Documentários encerram festival 3s74h

Os documentários Pina, de Wim Wenders, e Carta para o futuro, de Renato Martins, estão incluídos na programação de encerramento, nesta quinta-feira (15/03), da oitava edição do Festival de verão do RS de cinema internacional, com exibições, a partir das 19h30min, no Espaço Itaú de Cinema, no shopping Bourbon Country. Os longas, finalizados em 2011, traçam insólitos percursos: artístico, no caso de Wim Wenders que em 3D retrata aspectos da vida e da carreira da coreógrafa e bailarina Pina Bausch, morta em 2009; antropológico, em Cartas para o futuro, no qual Renato Martins, através de gravações de partes do dia-a-dia de três grupos familiares cubanos – a partir de material audiovisual coletado durante sete anos – faz um interessante panorama comportamental da sociedade cubana atual. Martins foge dos estereótipos que, desde a Revolução Cubana, há mais de 50 anos, acostumou-se, sobretudo em produções audiovisuais, a retratar-se a ilha de Fidel. Ele construiu sua narrativa através de depoimentos, concentrados principalmente na família Torres, onde a professora Miriam é o principal elo de quatro gerações de cubanos que, apesar das dificuldades, seguem fiel ao programa socialista. A ela, tipicamente de classe média, somam-se os outros núcleos familiares compostos pela família de Luiz Alberto, taxista, e de Michel, negro, cujas condições de vida se assemelham a de um favelado brasileiro. Apesar dos desníveis evidentes, do racismo que a revolução não conseguiu apagar, do bloqueio econômico, que estrangula a ilha, imposto pelos Estados Unidos, do pãozinho diário que cada cidadão tem direito, a pergunta: Afinal por que continuamos lutando? Pelo futuro, responde Miriam, cujo filho Júlio, emigrou para o país de George Bush, que é a representação do próprio diabo no imaginário de Diego, o neto. Portanto, num país onde tudo parece faltar, mas que, segundo Martins, a noção de tempo é completamente diferente, menos estressante, a melhor opção seja aderir a ALCA, que segundo a professora significa: “al carajo el bloqueo”. PINA Um dos maiores nomes da Dança do século XX, a alemã Pina Bausch morreu há quase dois anos sem poder ver a riqueza de possibilidades que a tecnologia 3D ofereceria ao seu trabalho, da profundidade que daria aos movimentos dos bailarinos da companhia que dirigiu e hoje leva seu nome, a Tanztheater Wuppertal Pina Bausch. Wim Wenders tem uma maneira muito original de tratar biografias. Em Pina, da mesma forma como já havia feito em Tokio-Ga – quando retratou a vida do cineasta japonês Yasujiro Ozu – Wenders faz uma excelente mistura imagética de arquivos, depoimentos, e novas encenações baseadas na herança artística do biografado, caso da engraçada coreografia das quatro estações. Tendo como principal cenário a cidade alemã de Wuppertal – sede do Tanztheater e famosa por seu trem monotrilho, suspenso – o documentário recupera o conjunto da obra da coreógrafa, incluído trechos do espetáculo Café Muller, um dos raros documentos em que Bausch aparece dançando. Ao agregar a dança elementos do teatro, do cabaré, Bausch renovou a linguagem corporal. E o cinema, através da decupagem em planos, mais a tecnologia 3D, ajuda acentuar os movimentos que sob a direção de Wenders se tornam extremamente sensuais, dando a impressão, às vezes, que se pode tocar no corpo, no sexo da bela bailarina latina. Mas não é apenas sensualidade. O documentário, através de primeiros planos e closes, capta os elementos narrativos da estética de Bauch feita de pulsões, que fazia seus bailarinos falarem, chorarem, transmitir expressões de medo, angústia, e também de humor, e vigor. Multiétnico e transnacional, o Tanztheater conta em seu quadro com a bailarina brasileira Regina Advento que, apesar de falar alemão, no filme dá um depoimento em português, pois uma das propostas de Wenders – como era da coreógrafa – é a de tornar seus espetáculos organicamente cosmopolita: falam-se os idiomas inglês, espanhol, francês, chinês. Mesmo tratamento dado a trilha, do clássico ao pop, e onde se pode ouvir O leãozinho de Caetano Veloso. Por Francisco Ribeiro 2uh52

