Cleber Dioni Tentardini De Ildo Meneghetti a Simon, todos os governadores gaúchos que Julião de Mello Prado conheceu pessoalmente estiveram no Jardim Botânico de Porto Alegre para plantar mudas de árvores nativas. “Eles faziam questão de vir aqui, uns mais que os outros como o Brizola, o Triches, lembro também do Guazelli, do Jair Soares, o Collares”, eu me dava muito bem com eles porque comecei os jardins aqui e no Palácio Piratini”, diz. Seu Julião é um dos primeiros funcionários do Jardim Botânico. Começou em 1957, há 60 anos, portanto, ao lado do padre Teodoro Luiz, o fundador, quem o convidou para trabalhar como jardineiro. O local ainda não havia sido aberto ao público. Seu Julião, primeiro agachado (da esq p dir) e colegas (em pé) Anarolino, João, Antônio, Euclides e Mário, Elói e Dário /Arquivo Pessoal Seu Julião cuidando dos jardins nos anos 70/Arquivo JB/FZB Acompanhou a criação da Fundação Zoobotânica, e quando achou que seria devolvido à Secretaria de Obras Públicas, onde estava registrado, o primeiro diretor da FZB, o professor gaúcho Albano Backes, o convidou para continuar no JB e com um salário maior. Neste domingo, 19 de março, foi um dia especial para esse jovem alegretense de 93 anos e memória irretocável. Foi dia de visitar seu antigo local de trabalho e moradia, contar causos, rir, se emocionar, rever árvores que ele plantou há pelo menos 50 anos e visitar a famosa placa que registrou o plantio de mudas 1959 pelo governador Brizola, e que ele não deixou ser quebrada pelos desafetos do líder trabalhista. A cada dez os, parava e indagava ao filho Julio: “Essa aqui é aquela figueira que eu plantei?” Sim, pai, há 50 anos. E o angico? E aquelas com frutas? Algumas caíram com o temporal no verão ado. O filho Julio conhece cada palmo do local. Foi morar com o pai lá quando tinha um ano, e trabalha há 40 no JB. É um dos três funcionários mais antigos em atividade por lá. Orgulhoso defronte à figueira que plantou há 50 anos/Cleber Dioni Tentardini Um ou dois anos depois da abertura do JB, foram construídas seis casas para servir de moradia aos funcionários. Irmão Teodoro entendeu que assim a área ficaria mais segura, porque era quase tudo campo aberto, sem cercas, e transitavam livremente por lá criadores de animais e os pacientes da colônia agrícola do São Pedro. Uma das filhas de seu Julião, Elisabete Pinto, no JB, então pátio de sua casa “Eu e mais outros dois que plantamos todas essas árvores mais antigas aqui. O Irmão Teodoro era muito rigoroso com tudo, nada ava sem ele perceber, nem os milhos que eu plantei na frente da minha casa, escondido dele, quer dizer, achava que ele não sabia, mas eu estava enganado”, diz. Preparação para o plantio /Arquivo JB/FZB Preparação para plantio/Arquivo JB/FZB Construção do orquidário /Arquivo JB/FZB Cactário/Arquivo JB/FZB Entrada do JB, ao fundo Colônia Agrícola do HSP/Arquivo JB/FZB Transporte de coleções/Arquivo JB/FZB Preparação para plantio/Arquivo JB/FZB Governador Antônio Britto observa o secretário César Schirmer plantando muda, em 10/09/1997 Governador Britto conversando com alunos uruguaios no Jardim Botânico/Arquivo JB/FZB 544s73