Foto: Divulgação Já estão à venda os ingressos para o show extra do rei em Porto Alegre. A apresentação acontece no dia 16 de agosto, às 19h, no Gigantinho. O espetáculo, que celebra os 50 anos de carreira, vai ar por Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador e outras cidades. Os shows que ocorrem dias 14 e 15 de agosto já estão com ingressos esgotados. Roberto Carlos no Gigantinho (Avenida Padre Cacique, 891). Cadeira Azul – R$ 260,00 Cadeira Azul Lateral – R$ 180,00 Cadeira Amarela – R$ 140,00 Locadas/ Perpétuas – R$ 100,00 Arquibancadas – R$ 50,00 Desconto de 10% para clientes Itaú e Unibanco, limitado a quatro entradas por cartão. Pontos de venda Shopping Praia de Belas (segunda a sábado, das 10h às 22h, domingos e feriados, das 11h às 21h), pelo site www.ingressorapido.com.br e pelo fone: 4003-1212. (Assessoria de Imprensa: Natália Ferreira e Jeniffer Caetano) 352v1p
Categoria: Cultura-Geral 6t6jl
Em lua-de-mel com os fãs 1j1l52
Por Bruno Cobalchini Mattos
Marcelo Camelo vive um bom momento de sua carreira. ados dois anos desde o anúncio do recesso dos Los Hemanos, o ex-guitarrista, compositor e vocalista da banda sobreviveu bem à separação: seu primeiro álbum solo, Sou, teve boa recepção por parte do público. Em Porto Alegre, o show de lançamento estava lotado. Era outubro, e o disco estava nas lojas havia pouco mais de um mês, mas todos na plateia já sabiam as letras de cor. Camelo foi acompanhado no concerto pela banda paulista Hurtmold, um dos grupos mais interessantes da cena independente nacional – e que excursiona com ele desde o ano ado. Marcelo Camelo volta a se apresentar em Porto Alegre no próximo dia 19, no Teatro do Bourbon Country. Em entrevista exclusiva, ele fala sobre musicalidade, seu projeto paralelo, Ivete Sangalo e as verdadeiras influências.
Já – ado quase um ano desde o lançamento de Sou, como você avalia o convívio com o Hurtmold? Que influência eles tiveram na maneira como você faz e percebe música?
Camelo – Eu já conhecia a banda bem, os discos. Nosso convívio tem sido ótimo. Eles são muito parecidos e muito diferentes de mim então tem assunto que não acaba mais. Eles são minha porta de entrada pra São Paulo, que é uma cidade totalmente nova pra mim. Procuro vivê-la com a ajuda dos olhos deles. Então são meus anfitriões, meus amigos novos. Conheço os pais deles, os amigos mais próximos, as mulheres. Conheço a turma deles e isso me influencia como ser humano. É assim se dando que a gente consegue receber mesmo as coisas importantes. As influências verdadeiras. As coisas que transformam nosso olhar sobre as outras coisas.
Já – No disco você trabalhou com um grande número de músicos convidados. De certa forma, isso acabou dando ao álbum um ar de encontro de amigos. Como você faz para reproduzir isso ao vivo, sem as participações especiais?
Camelo – Eu não tento reproduzir o disco no palco. Arranjei tudo novamente com os Hurtmold pra gente montar um show. Acho que as músicas já existem pra mim em formato solitário, já que eu as faço sozinho, então não tenho muito pudor em transformá-las naquilo que eu quiser naquele momento.
Já – Na época em que saiu o disco, um amigo meu dizia que Menina Bordada parecia música da Ivete Sangalo. E é interessante, porque agora você apareceu no DVD dela. Pode ter rolado essa influência?
Camelo – A Ivete sempre foi uma influência pra mim, desde a banda Eva. Eu acho que os baianos foram quem melhor transformaram um imaginário brasileiro em cultura de massa. Mas pra quem está de longe uma marchinha só lembra o Chico Buarque, uma batida africana só lembra a Ivete, um forró o Gonzagão.
Já – Saudade e eando são músicas que têm gravações alternativas no disco, tocadas no piano por Clara Sverner. Por que deixar as duas versões de cada uma no trabalho final? Você acha que a mudança de contexto deu um novo sentido para as melodias?
Camelo – Não. Não sei se há sentido numa melodia. Mas eu gosto das duas versões então coloquei as duas.
