A remoção dos animais na tarde desta segunda-feira (19/12) marcou o fim do minizoo Palmira Gobbi, no Parque da Redenção. Numa operação de cerda de seis horas, o último mico leão foi capturado por volta das sete da noite. Logo após, os setenta e três animais foram embarcados num caminhão de mudanças rumo ao viveiro São Braz, em Santa Maria. As cerca de 50 pessoas que acompanhavam a retirada dos animais dividiam-se entre aqueles a favor da remoção e os que gostariam da recuperação e manutenção do espaço. O que todos pareciam concordar era com uma possível falha no meio de transporte usado, um caminhão baú de mudanças, com pouca ventilação. O veículo, e o seu interior comum, assustaram os presentes. O Ibama garantiu a segurança e adequação do transporte. Chamou atenção também o aparato de segurança. Havia cerca de 30 guardas municipais e uma dezena de policiais militares. Um grupo de pessoas começou a se aproximar do minizoo em função da dificuldade dos funcionários do Ibama em retirar os animais com uma rede e de colocá-los nas gaiolas. O professor Naor Nemmen, da ONG Lugar de Animal, defendia a remoção: “não quero ver uma criança aqui de novo. A educação ambiental tem de ser feita de outra forma. A visitação a esses animais é antiética, é um egoísmo”. Já o integrante do Conselho dos Usuários do Parque Farroupilha, Roberto Jakubaszko, retrucou – “que presente de Natal o prefeito José Fortunati está dando para as crianças de Porto Alegre. Não é só chegar aqui, em uma ação sorrateira, e levar os animais. Isso tem de ser discutido com a população”. Para o arquiteto Ibirá Santos Lucas, integrante do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, a ação da prefeitura de Porto Alegre é um desrespeito com a população gaúcha, que não foi consultada sobre a retirada dos animais. “Não houve discussão com a comunidade. Estão levando os animais em caminhão de frete que não é adequado ao transporte”, comentou. O veterinário do Ibama Paulo Wagner, responsável pela operação de transporte, afirmou que o caminhão tinha espaço suficiente para ventilação e estava autorizado a realizar a viagem de cinco horas até Santa Maria. “Serão realizadas paradas e respeitadas todas as normas de segurança para o transporte de animais”, ressaltou. Falta de segurança Segundo o Ibama, o Minizoo não oferece as condições adequadas para ficar com os animais. Entre os problemas apontados pelo órgão está a falta de vigilância 24 horas, poluição e recintos inadequados para as espécies. O instituto informou ainda que a decisão de fechar o local foi da prefeitura de Porto Alegre. “É um trabalho técnico árduo, cansativo, havia uma decisão do município que não queria mais manter o mini zoo, nos foi comunicado. Há pendência, como todo zoo, que deveriam ser corrigidas. Este processo tem mais de ano” disse o veterinário. Além do médico-veterinário do Ibama Paulo Wagner, a retirada foi fiscalizada e acompanhada por quatro veterinários da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). “Devido ao recinto muito ruim não há como manipular os animais de outra maneira. Sedação não é recomendando, é a ultima coisa. É brutal, há uso de força física, mas é assim mesmo” concluiu Wagner. A Prefeitura de Porto Alegre, através da secretária especial de cuidados dos animais, disse que a decisão de transferir os 73 animais, entre micos-prego, araras, ratões-do-banhado, jabutis, entre outros, fora tomada depois de o Ibama verificar a situação inadequada de alojamento. Por sua vez, o poder público entendeu que não se justificariam investimentos de alta ordem devido ao fato do local não apresentar condições ideais para que os animais pudessem ter vida salutar, tanto do ponto de vista físico (pouca iluminação solar, ambiente com elevado índice de umidade, alimentação inapropriada introduzida no recinto pela população) quanto do ponto de vista emocional (ambiente com alto índice de poluição sonora). Até ontem, não se sabia ao certo o que seria construído no lugar do Minizoo Palmira Gobbi. Por enquanto, segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), as jaulas ficarão fechadas e vazias. O minizoo foi instalado em 1925, quando se iniciou a urbanização do Parque da Redenção. Em 1984 em homenagem a uma das mais conhecidas defensoras dos animais da cidade, recebeu o nome de Palmira Gobbi. 3e2c42
Sugiro um memorial para lembrar aos portoalegrenses algo que nunca deveria ter sido construído.
E, pior, ainda tiveram a insanidade de batizar o lugar com o nome de Palmira Gobbi, pioneira da proteção aos animais.
Descanse em paz Palmira, aquela ignomínia já não mais se abate sobre tua saudosa memória!
Uma correção no texto.Não havia nenhum mico leão no minizoo da Redenção e sim macacos prego. No mais as duas ou três pessoas que foram lá protestar (e inclusive ofender pessoalmente quem lá trabalhava numa demonstração de total falta de educação) fizeram um papel patético.Gostar de animais exige respeito com os mesmos até porque geralmente quem compra animal de traficantes alega gostar muito de bichinhos e não se considera criminoso.
A prefeitura agiu de forma irracional. Existem zoo’s no mundo inteiro. Alguns são verdadeiras obras de arte. Várias cidades da Europa tem seus espaços para mostrar, em especial as crianças, os animais que proliferam em nossa fauna e não conhecido ao vivo. Retirar os animais é meramente fazer uma mera “mudança” parece que o caminhão era até de mudança. Investir no parque, dar-lhe condições de manter os bixos, ninguém merece.