Recursos da Copa, única chance para o HPS 6yp2h

Com 66 anos de idade recém feitos, o Hospital de Pronto Socorro, um dos principais centros de atendimento da região metropolitana, envelhece junto com seus funcionários. Faltam recursos tanto para fazer novos contratos, quanto para reaparelhar o hospital que funciona 24 horas e atende cerca de 900 pessoas por dia. “Eu tenho tentado de tudo quanto é jeito trazer gente para cá. A idade dos funcionários do Pronto Socorro é muito alta, de 50 anos em média. O pessoal se aposenta e não é reposto. Cada vez trabalhamos com menos gente”, lembra o diretor Paulo Roberto Azambuja. Recentemente foi liberada a contratação de 17 novos técnicos de enfermagem, dos 150 já concursados. Há cerca de duas semanas, os funcionários pararam as atividades para protestar contra o corte do percentual de insalubridade e chamar a atenção para as condições de trabalho e o estado do HPS. Segundo Azambuja, a Secretaria da Saúde, por mais que se empenhe, não tem de onde tirar recursos. “Onde há um cheirinho de dinheiro, tenho procurado ir atrás”, comenta. Com cerca de 1.400 funcionários, gastos fixos de 1,5 milhão de reais por mês e uma folha de pagamento que gira em torno de 8 milhões de reais, não sobram recursos para investir no prédio. Projetos não faltam. A Fundação Pró-HPS, que ia conseguir fundos para melhorar a área de queimados, naufragou por questões políticas. “O pessoal do governo não aceitou essa diminuição de impostos e a coisa morreu”, afirma o diretor. Uma doação de cerca de R$ 50 milhões que estava sendo negociada com um banco norte-americano para a reforma completa do hospital também foi descartada. “Foi o nosso grande azar. Se a crise tivesse estourado dois meses depois estávamos com o dinheiro garantido”, comenta Azambuja. O jeito foi buscar outras soluções. “Estamos buscando recursos com o Qualisus, um programa de qualificação dos hospitais”, diz. Se tudo correr bem, a verba deve ser liberada até o fim do ano e garante, ao menos, a reforma do quadro de força do hospital, já “obsoleto”. A mais ousada delas é incluir o hospital na lista de obras de infra-estrutura para a copa. A proposta foi bem recebida pelo vice-prefeito José Fortunatti e está em fase de finalização. “Quanto ainda não se sabe, mas nós imaginamos em torno de R$ 40 milhões”, diz Azambuja. O dinheiro será usado para melhorar a área física e comprar equipamentos. “Digitalização dos raios X, investimentos em estrutura”, enumera o diretor. Quanto à insalubridade, por enquanto a situação foi resolvida. “A insalubridade não é uma decisão do prefeito ou do secretário. Ela é uma interpretação técnica”, afirma o secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Clóvis Magalhães. Ele explica que a confusão começou por causa da revisão do laudo – que era de 1990 – que mudou os graus de insalubridade dos funcionários. No entanto, como no HPS as pessoas se vêem obrigadas a freqüentar mais do que uma ala, essa interpretação foi flexibilizada e ficou de acordo com os coordenadores de setores e o laudo. 312d4y