Do Jornal GGN
A Polícia Federal deflagrou a 20ª etapa da Operação Lava Jato, na manhã desta segunda-feira (16). Denominada Corrosão, a equipe da força-tarefa não revelou nomes de alvos da fase, que investiga a atuação de ex-funcionários da Petrobras envolvidos em desvios de contratos da diretoria de Abastecimento da estatal, comandada pelo PMDB.
De acordo com o blog “O antagonista”, formado por ex-jornalistas da Veja, os investigados da etapa são Rafael Mauro Comino e Luiz Carlos Moreira Da Silva, ex-gerente de Inteligência de Mercado e ex-gerente de Negócios de Abastecimento da Área Internacional e ex-gerente executivo de Desenvolvimento de Negócios da Área Internacional, consecutivamente, além dos ex-funcionários Cezar de Souza Tavares e Agosthilde Monaco de Carvalho.
Eles integravam um grupo que recebeu propinas pelo contrato de aluguel do navio-sonda Petrobras 10.000, pela Mitsui, o mesmo que integra a denúncia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. De acordo com o lobista e delator Fernando Soares, o Baiano – interlocutor do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras -, do grupo de executivos, que também integrava o ex-gerente da Área Internacional da Petrobras Eduardo Musa, “todos eles receberam valores”. Do contrato de US$ 586 milhões gastos pela Petrobras, Baiano teria reado “aproximadamente US$ 8 ou 9 milhões de dólares para os funcionários”
Cumprida em quatro cidades do Rio de Janeiro – Rio Bonito, Petrópolis, Niterói e a capital – e em Salvador, na Bahia, a Operação prendeu provisoriamente dois investigados e realizou 11 mandados de busca e apreensão. Entre os locais de busca e apreensão, estão o escritório Cezar Tavares Consultores Ltda e Moreira Dias Editora Ltda. Cinco foram alvos de condução coercitiva, quando o envolvido é obrigado a prestar depoimento à PF. Eles foram levados para a Superintendência da Polícia em Curitiba, ainda nesta segunda (16).
Os investigadores agora miram em um segundo operador financeiro, que seria o facilitador da movimentação de recursos pagos indevidamente a membros da diretoria de Abastecimento da Petrobras. A pasta era representada pelo PP na Petrobras, mas tinha estreita ligação com o partido do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros – o PMDB. Durante as investigações e depoimentos, descobriu-se que o PMDB tinha maior influência no esquema de corrupção com os contratos da diretoria de Abastecimento da estatal.
Desta vez, contudo, os nomes não foram antecipados pela Polícia Federal.