Empresa que lesou a CEEE está envolvida em fraude na licitação da Trensurb 6c6238

O Conselho istrativo de Defesa Econômica (Cade) pediu nesta terça-feira (11) a condenação de 16 empresas e 52 pessoas por formação de cartel em licitações públicas de trens e metrôs. 767

Segundo as investigações do órgão de defesa da concorrência, houve fraude em licitações de pelo menos 27 projetos em São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

No Rio Grande do Sul, o Cade aponta que houve fraude na licitação para compra de trens para o Transurb em 2012, envolvendo a Alstom, multinacional de origem sa, que atua nas áreas de energia e transportes.

A Alstom, que no Brasil tem sede em São Paulo, é uma das empresas envolvidas na maior fraude já cometida contra o patrimônio público no Rio Grande do Sul. Foi um caso rumoroso, que hoje está abafado.

Foi em 1987, quando a Alstom integrou um consórcio que venceu a licitação para a construção de onze substações de energia da CEEE na região metropolitana de Porto Alegre. Um projeto de 150 milhões de dólares.

Uma investigação posterior apontou manipulação no edital para favorecer os vencedores, superfaturamento e outros vícios que resultaram num prejuízo de R$ 79 milhões em valores da época (atualizados, seriam mais de  R$ 500 milhões).

Uma I na Assembléia do Estado comprovou os ilícitos e uma ação foi ajuizada pelo Ministério Públicos, apontando além da Alstom outras dez empresas que integravam os consórcios vencedores e 23 pessoas físicas.

Ajuizada em 1996, há 22 anos portanto, essa ação ainda não saiu da primeira instância, não teve qualquer decisão e continua em segredo de justiça.

O caso atual será analisado pelo tribunal do Cade, responsável pela decisão final.

As empresas poderão pagar multas de até 20% do valor de seu faturamento bruto, caso sejam condenados. As 52 pessoas acusadas ficam sujeitas a multas de R$ 50 mil a R$ 2 bilhões, segundo informações do Cade.

De acordo com o parecer da superintendência, empresas e funcionários interferiram no resultado das licitações – dividiram concorrências e combinaram valores das propostas. Ainda segundo as investigações, as fraudes incluíram institutos formalmente legais, como a formação de consórcio e a subcontratação, para dar uma aparência de competição ao cartel.

Auditório lotado para a palestra do sociólogo Jessé Souza 5j1m4

O sociólogo Jessé Souza fala sobre a crise brasileira em Porto Alegre, nesta quarta-feira. Sua palestra “Brasil: Raízes Sócio-históricas e Econômicas, Conjuntura Atual e Perspectivas Futuras”, está marcada para as 18h30, no Auditório da Fetrafi-RS.
O interesse pelas idéias do sociólogo, que disseca a classe média brasileira, surpreendeu os organizadores. Em menos de 24 horas esgotaram-se os 400 lugares reservados para o público.
A iniciativa é do SindBancários com apoio da Fetrafi-RS e da Fenae. O Sindicato também irá transmitir a palestra ao vivo. Haverá indicação de link nosite (www.sindbancarios.org.br) e na página no facebook facebook.com/SindBancarios.PoA/
Será rápida a egem de Josué Souza por Porto Alegre. No dia seguinte, ele estará em São Paulo  lançando seu novo livro “A Classe Média no Espelho”. Seu livro anterior “A Elite do Atraso: da Escravidão à Lava Jato” é um campeão de vendas.
Brasil: Raízes Sócio-históricas e Econômicas, Conjuntura Atual e Perspectivas Futuras”
Quarta-feira | 12 de dezembro | 18h30
Auditório da Fetrafi-RS – Rua Coronel Fernando Machado, 820 – Centro Histórico de Porto alegre
 