Já – Conversa de Botas Batidas, música da época do Los Hermanos, é um diálogo que você imaginou a partir de uma notícia de jornal. E agora, em Sou, você utilizou sons incidentais como, por exemplo, uma máquina de lavar roupa. O que significa para você trabalhar com elementos da vida cotidiana?
Camelo – Minha música é cada vez mais orgânica, pelo menos até este disco foi assim. Meio naturalista, realista, que nem as fotos de divulgação. Quando vou no apartamento em que fiz estas músicas eu lembro do porquê delas. É quase como se elas existissem a partir daquele determinado lugar. Estes sons que habitam o disco estão nas músicas também, são músicas.
Já – Que escritores você mais gosta? Como eles influenciam as letras que você compõe?
Camelo – Eu gosto muito mais da língua falada do que da escrita. Minha atração sempre foi pelo som. A escrita também tem som, mas é como se a fala já fosse o próprio som. Me interessa mais. Um discurso tem musicalidade e geralmente ela dá muito mais razão a quem fala do que o próprio significado das palavras. Tente assistir a uma discussão em uma língua que você não conhece e é muito fácil, na maioria das vezes, escolher quem tem a razão. Gosto da música que tem na fala do dublador do Gene Hackman. Gosto de ouvir o Mano Brown falando, o Robert Anton Wilson, gosto da música da fala do Chico Anysio, que faz profissionalmente isso. Quem tem uma música boa na fala é o garoto que apresenta o programa de video game do Multishow, uma entonação diferente que eu acho carismática. Nando Reis fala muito bonito. O texto das crianças é muito simples e poético também, muitas vezes. Tem um exemplo que eu acho clássico de argumentação que é de uma menina alemã. Ela falou sobre pichação: “o pessoal acha que pichação deixa a cidade suja mas eu não acho. Eu acho que ela fica bonita”. Porra, vai contra argumentar que eu quero ver! É que nem aquela do Cesare Pavesi que diz que poema é quando um idiota olha pro mar e diz que parece azeite. Ah, de escritor tem o Shakespeare que falado em inglês é demais de bonito. Esse cara era muito musical. Eu tenho um amigo também chamado Caíto Manier que escreve praquele programa Larica Total, que tem o texto mais impressionantemente musical que já ouvi. Ele é de Niteroi, mesma terra do De Leve, um rapper que também tem essa espécie de musicalidade estranha, travada e rítmica ou suave e doce, esses caras fazem o que querem com os sentidos. Eles entendem de dinâmica e têm compreensão avançada do som na língua. Esses caras são mestres da escrita pra mim. O Caíto é demais.
Já – Conte um pouco da história dos Imprevisíveis (projeto paralelo lançado através do MySpace).
Camelo – Não tem muita história. Eu sempre faço estas conversas musicais quando estou em casa com os amigos. Se deixar um instrumento na mão de cada um, alguma coisa que sai som, uma hora acaba virando aquilo que é uma improvisação a partir do som usando instrumentos musicais. É tipo uma conversa que acontece mesmo. Uma comunicação não- verbal que pode ser executada mesmo por quem não treina um instrumento há anos. É só tentar. Deixa um instrumento na mão de cada um e uma hora nego para de falar e começa a tocar um com o outro. É uma transformação grandiosa esse momento. O mecanismo é muito parecido com o da fala então vira uma espécie de conversa. Dá pra entender a função e a origem da língua e da música e de tudo, é demais.
Já – No show que você fez em Porto Alegre no ano ado o pessoal da produção subiu no palco para tocar tambores em Copacabana. Como surgiu essa participação, e como isso mexe na maneira com que a banda e a equipe se relacionam ao longo da turnê?
Camelo – Eles na verdade já estão ali o show inteiro, ajudando a gente mas sem tocar. O Paulinho, que é roadie, é da bateria da Gaviões e colocou pilha de tocar na música. Arrumou um repique pro Guto que é diretor de palco, o Heroi que também é roadie não quis ficar de fora e trouxe o cavaco. Somos todos amigos de profissão, num barco que depende de todos nós pra funcionar direito. Nos entendemos bem.
Já – Quais as suas perspectivas pro show do dia 19?
Camelo – Acho que vai ser muito maneiro. O primeiro show foi muito bom, um dos meus preferidos da turnê. A casa é muito boa e nós agora estamos tocando muito melhor do que quando estivemos aí, então acho que vai ser ótimo.
Já – Em Vida Doce, você diz que caminha no tempo que bem entender. Nesse momento da carreira, em que tempo você quer caminhar?
Camelo – Agora eu vou lançar o DVD que gravamos em Salvador e começar a pensar no disco novo. Pra mais tarde fica o que vier.
