Graça Craidy mostra a força dos seus retratos em “A mulher que roubava almas” 5t3ly

HIGINO BARROS Artista plástica de extensa e constante produção, Graça Craidy mostra a partir da terça-feira, 3 de julho, uma vertente poderosa de seu trabalho ao longo de uma trajetória de quase 30 anos de produção, os retratos. Dessa vez, em grande estilo, num dos lugares nobres de Porto Alegre para exposição, o Centro Cultural dos Correios e Telégrafos, em mostra com 115 obras. A curadoria é da própria artista plástica, conhecedora mais do que ninguém da extensão de sua produção, dos seus recortes e suas peculiaridades. Segunda ela, para esse trabalho de curadoria teve uma assistência informal do pintor Fernando Baril, que está com outra exposição grandiosa nas proximidades, no Margs e que aprovou seu trabalho. “A mulher que roubava almas” é uma exposição dividida em 11 módulos, sendo quatro inéditos. O título da mostra se baseia no fato que os aborígenes acreditavam que ser retratados por provocava o roubo de suas almas. Pela mesma razão, a arquitetura marroquina não registra figuras, apenas arabescos. Quadro da série “Retratos da Morte”. Foto: Divulgação Grande painéis Em “Retratos da Morte”, a expressão chocante e desoladora de mulheres assassinadas por seus companheiros. Em “Retratos do Desespero”, a violência contra a mulher é retomada em uma série que aponta os crimes denunciados pela Lei Maria da Penha. O tema também está presente em “Retratos da Violência”, em manifestações contra o estupro e espancamento. Graça expõe ainda os inéditos “Retratos da Guerra”, onde aparecem a dor e itinerância sem rumo dos refugiados da Síria. Em “Retratos da Diversidade”, grandes painéis de 1,60m x 1m mostram a beleza e a multiplicidade do ser humano, com obras que revelam a expressividade de personalidades como a cantora Pabllo Vittar. Os “Retratos do Amor” trazem beijos clássicos de cinema, como nos filmes Casablanca, La Dolce Vita, A um o da Eternidade e Bonequinha de Luxo. Os também inéditos “Retratos do Expressionismo” e “Retratos da Arte” são homenagens da artista a nomes que a inspiram como Iberê Camargo e o próprio Fernando Baril, e a grandes mulheres, como Elis Regina, Clarice Lispector e Virgínia Woolf. A iração pelos pássaros, gatos e flores está em “Retratos da Natureza”. Em suas mais recentes obras, a inventividade e a observação de quem retrata o sentimento humano afloram. Em “Retratos da Paixão”, Graça explora o vício de beber café em retratos nos quais a bebida aparece como matéria-prima inusitada. A série inédita “Retratos da Solidão” revela um olhar sobre o abandono da velhice em flagrantes de velhos e velhas nas janelas da cidade, uma uma expressão de compaixão da retratista que não rouba as almas, mas as coloca em evidência.   Grandes mestres Natural de Ijuí, publicitária formada na PUCRS na década de 1970, Graça sempre esteve ligada à criatividade. Trabalhou por 20 anos em agências de propaganda de São Paulo, onde também fez seu primeiro curso de desenho. Conheceu de perto as obras dos grandes mestres em viagens ao exterior. De volta à capital gaúcha, lecionou na ESPM e ingressou no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Paralelamente, fez cursos na Accademia D’Arte, em Florença, na Itália, e no Instituto Tomie Ohtake, na capital paulista, entre outros aprimoramentos contínuos. Suas obras já estiveram em mais de 40 exposições, em espaços como o MACRS, Memorial do RS, Paço Municipal, Assembleia Legislativa, Galeria Duque e Galeria Gravura. “A mulher que roubava almas” é a primeira que reúne toda sua produção em uma montagem retrospectiva, incluindo obras inéditas. “Cada vez que desenho um rosto é como se acariciasse o mais profundo humano que habita aquela criatura,” afirma a artista, que se confessa apaixonada pela figura humana. Discípula de Dalton de Luca, Renato Garcia, Will Cava, Gustavo Diaz, Paulo Chimendes, Ana Lovatto, Daisy Viola, Deborah Paiva e Fernando Baril, Graça bebe em diversas técnicas e utiliza vários materiais, como aquarela, nanquim, pastel e até café, para expressar sua ionalidade e seu ativismo. Segundo o material de divulgação, como artista Graça Craidy não deixou de ser comunicadora, e usa sua obra também para exercer crítica social. A temática do feminino e da violência contra a mulher estão presentes em sua trajetória e estarão em evidência na exposição. Também o olhar perplexo sobre a natureza faz parte de suas criações, em retratos de flores e pássaros. Em suas mais recentes obras, a inventividade e a observação de quem retrata o sentimento humano afloram. Em “Retratos da Paixão”, Graça explora o vício de beber café em retratos nos quais a bebida aparece como matéria-prima inusitada. A série inédita “Retratos da Solidão” revela um olhar sobre o abandono da velhice em flagrantes de velhos e velhas nas janelas da cidade, uma expressão de compaixão da retratista que não rouba as almas, mas as coloca em evidência. Obra da série “Retratos da Paixão”. Foto: Divulgação SERVIÇO Exposição: A mulher que roubava almas A artista plástica Graça Craidy apresenta sua trajetória em 115 retratos divididos em 11 módulos: Retratos do Amor, Retratos da Diversidade, Retratos da Violência, Retratos da Morte, Retratos do Desespero, Retratos da Guerra, Retratos da Natureza, Retratos das Artes, Retratos do Expressionismo, Retratos da Paixão e Retratos da Solidão. Período: de 3 a 31 de julho, de terça a sábado, das 10h às 18h Abertura: terça, 3 de julho, às 18h Local: Espaço Cultural Correios, localizado no térreo do Memorial do Rio Grande do Sul (entrada pela Rua Sepúlveda, no Centro Histórico, Porto Alegre).     4h165q

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