motorista do C3.
A mudança integra o projeto Viva o Centro e, cujo objetivo, segundo o diretor técnico da Carris, Hélio Mendes, é melhorar a qualidade de vida. “Os carros são mais leves, consomem menos combustível, poluem menos”, propagandeia.
Mas com dois metros a menos, a oferta de bancos diminuiu de 517 para 297. A linha C2, por exemplo, circulava com três carros de 47 lugares. Agora são quatro, mas cada um possui apenas 27 assentos: são 33 a menos. “Estão mais cheios”, ite o motorista Agilberto Quiroz, no C2 há 22 anos.
Quem utiliza diariamente sente grande diferença. “Antes era difícil ver gente em pé. Agora tem sempre”, critica o estudante Caio Turbiani, que pega o C2 e o C3 diariamente. Caio estava no C3 que trafegava pela avenida Venâncio Aires por volta das 17h de uma sexta-feira: 35 pessoas não tinham onde sentar.
A falta de lugar é tanta que poucos podem desfrutar da novidade mais anunciada pela Prefeitura: as televisões das linhas circulares. A maioria de usuários dos horários de pico tem que se esticar para desviar o olhar sobre as cabeças e enxergar a tela. Outras melhorias são o telefone e o câmbio automático.
População quer mais carros

Das três linhas circulares, o C2 foi a única que ganhou um novo veículo, pois atende a maior demanda: 3 mil ageiros ao mês. Com lotação média mensal de 2.600 ageiros, o C3 perdeu um carro, enquanto o C1 segue com seus mesmos quatro ônibus para transportar 1.500 usuários.
Para compensar, a população exige aumento na freqüência dos ônibus. “Fiquei 20 minutos esperando hoje”, reclama uma ageira. Mendes garante que se houver demanda, irá aumentar o número de ônibus.
Auxílio para idosos
Para atender os quase 50% de ageiros maiores de 60 anos, os ônibus têm as portas de entrada e saída rebaixadas. Ainda assim, dois degraus na porta central são o suficiente para os idosos se acidentarem “Já vi muita gente caindo”, afirma uma ageira do C3.
O técnico da Prefeitura se desculpa, mas ite que o problema não tem solução. “Os carros vão continuar com degraus”. Os ônibus foram comprados por R$ 333 mil cada. Os antigos tinham dez anos de uso e estavam no limite da sua capacidade. Eles foram vendidos por R$ 50 mil para prefeituras do interior do Estado.