FISL e a defesa da liberdade na internet 2w55t
Por Bruna Cardoso
Começou hoje em Porto Alegre o 10º Fórum Internacional do Software Livre (FISL).O evento vai até sábado na PUCRS e inclui palestras, debates, oficinas, exposições científicas entre outros.
Neste ano o FISL conta com 12 atrações internacionais, entre elas o fundador do movimento software livre, Richard Stallman, e o criador do Mozilla, Nick Nguyen. O presidente Luís Inácio Lula da Silva também é presença confirmada nesta sexta-feira.
O fórum tem como tema principal à defesa da liberdade na internet e acontece em paralelo ao Fórum Música para Baixar (MPB), também na PUCRS. “Os dois movimentos trazem propostas de como a sociedade pode se organizar para garantir que quem realmente leva o conhecimento se aproprie dele”, diz o economista e ativista do Software Livre Deivi Kuhn.
O MPB também discute o direito autoral na música. A internet possibilita que o usuário baixe músicas livremente e as compartilhe – uma pedra no sapato das grandes produtoras culturais. Um dos pontos de maior debate é o projeto de lei do senador Eduardo Azeredo que deve ser votado em breve câmara de deputados e criminaliza tais praticas. “Nós temos que sair da marginalidade tecnológica e não entrar ainda mais nela”, defende Kuhn. “Queremos um mundo de mais informação onde se possa viver dignamente nele. A internet deve continuar realmente livre”, completa.
Artistas como Leoni, Nei Lisboa e Teatro Mágico são a favor do movimento e vão realizar shows gratuitos em diversas partes da cidade como forma de apoio. “Antes era impossível ter um tipo de produção cultural que não fosse através da lógica capitalista”, comenta Paulo Marques, pesquisador e militante da economia solidária. Para ele a internet se tornou uma importante aliada dos músicos que buscam alternativas aos meios de divulgação tradicionais.
Segue a programação do MPB, que também vai até sábado na Capital:
Quinta-Feira dia 25 junho às 19h
Sol na Garganta do Futuro (ES)
com participações:
Juca Culatra (Juca Culatra & Power Trio – PA), Eduardo Ferreira (OsViralata – MT) e Rapper Nego Prego (POA)
Sombrero Luminoso (RS)
com participação de Bebeto Alves (RS)
Local: Teatro CIEE (Rua Dom Pedro II, 861)
Entrada livre!
Quinta-Feira dia 25 junho às 23h
O Teatro Mágico (SP)
Local: Bar Opinião
Ingressos: 1º lote: R$20,00 2º lote: R$25,00 3º lote: R$30,00
Sábado dia 27 junho às 21h
Sol na Garganta do Futuro (ES)
Coyote Guará (DF)
Local: Bar Cultura Rock Club (Rua Olavo Bilac, 251)
Ingressos: R$ 10,00
Domingo dia 28 junho às 20h
Bataclã FC (RS)
Coyote Guará (DF)
Local: Bar Long Play (Rua Sarmento Leite, 880)
Ingressos: R$ 10,00
Câmara Rio-Grandense do Livro realiza homenagem 6b63m
Nesta sexta-feira, 24, será realizada a Noite do Livro, que irá homenagear com o troféu Amigo do Livro pessoas e instituições que contribuem com ações em prol da literatura. Organizado pela CRL, o evento é parte das comemorações da Semana do Livro de Porto Alegre.
O evento acontece no Teatro do Grêmio Náutico União (Avenida João Obino, 300), a partir das 20h30min desta sexta. Além da festa, diversas atividades como saraus literários, exposições e encontros com autores estão sendo realizados em todo o Rio Grande do Sul.
Amigos do Livro de 2008
– Programa Permanente de Estímulo à Leitura da Secretaria Municipal da Cultura de Caxias do Sul;
– Jornalista Carlos André Moreira;
– Jornal Usina do Porto;
– Caixa Econômica Federal;
– Bibliotecária Marília Sauer Diehl (diretora da Biblioteca Lucília Minssen da Casa de Cultura Mario Quintana);
Biblioteca do Ano – Biblioteca Central Irmão José Otão da PUCRS;
Personalidade do Ano – Deputado Marcelo Almeida, da bancada do livro da Câmara Federal.