Inteligência artificial desperta esperanças e temores 271b4b

Faz tempo que a inteligência artificial (IA) deixou os centros acadêmicos de pesquisa e ganhou o mundo. Se já estamos prontos para conviver com robôs, muito em breve não acharemos estranho, ou assustador, a presença de carros autônomos sem motoristas.
Já existem máquinas capazes de fazer cálculos ou estabelecer diagnósticos melhores do que qualquer pessoa. A inteligência artificial começa, agora, de forma acelerada, a ocupar cada vez mais postos de trabalho antes destinados aos humanos.
E não é só isso. A garrafa do gênio foi aberta e não têm como colocá-lo de volta. Próteses cada vez mais perfeitas poderão substituir membros e órgãos, melhorando em muito o desempenho.
Chips implantados no cérebro podem duplicar, para dizer, o mínimo, o quociente de inteligência. Ao misturar inteligência artificial com inteligência biológica continuaríamos humanos?
Há muito mais perguntas. Seria possível a construção de uma consciência artificial?
A IA vai ultraar a inteligência dos humanos?
Recusar a IA ou controlá-la em escala mundial, como o caso das armas atômicas?
Qual a ética, limite, filosofia em relação a IA?
São algumas das questões, entre outros temas, que Bruno Castro da Silva, professor adjunto do Instituto de Informática da UFRGS, com pós-doutorado em IA no  Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o melhor centro de estudos de computação no mundo,  esclarece  nesta entrevista exclusiva ao JÁ.
0 que é inteligência artificial?
-A definição é um dos grandes problemas. Primeiro, porque já é difícil definir o que é inteligência. Para alguns é a capacidade de planejar coisas, estabelecer uma seqüência de ações para atingir um objetivo. Para outros também a pela capacidade de comunicação. Enfim, coisas muito subjetivas para mensurar de uma forma objetiva. No que tange a IA, a melhor definição pode ser a de qualquer comportamento que um computador exiba que fosse considerado inteligente se fosse efetuado por uma pessoa.
É possível datar o início dos trabalhos no campo da IA?
-A parte mais importante – aquela que não é relacionada com literatura, ficção – no campo da pesquisa e estudo começou com Alain Turing na década de 1950. Turing ficou famoso por ter (junto com seus colegas) decifrado durante a 2ª Guerra Mundial a máquina de códigos alemã Enigma, utilizado nos U-boats (submarinos) para bombardear os navios dos aliados. Turing também inventou a computação como a gente entende hoje, e escreveu o primeiro artigo (revista inglesa Mind, 1948) científico sobre IA. Uma das coisas que ele propôs foi o teste de Turing. Nele, verifica-se de forma pragmática se o aparelho é inteligente (ou não) quando não dá para distinguir se é uma máquina ou uma pessoa que está interagindo.
Seis décadas depois de Turing, ele morreu em 1954, como estão às pesquisas no campo da IA?
-No início as expectativas quanto ao desenvolvimento da IA eram muito altas, mas os avanços não correspondiam. Também, entre os anos 1950 até o começo do século XXI, as pesquisas, grosso modo, ficaram muito restritas a área acadêmica, dentro das universidades, com pouquíssimas aplicações fora deste âmbito. As coisas só começaram a mudar de verdade a partir de 2006, com o avanço de uma técnica chamada redes neurais. A partir daí o emprego da IA ganhou de forma significativa e rentável o mundo empresarial.
Mais especificamente, em que tipo de aplicação?
-Principalmente na detecção de fraudes, técnica muito utilizada já há algum tempo pelos bancos. Também, ainda em relação aos bancos, análise da utilização de cartões visando a estabelecer um padrão, repertório, preferências, hábitos, do cliente. Ou seja, sempre que se utiliza o cartão se está interagindo com uma IA. Depois tem aquilo que se denomina como sistema de recomendação, algo que também é muito rentável, e que é muito utilizado por livrarias.
Como assim?
-Trata-se de algo muito simples, baseado nos livros que alguém encomendou ou procurou num site. A partir desta escolha ou pesquisa feita pelo cliente, recomenda-se outros títulos que tenham afinidade. Na Amazon, uma grande parte da arrecadação vem deste aplicativo de recomendação. O Netflix faz a mesma coisa, estabelecendo através das solicitações de filmes de determinada pessoa o seu padrão de preferências. Mesmo procedimento em relação à música. Funciona. Por último, e o mais rentável, é aquilo que chamam de marketing digital, através do qual o Google ganha muito dinheiro. Ele tem o a tudo e sabe de onde as pessoas estão ando, podendo estabelecer perfis econômicos e interesses dos usuários e colocar anúncios publicitários direcionados, específicos para aquele tipo de consumidor. Enfim, nada é de graça.
E no Brasil, como está o desenvolvimento da IA?
-Dentro da academia ela sempre foi forte. O Brasil, embora tenha poucos recursos para ensino superior, sempre teve grupos importantes de IA, destacando-se o da UFRGS, onde o Instituto de Informática foi fundado há 29 anos. Fora a UFRGS, também são importantes os trabalhos em IA efetuados pela UFMG, a USP, e a UFRJ.
Atualmente, no  mundo, e não só em nível acadêmico, há muita discussão em torno de aplicações de  IA?
-Pra se ter uma idéia, há cerca de dez encontros anuais no mundo. Em média, para cada um deles são enviados cerca de cinco mil trabalhos em diversas áreas da IA: robótica, medicina, comunicação, etc. Deste total, dez por cento dos trabalhos enviados – gente da Google, da Microsoft, por exemplo – são selecionados pra serem apresentados. E nós, aqui da UFRGS, geralmente, sempre conseguimos publicar artigos nestas conferências. E olha que eles são muito rigorosos, nem poderia ser diferente, dada a quantidade, mas com critérios justos de escolha, baseado apenas nos conteúdos.
O sr  já teve artigos aceitos?
-Sim. No último encontro que participei, na Suécia, tive dois artigos aceitos: um tratava sobre segurança na IA. E o outro sobre o emprego da IA para melhorar o trânsito urbano através da implantação de sinaleiras inteligentes.
No mundo, quem está na frente no campo da pesquisa em IA?
Estados Unidos, China, Reino Unido.
-Como foi a sua formação?