Fórum de Mídia Livre levou 400 ao Rio de Janeiro 3s965

Naira Rofmeister, do Rio de Janeiro
A parca divulgação realizada principalmente através de sites e blogues na Internet foi o suficiente para lotar o auditório da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre os dias 15 e 16 de junho. Com direito à vista para o Pão de Açúcar, cerca de 400 participantes circularam no 1º Fórum de Mídia Livre em busca de alternativas que garantam a sustentabilidade e a independência de seus veículos.
Em comum, apenas a alcunha “midialivristas”, definida como mais abrangente nos pré-encontros realizados nos estados desde março. Através dos corredores do prédio histórico à beira-mar, circularam diplomados e autodidatas que mantém projetos fora dos padrões dos grandes grupos de comunicação brasileiros.
Morador de favela que faz televisão, rato de internet que criou um blog de baixa audiência, editores de jornais de bairro e representantes de meios nacionais já consagrados – à exemplo do suplemento Diplô, do Le Monde Diplomatique, jornal Brasil e Fato, Revista Fórum e Agência Carta Maior – estavam lá. “Buscamos aqui o consenso do dissenso”, avaliou a diretora da ECO, Ivana Bentes, garantindo a manutenção das singularidades.
As diferenças também se manifestaram nas concepções pessoais. “Nosso inimigo hoje é a Globo. Amanhã será a Record”, discursou o inflamado Mário Augusto Jakobskind, do Brasil de Fato, que teve metade da platéia a seu lado e a outra parte, contra seu posicionamento.
Radicalismos a parte, sobressaiu o bom senso e a compreensão de objetivos comuns à todos. Cinco pontos centrais foram determinados em votação no domingo e sua aplicação será avaliada no Fórum Social Mundial, que acontece em janeiro de 2009, no Pará.
O apoio à realização de uma Conferência Nacional da Comunicação – bandeira já levantada por diversas entidades que pregam a democratização da informação – foi decidido.
Autoridades dos três poderes nas esferas municipal, estadual e federam vão receber um documento com as reivindicações do movimento. Em Brasília, será realizada uma mobilização especial.
Dinheiro e felicidade
Em 2007, 19 bilhões de reais foram gastos em publicidade nos meios de comunicação. Quase 60% dessa verba foi destinada para a televisão e 42% ficou concentrada no estado de São Paulo. A TV Globo abocanhou 35% do total dos investimentos em propaganda.
Essa concentração ocorre especialmente por critérios adotados pelo mercado da propaganda que invariavelmente busca alcance massivo para seus clientes. Isso significa, por exemplo, excluir veículos que tenham circulação menor, ainda que qualificada de campanhas publicitárias.
“Temos que criar uma legislação que garanta a distribuição igualitária de verbas”, defendeu o editor de Carta Maior, Joaquim Palhares.
Causou confusão a proposta da criação de mecanismos de incentivo à publicidade privada como um selo de “empresa amiga da mídia livre”.
“Não há na história do Brasil uma iniciativa revolucionária que tenha sido apoiada pela burguesia” lembrou o professor Hamilton Otávio de Souza, coordenador do curso de jornalismo da PUC-SP.
Por isso, as definições nesse campo, estão, por enquanto, na esfera do poder público. O Governo Federal, por exemplo, investe cerca de um bilhão em propaganda anualmente.
“Isso sem contar as empresas estatais, como Caixa, Petrobrás e Banco do Brasil, que somam mais de R$ 500 milhões”, observou o editor da Revista Fórum, Renato Rovai, que coordenou o grupo de trabalho.
Mecanismos análogos ao que representam a Lei Rouanet e os Pontos de Cultura, do Minc, foram sugeridos como possíveis saídas ao bloqueio que os veículos alternativos enfrentam.
Outra importante questão levantada foi a centralização do sistema de distribuição, atualmente dividido entre duas empresas que detém o monopólio absoluto do setor.
Saída para qualquer parte
A partir da realização de encontro regionais, do Fórum Social Mundial em 2009 na Amazônia e da Conferência Nacional da Comunicação, os integrantes do Fórum de Mídia Livre sugeriram a criação de um novo veículo de alcance nacional. “Um jornal que concentrasse toda a nossa força”, imagina o repórter Darío Pignotti, dos jornais Página 12 (Argentina) e Manifesto.
O ítalo-argentino quer ir ainda mais longe. “Temos que buscar a integração com os demais países da América Latina, que também sofrem com a concentração dos meios de comunicação”, acredita.
Por ora, ficou a intenção de criar um portal de notícias que congregue todos os veículos participantes do 1º Fórum de Mídia Livre e que possibilite ao leitor conhecer as diversas inicviativas de comunicação produzidas no território nacional. Algumas informações também podem ser adas no blogue do evento, http://forumdemidialivre.blogspot.com.
– Essa reportagem é um dos destaques da edição 386 do jornal JÁ Bom Fim/Moinhos. A publicação é quinzenal e circula gratuitamente nos 10 bairros da área central de Porto Alegre.

Onde foi o dinheiro das estradas? 3z2t6g

Elmar Bones
Estudo revela que foram gastos R$ 16 bilhões em obras rodoviárias
As declarações do ex-secretário chefe a casa Civil Cezar Busatto sobre o DAER, como uma das fontes de financiamento dos partidos políticos no Estado, encontra sentido num estudo do economista Julio Francisco Brunet.
Eis o diálogo:
Busatto (…) todos os governadores só chegaram aí com fonte de financiamento ou de Detran, do DAER.. quantos anos o DAER sustentou…
Feijó não sei