A noite do grito! 3t2c3y
Por Shana Torres
Grito Rock é um festival de bandas independentes agitado em 45 cidades do Brasil que, no dia 27 de fevereiro, aconteceu na praia de Imbé, no litoral dos pampas. Lá, dez bandas pré-selecionadas tiveram a oportunidade de mostrar seu trabalho e vivenciar o espírito roqueiro do dono do Pub Joe’s Rock: Jorge Luis Zinner, mais conhecido como Joe.
Desde que nasceu Joe era um adepto do Rock N’Roll e tinha o sonho de criar uma casa noturna voltada a esse estilo musical. Há cinco anos, surgiu a idéia de abrir um bar no litoral que tivesse espaço para bandas se apresentarem. Inicialmente, foi construído um espaço pequeno que, naquela época, não era muito maior que o atual palco da casa. ada meia década, o pub ou a ter estrutura para abrigar mais de duas mil pessoas.
O dono da casa disse que procura conhecer o som das bandas, para selecionar quais têm condições de tocar lá. O critério principal para Joe é que a banda tenha “a alma rock”. O empresário defende que o espírito de um roqueiro vai além da dispensa do tratamento de celebridade que é exigido por algumas bandas com nome na praça.
“Ninguém aqui é melhor do que o outro ou tem tratamento privilegiado. Tem que ser humilde, simples, falar com o pessoal, dar autógrafos, essas coisas. Já chegaram aqui me pedindo toalhas brancas dobradas pro lado direito e eu disse: “Pô cara, tu esqueceu que eu te via bêbado pela noite? E agora tu vens me pedir isso?”, conta Joe.
Situações como esta poderiam ocorrer com grandes bandas de circuito nacional, mas com os nove grupos independentes que tocaram no festival a falta de humildade e o estrelismo não estiveram presentes. Para Marcelo Fruet, produtor musical e vocalista da banda Fruet & os Cozinheiros, o mainstream ainda está muito atrelado a cena musical, e este é justamente o diferencial do Grito Rock: “O Grito é pra ser mais independente, não o que está no mainstream. Eu sou a favor da popularização, mas ela não deve ser a primeira intenção de uma banda”.
O mainstream de que Fruet fala é sobre necessidade que muitas bandas do cenário pop têm de fazer música vendável. Como ele mesmo destaca, existe uma ambigüidade na propagação de bandas que não contam com um selo ou produtora na gravação de discos: “Na verdade, de independente elas não têm nada. Elas dependem de todo mundo, da divulgação, de quererem contratar shows, de leis de incentivo e etc.”, afirma Marcelo Fruet.
Todas as bandas que participaram do Grito Rock se auto-divulgam e algumas até fazem a gravação de seus álbuns em casa, como a banda Fapo e Humanóides, cujo CD foi gravado ao vivo, em um estúdio caseiro “de forma romântica”, como define Fapo, o vocalista.
Berrando em alto e bom som
O grito inicial foi dado por volta da meia noite com a banda The Transmission, com influências do The Cure e Sonic Youth. Foi formada em 2003, por Giana Cognato (guitarra e vocais), Steffano Fell (guitarra e vocais), Carol Pinedo (contrabaixo elétrico) e Leticia Rodrigues (bateria). A banda alterna vocais masculinos e femininos, tem guitarras com frases bem trabalhadas e uma abordagem instrumental interessante. Em 2005, The Transmission lançou seu primeiro EP – CD que levava o nome da banda e contava com as melancólicas “Sometimes” e “Take off”. No momento, a banda se concentra na mixagem de seu próximo trabalho, com nome provisório de “Transmission 2”. Seu lançamento é estimado para fevereiro de 2009.
Na seqüência, a banda de New Metal Audioterapia, formada por Rodrigo Borba (vocais), Henrique Armiche (guitarras), Tiago Pazzin (contrabaixo elétrico) e Ody (bateria), apresentou canções de apelo político e social. O vocalista Rodrigo Borba, com postura semelhante ao Falcão, do grupo O Rappa, e com um perfil musical influenciado pela banda Sepultura, conta, rindo, que já foram chamados de psicopatas por um telespectador de um programa de TV. No entanto, ele não considera o sentido negativo da expressão e diz que queriam mesmo que o público reconhecesse sua “atitude epilética”.
Na continuação, o grupo Laranja Freak veio com seu toque cítrico. Bem-humorado e sem muita frescura, o vocalista Ricardo Farfisa sincronizou o vocal e a harmonia de um órgão elétrico em canções com fortes influências da cena roqueira da década de 60, como Beatles e Jovem Guarda, hardrock e elementos da psicodelia. A banda produz letras inteligentes e mostram-se perspicazes em seus arranjos.
