Naira Hofmeister A reforma da Unidade dos Queimados encampada pela Fundação Pró-HPS não é considerada projeto social pelo Governo do Estado. Como a avaliação é fundamental para o enquadramento na Lei da Solidariedade, o HPS perdeu os R$ 3,2 milhões que havia arrecadado com empresas apoiadoras do projeto. “A situação é desoladora”, resume o diretor-executivo da fundação, Rogério Beidacki. A diretoria da Fundação Pró-HPS questiona os argumentos da Secretaria de Justiça e Desenvolvimento Social (SDJS) para a negativa, de que esse seria um projeto na área de saúde, e não de ordem social. “É a única UTI de queimados do Estado e trata sem custo algum tanto o mendigo atacado na rua até um operário que teve um acidente químico e perdeu um braço”, defende Beidacki, que complementa: “É uma discussão absurda”. O executivo ainda levanta outra hipótese. Com os cortes no orçamento do Rio Grande do Sul, projetos de renúncia fiscal – modalidade de arrecadação da Lei da Solidariedade – reduziram bruscamente. Com o corte de verbas a opção da secretaria parece ter sido priorizar projetos menores, com arrecadações que raramente ultraam R$ 100 mil. A Secretaria não confirma os valores nem dá informações sobre o processo. “Não estou autorizado a falar”, repete insistentemente Roberto Pesce, gerente da Lei da Solidariedade. Entre janeiro de 2003 e julho de 2007, período em que a lei está ativa, 22 projetos foram executados com pouco menos de R$ 4 milhões. Estão em fase de captação outros 19 projetos, cujos valores somam R$ 1.983.198,95. A duplicação da Ala de Queimados do 5º andar estava orçada em R$ 4 milhões e foi lançada junto com a Fundação Pró-HPS, ainda nas comemorações dos 60 anos da instituição de saúde, em 2004. Ano ado, uma campanha publicitária protagonizada por Moacyr Scliar pedia doações para o projeto. Além de operar com capacidade máxima, a Ala dos Queimados do HPS sofre com a precariedade de suas instalações. Até os funcionários estão prejudicados. Não possuem espaço adequado para descansar ou comer nem vestiários para trocar de roupa. 6h1v5c
Rotary Club vai ajudar
O Rotary Club do Bom Fim está mobilizado para arrecadar R$ 81 mil para a compra de equipamentos do ambulatório de queimados, que atende cerca de quatro mil pacientes por ano.
“É uma parte pequena do projeto, mas já é um avanço”, anima-se Rogério Beidacki. O dinheiro deve ser angariado entre sócios de outros cubes, especialmente do exterior e não há impedimentos para a execução do projeto.
*Esta reportagem é um dos destaques da edição 377 do JÁ Bom Fim/Moinhos, que já está circulando nos pontos de comércio da região central de Porto Alegre.