-Entrei no Instituto de Informática da UFRGS em 1999. Graduei-me em 2003 e em 2007 apresentei minha dissertação de mestrado, também aqui na UFRGS, sobre IA. Então, enviei meu currículo para fazer o doutorado a diversas universidades fora do Brasil. Fui aceito em várias delas e acabei escolhendo a Universidade de  Massachussets. Depois fiz pós-doutorado no prestigioso Massachussets Institute of Technology (MIT). Trabalhei com o professor Andrew Barto, o maior especialista dentro do campo da ciência da computação numa área chamada, em inglês, Reinforcement Learning ( aprendizagem por reforço). Minha tese foi nesta área.
Esta área compreende exatamente o quê?
-Aprendizado por reforço é uma técnica muito utilizada no adestramento de animais. Ela funciona a base de recompensa.  Peguemos o exemplo dos cães. Se o cachorro pegar o jornal ganha um biscoito, etc. Meu trabalho consistiu em ajudar a melhorar as técnicas de adaptação deste processo de aprendizagem para as máquinas. É algo que vem avançando muito. Em 1997, um supercomputador da IBM, o Deep Blue, venceu  Garry Kasparov, o campeão mundial de xadrez. Mais, no jogo GO (um jogo chinês, envolvendo peças brancas e pretas num tabuleiro), considerado o mais difícil do mundo, e que seria impossível desenvolver uma inteligência artificial capaz de enfrentar um jogador hábil, também foi vencido por um computador, sendo empregada à técnica de aprendizagem por reforço.
Mas onde é que entra esta técnica de aprendizagem por reforço na IA?
-O agente, a IA, observa o que está acontecendo num ambiente naquele momento. Através do exame de uma situação o agente escolhe uma determinada ação com base na referência a conquistar. Enfim, a IA estabelece um padrão de quais recompensas são oferecidas a cada momento. Isso é muito aplicado em robôs, por exemplo.
Muitas máquinas já têm um desempenho melhor em certas tarefas do que um ser humano. Como preparar a sociedade para a IA?
-É um problema delicado e remete aos primórdios da Revolução Industrial quando, na Inglaterra, membros do movimento ludista quebravam as máquinas que substituíam o trabalho humano. Verificou-se com o ar do tempo que era uma bobagem, pois novas profissões foram criadas. Por isso há um certo otimismo em relação a IA. Muitas pessoas acreditam que ocorrerá um processo semelhante ao da Revolução Industrial e os trabalhadores migrarão para outras áreas de atividades, serviços, etc. Não sou tão otimista.
Por quê?
-O problema é que as coisas não se arão da mesma maneira devido a velocidade das mudanças. Vai atingir as pessoas mais pobres, a parcela mais vulnerável da população. Não dá para transformar um pedreiro em um engenheiro, assim, rapidamente. Num cenário mais próximo, dá para dizer que muita gente perderá o emprego, e, dada a velocidade, talvez não tenham tempo de migrar para novas profissões. Daí esta ideia que cada vez ganha mais corpo que é a da renda mínima universal, um rendimento para que as pessoas, literalmente, não morram de fome, e que tenham uma vida minimamente decente. Isso é algo plausível.
Em termos de trabalho e empregos, que setor será o mais afetado, pelo menos num primeiro momento, pela IA?
-O de transportes. Muitas empresas, como a Tesla, Google, Uber, já estão desenvolvendo carros autônomos. A tecnologia já existe e o comportamento destes carros autônomos em testes na circulação – percorrendo longas distâncias sem se envolver em acidente –  é melhor do que os veículos dirigidos por seres humanos. É só uma questão de tempo, dez anos, aproximadamente, para que os motoristas sejam substituídos. De resto, nos aviões quase todas as atividades já são feitas por computadores, o piloto só está envolvido no pouso e na decolagem. E trens também não precisam de condutores.
Além dos transportes, que outras áreas serão afetadas pela IA?
-A probabilidade nos próximos anos é que desapareçam empregos nas áreas de telemarketing, contabilidade. Breve não existirão mais  vendedores de lojas, escritores técnicos (redatores que compilam artigos da Web). O Google, por exemplo – através do news.google.com – já tem um serviço de notícias elaborado por IA. Também desaparecerão empregos como maquinistas, pilotos na área comercial.  Na área de saúde, hoje, computadores são capazes de realizar, em muitos casos, exames e diagnósticos com interpretações muito mais precisas do que os profissionais do ramo.  O mesmo vale para dentistas, treinadores, terapeutas recreacionais, pessoas que trabalham com limpeza. A lista não para de crescer.
Um mundo de adaptados versus outro de assistidos, livres para consumir a sua telerrealidade. Corremos o risco de criar um apartheid?
-Principalmente se as pessoas começarem a estender a IA aos seus corpos, melhorando-os. Se isso ocorrer formará uma casta diferente de pessoas. Elas conseguirão pensar mais rápido, ter mais força, enxergar melhor, bem diferente de outras menos capacitadas. Isso criaria um estigma.
O sr falou em modificar os seres humanos, esta é uma outra possibilidade da IA?
-As experiências começaram numa área chamada de neuroprotética. Um exemplo são os braços robóticos, que diferentemente da prótese tradicional, não são membros puramente acoplados, pois lêem os sinais do cérebro da pessoa para fazer o movimento desejado como mexer a mão, pegar alguma coisa. Ou seja, literalmente lê a mente. Isso já existe. Depois começou a se fazer pesquisa com olhos artificiais. Funciona, mas ainda não está disponível no mercado. O problema está entre aqueles que já nasceram cegos, pois, neste caso, existem conexões no cérebro que não foram desenvolvidas.  Mas para aqueles onde a prótese é possível se pode, dominada a tecnologia,  fazer a seguinte questão: o que me impediria de colocar uma prótese de aparelho ocular muito superior – fazer 20 x de zoom, infravermelho – ao natural humano? Enfim, Será possível dotar alguém com uma visão muito superior a de uma pessoa normal.
Bem-vindo ao mundo dos ciborgs, dos robocops …
-É isso aí. Próteses com ótimos desempenhos para mãos, pernas, coluna, olhos, etc.
Biotecnologia, nanotecnologia, neurotecnologia. Há alguma possibilidade de eliminar a morte?
-Têm duas visões sobre isso. Numa delas, a indagação: por que a gente morre? Ou, por que teríamos de morrer? Cada vez vivemos mais. Mas, há uma hora em que o coração, que é uma bomba, para de funcionar. Com o avanço da tecnologia, o coração, pulmão, assim como os demais órgãos, poderiam ser trocados por outros artificiais. Então, o que impediria uma pessoa de viver para sempre?