Composta por Ricardo Farfisa (vocais, teclados e violões), Evandro Martins (contrabaixo elétrico), Miro Rasolini (bateria), Grazi Rodrigues (vocais) e Alexandre Abreu (guitarras) a Laranja Freak existe desde 1997. Já tocou em diversos estados, gravou dois EP’s, um CD e participou de quatro coletâneas. A banda prepara-se para o lançamento de seu novo álbum, pelo selo Baratos Afins, que trabalha com nomes de peso como Rita Lee, Ratos de Porão, Mutantes, Jorge Maultner, Lanny Gordin e Tom Zé.
O rock da década de 70 esteve bem representado com Fapo e Os Humanóides que exploraram cada particularidade do Indie Rock com forte pegada de Blues e sonoridade própria, oriunda de instrumentos exóticos. A banda formada por Fapo (vocais, violões, guitarras, weissenborn, ukelele, harmônica e bandolim), um recifense que mora há seis anos na capital gaúcha, Ricardo Ourique (contrabaixo elétrico), Adriano Rocha (bateria) e Fernando Degar (guitarras) recebe influências desde Neil Young até Alceu Valença. A banda tem cinco anos de estrada e gravou um CD com a participação de Marcelo Gross da Cachorro Grande.
“Misture todos os ingredientes da cozinha” deve ser a ordem principal no entendimento da saborosa refeição que Fruet e os Cozinheiros apresentaram ao público na noite de sexta. Eles são influenciados por diferentes estilos como Jazz, Rock e MPB. As canções criam um clima intimista, com letras que falam de filosofia e amor. A banda já foi comparada a George Benson, ícone do jazz, em Los Angeles, onde tocaram em 2008. O currículo de Fruet inclui trilhas sonoras para cinema e programas de televisão, além da participação com os Cozinheiros no festival SXSW 2008 (South by South West), um dos mais aclamados pela mídia, que ocorre em Austin, no Texas.
A próxima banda desviou do tom. A Draco utilizou-se de uma esfera agressiva, imitando o rock pesado de Black Sabatah e Metallica e utilizando um visual Kiss style. A banda é composta por Leo James (vocalista e guitarrista), Dani Wilk (guitarras e vocais), Beto Pompeo (contrabaixo elétrico) e Vinicius Rym (bateria).
Alcaphones, a banda que veio a seguir, tem ótimas letras, presença de palco, hits, interação com o público e um visual marcante. O contrabaixista Júlio “Caldo Velho” sintetiza: “Trouxemos um som dos anos 60 com uma roupagem de 2000!”. Em letras como “Por querer amar demais” fica evidente o toque dançante de Elvis Presley, que com certeza não é de deixar ninguém sentado.
O rock eletrizante dos anos 90 também se faz presente, como em “Certo ou Errado” e “Lady Rosa”. Com Knak liderando as guitarras, Júlio no contrabaixo elétrico, Carlo na bateria e os vocais de Tiago “Caleb” a banda que já tem três anos de estrada esbanja atitude e energia.
Contrastando com a banda anterior, a Clan McCloud, com cinco anos de carreira, tem um perfil mais próximo da Legião Urbana, inclusive pelo timbre de voz de Alessandro Torres. As músicas da banda têm um fundo social e influencias das mais diversas. Como afirma o vocalista: “A gente coloca tudo no liquidificador e mistura”. O contraste da tranqüilidade da voz de Alessandro com a virtuosidade do baixista é nítido na formação da banda.
A banda que fechou o Grito Rock não tinha nada de underground. O grupo Redoma chega a convencer com boas letras, guitarras bem inseridas, linhas de baixo melódicas e voz suave e bem afinada da vocalista, Cassia Segal, que lembra a cantora Pitty. Porém, a banda peca em sua performance caoticamente frenética no palco. Pulos e rebolados desnecessários não casaram a bela voz que acompanhava as canções. O contrabaixista forçou a barra sustentando uma postura de pop star. Redoma tocou no aniversário da rádio Pop Rock, amplamente voltada à transmissão de bandas comerciais. Não fosse por essa última banda, o festival teria acudido o grito desesperado das bandas independentes que buscam seu lugar ao sol.
