Seminários e exposição reacendem debate sobre silvicultura e Pampa 353h4x

Cleber Dioni Dois seminários e uma exposição fotográfica inauguram amanhã uma semana de debates sobre a silvicultura e o bioma Pampa e reacendem a polêmica sobre as plantações de espécies exóticas e o zoneamento feito pelo Estado em torno das atividades das empresas de celulose e papel. Em Pelotas, o I Debate sobre os impactos das monoculturas e o III Seminário de Políticas Públicas de Meio Ambiente, na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), irão discutir a ofensiva do setor da celulose sobre o Pampa e as alternativas de desenvolvimento local. Em Nova Prata, na Serra gaúcha, acontece de hoje até sexta-feira, 22, o 10º Congresso Florestal do Rio Grande do Sul e 1º Seminário do Mercosul da Cadeia Madeira. Em pauta, as florestas, a silvicultura e mudanças climáticas. Já na Capital, a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul abre hoje a exposição fotográfica “Nosso Pampa Desconhecido”, um trabalho do jornalista e fotógrafo ambientalista Adriano Becker. O Congresso em Nova Prata, realizado a cada quatro anos, desta vez amplia o foco com a realização simultânea do Seminário da Cadeia Madeira, proporcionando o debate das questões relativas ao setor no âmbito do Mercosul. As discussões serão feitas com base em três eixos principais: marco legal (legislação ambiental aplicável ao setor), políticas públicas (sistema estadual de meio ambiente) e ciência e tecnologia (pesquisa e desenvolvimento). Conforme o presidente do Congresso, Claudio Dilda, estão confirmadas delegações do Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai, além do Brasil, para debates sobre os impactos dos sistemas agroflorestais e silvipastoris, a sustentabilidade da cadeira produtiva da base florestal, a integração da cadeia madeira no Mercosul e a relação entre florestas nativas, silvicultura e alterações do clima. Os eventos acontecem no momento em que o Rio Grande do Sul aparece como único Estado do País a ter aprovado o zoneamento ambiental para a silvicultura e empresas do setor buscam se instalar em solo gaúcho. “Será uma oportunidade para a discussão do cenário e das políticas atuais em relação a florestas, bem como do significado da silvicultura no contexto de uma sociedade insaciável por produtos de origem florestal”, ressalta Dilda. Ele ainda destaca que provocar o debate em nível de Mercosul é relevante porque oportuniza a reflexão e o planejamento conjuntos para o setor. “O meio ambiente não tem fronteiras. Plantar de um lado ou de outro, por uma linha imaginária, é indiferente para o meio ambiente, daí a importância da discussão entre os países do Mercosul, alavancados, nesse momento, pelo Rio Grande do Sul, por meio do Congresso Florestal e do Seminário da Cadeia Madeira”, afirma Claudio Dilda. O público dos eventos são técnicos e especialistas dos temas em questão, universidades, instituições de pesquisa e fomento florestal, empresas florestais, entidades classistas da área, órgãos públicos municipais, estaduais e federais e organismos não-governamentais. O Congresso e o Seminário são conduzidos pelo Estado do Rio Grande do Sul, por meio de secretarias e fundações, município de Nova Prata e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), juntamente com diversas empresas, universidades, Comitê da Indústria de Base Florestal e Moveleira da Fiergs, entidades de classe vinculadas ao setor, Assembléia Legislativa do RS e Governo Federal. Alternativas de desenvolvimento local Em Pelotas, o I Debate sobre os impactos das monoculturas e o III Seminário de Políticas Públicas de Meio Ambiente, na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), irão discutir a ofensiva do setor da celulose sobre o Pampa e alternativas de desenvolvimento local. Participam dos eventos professores e pesquisadores que têm se mostrados críticos às plantações de espécies exóticas no Estado. Entre eles, Carlos Nabinger e Ludwig Buckup, da UFRGS, Wilson Alves de Oliveira e Tânia Morselli, da UFPel. O evento acontece das 10h às 17h30 no Auditório da Faculdade de Agronomia da UFPel, com entrada franca. Novo olhar sobre o Pampa A mostra fotográfica “Nosso Pampa Desconhecido”, tem a abertura nesta terça-feira 19, às 17h, na Sala de Exposições Temporárias do Museu de Ciências Naturais/FZB-RS, no Jardim Botânico de Porto Alegre. Com 30 fotos do jornalista e fotógrafo ambientalista Adriano Becker(da foto ao lado), a mostra visa provocar um “novo olhar” para essa importante área do Estado, buscando desenvolver uma consciência que propague a harmonização de aspectos sociais, econômicos, culturais e ambientais, associados à sustentabilidade. A exposição é resultado de parte do trabalho realizado por uma equipe de pesquisadores da Fundação Zoobotânica chamado Projeto Biodiversidade RS, coordenado pela Secretaria do Planejamento e Gestão, com recursos do Banco Mundial e GEF. A mostra permanece no Museu de Ciências até o dia 28 do corrente e segue, posteriormente, para a Expointer, no espaço do Governo do Estado – Pavilhão Internacional. y3t57

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