Está provado que a escola pode fornecer conhecimentos, mas não pode aumentar o quociente de inteligência de uma pessoa  O maior QI já verificado é o de um matemático australiano, de origem chinesa, com cerca de 230 pontos. A tecnologia está acenando com a possibilidade de se introduzir microchips no cérebro, multiplicando a capacidade intelectual. Como o sr. vê isso?
-É a interface cérebro-computador, ou mente-máquina. É só uma questão de tempo. Em 2005 teve um estudo feito pela IBM que consistia em simular no computador o funcionamento dos neurônios individuais do cérebro de um rato. Simular no nível químico: dopamina, neurônio, transmissão de sinal elétrico. Depois de 50 dias eles conseguiram simular no computador o que aconteceria em um segundo no cérebro deste rato. Foi lento, mas, constatou-se que é possível fazer a simulação de um cérebro. No que isto implica? Será que este cérebro simulado seria tão consciente quanto o nosso?
Caberia, talvez, uma outra pergunta de conteúdo filosófico, religioso. O que é que nos permite ser inteligentes? É só a maneira como nosso cérebro é organizado ou tem alguma coisa a mais?
-Pode não ser só o cérebro. Seria a alma? É difícil discutir a parte religiosa, ela não é científica.  Nesta área se parte do pressuposto que não há nada sobrenatural, que o cérebro é um conjunto de coisas químicas e elétricas que estão acontecendo ali. O conhecimento disso, de que é um processo químico e físico, é que possibilita, por exemplo, a fabricação de remédios antidepressivos, ou de estimulantes para quem tem déficit de atenção. Uma das possibilidades que se discute seriamente é que uma vez assumido que o cérebro é só um sistema que obedece às leis da química e da física, certamente conseguiremos reproduzir todo o seu funcionamento no computador. O que me faz  falar e sentir, agora, por exemplo, é o que o meu cérebro está processando. Ou seja, a priori, poderia, neste computador aqui do lado, ter um cérebro artificial, uma cópia da minha consciência, funcionando da mesma maneira que a minha. O que abre uma questão muito mais complicada. É ético fazer isso? Creio que há um limite.
Uma vez feita às modificações no corpo, no cérebro, ainda estaríamos diante de um ser humano ou seria outra coisa?
-Um meio termo. Substituir os órgãos é algo plausível. Também, diferentemente, a partir  células-tronco fertilizadas in vitro, é possível criar um rim. Isso já não é artificial, não se trata de uma prótese robótica, mas algo produzido através de elementos do meu próprio organismo. A outra coisa é fazer o do meu cérebro e transferi-lo para o computador, fazendo-o ar a agir exatamente igual a mim, pensar as mesmas coisas. Seria eu ou simplesmente uma simulação perfeita? Trata-se de uma das perguntas centrais da filosofia da IA. A possibilidade de criar aquilo que se denomina de zumbi filosófico, um ser idêntico ao humano.
Isto remete a um tema polêmico. Existe a possibilidade da criação de uma consciência artificial?
-Cada vez mais as máquinas adquirem a capacidade de estabelecer reconhecimentos de padrões, fazer os cruzamentos de dados que os seres humanos conseguem efetuar.
Cenário um pouco apocalíptico. AS as máquinas terminarão por controlar tudo?
-Na computação existe algo chamado  lei de Moore. Ela diz que a capacidade dos computadores dobra a cada ano e meio. Como as coisas estão cada vez mais rápidas, vai chegar uma hora em que uma IA será equivalente a um ser humano. Depois haverá outra que será um pouquinho melhor e daí segue num processo sem fim, e em tempos cada vez menores. Imagine isso num espaço de 100 anos. A verdade é que não tem como impedir, parar o progresso científico. Não tem como controlar todo mundo. Teria que matar todos que têm este conhecimento. Enfim, os avanços em termos de tecnologia são exponenciais, cada vez mais rápidos.
O conhecimento de como controlar a tecnologia tem que estar paralelo ao desenvolvimento da mesma?
-Exato. E isso é parte do trabalho da pesquisa que estou fazendo agora. Chama-se controle e segurança sobre IA. Algo ainda bem preliminar, mas, só para dar um exemplo: já se sabe que existe IA que consegue discriminar, analisar currículos, ver se tu és um bom natch (um ser compatível com o tipo de cultura que existe na empresa). Google e Microsoft fazem isso, treinam IA que verifica perfis de pessoas que profissionalmente seriam mais promissoras.
São infalíveis?
-Não. Cometem erros como, por exemplo, o de prever, em alguns casos, que o rendimento das mulheres seria inferior ao dos homens. Isso, olhando os dados e as estatísticas das empresas, não tem nenhum fundamento ou diferenças significativas. A IA sempre estabelece padrões, uma média. Um dos problemas relativos a IA em áreas médicas é naquilo que ela pode explorar por conta própria. Assim, se a IA é capaz  de fazer um diagnóstico correto, muito superior a um ser humano, pode errar na dosagem de remédios, matar sem querer, algo que um médico não faria. Ele sabe que se triplicar a dosagem de um determinado remédio o paciente vai ar mal, pode morrer. Este tipo de compreensão, de nuance, ainda é difícil para uma IA. É preciso desenvolver um método que indique as dosagens, que a probabilidade de dar um problema seja menor do que 0,01 por cento. Ou seja, incluir restrições no processo de decisões da IA para que ela não faça coisas que sejam perigosas.
Com pós-doutorado no MIT e, inclusive, sendo ex-professor desta prestigiosa instituição, o sr deve receber muitos convites para trabalhar no exterior. O que o faz permanecer na UFRGS?
-Recebi muitos e-mails do Google, da Microsoft e da IBM querendo me contratar. Os salários que oferecem são ótimos, não tem comparação com o que ganho aqui. Mas, o que me levou a querer voltar e permanecer no Brasil, em Porto Alegre, foi, em primeiro lugar, a minha família. Por outro lado, até o mestrado, fiz toda a minha formação aqui, na UFRGS. Esta universidade me proporcionou tudo no ado e, nos últimos anos, sempre viajo a convite para realizar palestras e cursos no exterior, Europa e Estados Unidos, sobre IA. Enfim, também é uma questão gratidão e poder devolver tudo que aprendi a esta querida instituição.