Aula de literatura latino-americana 3q1c2z

Sergius Gonzaga
O professor, escritor, e atual secretário municipal da Cultura, Sergius Gonzaga, procurará, nesta quinta, 15/03, às 19h, em aula aberta, gratuita, na Casa das Ideias (Shopping Total, Alameda dos escritores, prédio 2, 4º andar), responder a esta complexa pergunta: O que você deve ler para conhecer a literatura latino-americana?
Trata-se de um conceito que, geralmente, refere-se à literatura produzida pelos países de língua hispânica, alijando do seu bojo escritores de língua portuguesa e sa, problemática que, certamente, será debatida.
Durante a aula, Gonzaga falará sobre livros de autores como os argentinos Jorge Luis Borges e Julio Cortazar, o colombiano Gabriel Garcia Marques, o cubano Alejo Carpentier, os mexicanos Juan Rulfo e Carlos Fuentes, o peruano Mario Vargas Llosa, e o uruguaio Juan Carlos Onnetti.
Mario Vargas Llosa
Julio Cortazar
Gonzaga, que atualmente prepara uma tese de doutorado sobre Vargas Llosa, lembra que – antes do golpe que derrubou Isabelita Perón, em 1976 – o centro destas discussões sobre a literatura latino-americana era Buenos Aires, tendo como núcleo a revista Crisis.
Esta revista – que durou três anos, com quarenta números publicados – teve em sua direção editorial o romancista Ernesto Sábato, e Eduardo Galeano como coordenador de jornalismo. Galeano cujo livro As veias abertas da América Latina serviu de modelo a toda uma geração que enveredou em busca de informações sobre a formação dos povos ibero-americanos.
Eduardo Galeano
Também foi um período em que esteve em voga à escola literária conhecida como Realismo mágico, cujo estilo o romance Cem anos de solidão, de Garcia Marques, é considerado uma das obras mais representativas. Numa época de regimes militares e forte censura, o realismo mágico, utilizando a fantasia como metáfora, era uma forma de resistência e veiculação de ideias que não poderiam ser articuladas de maneira explícita.
Gabriel Garcia Marquez
Mais do que uma visita ao ado – já que a maioria dos escritores enfocados ou morreram ou perderam seu vigor criativo – Gonzaga pretende incitar, principalmente entre o público jovem, a curiosidade e a busca de conhecimento através de obras pontuais como, por exemplo: Aleph e Ficções, de Borges; O chão em chamas e Pedro Páramo, de Juan Rulfo; Cem anos de solidão ou Crônica de uma morte anunciada, de Garcia Marques; ou A cidade e os cachorros e A guerra do fim do mundo, de Vargas Llosa.
Este último escritor – quando esteve em Porto Alegre, em outubro de 2010, após ganhar o prêmio Nobel, participando do evento Fronteiras do Pensamento – salientou em sua conferência que a cultura, ao contrário da ciência, não se fundamenta pela noção de progresso, onde o novo aniquila o velho. Dessa forma, Miguel de Cervantes é tão atual quanto Borges.
Enfim, é tempo, segundo Gonzaga, de voltar a percorrer os caminhos de nuestra América, termo que, entre os anos 60 e 70 do século ado, agregava cultura, luta, resistência, revolução e, também, boa literatura.
Por Franciso Ribeiro

JÁ na esquina democrática 4k412z

Em uma ação de marketing direto, parte da equipe do nosso jornal – incluindo o editor, Elmar Bones, esteve no final da tarde de terça-feira (13/03), divulgando e vendendo o Jornal JÁ na Esquina Democrática (Borges de Medeiros com Rua dos Andradas) no Centro da Capital.

O JÁ, tradicional caderno de reportagens com mais de 25 anos de história, voltou a circular após um ano e meio de circulação suspensa, e pode ser adquirido através da s, ou nas seguintes bancas da Capital:
Banca do Julio – dentro do Mercado Público;
Banca Glênio Peres – no Largo do Mercado;
Banca Borges – em frente ao Paço Municipal e à Banca Glênio Peres;
Banca do Julio La porta – Alfândega, em frente ao McDonalds;
Banca da Sete – Sete de Setembro, quase Caldas Junior;
Banca do Clovis – Borges 915, em frente à ARI;
Banca da CRT – Salgado Filho, 49
Banca Folhetim – Jacinto Gomes, 11, esquina com a Venâncio Aires
Palavraria Livraria & Café – Vasco da Gama, 165, Bom Fim.