Entre flores e pássaros es3k
Por Shana Torres
A fila para assistir ao show de Alanis Morissette parecia interminável. Até quem era vip não escapou, chegou a ficar um quilômetro distante do portão de entrada. Lá dentro, a multidão se aglomerava em busca do melhor local para assistir ao espetáculo, inclusive na área da imprensa pessoas esticavam o pescoço para enxergar uma pontinha de Alanis Morissette. A cantora veio a Porto Alegre divulgar a turnê do álbum Flavors of Entanglement, seu último disco. Os fãs, de todas as gerações, aguardavam há mais de dez anos pela vinda da canadense ao Brasil.
Ela entrou no palco às 22h14min, entre flores e pássaros que compunham o desenho do cenário. A primeira música cantada por ela foi The Couch, do disco Junkie, que relata a inconstância da cantora com a vida, principalmente depois do desmanche de seu último relacionamento, com o ator Ryan Reynolds. Alanis Morissette, uma hippie com influências no folk music dos anos 60 e no rock eloqüente dos anos 80, surpreendeu ao enrolar-se na bandeira brasileira cantando uma das músicas mais aclamadas pelos fãs: You Learn, que trata das dificuldades enfrentadas na vida e lições que tiramos das situações cotidianas.
Not as we, faixa do último disco da cantora, de 2008, foi acompanhada por efeitos visuais que fizeram as três flores desenhadas no cenário oscilarem entre a mistura sombria do laranja e do cinza contrastando com o rosa reluzente, marcando os diversos momentos dessa música, entre a reabilitação emocional da cantora e a vontade de começar de novo e a volta ao ado triste e problemático. Em direção às flores do cenário, pássaros pretos foram desenhados numa simbologia de liberdade ao ado sofrível. Alanis já teve anorexia e bulimia. Na adolescência, ela foi vítima de estupro, tema que será abordado no livro que está escrevendo, com previsão de lançamento para 2010.
Entre tantas fases pelas quais a canadense ou, desde produções mais frenéticas, como “Head over feet” até composições influenciadas pelo Drum n’bass como a nova “Moratorium”, ela ainda conserva o que tem de melhor: a humildade. Thank you foi não só a música que encerrou o show, às 23h58min, mas foi o agradecimento repetido por mais de dez vezes pela cantora aos fás que cantaram em coro suas letras e imploraram pelo bis.
Navegar é possível 3b3j6t
Embora tenha o próprio nome ligado à abundância de águas que tem, o Rio Grande do Sul invariavelmente evoca uma imagem terrestre, que se confunde com a vida no campo, no manejo do gado, a tropa, a carreta, o Pampa onde nasceu o mito do campeador. É comum ouvir-se, sem ressalvas, dizer que o Rio Grande do Sul foi conquistado “a pata de cavalo”.
É tão comum que soa estranho dizer que foram as águas que determinaram, desde o início, o rumo e o ritmo da conquista e da ocupação do território.
Foi a costa inível que retardou por dois séculos a ocupação portuguesa. Em 662 quilômetros de costa, só há três “entradas”: o rio Mampituba e o Tramandaí, onde só podem entrar pequenas embarcações, e o sangradouro que liga a Lagoa dos Patos ao Atlântico, no local onde hoje está o porto de Rio Grande. Só quando foi vencida a barra em Rio Grande, a povoação se propagou, seguindo o curso d’água e se fixando junto aos portos naturais. O caminho das águas foi fundamental em todos os ciclos econômicos, desde o início da formação do Estado.
Nas últimas décadas, as vias navegáveis foram substituídas pelo asfalto. Os caminhões e ônibus aram a ser preferidos na movimentação de cargas e pessoas. Embarcações como os trens quase sumiram da paisagem. Foi um ciclo.
No presente, a rede fluvial e lacustre volta a ganhar atenção, por conta de grandes projetos em andamento, envolvendo bilhões de dólares. São milhões de toneladas, desde a matéria-prima para as indústrias até o produto final para exportação, que precisam ser transportadas.
A decisão do governo federal de apostar no porto de Rio Grande como uma porta para a Ásia completa o quadro. Há portanto um renascer da navegação no Estado. Neste livro queremos demonstrar que isso é tão possível quanto necessário.
Texto de introdução do livro Navegando Pelo Rio Grande
Uma idéia na cabeça e uma câmera na mão 2m5i5e
Na semana que completam 27 anos da morte de Glauber Rocha, Segundas no Cinema da Adufrgs exibe gratuitamente documentário sobre o diretor
No dia 22 de agosto completam-se 27 anos da morte de Glauber Rocha, cineasta baiano criador da expressão “uma idéia na cabeça e uma câmera na mão”, que fundou o Cinema Novo brasileiro. Para relembrar a data, o projeto Segunda no Cinema da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Adufrgs), exibe gratuitamente o documentário Glauber o filme, labirinto do Brasil (100 min, 2003).
