Coalisão legitima ataques ao califado 5a1n5s

José Antônio Severo A coalizão de países da região do Golfo Pérsico que estão se alinhando ao governo do Iraque para atracar as fortificações e comboios do chamado Estado Islâmico (EI) está dando a conformação da aliança política das monarquias arábicas que se compõem com Estados Unidos, França e Austrália para fustigar os extremistas que estão infernizando a vida das populações civis no Levante. A coalizão é integrada, além dos ocidentais, por aviadores da Arábia Saudita, Jordânia, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Esses governos, chefiados por monarcas sunitas, dão legitimidade religiosa à essa aliança. As potências ocidentais estão pisando em ovos, procurando evitar que a emenda saia pior que o soneto: uma ação desastrada, como é comum ocorrer quando se metem naquela região, pode, em vez de aglutinar uma aliança, produzir uma onda de apoio aos jihadistas se for constatado que eles estariam sob pressão de exércitos de apóstatas, como dos xiitas de Bagdá, dos alauítas de Damasco e dos sufistas de Ancara. Sem falar dos “cruzados”, como apresentam os ocidentais. É significativo que os mais demonizados sejam os descendentes dos antigos francos que lideraram as Cruzadas e o Reino de Jerusalém, no Século XI, hoje chamados de “nojentos ses”. Para dar uma demonstração inequívoca de que os descendentes do profeta Maomé que ocupam os tronos das monarquias do Oriente Médio estão efetivamente  combatendo os fanáticos e consideram o EI uma heresia, a esquadrilha dos reis do golfo que voa ao lado dos F-22 norte-americanos e dos Rafale ses, tinha entre os pilotos duas figuras emblemáticas: na esquadrilha da Arábia Saudita voava o príncipe Khaled bi Salmann, filho do príncipe Salman bin Abdulaziz, herdeiro do trono de Riad; no comando da esquadrilha dos Emirados estava nada menos que uma mulher, a major Marian Al Massour. Mandar uma mulher dar umas bordoadas num jihadista é a maior humilhação a que se lhes pode submeter. (Também aí uma dúvida: Marian, que vem de maria, não é nome muçulmano tradicional). Portanto, uma novidade e que vai pegar bem junto às feministas do ocidente. Para as operações terrestres, por enquanto, as potências ocidentais (EUA, França e Alemanha) estão armando os curdos, que também são sunitas. Ou seja: sunitas combaterem sunitas é aceitável. O que não se pode ainda é mandar para o front as tropas xiitas do Exército de Bagdá. O governo central do Iraque tem de esperar observado de longe enquanto seus vizinhos sunitas soltam seus aviões sobre o EI. As bombas sunitas são aceitáveis; as xiitas são apóstatas. O novo governo iraquiano está procurando uma composição com as tribos sunitas para só depois recrutar sunitas para seu exército. Até lá, as tropas que protegem Bagdá, compostas por xiitas, apenas observam os acontecimentos esperando novas ordens do seu governo. É por isto que Barak Obama diz que a guerra será longa. A única forma de resolver de forma satisfatória é deixar que a crise seja debelada pelos próprios sunitas. Qualquer interferência será desastrosa e servirá apenas para acelerar o recrutamento de jihadistas. O que pode ser feito no Exterior é evitar, sempre que possível, que nos fanáticos se desloquem para engrossar os contingentes do EI. Segundo informações, há 30 mil homens em armas, 15 mil estrangeiros, o que não significa que todos esses estejam indo do Ocidente. A maior parte é árabe de lá mesmo, naturais dos reinos da coalizão. De fora são jovens recrutados em madraças na Europa Ocidental, Estados Unidos, Canadá, Rússia (em ex-repúblicas transcaucasianas da antiga União Soviética), Balcãs e Austrália. Também há gatos pingados de toda a parte onde haja muçulmanos sunitas, porém são lutadores individuais que chegam ali por conta própria. Os demais são sírios e iraquianos desertores dos exércitos nacionais dos dois países ou simplesmente rebeldes políticos. Essa posição moderada de Obama, sugerindo que a guerra civil se limite aos crentes sunitas, também limita o território da luta, embora não se possa descartar que outros extremistas provoquem atentados e confusão fora da região do conflito. Neste caso, a Rússia corre maior perigo que a Europa Ocidental, pois os fanáticos muçulmanos dalí são mais perigosos e numerosos do que os emigrantes árabes no Ocidente. Para o presidente Vladimir Putin, também é melhor que os jihadistas estejam combatendo Bashar Assad. Nos próximos dias essa questão terá contornos mais definidos. Por enquanto há apoio, aceitação ou simples expectativa dos demais países da ONU. 2i3255

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