BusattoNa época das obras… fortunas, depois foi o Banrisul…

FeijóNa CEEE

Busatto Na CEEE, se tu vai ver…

Feijóé onde rendia… é onde os grandes partidos estão… não quero saber… é onde tem as possibilidades de financiamento, pode ter certeza de que tem interesses bem poderosos aí controlando (ininteligível) …
Busatto é uma coisa mais profunda que está em jogo… eu não sei se em alguns lugares se superou isso, acho que sim, né?
O referido estudo de Brunet sobre “As políticas de investimentos no RS analisa as despesas com obras rodoviárias em oito governos que se sucederam de 1971 a 2002. Em todo o período a rubrica “Transportes” foi a que recebeu o maior volume de investimentos, num total que chega a quase R$ 16 bilhões.
No governo Antonio Britto, por exemplo, às vésperas das concessões rodoviárias, foram investidos R$ 2,43 bilhões, mais do que o dobro do que seria investido pelo governo seguinte, de Olívio Dutra. Apesar disso,o representante do Daer disse na I dos Pedágios que no período de 1996/98 não foram realizados serviços de manutenção devido à “profunda escassez de recursos”.  Nesse período, conforme os dados da Secretaria da Fazenda, os recursos destinados ao DAER chegam a quase R$ 1 bilhão.
Investimentos no setor de Transportes no Rio Grande do Sul
Período     Investimento     (R$ milhões)  % do total
Euclides Triches  (1971/74)   1.475,6      26,33%
Silval Guazzelli(1975/78)       1.916,0      28,33%
Amaral de Souza(1979/82)    1.851,6      27,18%
Jair Soares (1983/86)           2.681,7      48,09%
Pedro Simon   (1987/90)       2.893,9      38.09%
Alceu Collares(1991/94)        1.572,5      32,40%
Antonio Britto(1995/98)        2.431,3      33,21%
OlivioDura(1999/02              1.109,0      30,33%
TOTAL                                   15.931,6   100,00%
Verbas empenhadas pelo DAER antes da privatizações (1995-1998) (em R$)
1995    127,7 milhões
1996    217,2 milhões
1997    278,5 milhões
1998    486,4 milhões
TOTAL   1.109,8 milhões
Fonte: Sistema PFO-SEFA

A única pizza na a do mundo 4kg5g

Alexandre Haubrich
Uma a de ferro sem utilidade e um talento culinário capaz de fazer a massa de pizza crescer no fogo direto é a receita que levou com sucesso os 48 anos do Bar Pedrini, sinônimo de boa mesa e idéias renovadoras na Cidade Baixa (av. Venâncio Aires, 204).
Depois de tanto tempo, a pizza na a continua sendo exclusividade da casa. “É a única no mundo”, garante Guilherme Pedrini, filho do fundador Osíris e sobrinho da criadora do prato.
Guilherme assumiu o negócio no começo de 2008, com a aposentadoria do pai. Promoveu uma ampla reforma no ambiente do bar, mas manteve a vocação original da casa: fomentar debates políticos regados pelo chopp cuidadosamente servido pelos garçons.
Foi nos anos 1970 que o Pedrini adquiriu essa característica, quando começou a ser freqüentado por importantes nomes da esquerda gaúcha, que encontravam ali um refúgio ao endurecimento da ditadura. “Nessa época, a lotação total se sucedia seis vezes em uma única noite. Era um movimento totalmente fora do comum”, relata.
Depois das dificuldades enfrentadas na década de 1980, o fim do século trouxe nova vida ao Pedrini, com a aposentadoria dos fundadores Osíris e Antônio. As idéias do jovem resgataram os freqüentadores e atualmente a casa está sempre cheia.
“O Pedrini atende muita gente com mais de quarenta anos, mas uma nova geração começou a freqüentar o bar. A movimentação de políticos e jornalistas também voltou, e as famílias continuam vindo”.
Primeiro o minimercado
Guilherme se criou entre as mesas do bar Pedrini. Mas ele não participou da montagem do antigo mini-mercado, primeiro negócio dos irmãos Osíris e Antônio, ainda na década de 1950, instalado na rua Fernandes Vieira, no bairro Bom Fim.
Começou a trabalhar quando o mercadinho se mudou para a avenida Venâncio Aires. “Trabalhei com meu pai nas mais diversas funções”, observa.
Foi justamente o espaço maior que possibilitou a ampliação do negócio. “Eles começaram vendendo dois ou três pratos na hora do almoço”, revela. Aos poucos, as prateleiras foram dando lugar a mesas e o local transformou-se definitivamente em um restaurante.
Comércio da Venâncio se multiplica
O Pedrini é possivelmente o mais antigo negócio da Venâncio Aires, mas o comércio da rua está em expansão. Apenas no primeiro semestre de 2008, as quadras compreendidas entre a João Pessoa e a José do Patrocínio ganharam, pelo menos, seis novos espaços.
Concluída em poucos meses, uma obra em frente ao bar Pedrini abriga desde o início do ano, uma agência do banco Bradesco. A concorrência chega em breve, com a inauguração de mais um Banrisul no mesmo prédio. Entre os dois bancos, o antigo estacionamento permaneceu, agora coberto.
A padaria Pão e Café foi inaugurada em setembro de 2007, quase na esquina da Venâncio com a Lima e Silva. Além dos serviços tradicionais do ramo, a Pão e Café é confeitaria, lancheria e até restaurante, servindo a la minuta na hora do almoço.
A pretensão do proprietário Jairo Teixeira da Silva, é transformar o amplo espaço em um centro cultural para divulgar a produção de artistas da Cidade Baixa. No momento, quem entra na padaria pode apreciar pinturas da artista plástica Walquíria Cardona dos Santos, inspiradas em poemas de Mário Quintana. Silva já negocia uma série de pequenos shows com um cantor da região.
O proprietário também está em busca de fotos antigas da casa de número 249, que abriga a padaria. “Foi construída em 1907, por uma família alemã e tem muita história para contar”, acredita.
Atravessando a Lima e Silva, o Expresso do Café é outro “faz tudo” da região. Aberto para ser uma locadora de DVDs há cerca de dois anos, o estabelecimento ou a café e hoje é um bar. “Mas um bar diferente”, pontua o dono, Cristiano Araújo. “Tem livros para ler aqui ou para comprar”, revela.
Essa reportagem é um dos destaques da edição 385 do jornal JÁ Bom Fim/Moinhos. A publicação é quinzenal e circula gratuitamente nos 10 bairros da área central de Porto Alegre.