Ministro do Meio Ambiente confirma as piores expectativas do ambientalismo 2q4a26

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) divulgou no domingo pelas redes sociais, como sempre, a escolha de Ricardo Salles para o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Ex-diretor da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e militante de extrema direita, Salles é apontado como responsável pelo desmonte do setor no estado de São Paulo, onde foi secretário do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

O novo ministro é acusado de “trabalhar contra os institutos de pesquisa e tentar ganhar vantagens com a negociação de imóveis estaduais e de alterar de maneira ilegal o plano de manejo de uma área de proteção ambiental Várzea do Tietê para beneficiar empresários ligados à Fiesp”.

Em maio de 2017, o Ministério Público Estadual ajuizou uma ação civil pública ambiental e de improbidade contra Salles.

“É o homem certo no lugar certo. O presidente eleito, afinal, já deixou claro que enxerga a agenda ambiental como entrave e que pretende desmontar o Sistema Nacional de Meio Ambiente para, nas palavras dele, ‘tirar o Estado do cangote de quem produz’. Nada mais adequado do que confiar a tarefa a alguém que pensa e age da mesma forma”, lamentou em nota a coordenação do Observatório do Clima, uma rede brasileira de ONGs e movimentos sociais sobre mudanças climáticas.

Segundo a nota, a indicação de um réu por improbidade istrativa para o primeiro escalão do governo é outra contradição que deixa o futuro ministro da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro, em saia justa.

O Observatório do Clima diz que ao nomeá-lo Bolsonaro faz exatamente o que prometeu na campanha e o que planejou desde o início: subordinar o Ministério do Meio Ambiente ao Ministério da Agricultura.

“Se por um lado contorna o desgaste que poderia ter com a extinção formal da pasta, por outro garante que o Meio Ambiente deixará de ser, pela primeira vez desde sua criação, em 1992, uma estrutura independente na Esplanada. Seu ministro será um ajudante de ordens da ministra da Agricultura”.

A pasta da Agricultura será comandada pela deputada estadual Tereza Cristina (DEM-MS). A parlamentar ganhou da oposição o apelido de “musa do veneno”, após conseguir aprovar em comissão especial um substitutivo para projetos de lei que praticamente revogam a atual Lei dos Agrotóxicos.

“O ruralismo ideológico, assim, compromete o agronegócio moderno – que vai pagar o preço quando mercados se fecharem para nossas commodities”, adverte a carta do Observatório.
A organização ambientalista Greenpeace também se manifestou por nota. Nela, o coordenador de Políticas Públicas Marcio Astrini afirma que a escolha é coerente com a lógica de Jair Bolsonaro, que já havia deixado claro que deseja reduzir a pasta do Meio Ambiente a uma espécie de subsede do Ministério da Agricultura.
A nomeação de Salles ocorre no momento em que a área ambiental recebe más notícias: o desmatamento da Amazônia registrou o maior índice dos últimos dez anos, e o país acaba de retirar sua candidatura para sediar a COP-25.
Além disso, o futuro Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, deu declarações em que nega a existência das mudanças climáticas, prometendo colocar o país na contramão dos esforços realizados por mais de 190 países. Com a decisão de não sediar mais a COP em 2019, Bolsonaro começa a cumprir sua lista de ameaças ao meio ambiente”, continua a nota.
Ainda conforme a organização, as promessas do presidente eleito eram de que “a principal função do novo ministro será a promoção de uma verdadeira agenda antiambiental, colocando em prática medidas que resultarão na explosão do desmatamento na Amazônia e na diminuição do combate ao crime ambiental. O que já está ruim, pode piorar”, conclui Astrini.
(Com informações da RBA)

