Réu no Caso Detran se cala na Polícia Federal 1l2a1g

Cleber Dioni O empresário e lobista Lair Ferst, um dos 40 réus no processo que investiga a fraude do Departamento de Trânsito gaúcho, não respondeu nenhuma pergunta dos delegados federais que tomaram seu depoimento ontem na sede da superintendência da Polícia Federal. Disse que só se manifestaria em juízo. Ferst foi convocado a explicar suas últimas declarações à imprensa de que teria novas informações sobre o esquema criminoso que desviou mais de R$ 40 milhões dos cofres públicos. O ex-tesoureiro na campanha eleitoral de Yeda Crusius em 2006 ressaltou que tinha novos nomes envolvidos na fraude, pelo menos 10 pessoas integrantes e ex-integrantes do primeiro escalão do governo estadual, colocando sob suspeita até mesmo a governadora. Ele chegou à PF às três da tarde acompanhado de um advogado e permaneceu pouco mais de uma hora reunido a portas fechadas com os policiais. Na saída, o lobista repetiu o que havia dito na chegada: “não tenho nada de novo para acrescentar”. O superintendente da Polícia Federal gaúcha, delegado Ildo Gasparetto, acredita que as declarações de Lair de que teria nomes de pessoas ligadas ao governo do Estado que ainda não foram envolvidas nas investigações tenha sido um blefe como parte da estratégia de defesa do empresário. “Por enquanto não encontramos indícios de alguma tentativa de chantagem, mas estaremos acompanhando o caso e se algum fato se configure em crime, poderemos pedir a prisão preventiva dele”, explicou Gasparetto. O delegado negou que alguma autoridade tivesse negociado algum privilégio com Lair em troca de informações, a chamada delação premiada. Sobre os R$ 200 mil que foram depositados em sua conta por um bancário de Curitiba, e que foi impedido de sacar, repetiu que se trata apenas de um empréstimo de um amigo, tendo em vista que suas contas permanecem bloqueadas pela justiça. Lair Antônio Ferst foi denunciado pelo Ministério Público Federal à Justiça Federal em Santa Maria por sete crimes: formação de quadrilha; locupletamento em dispensa de licitação, por duas vezes; peculato-desvio, por cinqüenta e três vezes; corrupção ativa, por duas vezes; extorsão; falsidade ideológica, por várias vezes; sendo todos os fatos agravados por desempenhar função de direção. No entendimento do Ministério Público Federal, Lair Ferst comandava um núcleo de cobrança de propinas, tendo como seus cúmplices, parentes e amigos. “Trata-se de empresário que, em razão de sua grande inserção e trânsito junto ao poder público, teria, segundo indícios constantes nos autos, atuado como lobista, ao lado de José Antônio Fernandes, para obtenção do contrato do Detran em favor da Fatec, estabelecendo contatos com seus dirigentes Carlos Ubiratan dos Santos e Hermínio Gomes Jr. Há fortes indícios probatórios no sentido de que, em face dessa circunstância, teria auferido proveito indevido, por intermediação das empresas sistemistas Rio Del Sur e Newmark Tecnologia, formalmente tendo como sócios seus parentes, todavia tendo como efetivo proprietário o próprio denunciado…”, diz um trecho da denúncia. d956

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