Aracruz já constrói nova unidade em Guaiba Elmar Bones Desde 2003, quando três dos maiores grupos do setor – Aracruz, V e Stora Enso – apresentaram seus projetos, o Rio Grande do Sul vive na expectativa de US$ 4,5 bilhões de investimentos que seriam necessários para construir as três fábricas de celulose e plantar cerca de 300 mil hectares de eucalipto, para garantir a matéria prima. Até agora, o único que avançou de acordo com as previsões foi o projeto da Aracruz, que partiu da antiga Riocell em Guaíba e já iniciou a construção, no mesmo sítio, de uma nova unidade que vai elevar sua produção de 450 mil toneladas/ano para 1,25 milhão de toneladas ano. A previsão é de que entra em produção em 2011. A V por enquanto limitou-se a comprar terras e a produzir mudas para o plantio dos eucaliptos. Já tem cerca de 100 mil hectares adquiridos, boa parte já plantados, mas a fábrica ainda não tem projeto preciso. Nem o local está definido. Sabe-se que será na Zona Sul, provavelmente em Rio Grande. No meio, comenta-se que a real prioridade da V é a unidade de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, onde adquiriu um projeto que era da International Paper. Com o controle da Aracruz, a V ganha automáticamente uma grande fábrica no Rio Grande do Sul, cujas obras já estão em andamento. Haverá espaço para outra fábrica do mesmo grupo no Estado? Quanto à Stora Enso, ainda não conseguiu vencer a etapa da compra de terras. Já comprou 46 mil hectares, mas não conseguiu regularizar pois são terras em área de fronteira, sob uma legislação especial, com restrições à propriedade de estrangeiros. Começou o plantio de eucaliptos, mas não chegou aos 20 mil hectares plantados e teve que suspender em virtude das dificuldades com o licenciamento e com a legalização das terras compradas. Uma fonte ligada à empresa diz que a disposição é deslindar a situação até o final deste ano. Caso contrário, o projeto pode ficar comprometido. Além das questões ambientais, que geram críticas fortes, as denúncias de compra ilegal de terras tem repercutido internacionalmente, gerando inclusive protestos na Finlândia, sede da empresa. Setor fica na mão de dois gigantes A concentração de empresas no setor de celulose/papel é uma tendência mundial, assim como já ocorreu na Petroquímica, onde Braskem e Quattor engoliram os concorrentes e aram a dividir o mercado nacional. A competição internacional exige escala e por conta disso há um movimento de incorporações e fusões que, no caso brasileiro, se define em torno de dois grupos: o grupo Suzano que abriu mão de suas posições na petroquímica para concentrar investimentos na celulose; e agora a Votorantim, que com o controle da Aracruz, torna-se a maior do setor no país, uma das maiores do mundo. Ao comprar as ações dos herdeiros de Erling Lorentzen, empresário norueguês, um dos fundadores da empresa, a V fica com 56% do capital votante da Aracruz e a a responder por uma produção total de 4,6 milhões de toneladas de celulose por ano. Somados os investimentos, incluindo os plantios florestais no Rio Grande do Sul e a implantação de duas fábricas no Estado, o grupo será o maior do país, ultraando a Suzano Celulose, mesmo com as duas novas unidades anunciadas no Piauí e Maranhão. Mercado já esperava o anúncio *Por Carlos Matsubara O anúncio de que a V pretende comprar 28% do capital votante da Aracruz pertencentes à Arapar, holding da família Lorentzen, não chegou a causar surpresa no meio. O negócio já era comentado nos bastidores há algum tempo. Em abril, quando caiu o poder de veto do BNDES para venda a estrangeiros, começaram as conversas de uma possível absorção da Aracruz Celulose por um dos seus sócios. A Suzano também aparecia como uma das prováveis compradoras da Aracruz. A V já integrava o bloco de controle da Aracruz, com 28% das ações ordinárias e investiu R$ 2,71 bilhões para comprar a parte da família Lorentz. O desfecho, porém, ainda depende da Arainvest Participações, do Grupo Safra, que também integra o bloco de controle da Aracruz com 28% das ações ordinárias. E é por esta posição que a V aguarda para se pronunciar, segundo afirmou a assessoria de imprensa. Empresa nasceu à sombra dos incentivos fiscais A Aracruz, que nasceu Aracruz Florestal, foi uma das primeiras empresas nascidas à sombra os incentivos fiscais para reflorestamento, criados depois de 1964. O Tesouro Nacional abria mão de uma parcela do Imposto de Renda de Pessoas Físicas para criar negócios diretamente gerados pela iniciativa privada. As primeiras quotas da Aracruz Florestal foram subscritas por dirigentes de grandes empresas: Walter Moreira Sales (Unibanco), Fernando Portela (Banco Boa Vista), Oscar Americano Filho (CBPO, construtora), Otavio Lacombe (Construtora Paranapanema) Olivar Fontenelle (Casa Slooper) e Erling Lorentzen (Norsul, navegação). Boa parte do capital inicial foi aplicada na compra de cerca de 7 mil hectares de terras no município de Aracruz, no Espírito Santo. As terras pertenciam à Companhia de Ferro e Aço de Vitória (Cofavi) que nunca havia conseguido explorar convenientemente os eucaliptos ali plantados muitos anos antes, para produzir carvão vegetal. O armador Erling Lorentzen aderiu à Aracruz Florestal não apenas para se tornar sócio de um empreendimento sem riscos, mas porque viu ali a grande oportunidade para um emigrante vindo da Noruega. Além de navios, o dono da Norsul, tinha canais direto de o às fontes de tecnologia nos países escandinavos, a vanguarda mundial da industria de transformação da madeira. Em 1978, saiu a primeira carga de celulose da Aracruz. Com uma produção anual de 400 mil toneladas, era a maior indústria de celulose do Brasil e uma das maiores do mundo, desenvolvendo avançada tecnologia para produção de eucalipto para celulose. Era um projeto tripartite, envolvendo capital estrangeiro, capitais nacionais e dinheiro público. Como outros grandes projetos implantados pelos governos militares no período 1964/81, a Aracruz teve inspiração, incentivo e apoio da União. O BNDES entrou com 42% do capital do empreendimento, no qual mantém até hoje uma participação de 12,5%. (Do livro Eucalipto:Histórias de Um Migrante Vegetal, Geraldo Hasse, JÁ Editores. 585m4o
Senhores, tive a oportunidade de conhecer os dois monstros do empresáriado no ramo da construção pesada no Brasil, Dr. Otávio Lacombe e Dr. Oscar Americano de Caldas Filho, do qual fui funcionário na CBPO. O Brasil sente falta de empreendedores desse nível, que tinham como único escopo, produzir, gerar empregos e remunerar bem seus colaboradores.
Os políticos brasileiros, antes de se candaditarem a qualquer cargo eletivo, deveriam necessariamente, conhecer a biografia desses homens de valor, que hoje é tão difícil encontrar. Saudades!!!!
Luiz Galvão Idelbrando
advogado
sinto saudade da familia lacombe sou ex funcionario da paranapanema s/a iniciei em 1972 a 1991 profissao encarregado geral oficina mecanica se eu for convidado para trabalhar no grupo paranapanema novamente vai ser um sonho realizado abraço(pedrinho)para dr.otavio lacombe filho