Enterros de reféns mortos no Ceará tem lamentos e indignação 5v720

Ana Karoline de Souza Barros, 14, e Cíntia Maria Lima da Silva, 15, caminham juntas pela rua 15, a principal via do centro do município de Serra Talhada, no sertão de Pernambuco. a das 11 horas do sábado.
Todo o comércio está fechado em homenagem às cinco vítimas da mesma família mortas durante tentativa de assalto a duas agências bancárias na cidade de Milagres, no Ceará, que resultou em 14 assassinatos (oito criminosos e seis reféns).
Uma delas é Vinícius Magalhães, 14, colega de sala das duas adolescentes. Elas vestem a farda do Colégio de Aplicação. Nas costas da camisa, escreveram mensagens de despedida para o amigo, com corações e flores.
“É uma forma de a gente nunca esquecer do Vinícius”, explica Cíntia, uma das centenas de pessoas que acompanhavam o velório dos inocentes da tragédia de sexta-feira, 7.
Além dele, morreram o pai, o empresário João Magalhães, e outras três pessoas da família, que vinham de São Paulo para ar o Natal: Claudineide Campos de Souza, 42; o marido Cícero Tenório dos Santos, 60; e o filho do casal, Gustavo Tenório dos Santos, 13.
Todos foram sepultados ontem – Vinícius e João em Serra Talhada e os demais em São José do Belmonte, já na divisa com o Ceará.
“O sonho do Vinícius era ser engenheiro civil”, lembra Ana Karoline, com quem ele tinha mais afinidade. Filha de uma professora da rede municipal que dava aula de reforço para o amigo havia cinco anos, eles se viam todos os dias.
“De manhã, na escola, e de tarde, na minha casa. Éramos assim próximos desde criança”.
Cíntia relata que ele gostava mesmo era de futebol e videogame. Nos últimos dias, só falava da chegada de Gustavo. “Já havia preparado tudo em casa pra receber o primo pra jogar”, narra Simone Maria de Barros Souza, 37, a professora com quem Vinícius esteve uma última vez um dia antes da morte.
“Ele se despediu de mim assim: ‘Tia, eu não venho mais’. Até brinquei com ele, pedi pra não dizer isso”, recorda. “Ele repetiu: ‘Tia, eu não venho mais’.
Depois me abraçou, disse que me amava e saiu. Me deu quatro beijos e dois abraços”. Eram fim de tarde da quinta-feira, 6.
No sábado, enquanto o cortejo seguia até o cemitério de Alto de Bom Jesus, o clima era de comoção e revolta. Entre choro e lamentos, amigos e familiares criticavam a operação policial conduzida por agentes de segurança do Ceará. “A nossa sensação é de revolta”, sintetiza Tadeu Gama, 46, representante comercial e cunhado de João.
“É óbvio que nada vai trazer nossos entes de volta, mas o sentimento é de que houve um pouco de despreparo da Polícia do Ceará”.
De acordo com ele, o que resta à família é esperar por uma apuração rigorosa dos acontecimentos. “Fizemos que tudo que podíamos. Consolamos os parentes. Choramos. E agora temos de seguir”, responde Gama, a quem coube comunicar à filha de Claudineide que a mãe e o irmão haviam sido mortos no Ceará.
“Foi duro. Ela achava que a mãe já estava aqui e estava dormindo, porque não atendia o telefone”. Era já manhã de sexta-feira, e Serra Talhada começava a receber as primeiras informações sobre a tragédia de Milagres, a pouco mais de 150 km dali. “Esperamos que isso seja melhor apurado, de onde partiu esse erro. Porque a nossa perda foi grande”. (Henrique Araújo)
INOCENTES
Os reféns mortos na tragédia foram alvo de emboscada de quadrilha que tentou assaltar as agências de Bradesco e Banco do Brasil de Milagres. Voltavam do aeroporto de Juazeiro do Norte quando os veículos foram interceptados na BR-116 e eles foram levados como escudo humano.
Edneide foi morta pouco tempo depois no centro de Milagres, em troca de tiros entre policiais e criminosos, conforme a SSPDS.
 

