Nesta quarta-feira, entre os 33 grupos temáticos distribuídos, na parte da manhã, pelas faculdades do campus central da UFRGS, destacou-se o proposto pela entidade Fórum de ONG AIDS RS, que, na sala 25 da Faculdade de Economia, reuniu cerca de 20 representantes de ONGs de todo o Brasil – vinculadas a problemática da Saúde e, em especial, a AIDS – em torno do tema O paradoxo das relações entre as ONGs e os governos populares. Em duas horas de exposições e debates, os representantes se posicionaram sobre a necessidade de um diálogo franco e aberto com o Ministério da Saúde e demais órgãos governamentais da área, para definir e implementar políticas públicas, sobretudo em relação a AIDS. Urge, segundo eles, a necessidade de uma mobilização nacional para a fixação de um marco regulatório coerente com aquilo que se espera ser uma política de saúde publica num governo popular. Para Gérson Guimarães, do Instituto de Tecnologia Social de São Paulo, o paradoxo é que “após, em nível federal, três governos ditos populares, as políticas de prevenção a AIDS – a começar pela simples distribuição de camisinhas – estão muito tímidas. O atendimento ambulatorial, que ou a ser efetuado pelo SUS, caiu drasticamente”. Segundo Guimarães, as ONGs precisam ter o aos canais governamentais de financiamento, pois prestam um trabalho essencial a população, principalmente aos que estão em situação de rua, e que, geralmente, não tem cartão do SUS: “as ONGs não burocratizam o atendimento. Além da prevenção – no caso da distribuição de camisinhas e da orientação para a prática de sexo seguro –, distribuem medicamentos, encaminhamentos ambulatoriais e, em casos extremos, hospitalização”. Por Francisco Ribeiro 371559