Semana tem Mino Carta em Porto Alegre 53r13

Mino Carta tem 77 anos de idade, 65 anos de Brasil e 60 anos de jornalismo. Seis publicações criadas, dois livros publicados e inúmeras pinturas, a primeira de suas vocações que ainda mantém. A mais recente de suas criações jornalísticas é a revista Carta Capital que já completou quinze anos. As outras: Quatro Rodas, Jornal da Tarde, Veja, Istoé, Jornal da República e Senhor (depois IstoÉ Senhor. Genovês, como Cristóvão Colombo. Neto e filho de jornalistas. Declara não ler nenhuma publicação nacional: “A imprensa brasileira é a pior do mundo”. Alguns trechos da entrevista que ele deu à Caros Amigos em 2005: “Só conheço um país em que os jornalistas chamam os donos , os seus patrões, de jornalistas: o Brasil. Fora do Brasil, patrão é patrão, jornalista é jornalista.Jornalista é um profissional que eventualmente é engajado para determinado serviço. Mas não chama o patrão dele de jornalista”. “Acho que a mídia sempre esteve a favor do poder porque ela é um dos rostos do poder, ela é o poder, sempre trabalhou pelo poder. A única diferença está no fato de que, enquanto o nosso jornalismo regrediu muito em termos de qualidade de texto e coisas desse tipo, avançou em termos técnicos. O poder de manipulação também aumentou muito…” “Acho que o governo Fernando Henrique foi o grande cabo eleitoral do Lula., sobretudo o seu segundo mandato. A verdade é que a mídia não aceita um metalúrgico na presidência da República”. “Continuo achando que política é algo que se faz levando em conta as circunstâncias. Você não inventa situações. A nossa herança é muito ruim, até porque nunca houve briga de verdade. As guerras de independência de outros países foram guerras de verdade. Isso, a meu ver, forma efetivamente as nações. Sem isso você não tem nada. Temos heranças péssimas, heranças da escravidão, que pesa, marca o lombo do povo brasileiro”. “Eu torço desesperadamente contra a seleção brasileira de futebol. Ela com suas vitórias faz muito mal ao povo brasileiro porque ele se engana constantemente. Basta um gol do Corinthians que o povo brasileiro se perde aí. Essas festas na Paulista me dão nojo. Essa gente devia fazer a revolução, mas não vão fazer nunca!” “Eu acho o MST um movimento importante, gosto muito do Stédile, mas é o único movimento importante do Brasil”. “O governo Lula é o governo do mercado, governo convertido ao Deus Mercado”. “O golpe de 64, quem pensa que o golpe foi militar está enganado. O golpe foi desse poder que está aí até hoje”. “Eu não sei até que ponto o Lula é de esquerda por obra de uma ideologia firme porque leu os textos sagrados. Acho que ele certamente é de esquerda em função da própria origem, da própria experiência de trabalho”. “O que significa ser de esquerda hoje em dia? Significa ser a favor efetivamente, sinceramente, da igualdade. A liberdade sozinha é uma falácia. Agora, é muito difícil combinar liberdade e igualdade”. “Temos uma elite que é a pior do mundo, não existe coisa pior”. “Não existem povos piores ou melhores. Existem circunstâncias diferentes. É como dizer: os jornalistas brasileiros são muito ruins. De fato, o nível da nossa imprensa é péssimo. Mas quem disse que os jornalistas são ruins? Se eles forem bem usados, se tiverem chances de trabalhar direito, serão tão bons quanto quaisquer outros”. “O jornalismo regrediu. Até a bonificação por volume inventada pelos publicitários serviu para piorar…Nessa guerra vendeu-se a idéia de que o leitor é um cretino, que é preciso baixar o nível. Eu pertenço a uma geração de jornalistas que tinha uma convicção, de que o negócio era nivelar por cima, eles decidem nivelar por baixo”. “Apoiamos o Lula publicamente, a partir da idéia de que um órgão de imprensa ou mídia tem todo o direito de assumir uma posição”. “Essa idéia de que a imprensa é imparcial existe na cabeça das pessoas”. “Acho que o país vive uma crise moral, é evidente, a crise cultural é evidente…” “A decadência da mídia é brasileira…Ainda tem no mundo órgãos de imprensa muito bem feitos”. “No Brasil, na maioria dos casos, a imprensa é ponta de lança de grandes negócios”. “Eu sou contra o diploma. Não vejo o jornalismo como uma matéria de curso universitário. Vejo como um curso de pós-graduação. Na o vejo o jornalismo como algo que possa ser estudado, assim como se estuda medicina. Acho que o jornalista aprende na redação. Nós sabemos disso, foi assim que aprendemos…” “Eu sustento que os princípios do jornalismo são três: primeiro, o respeito pela verdade factual – esse copo é um copo, essa é uma mesa, isso aqui é uma revista. Ponto dois: o exercício do espírito crítico em relação a quem quer que seja. Três: fiscalização do poder onde quer que ele se encontre”. “Vou confessar que há momentos em que leio os editoriais do Estado porque os considero uma peça de humorismo de rara qualidade. É preciso rir um pouco”. 42d1y

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