Teatro: Última apresentação de Inimigos de Classe 525v4b


O público porto-alegrense, ou em trânsito pela capital, terá – neste domingo (11/03), às 18h, no Teatro São Pedro – a última oportunidade para assistir Inimigos de Classe, de Nigel Williams, dirigida por Luciano Alabarse.
O texto, violentíssimo – originalmente ambientado numa escola pública da periferia da Londres de 1978, em plena efervescência do punk inglês – narra o microcosmo de um grupo alunos confinados numa degradada sala de aula a espera de sua nova vítima: o professor. Enquanto ele não chega fazem um insólito jogo: cada um deverá dar uma lição aos outros. O melhor leva um pote de geléia.
Nada vai bem no ensino público do mundo ocidental. Entre 1978 e 2012, apenas uma constatação: tudo piorou. Crise de autoridade, professores desestimulados, alunos cada vez mais violentos. Drogas, ameaças, brigas, crimes, massacres. A escola não é imune a nada, e a violência está dentro dos seus domínios, de suas salas de aula.
Ao perceber a atualidade do tema, Luciano Alabarse, que já havia dirigido a peça em 1988, topou o desafio de encená-la novamente: “o texto de Inimigos de Classe é mais relevante hoje do que na época em que foi escrito. Recentemente, foi montado na Bósnia, como um reflexo da educação pós-guerra. É um texto rico e se alguma coisa piorou foi à sociedade. E não se trata apenas de situações de periferia”, explica o diretor.
Alabarse também salienta que a temática de Inimigos de classe transcende a falência da escola e a própria condição social dos personagens, e coloca algumas perguntas básicas como: “que mundo é esse? Que sociedade é essa que estamos oferecendo as novas gerações? E dentro destas questões a abordagem sobre a falência do sistema escolar público”.
Inimigos de classe, em tempo real, narra cerca de 90 minutos da vida de Ferro (Marcelo Adams), Bola (Denis Gosch), Anjo (Eduardo Steinmetz), Colosso (Fabrizio Gorziza), Espinha (Gustavo Susin), e Portuga (Fernando Zugno).


Todos vizinhos de um bairro miserável, de lares desestruturados onde grassa o desemprego, o alcoolismo, o abandono. Dos pais, ou do país, não herdaram nenhum tipo de orgulho ou esperança. Só há trauma e raiva. Não conversam, agridem-se através de diálogos onde, de cada dez palavras, sete são palavrões. E qualquer banalidade é motivo para desafio, mas não de afirmação, pois, a princípio, sabem que estão na merda e nela permanecerão. Qualquer sonho – como a lição de jardinagem proposta por Espinha, ou aula de culinária de Bola – é logo transformado em chacota, principalmente por Ferro, o líder alfa da turma.
Bola e Ferro são os dois grandes oponentes em torno dos quais giram os demais. Isso não representa fidelidade, pois, ao contrário da trama desenvolvida em O senhor das Moscas, de William Golding, não se trata de um conflito entre civilização e o retorno a barbárie. Trata-se, em Inimigos de Classe, da atualização da segunda opção.
No final, entre o choro do ensangüentado Bola, e o urro sofrido da animalidade de Ferro, contrapõe-se o desprezo moral e institucional representado na fala do diretor da escola. Não há esperança, pois, são inadaptáveis e furiosos e, sendo assim, como poderão servir ao sistema? Contudo, eles continuam a esperar o professor.
Além de Golding, é possível ligar Williams – que além de romancista, dramaturgo, também é roteirista, tendo trabalhado na adaptação de sua peça no filme de Peter Stein – ao cineasta Ken Loach que, em 1969, através do filme Kes, fez um belo retrato da classe operária inglesa, contando a história de um garoto que faz da arte da falconaria uma escada para tentar escapar de uma vida com poucas perspectivas.
Dá para fazer um paralelo entre o falcão de Kes e o gerânio de Espinha, ou a almôndega (um pudding no texto original) de Bola. Em contraponto: o orgasmo em quebrar vidraças, de Portuga; o desejo de sexo full-time de Anjo; o preconceito contra os americanos (racial no texto original) de Colosso; e o fetiche sanguinário de Ferro que, em sua aula de defesa pessoal ensina que: “é preciso deixar o adversário no chão, pisotear o estômago do inimigo”.
Na livre adaptação proposta por Alabarse temos uma direção segura, e a convincente interpretação do grupo de atores, que vestem bem seus personagens. O cenário, apesar da atualização e regionalização do texto – cita-se, rapidamente, AIDS, informática, música sertaneja – mantém o décor dos anos 1970. A luz é correta e a trilha sonora, composta integralmente por canções de Tom Waits, cria uma atmosfera melancólica e lírica.
Na apresentação de sábado, 10/03, a produção, através de parcerias, disponibilizou aparelhos – os mesmos utilizados em traduções simultâneas – para que pessoas com deficiência visual pudessem, através de uma áudio descrição, ter o ao conteúdo visual do espetáculo.
Trata-se de uma bela iniciativa, afinal, alguém, ao contrário de Ferro e turma, precisava merecer um pote de geléia.
Por Francisco Ribeiro

Xingu arranca aplausos na abertura do festival 28244t

A apresentação de Xingu – quinta-feira (08/03), na Sala Paulo Amorim da Casa de Cultura Mário Quintana – arrancou aplausos do público e confirmou o filme de Cao Hamburger entre os melhores desta temporada.
A exibição também marcou a abertura da oitava edição do Festival de verão RS de cinema internacional que, até 15 de março, exibirá cerca de 50 filmes em salas da capital e interior.
A sessão deveria ser ao ar livre, mas devido ao prognóstico errado do meteorologista da Sony Pictures, distribuidora do filme, que previu chuva (o que seria uma benção para a noite senegalesca), houve o cancelamento, e a exibição foi transferida para a Sala Paulo Amorim.
Assim, em clima refrigerado, Xingu obteve dos 150 espectadores que assistiram a primeira sessão, às 22h, o mesmo entusiasmo conseguido no Festival de Berlim, onde a película ficou entre as três mais apreciadas pelo público.
Tudo funciona bem: roteiro, fotografia, trilha, interpretação dos atores, ritmo de edição. Os cenários – Tocantins e Parque Nacional do Xingu – são magníficos. E o todo, sob a batuta de Cao Hamburger, transformou-se num grande espetáculo épico, dramático, e um convite a aventura antropológica.