Encapuzados matam dois militantes em ocupação do MST na Paraíba 2t4a4z

Dois homens foram mortos em uma fazenda ocupada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na Paraíba (MST-PB) na noite de sábado, 8.
Os dois militantes foram assassinados por homens encapuzados que invadiram o acampamento Dom José Maria Pires, localizado no município de Alhandra.
Conforme nota divulgada pelo MST-PB, os homens, identificados como Rodrigo Celestino e José Bernardo da Silva, o “Orlando”, estavam jantando quando foram surpreendidos pelos criminosos.
Testemunhas relataram que os homens estavam com camisas amarradas na cabeça e portando armas de pelo menos dois calibres diferentes.
“As armas usadas não eram automáticas ou semiautomáticas. Provavelmente, de acordo com as cápsulas encontradas no local, usaram uma espingarda, calibres 12 ou 26, e um revólver calibre 38. Foram vários disparos”, explicou o major M. Lima, comandante da 1ª Companhia Independente de Polícia Militar que atua no local.
O caso teria acontecido por volta das 19h30min de ontem. O acampamento fica na Fazenda Garapu, em Alhandra, e foi ocupado em julho do ano ado.
Em nota, o MST-PB lamenta a morte dos companheiros e denuncia “repressão e assassinatos em decorrência de conflitos no campo”.
Trecho da nota do MST-PB:
“Isso demonstra a atual repressão contra os movimentos populares e suas lideranças. Exigimos justiça com a punição dos culpados e acreditamos que lutar não é crime. Nestes tempos de angústia e de dúvidas sobre o futuro do Brasil, não podemos deixar os que detém o poder político e econômico traçar o nosso destino. Portanto, continuamos reafirmando a luta em defesa da terra como central para garantir dignidade aos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade.
Justamente dois dia antes das comemorações do Dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, são assassinados de forma brutal dois trabalhadores Sem Terra. Neste sentido, convocamos a militância, amigos e amigas, aos que defendem os trabalhadores e trabalhadores, denunciar a atual repressão e os assassinatos em decorrências de conflitos no campo. Solidariedade à família de Orlando e Rodrigo”
(Com informações de O Povo e G1)

Projeto fomenta a produção de mel nas plantações de eucalipto 2d46u

A Favos do Sul, parceria da Celulose Riograndense com a Zapata
Consultores, reuniu nesta quinta (6) em Butiá, a 80 km de Porto Alegre,
meia centena de apicultores a quem foram apresentadas as mudanças no
fomento apícola nos eucaliptais da região carbonífera, onde se localiza
hoje a maior concentração de cultivos da árvore-base da produção de
celulose em Guaíba.
Segundo a mudança, em vigor a partir de 2019, a Celulose cederá os 290 mil hectares de eucaliptos disponíveis no território gaúcho para que a Zapata contrate a instalação de tantos apiários quantos couberem à razão de uma colmeia a cada dois hectares,
índice extremamente conservador, já que se considera razoável a
colocação de duas a cinco caixas por hectare.

Não há prazo para atingir o potencial de 145 mil colmeias, com o que os
eucaliptais industriais ariam a responder por 30% da atual produção
de mel do Estado.
É possível chegar lá, afirma Gustavo Zapata, líder da
empresa que assumiu a gestão da apicultura em nome da Celulose. Agrônomo
uruguaio, Zapata é consultor apícola da Celulose Riograndense e da
Fibria, com sede em São Paulo; são seus sócios o contador Marcelo Porto,
responsável pela parte istrativa; e o técnico agrícola Atilio
Lopes, gestor das áreas de manejo apícola, que já trabalhava com
silvicultura antes de se aposentar, um ano atrás, na Celulose Riograndense.
Animado com a mudança, o trio de gestores está cobrando dos apicultores
“foco na oportunidade” e “responsabilidade na parceria”. Foram esses os
pontos dominantes da reunião de Butiá. “O cavalo encilhado está
ando”, disse Lopes, enquanto respondia a dúvidas dos apicultores
sobre as regras das parcerias — da Celulose com a Zapata Consultores e
desta com cada um dos donos dos apiários, que terão sua localização
determinada por GPS.
Atualmente, há 9 mil colmeias nos hortos da Celulose, ocupação que
corresponde a 7% do potencial produtivo dos eucaliptais da empresa. A
meta para 2919 é chegar a 15 mil colmeias e, para 2020,  a 25 mil
caixas. Também se espera o aumento do rendimento anual situado na faixa
de 17 quilos de mel por colmeia.
As regras são elementares: as abelhas não devem ser colocadas junto às estradas de serviços e precisam ser removidas com antecedência dos talhões a serem colhidos e das áreas de plantio.
A segurança será intensificada para evitar furtos de mel e
danos às caixas. Em 2018, foram registrados danos em 97 colmeias (1% do
total); e foram capturados 759 enxames, “uma dádiva”, segundo as
palavras de Atilio Lopes.
Uma vez por ano, em maio, os apicultores contratados pagarão 8% da
produção de mel a título de arrendamento. O pagamento poderá ser feito
em mel — valendo como referência a cotação do produto no mercado de
exportação, atualmente, entre seis e sete dólares por quilo — ou em
dinheiro a ser depositado em conta corrente aberta pela Zapata
Consultores no Sicredi, banco que elegeu a apicultura como um segmento
promissor da economia gaúcha.
Como contrapartida à cessão das áreas pela indústria, a Zapata deverá
entregar 6 toneladas/ano de mel à Celulose, que tem há anos o
compromisso de doar tal volume a escolas de educação especial situadas
em 23 municípios onde ela cultiva eucaliptos.
O que sobrar dos 8% do valor do “arrendamento” será a remuneração da
Zapata Consultores.
(Fotos de Tania Meinerz)