Com metade do efetivo, Brigada é cobertor curto 626z6a

O relato do jornalista Wanderley Soares na edição do jornal Sul desta terça-feira é uma síntese perfeita do que está ocorrendo na área de segurança no Rio Grande do Sul. Com o menor contingente de soldados dos últimos 25 anos, a Brigada Militar vive o drama do cobertor curto. Enquanto realizava, em todo o Estado uma ronda nos bancos, bandidos limparam um posto de distribuição de vale-transporte na capital.
Operação perfeita contra o DMLU
Enquanto a Brigada Militar realizava, em todo o estado, uma ronda nos bancos, bandidos limparam um posto de distribuição de vale-transporte.
Wanderley Soares
Ontem, das 10h às 16h, a Brigada Militar realizou a Operação Caixa-Forte, em 360 municípios gaúchos. Ocorreram oito prisões e ações de fiscalização em 666 estabelecimentos bancários. Foram mobilizados 1.046 servidores em 440 viaturas, o que resultou em oito prisões e nenhuma arma apreendida. Enquanto esta operação era desencadeada em todo o estado, em Porto Alegre, às 9h24min, quatro homens armados invadiram o posto de distribuição de vale-transporte do DMLU, instalado na frente do Ginásio Tesourinha, numa dos principais pontos do complexo que compreende a área central da capital e tiveram pleno sucesso na ação. Foram roubados l.600 pacotes de vale-transporte o que corresponde a cerca de R$ 170.000,00. Um sargento e um tenente da Brigada Militar, ambos aposentados e que trabalhavam na segurança do local, foram imobilizados e obrigados a entregar suas armas. Sigam-me.
Uma pergunta
Enquanto a Brigada Militar espalhava suas legiões pelos municípios gaúchos de olho vivo nos estabelecimentos bancários, o DMLU ficou, praticamente, desguarnecido. Os assaltantes chegaram quando era iniciada a distribuição dos vales, o que indica um planejamento que alcançou maior eficiência do que a inteligência do policiamento ostensivo. Mais uma vez, resta uma pergunta: se o poder público não tem proteção, o que dizer do cidadão comum? (Artigo publicado no jornal O Sul de 3.06.2008)