O diretor Cao Hamburger e o ator João Miguel
O diretor Cao Hamburger e o ator João Miguel

A saga dos irmãos – Orlando, Claudio e Leonardo – Villas Bôas é única na história da humanidade. Eles são responsáveis pela demarcação do território indígena – o Parque Nacional do Xingu –, cuja área, de 27 mil quilômetros quadrados, equivale a um país do tamanho da Bélgica.
Os atores Felipe Camargo, João Miguel e Caio Blat – que interpretam, seguindo a ordem dos personagens reais relacionados acima, os irmãos Villas Bôas – garantem o carisma necessário e a complexidade de cada um destes seres que dedicaram suas vidas a causa indígena.
Por isso, Hamburger e seus colaboradores fixaram o seguinte slogan: “se você acredita que o Brasil não tem heróis, venha ver o filme Xingu”.
O projeto do filme surgiu quando o filho do Orlando Villas Bôas procurou o diretor, e também produtor, Fernando Meirelles, dizendo que estava disposto a ceder os direitos para contar a história dos sertanistas: “houve, claro, muito interesse e o Fernando me chamou.
Fiz uma pequena pesquisa sobre o universo deles e fiquei encantado, e fui sugado pela história por três razões, principalmente: primeiro, para resgatar a vida destes heróis brasileiros; depois pela necessidade de rever a cultura indígena; por último, apesar de ser uma história que se ou entre os anos 40 e 60 do século ado, ela é muito atual e muito urgente”, revela Hamburger.
Na feitura do roteiro, o primeiro desafio: uma biografia ficcional, por mais realista que procure ser, jamais alcançará o ser histórico: “e isso exigiu um entendimento profundo da essência da vida deles, da personalidade de cada um, da saga que eles viveram.
Então, misturar os eventos da vida, transformando numa narrativa com começo meio e fim, e que fosse direto ao coração do público” explica Hamburger.
Fernando Meireles como produtor do filme trouxe, evidentemente, uma credibilidade muito grande para o projeto. Contudo, acrescenta Hamburger, “vale ressaltar que a história dos Villas Bôas, por si só, atraiu investidores, inclusive, sem leis de incentivo fiscal”.
Superprodução
A produção de Xingu girou em torno de R$14 milhões. Trata-se de uma superprodução para os padrões brasileiros. Para as filmagens – três meses no estado do Tocantins, e uma semana no Parque Nacional do Xingu – montou-se uma verdadeira operação de guerra: “só conseguimos chegar ao final porque o elenco estava totalmente comprometido com a idéia do filme.
Houve muito heroísmo por parte da equipe, afinal, três meses e pouco no meio do mato não é fácil. amos por situações extremas, no limite das condições humanas de trabalho. Mas com a determinação da equipe e do elenco, e com a produção nos guiando, chegamos ao final sem estourar orçamento”, conclui Hamburger.
João Miguel, que interpreta Claudio Vilas Boas, fala da grandeza do personagem, e do filme retratar um episódio importantíssimo da história brasileira, e que não pode ser esquecido: “estamos falando de coisas muito latentes em relação ao Brasil, contracenando com pessoas, os índios, que faziam parte da própria história que estávamos contando.
E isso foi uma experiência incrível, pois traz a tona questões muito contemporâneas, muito vivas, sobre nós, inclusive. Descobrir o quanto nós somos indígenas e não sabemos. E também que não dá para entender o Brasil racionalmente, é preciso senti-lo”.
Segundo o ator, a premissa para a construção ficcional de uma biografia, caso de Claudio Villas Bôas, foi à paixão que o levou a procurar reunir todo o tipo de informação e colocá-la no jogo, nas filmagens: “e isso inclui roteiro, ator, direção. Trata-se de uma grande conversa para encontrar o melhor caminho.Enfim, um baita desafio”.
O imaginário brasileiro sobre os povos indígenas é uma mescla de idealização, culpa e desprezo. Xingu narra à história de três homens, suas forças e fragilidades, e, até mesmo, suas prepotências, pois o desejo em preservar a cultura indígena chegava a ultraar o próprio livre-arbítrio dos índios.
Nisso, a cena do avião, em que vemos Orlando (Felipe Camargo) empurrando um grupo de índios a força para bordo, para tirá-los do nocivo contato com os brancos, que os exploram, é emblemática.
Como também é emocionante e cheia de simbolismos a cena da comemoração dos índios, no pátio, entre as malocas, quando o Parque foi criado, em 1961. Verdadeira comunhão, ao som das longas flautas e tambores, vontade de se misturar, pintar o corpo e arrancar as roupas, livrando-se da máscara de civilização.
O Parque Nacional do Xingu, hoje, da uma idéia do que era o Brasil em 1500, época do “descobrimento”. È o lar de diversas tribos, como a Kayabi, bastante enfocada no filme, e os remanescentes dos Kreen-Akarôre, cuja ficcionalização do primeiro contato é o último grande plano da película, configurando bem o fascínio e abeleza do estranhamento.
Enfim, mais do que preservação cultural, o Xingu representa a demarcação da nossa ideia de paraíso, em torno do qual roncam as serras e os tratores, e mugem os gados das fazendas