Juiz determina reintegração dos demitidos da Editora Abril 712h4w

A Editora Abril terá de reintegrar os funcionários demitidos desde julho do ano ado.
O juiz Eduardo José Matiota, da 61ª Vara do Trabalho de São Paulo, decidiu que a empresa não poderia promovido demissões em massa sem diálogo com entidades de representação dos trabalhadores.
A ação é movida pelo Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo e do Ministério Público do Trabalho.
O prazo para que a empresa faça as reintegrações é de até 30 dias a partir da data de publicação oficial da sentença. Ainda cabe recurso à editora.
A primeira decisão determinava que as reintegrações ocorressem desde dezembro – agora se estende a julho do ano ado, período reconhecido como marco temporal para nulidade das dispensas.
Os trabalhadores que não quiserem reassumir suas funções na empresa poderão converter a reintegração em indenização, com ressarcimento a contar até a data de convocação a ser encaminhada pela Abril.
Com a decisão, a editora também tem que se abster de realizar novas demissões em massa sem prévia negociação coletiva com os sindicatos de classe. A decisão alcança pessoal de jornalismo, gráfica e istrativo.
As dívidas trabalhistas somam cerca de R$ 90 milhões, segundo o Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo.
A família Civita, proprietária da Abril – empresa que mantém publicações como Veja e Exame, especialistas em ditar aos governos rumos para a economia –, acumula fortuna estimada em US$ 7,8 bilhões (cerca de R$ 30 bilhões) segundo ranking divulgado pela Forbes. Na lista de 2014, eram US$ 3,3 bilhões.
A demissão em massa  em dezembro de 2017, depois de “reforma” trabalhista ter entrado em vigor.
Além da dispensa coletiva sem negociação prévia, a editora ainda havia dividido as verbas rescisórias dos demitidos em até dez pagamentos.
A editora está em recuperação judicial.
No processo, o MPT alegou à Justiça que, além de as demissões em massa terem ocorrido sem acordo prévio com entidades de representação, as dispensas foram discriminatórias, pois atingiram principalmente profissionais mais velhos (média de 40 anos, 10 meses e 9 dias) e com maior tempo de trabalho na Abril (média de 11 anos, 6 meses e 14 dias).
Em março deste ano, antes de mover a ação civil pública, o MPT apresentou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) propondo que a editora não fizesse novas demissões sem negociação prévia com os sindicatos, mas a Abril se recusou a o documento.

Agricultores do Piauí submetidos a trabalho escravo em Santa Catarina 38ja

Uma ação de rotina da fiscalização rural do Ministério do Trabalho em Santa Catarina flagrou  22 trabalhadores em condição análoga à de escravo no município do Bom Retiro, no norte do Estado.
O grupo, recrutado no Piauí, prestava serviços a diversos produtores de cebola, tendo sido transportados sem prévia comunicação ao Ministério do Trabalho e sem nenhum registro em carteira de trabalho.
“O recrutamento irregular configura, em tese, crime de aliciamento, previsto no artigo 207 do Código Penal”, explica chefe da fiscalização em Santa Catarina, Pedro Henrique Maglioni da Cruz.
Os auditores-fiscais do Ministério do Trabalho verificaram ainda que todos os trabalhadores estavam alojados em uma única casa, com três quartos, sem as mínimas condições de higiene e conforto, com lixo acumulado por todo o local.
“Fora isso, não havia fornecimento de água potável e filtrada, pedaços de espuma eram improvisados como colchões e as instalações sanitárias apresentavam condições precárias de manutenção e higiene”, relata Pedro Cruz.
Ele acrescenta que a casa tinha graves problemas de infiltração, fazendo com que a água da chuva invadisse os cômodos, misturando-se à sujeira e ao lixo acumulado no local e atingindo os colchões e pertences dos trabalhadores.
Todos os trabalhadores foram resgatados e hospedados em um hotel na região. Eles aguardam a conclusão dos procedimentos do resgate e o pagamento das verbas rescisórias devidas, além do recebimento das guias de seguro-desemprego e o retorno ao local de origem.
Segundo Pedro Cruz, a equipe de fiscalização recebeu informações de que existiriam outros aliciadores na região, havendo inclusive relatos de que trabalhadores estariam sendo pagos com drogas, especialmente crack.
Essas denúncias serão investigadas e informadas às autoridades competentes para apuração de ilícitos na esfera criminal.
 
 

"Ele tem minha confiança pessoal", diz Moro sobre Onyx 27755

O futuro ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, reafirmou hoje (4) sua confiança no ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, confirmado para assumir a Casa Civil a partir de janeiro.
“[Ele] tem minha confiança pessoal”, disse Moro em entrevista coletiva.
A reação dele ocorre no momento em que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a abertura de uma petição autônoma específica para analisar as acusações de caixa dois feitas por delatores da J&F ao futuro ministro da Casa Civil.“Eu já me manifestei anteriormente. É uma questão de Onyx. O que vejo é um grande esforço [do ministro Onyx] para a aprovação das 10 medidas do Ministério Público, razão pela qual foi abandonado por grande parte de seus pares. Ele tem minha confiança pessoal.”

Trabalho 52711w

Moro também falou sobre a estrutura que terá o ministério da Justiça, com a incorporação de áreas do Ministério do Trabalho, que será extinto no próximo governo. Ele itiu que é possível que o setor de registro sindical, seja transferido para sua pasta. “Ainda ainda está sendo definido. Há intenção de transferir a parte do registro sindical, que é um setor que teve muita corrupção no ado.”
Ontem o ministro da transição anunciou a extinção da pasta, que terá partes incorporadas incorporadas aos ministérios da Economia, da Cidadania e da Justiça.

 (Com informações da Agência Brasil)