“Mulheres zapatistas”, por Jorge Ignácio Medina Silva. Galeria de criadores do Ministério da Cultura da Venezuela Os dois principais movimentos sociais da América Latina unidos para conquistar a opinião pública. Por Carlos Matsubara Matéria publicada na edição brasileira do jornal Le Monde Diplomatique desta terça-feira (28) destaca que a Internet vem sendo utilizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e pelo mexicano Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) na tentativa de alinhar seus discursos. Conforme o jornal, essa constatação é resultado de uma pesquisa qualitativa, feita em 2005, que analisou textos virtuais e entrevistas com representantes dos dois movimentos em questão para a realização da dissertação de mestrado Movimentos sociais e a Internet da autora da reportagem, Neblina Orrico. Para ela, o cotejo entre o discurso do MST e do EZLN mostrou que os dois movimentos sociais utilizam maneiras diferentes para atingir a sociedade por meio da rede mundial de computadores. Neblina argumenta que o discurso emancipatório dos movimentos sociais, agora veiculado também pela Internet, representa uma nova maneira de lutar pela mudança social. Enquanto os zapatistas preferem uma linguagem muito mais poética e metafórica, que resgata elementos da linguagem indígena dos Chiapas, mas que, mesmo assim, é simples e transparente, o MST investe na objetividade e em textos jornalísticos para alcançar o internauta. “Os sites dos movimentos se tornaram verdadeiros cartões de visita, apresentando e divulgando a bandeira de luta do movimento, seja pela realização da reforma agrária, seja por justiça social e por democracia. Graças à Internet, eles obtêm visibilidade pública e angariam simpatizantes”, afirma. Além disso, de acordo com Neblina, esses dois movimentos aram a atuar em rede entre si e com outros atores sociais e construíram uma forma de luta, coordenando e conduzindo suas ações com o uso da Internet. “Foram capazes de criar novas oportunidades de se apresentar ao mundo, de legitimar as ações, de divulgar as demandas pelas quais lutam, de pressionar os meios de comunicação tradicionais a noticiarem com menos parcialidade fatos ligados a eles e de eles próprios noticiarem fatos ligados às suas lutas”, diz. Assista A Tomada de Chiapas pelos Zapatistas – 1994 (em inglês) 5j3j3u