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Cena do filme Xingu, de Cao Hamburguer / Divulgação.

O filme Xingu, de Cao Hamburguer, abre, nesta quinta-feira (08/03), a oitava edição do Festival de verão RS de cinema internacional organizado pela produtora gaúcha Panda filmes.
A sessão, às 21h, será ao ar livre – na Rua da Praia, em frente à Casa de Cultura Mário Quintana – e gratuita para o público. Para tanto, o trecho da artéria, entre as ruas Bento Martins e João Manoel, será fechado ao trânsito.
Além do diretor, a exibição contará com a presença do ator João Miguel, que interpreta um dos irmãos Villas Bôas, cujas biografias e lutas em defesa do patrimônio cultural e territorial dos índios – que culminarão na criação do Parque Nacional do Xingu – formam o núcleo narrativo da película.
Durante o Festival, cerca de 50 filmes mostrarão o cinema produzido em Portugal, na França e em países da América Latina. Temas como a ecologia e bem-estar social vão estar registrados na mostra ambiental.
O cineasta Beto Rodrigues, diretor da Panda Filmes, salienta que o Festival recoloca Porto Alegre na rota das grandes mostras internacionais de cinema e: “permite aos cinéfilos o o a obras que não são exibidas nos circuitos convencionais”.
Beto Rodrigues / Divulgação.

Entre os destaques, um ciclo dedicado ao cineasta François Truffaut que, caso estivesse vivo, este ano completaria 80 anos. Também, imperdível, a exibição do documentário Pina, de Wim Wenders, sobre a coreógrafa e dançarina alemã Pina Bausch, falecida em 2009, um dos maiores nomes da dança do século 20 e que, através do Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, deixou um importante legado artístico e pedagógico.
Cena do documentário Pina, de Win Wenders / Divulgação.

Na capital os filmes serão mostrados na sala Eduardo Hirtz, na Casa de Cultura Mário Quintana, no Cine Santander Cultural, no Unibanco Arteplex, no Instituto NT de Cinema, na Sala Redenção, no CineBancários e na sala PF Gastal, da Usina do Gasômetro. Também haverá exibições especiais em Pelotas, Bagé, Rio Grande, o Fundo e Guaíba.
Fora os filmes, diversas atividades – aula magna, sessões comentadas, workshops, que ficarão concentrados na Casa de Cultura Mário Quintana – permitirão o diálogo e trocas de conhecimentos entre profissionais, estudantes, e público em geral. Vale à pena conferir!
Por Francisco Ribeiro

A pátria gaúcha em preto, branco, e a cores 2lj6u

O ensaio fotográfico Pátria Gaúcha – lançado, recentemente, na Fundação Iberê Camargo, pela Portfólio Design – reúne alguns trabalhos de 16 profissionais que registraram imagens de paisagens urbanas e rurais de diversas regiões do Rio Grande do Sul.
A publicação também inclui textos de Tabajara Ruas – cheios de lirismo, metáforas, simbolismos – que servem para introduzir os espaços geográficos enfocados, conferindo-lhes uma profunda e orgânica identidade cultural.
A obra de 220 páginas – cujo acervo, originalmente, foi destinado a calendários temáticos – contou com a curadoria de Rogério Reis, a batuta editorial de Marília Vianna, e a coordenação executiva de Pedro Longui, da Telos.
As imagens – cidades, montanhas, campos – são belíssimas e de alta qualidade como se poderia esperar de um time de fotógrafos com essa escalação: André Abdo, Celso Chittolina, Clovis Dariano, Cris Berger, Eneida Serrano, Eurico Salis, Fernando Bueno, Flavio Dutra, Guto de Castro, Leonid Streliaev, Leopoldo Plentz, Luiz Carlos Felizardo, Luiz Eduardo Achutti, Marcos Luconi, Nede Losina e Raul Krebs.
De Leopoldo Plentz, por exemplo, têm-se imagens de Jaguarão, destacando a Ponte Internacional Mauá, construída em 1930, o casario antigo, e também as lidas de campo.  Autor de inúmeros trabalhos sobre a fronteira, ele não esconde seu fascínio por esta região “onde as pessoas misturam o português e o espanhol, e trocam mercadorias, e culturas, tornando aquele espaço bastante singular”.  Plentz salienta que a Pátria gaúcha é um importante resgate imagético e histórico do Rio Grande do Sul, um estado tão carente deste tipo de publicação.