No longa-metragem, o diretor Silvio Tendler reúne imagens de arquivo e 12 depoimentos que reconstituem a vida e importância da filmografia de Glauber Rocha. A trilha sonora é de composições de Heitor Villa Lobos.
Nomes consagrados dos movimentos artísticos análogos à estética do Cinema Novo, como a atriz Norma Bengell, o teatreiro José Celso Martinez Corrêa, o diretor Nelson Pereira dos Santos, o escritor João Ubaldo Ribeiro e o músico Jards Macalé comentam a vida e obra de Glauber Rocha. O documentário também apresenta o depoimento de Darcy Ribeiro, vice-governador do Rio de Janeiro na década de 1980, que apoiou a família do diretor na criação do espaço para catalogar a produção de Glauber.
O documentário foi vencedor dos dois prêmios mais importantes no festival de Brasília de 2003 (Crítica e Audiência) e em três categorias do festival de Cuiabá em 2004 (Filmes, Produção e Roteiro).
Glauber o filme, labirinto do Brasil nunca foi reconhecido pela família do diretor baiano por conter imagens de seu funeral, em 1983. Curiosamente, o curta-metragem Di Cavalcanti, di Glauber, filmado por ele em 1977, sofreu a mesma sanção da família do pintor, igualmente por mostrar seu enterro.
SERVIÇO
O que: Glauber o filme, labirinto do Brasil
Quando: 18 de agosto, às 19h
Onde: Sala Redenção (Rua Eng. Luiz Englert, s/nº – Campus Central UFRGS)
Quanto: Entrada franca
Una noche de caprichos 3q673w
Naira Hofmeister
Os primeiros versos cantados por Jorge Drexler foram uma homenagem à cidade que o recebia com tanto carinho. “Chove numa tarde fria de Porto Alegre” (Ramilonga) também prenunciava a parceria com Vitor Ramil, que subiu ao palco sob o título de “melhor compositor contemporâneo” na opinião do uruguaio.
Na conversa entre os dois amigos, revelações sobre momentos inspiradores de canções famosas, como 12 segundos de oscuridad – com letra de Drexler sobre harmonia de Ramil. “Eu estava em Cabo Polônio, uma praia que não tem luz nem água, no Uruguai – é um lugar horrível esse, nunca vão até lá – e havia um farol cuja luz dava uma volta a cada 12 segundos”, narrou.
Diante do relato de Drexler, Ramil respondeu falando sobre o farol de Itapuã. “Sabe: ar uma tarde em Itapuã, conhece essa praia? Lá, o farol a em, no máximo oito segundos. Todos dizem que os baianos são devagar… mas nesse caso, os uruguaios estão quase parando”, brincou o compositor gaúcho.
Depois da interpretação improvisada de Viajei – “lembro perfeitamente do que estava vendo quando ouvi pela primeira vez a canção do Ramil, na estrada entre Rio de Janeiro e Angra dos Reis” –, Drexler pediu desculpas à platéia.
“Se tiver algum músico de jazz, peço perdão. Nunca soube fazer solos, me perco nas escalas. Se algum professor estiver disposto, me deixe seu cartão na saída”, brincou.
Também durante a estada de Ramil no palco, Drexler contou que sua participação em A zero por hora foi gravada na sala de uma casa que alugava na época. “Uma informação totalmente sem importância, mas tive vontade de contar à vocês”, descontraiu, dizendo que era mais um capricho daquela noite.
Mas nem só da dupla com Ramil foi feito o show de Drexler. As duas figurassas da equipe de sonoplastia – responsáveis pelos efeitos eletrônicos da primeira parte do show – protagonizaram alguns dos melhores momentos do espetáculo, acompanhando Drexler “com seus instrumentos estranhos”, como ele próprio definiu. Um serrote que soava agudo, um teremin, um baixo muito grave e outras esquisitices eletrônicas estavam entre as intervenções de Matías Cella e Carlos “Campi” Campón.
Era esse o clima reinante do Teatro do Bourbon Country. Até mesmo o público gaúcho, geralmente sisudo e que cantarolou baixinho – do começo ao fim – se soltou mais do que o habitual, pedindo canções que foram prontamente aceitas pelo compositor. “Assim o show está ficando muito maior do que o planejado… tenho medo que vocês se cansem…”, provocou. O público, claro, ovacionou o cantor para que compreendesse o incentivo.
