Lideranças do PT no Estado pedem expulsão de companheiros d603e

Guilherme Kolling Duas lideranças regionais do PT gaúcho se manifestaram ontem (28/07) pedindo a expulsão de companheiros do partido, envolvidos em casos de corrupção. “Não consigo entender como ninguém ainda foi expulso”, declarou o deputado Flávio Koutzii (foto), líder da Bancada do PT na Assembléia Legislativa, durante o programa Frente a Frente, na TVE. Em entrevista ao Jornal JÁ, o ex-prefeito de Porto Alegre João Verle também defendeu a saída de integrantes que cometeram atos ilícitos. “Falha no caráter é uma característica humana e o maior partido do país não ficou imune a isso. Agora devemos expurgar essas pessoas que ferem a nossa ética partidária, um ponto forte que ostentamos. Se isso não acontecer, vamos nos igualar aos demais partidos”, prevê. 2wg3l

Verle é da tendência Democracia Socialista, Koutzii é da Esquerda Democrática. As duas são da ala mais à esquerda do PT, e fazem oposição ferrenha ao Campo Majoritário, que comandou o partido com José Dirceu, Genuíno-Delúbio-Sílvio Pereira. Agora Tarso Genro está a frente, embora o ex-ministro da Educação tenhadeclarado que o Campo Majoritário acabou. Mesmo assim, a oposição ao seu nome é clara.

“Esse Campo Majoritário, direta ou indiretamente, é responsável pelo que aconteceu. Temos que mudar a correlação de forças, reformular o PT. E o PED (Processo de Eleições Diretas) é a grande oportunidade para mudar a direção do partido”, afirma João Verle.

“O PT está com seus valores em crise e a possibilidade de ter o patrimônio destruído. As pessoas expressam dor, vergonha, indignação. E depois de um período de perplexidade, dirigentes petistas e quadros de expressão estão falando em fazer um corte nisso agora. Se não mudarmos a política, não resolveremos a questão. Queremos ganhar a direção do partido aqui e lá (no Estado e no País)”.

As chances de uma vitória da esquerda do PT para dirigir o partido nacionalmente aumentaram em nível diretamente proporcional à crise. “Esse tsunami foi tão violento que deslocou as forças no partido. Sem esses fatos, seria um eio para o Genoíno”, acredita Koutzii.

Se houver vitória do Campo Majoritário, ainda que não usando este nome, haverá um racha no partido. “É possível sim que alguns nomes saiam do PT. Mas não se pode dizer, ‘se perdermos, vamos sair’. Isso não tem sentido”, analisa Verle. Flávio Koutzii também acredita que o partido pode sofrer um encolhimento.

“Já perdemos gente no início do Governo Lula, na Reforma da Previdência, na definição do salário mínimo, na expulsão dos companheiros que formaram o P-SOL. Até os intelecutais que líamos se afastaram. O PT é um patrimônio inestimável, que vive sua maior crise histórica. Só a eleição direta pode dar uma mexida nesse quadro”, aponta o líder da bancada do partido na Assembléia.

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