Homens no campo / Foto: Leopoldo Plentz
Homens no campo / Foto: Leopoldo Plentz

A síntese do pampa foi enquadrada pelas lentes de Leonid Streliaev, este descendente de imigrantes russos que lhe ensinaram a gostar daquela paisagem – composta por uma imensidão verde e de coxilhas sinuosas, falsamente monótonas – que, segundo seu pai, lembrava certas partes da Sibéria, “mas não o clima”, brinca. Streliaev fotografou Bagé, seus campos e seus gaúchos monarcas.
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Afinal, no pampa, como diz a lenda, vivem os centauros que gostam de churrasco de carne gorda, corridas de cancha reta, belas piguanchas e, claro, de uma boa briga.
Já Luiz Eduardo Achutti produziu imagens que abrangem parte da região serrana – área de Caxias do Sul – enquadrando grandes planos de sua bonita cascata e parreirais. Também detalhou interiores de casas e galpões, com suas cestas, ferramentas, bigorna, cortinas e artefatos de cozinha. Trata-se de conjunto que confere um olhar antropológico sobre o mundo do trabalho e da figura do colono italiano, e que remetem a questões como a imigração e a construção de identidades, temas caros a Achutti: “talvez isso se deva a minha própria origem – italiana, alemã, árabe – que já é um cruzamento de culturas”, explica.
Bigorna / Foto: Luiz Eduardo Achutti
Bigorna / Foto: Luiz Eduardo Achutti

Desde o século XIX que homens, através de suas câmeras, captam imagens do Rio Grande do Sul. Dos pioneiros Luiz Terragno e Virgílio Calegari até chegar ao grupo inserido em Pátria gaúcha se aram mais de 150 anos. Mas o perfil aventureiro dos que encararam esta profissão é o mesmo, enquadrando-se naquilo que Tabajara Ruas denomina de anticaçador, pois, segundo o escritor, o fotógrafo não mata: “ele gera. E gera um outro tipo de vida, fruto da união dele, homem, com a máquina. Isso acontece apenas num instante, numa minúscula parcela de tempo, quando a luz desce sobre ele e sussurra: é agora. Só ele sabe o momento, porque, entre os mortais, só os fotógrafos possuem o dom de falar com a luz”.