E pedia não só composições próprias. De Caetano Veloso, interpretou Dom de Iludir, que emendou com Don de Fluir – “tematicamente, as duas músicas não tem nada a ver, mas o título foi uma inspiração”, itiu.
Também cantou em italiano Lontano, Lontano – “Ou lejos lejos, longe, longe” – e em inglês, interpretou uma versão de “Dance Me To The End of Love”, (do britânico Leonard Cohen, que ganhou uma versão famosa na voz de Madeleine Peyroux). Drexler criou uma milonga para a música e a interpretou com voz bastante grave – pouco usual para o cantor.
Mesmo depois de se despedir da platéia, foi obrigado a voltar ao palco por mais uns 20 minutos. Timidamente, sentou no chão e comoveu a todos os presentes no teatro, tocando o violão e cantando sem microfone, ouvindo os sussurros do público e encerrando uma noite inesquecível.
É bom lembrar que mesmo que Jorge Drexler siga para Florianópolis, onde faz novas apresentações, o Festival de Inverno de Porto Alegre tem atrações à altura, entre elas Ná Ozzeti, Rodrigo Maranhão, Pedro Aznar e a banda Ultratango.
Programação de músicos:
Acústicos & Valvulados (Dia 25 – 19h – Teatro de Câmara)
Angelo Primon (Dia 24 – 21h – Teatro Renascença)
Banda Municipal de Porto Alegre (Dia 24 – 21h – Teatro Renascença)
Bebeto Alves e Banda (Dia 17 – 21h – Teatro do SESC)
Bruno Gouveia (dia 27 – 21h – Reitoria da UFRGS)
Cartolas (Dia 23 – 19h – Teatro de Câmara)
Edgard Scandurra (27 – 21h – Reitoria da UFRGS)
Fausto Prado e Casa de Asas (Dia 27 – 19h – Teatro do SESC)
Felipe Azevedo (Dia 24 – 21h – Teatro Renascença)
Frank Solari (Dia 24 – 21h – Teatro Renascença)
Fruet e os Cozinheiros (Dia 22 – 19h – Teatro de Câmara)
Geraldo Flach (Dia 24 – 21h – Teatro Renascença)
Izmália (Dia 26 – 19h – Teatro do SESC)
James Liberato (Dia 24 – 21h – Teatro Renascença)
John Greaves (Dia 23 – 20h – Teatro do SESC)
Jonathan Corrêa (dia 27 – 21h – Reitoria da UFRGS)
Marcello Caminha (Dia 24 – 21h – Teatro Renascença)
Ná Ozzetti (Dia 22 – 21h – Teatro Renascença)
Funcionários e freqüentadores desconhecem reforma 666u5v
A informação oficial é que o desde o dia 16 de junho o Centro Municipal de Cultura e Lazer Lupicinio Rodrigues está em reformas.
No entanto, alunos, professores e funcionários ignoram o que está sendo feito. “Sei que tem um container ali na frente e umas madeiras empilhadas no estacionamento”, relatou uma servidora do local.
A diretora do espaço, Andréia Rottuno, justifica o desconhecimento em razão do mau tempo. “Os trabalhos não estão andando muito por causa da chuva”.
As goteiras permanecem no saguão de entrada e a organização da 3ª edição do Festival de Inverno de Porto Alegre está se precavendo para que elas não atrapalhem o evento, que acontece entre 21 e 28 de julho. “Acho que vamos improvisar com lonas se chover”, avisa o secretário de cultura Sergius Gonzaga.
Também em função do evento, o cronograma foi alterado. Ao invés de iniciar a reforma pelo Teatro Renascença – conforme estava previsto –, a primeira intervenção está sendo feita na Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães.
No palco do teatro subirão nomes consagrados como os argentinos Pedro Aznar e integrantes da banda Ultratango, que recebeu um destaque especial do secretário. “Eu não os conhecia mais ouvi e achei excelente”, recomenda.
Também será no Renascença a palestra do jornalista Fernando Morais sobre o seu mais recente biografado: o escritor Paulo Coelho. Ná Ozzeti, Nei Lisboa, Geraldo Flach e Plauto Cruz também se apresentam no Renascença. Já a Sala Álvaro Moreyra será a sede de vários cursos e seminários (confira programação abaixo), cujas inscrições antecipadas podem ser feitas a partir do dia 6 de julho.
Além das atividades no CMC, o 3ª Festival de Inverno de Porto Alegre acontece no Teatro de Câmara Túlio Piva e na Usina do Gasômetro.