HPS: Audiência Pública só em março 102a41

Patricia Marini* Ficou para março a audiência pública para discutir a ampliação do Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre. O projeto prevê desapropriar seis sobrados na rua José Bonifácio e deu origem até a uma associação, SOS Rua do Brique, de moradores e comerciantes contrários à idéia. A associação teve o mérito de trazer a público o projeto que até então era desconhecido da própria Comissão de Saúde, da Câmara de Vereadores. Numa audiência promovida pela associação, o projeto foi exposto pelo diretor do hospital, Júlio Ferreira, em novembro. “Não haverá mais incêndios se ampliarmos o corpo de bombeiros, não aumentará o número de traumas se ampliarmos o HPS”, comparou Ferreira, tentando acalmar os que temem por uma descaracterização daquele quarteirão na ponta mais freqüentada do Parque da Redenção, com mais trânsito e outros impactos urbanísticos. Segundo ele, sem a ampliação da área, a alternativa seria reduzir o número de leitos e atendimentos para adequar as instalações, que estão fora das normas, e criar espaço para novos equipamentos. Enquanto isso, a Prefeitura tenta encaixar o projeto de ampliação nos investimentos para a Copa, mas ainda não tem garantias que vai conseguir os R$ 73 milhões necessários para a obra. Reforma interna já começou Com ou sem ampliação do terreno, a reforma do HPS já começou. A primeira etapa foi a troca da caixa de força, que custou R$ 1,5 milhão. A velha era do tempo da construção do prédio, há 66 anos, quando a tecnologia mais avançada era um simples aparelho de raio-X. Agora falta a reforma do térreo e parte do segundo piso, orçada em R$ 8,9 milhões. A concorrência pública para escolher a empresa que fará a obra já está aberta. Nenhum interessado apresentou propostas na primeira rodada, no início de dezembro. O prazo foi ampliado para  10 de janeiro. No térreo, a reforma reorganiza o fluxo de pacientes, melhora a área de diagnósticos e a triagem, como exige o Ministério da Saúde. Remodela parte do segundo pavimento, para ampliação da UTI pediátrica, e faz pequenas intervenções nos demais andares. “É como trocar os pneus de um carro andando”, diz o engenheiro Álvaro Kniestedt. Os recursos vieram do Qualisus1, programa federal para qualificação de hospitais. O projeto acabou ficando mais caro que o orçado inicialmente. A Prefeitura, que deveria entrar com uma contrapartida de 20%, precisou se comprometer com quase a metade, segundo o secretário adjunto da Saúde, Marcelo Bósio. O hospital espera a liberação de mais R$ 2 milhões do Qualisus2 para completar a reforma do segundo pavimento: criar mais uma UTI de trauma, aumentar o bloco cirúrgico e a sala de recuperação. A licitação será em 2011. “Tem que discutir a política de saúde” É consenso que não se pode discutir a questão do hospital, isolada de toda a política de saúde pública da capital. Hoje, por exemplo, o HPS faz 900 atendimentos por dia. Esse número diminuiria se a população contasse com atendimento de urgência descentralizado na cidade e um novo hospital de urgências na Zona Sul? Ferreira duvida. Ele argumenta que 76% dos pacientes residentes em Porto Alegre (88% do total) vêm da região central da cidade, e 15% da Zona Sul. Na Zona Norte, há o hospital Cristo Redentor. É preciso também levar em consideração a diretriz do governo federal, que é pela criação de mais UPAs – Unidades de Pronto-Atendimento. Além das quatro que já têm endereço em Porto Alegre, mais quatro UPAs devem ser instaladas em locais a ser definidos. Conforme portaria do Ministério da Saúde, elas devem cobrir grupos de 200 a 300 mil habitantes, ter área mínima de 1,3 mil metros quadrados, capacidade para receber até 450 pacientes por dia, uma equipe de seis médicos e 13 a 20 leitos cada. Enquanto isso, com uma rede de atendimento básico insatisfatória na cidade, o HPS funciona como um grande posto de saúde. Funcionários pedem nomeações O secretário adjunto da Saúde, Marcelo Bósio, chegou a dizer que “nem adianta contratar mais funcionários com as instalações físicas atuais do HPS”. Não é o que pensam os funcionários. Eles reclamam a nomeação imediata de servidores já aprovados em concurso, para mais de uma centena de cargos vagos. Pedem um plano de carreira e a volta dos índices de insalubridade alterados em abril do ano ado. *Reportagem publicada no JÁ Bomfim/Moinhos, ed. dezembro. 6y2d13

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  1. Gostaria da saber por que não desapropriar o terreno do antigo Força e Luz e constuir um novo HPS, ou a saúde de Porto Alegre é feita de “remendões” e “puxadinhos”? O terreno mencionado é perfeito para tanto, porém será verdade que um grande grupo econômico “Z” manda na cidade? Shoppings e Supermercados já temos o suficientes, mas parece que o ecônomico sempre e prevalece sobre o interesse da população.

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