Música latino-americana e caribenha no FST 6065i

O MusicAmerica, um dos projetos da Associação Cultural José Marti do RS, traz a Porto Alegre músicos do Brasil, Cuba, Nicarágua, Equador, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Eles interpretam canções identificadas com os direitos humanos – ambientais, culturais, sociais e políticos. Muitos deles participaram de movimentos de oposição às ditaduras em seus países e continuam apoiando iniciativas que contribuam para o fortalecimento da democracia.
O MusicAmerica integra o show no Anfiteatro Pôr do Sol, após a Marcha de Abertura do FST. Nos dias 25 e 28 de janeiro, apresentam-se em Novo Hamburgo e São Leopoldo, respectivamente.
Também estarão na mesa de debates sobre Produção para Inclusão Cultural, no dia 27, em parceria com a Secretaria da Cultura de São Leopoldo, e no 1º Encontro Mundial de Redes de Pontos de Cultura do Programa Cultura Viva, dia 25, em Canoas, para o qual são esperados istas da Colômbia, Argentina, El Salvador, Uruguai, Nicarágua, Paraguai e Brasil. A confirmar, outros da Costa Rica e Cuba.
Conheça um pouco sobre os músicos reunidos no MusicAmerica:
Pedro Munhoz – gaúcho, há mais de 25 anos dedica-se à defesa dos direitos humanos, em especial da ecologia e da reforma agrária. Já se apresentou no Canadá, França, Itália, Portugal, Espanha e em vários países latino-americanos. Participou dos Fóruns Sociais Mundiais de Porto Alegre em 2003, 2005 e 2010.
Raul Ellwanger – iniciou a carreira em 1966, o gaúcho destacou-se em vários festivais de música. De 1970 a 1977, exilou-se no Chile e Argentina. Em 1979, no Brasil, lançou seu primeiro LP. No ano seguinte, relançou o disco, com a participação de Elis Regina. Elwanger já dividiu palcos e estúdios com Mercedes Sosa, León Gieco e Pablo Milanés.
Leonardo Ribeiro – também gaúcho, após exílio em Paris radicou-se em Porto Alegre, a partir de 1994. Faz frequentes turnês na Europa. Compôs várias músicas em parceria com Gonzaguinha, além de autores como Helvius Villela, Teça Calazans, Ricardo Vilas e Juarez Fonseca. Como músico e arranjador, participou de discos e shows de Wagner Tiso, Robertinho Silva, Egberto Gismonti, Teca Calazans & Ricardo Vilas e Joyce.
Nelson Coelho de Castro – um dos destaques da geração de compositores gaúchos que despontaram nos anos 1980, lançou em 1983 o primeiro disco independente do Rio Grande do Sul. No mesmo ano, venceu o 1º Festival Latino Americano da Canção – Musicanto. No final dos anos 1990, forma um coletivo de muito sucesso ao lado de Bebeto Alves, Gelson Oliveira e Antonio Villeroy.
Zé Martis – conta mais de 25 anos de participações em festivais, mostras coletivas, CDs, shows e eventos culturais em vários estados do Brasil e em países latino-americano como Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia e Cuba. É presidente do Conselho dos Dirigentes Municipais de Cultura do Rio Grande do Sul.
Victor Batista – compositor, cantor, violeiro, pesquisador da Cultura Popular e ex-componente da Orquestra Mineira de Violas e dos grupos Pára -Folclóricos Sarandeiros e Conga, na UFMG. Dirigiu gravações da Orquestra e o CD do MST – “Cantares da educação do Campo”. Seu primeiro CD, “Além da Serra do Curral”. Vai se apresentar com os músicos Antonio João (Galba) e Negrinho Martins.
Maurício Figueiral – cubano, é cantor formado em Comunicação Audiovisual, com especialização em direção de rádio, cinema e televisão. Fundador, com Adrián Berazaín, do projeto de cantautores. Pertence ao Centro Nacional de Música Popular.
Ricardo Flecha – paraguaio, iniciou sua carreira artística com o Juglares, em 1980. Seu repertório se baseia em obras dos cancioneiros paraguaios e latino-americanos tradicionais e contemporâneos. Defende o idioma Guarani. É autor de dois volumes do “Canto de Ioskarai”, uma obra de reflexão, bilíngüe espanhol – guarani, sobre o cancioneiro latino-americano.
Fabian Jarrin – trovador e poeta equatoriano, marca presença em festivais de seu país desde 1980. Tem compartilhado o palco com cantautores equatorianos e com nomes da Nova Trova latino-americana, como Hugo Idrovo, Jaime Guevara, Vicente Feliú, Leo Maslíah e Alejandro.
Fabian Massuh – o equatoriano é um dos fundadores do movimento Canção do Autor Contemporânea, que transforma o cotidiano em poesia. Cantautor ligado a organizações de direitos humanos e movimentos sociais, participou de vários festivais e produziu numerosos concertos solidários. Desde 2007 produz os festivais “Canción de Autor”, que têm etapas nacional e internacional.
Gloria Arcos – equatoriana, criou os grupos Sendero y Canto Nuevo até firmar-se como solista. Foi a primeira mulher a pisar em palcos do Equador, num cenário até então ocupado por homens. Conheceu Rick Nelson e Palo Santo, e encontrou novo sentido para a sua música através do jazz, o blues e a experimentação vocal.
Numa Moraes – uruguaio, estudou bandonion e violão clássico. Em 1966 conheceu o poeta Washington Benavides; o trabalho conjunto durou até 2002, aliando letras de denúncia social a melodias de raiz folclórica uruguaia. Entre seus parceiros, destaca-se ainda o escritor Mario Benedetti. Em 1972, obrigado a exilar-se em Buenos Aires, depois no Chile e na Holanda, teve sua música censurada no Uruguai. Em 2008, a prefeitura de Montevidéu concedeu-lhe o título de Cidadão Ilustre, pela sua contribuição artística ao país.
Paula Ferre – argentina, define-se como uma cantautora incapaz de colocar-se sua voz e sua criatividade a serviço de músicas desatentas à realidade. Além de suas composições, interpreta León Gieco, Víctor Heredia e Charly García, assim como grandes trovadores como Silvio Rodríguez, Pablo Milanés e Juan Manuel Serrat. Já compartilhou o palco com Mercedes Sosa, Silvio Rodríguez, Daniel Viglietti, Piero, Ignacio Copani, Julia Zenko e Adrián Abonizio, entre outros.
Luis Enrique Mejia Godoy – músico e compositor há 40 anos, o nicaraguense começou a compor inspirado pela poesia de Ernesto Cardenal, Leonel Rugama e Carlos Martínez Rivas. Gravou 22 discos como solista, editados na Europa, Estados Unidos e América Latina. Compôs músicas para documentários em cinema e televisão. Recebeu vários prêmios na América Central, Estados Unidos e Canadá. Vai se apresentar com Manuel Guadamuz, Rigoberto Osorio, Jayron Noel Sandoval Montano e Edwin Rayo.
Veja a programação:
24 de janeiro de 2012, em Porto Alegre, na abertura do FST
No Anfiteatro Pôr do Sol, 20h30.
25 de janeiro de 2012, em Novo Hamburgo, no palco de atividades principais.
No Pavilhão da FENAC, 20h.
28 de janeiro de 2012, em São Leopoldo, no palco de atividades principais.
No Centro Municipal de Eventos, das 18 às 23 h.
(Com informações de Vânia Barbosa, na Associação Cultural José Martí do RS)

Exposição de Fernando Botero abre comemorações dos 10 anos do centro cultural Erico Verissimo 4x3l44

Dia 21 de janeiro abre a exposição individual “Dores da Colômbia” de Fernando Botero no Centro Cultural Erico Veríssimo, no Centro de Porto Alegre.
A mostra, que segue em cartaz até 08 de março de 2012, reúne 67 obras doadas pelo artista colombiano Fernando Botero ao Museu Nacional da Colômbia entre 2004 e 2005.
“Sempre quis trazer essa coleção de volta ao Brasil. O conjunto dessa obra mostra como a arte pode denunciar a violência e propõe uma reflexão sobre a sociedade”, diz a produtora executiva da exposição, Denise Carvalho, responsável pelo retorno da mostra ao País. As pinturas de Botero já aram com sucesso por Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo.
As seis aquarelas, 36 desenhos e 25 pinturas, que já percorreram várias cidades europeias e latino-americanas, mostram os abusos sofridos pelo povo colombiano como consequência da ação de grupos guerrilheiros, políticos e paramilitares.
A coordenadora do CCEV, Regina Ungaretti, destaca que a proposta é realizar em 2012 uma programação especial, começando por Botero, um artista de renome internacional e que possui trabalhos em várias partes do mundo.
O período foi escolhido pelo Centro Cultural visando uma exposição aos que estão em férias e os visitantes e turistas que vêm à capital nos meses de verão.
Embora retrate uma situação trágica de um período bem determinado, Botero criou as composições com pinceladas de cores vibrantes.
A mostra tem curadoria do próprio Museu Nacional da Colômbia, localizado em Bogotá. De acordo com a diretora do Museu, Maria Victoria Robayo, “Botero disse várias vezes que, apesar de não residir na Colômbia há mais de 40 anos, sente-se muito próximo de seu povo. Trata-se de um convite à reflexão sobre as circunstâncias dolorosas que violam os direitos humanos”.

Fernando Botero
Pintor e escultor colombiano nascido em Medellín, no ano de 1932, é um dos artistas mais prestigiados da América Latina e tem peças expostas nos mais importantes museus internacionais.
Entre as suas obras mais conhecidas estão as releituras bem-humoradas e satíricas de “O Casal Arnolfini”, de Jan van Eyck, e “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci. Em ambas, figuras humanas e animais são pintados de forma arredondada e estática. Esse padrão estético é a marca registrada do artista que através de sua arte, tornou-se o embaixador cultural da Colômbia pelo mundo. Botero é um dos artistas mais renomados latino americanos ainda vivo e atualmente, mora na França.
“Dores na Colômbia” | Porto Alegre:
Abertura:
20 de janeiro de 2012.
Visitação: 21 de janeiro a 08 de março de 2012.
Local: Centro Cultural Erico Veríssimo | Rua dos Andradas 1223, Porto Alegre – RS.
Dias:
De terça a sexta das 10 às 19h
Sábado das 11 às 18h
Entrada Gratuita

Teatro Glênio Peres exibe filmes de Antônio Carlos Textor 1t565

O Teatro Glênio Peres exibe, nas próximas duas quintas-feiras, 24/11 e 1/12, uma série de filmes do cineasta porto-alegrense Antônio Carlos Textor.
Sua carreira de diretor começou em 1963, quando debutou com o curta-metragem Um Homem e o Destino. Textor já possui no currículo mais de 20 filmes, a maioria ambientada em Porto Alegre, ou tendo a capital gaúcha como tema principal.
Muitos foram premiados em festivais e outros são considerados clássicos do cinema gaúcho, dentre os quais se destacam A Cidade e o Tempo (1970), Carrossel (1985) e Quintana dos Oito aos 80 (1998). Nos dois dias, a mostra inicia às 20h. A entrada é franca.
Confira abaixo a programação:
24 de novembro – 20h
– A Cobra de Fogo
– A Colonização Alemã no Rio Grande do Sul
– A Colonização Italiana no Rio Grande do Sul
– O Negrinho do Pastoreio
01 de dezembro – 20h
– A Cidade e o Tempo
– A Senhora do Rio
– Urbano
– Grafite
– Um Maravilhoso Espanto de Viver
– Carrossel
– Quando o Dia Surgir
– Quintana dos Oito aos 80