Senado deve voltar a debater acordo ortográfico 6h6d6b

O novo acordo ortográfico, elaborado sob o argumento de unificar a língua culta nos sete países de língua portuguesa, já gerou grandes negócios no mercado editorial brasileiro. No ano ado, o segmento didáticos faturou R$ 2,1 bilhões, num total do setor editorial de cerca de R$ 4,5 bilhões. O Brasil prevê concluir sua implementação em 2013, mas nos demais países o acordo enfrenta resistências, inclusive em Portugal. Após reunião esta semana com o professor Ernani Pimentel, autor de diversas críticas ao novo acordo ortográfico, a senadora Ana Amélia Lemos, do PP gaúcho, anunciou que solicitará à Comissão de Educação do Senado que promova no início do ano que vem uma audiência pública sobre o assunto. Pimentel criou o Movimento Acordar Melhor para defender a simplificação das regras, porque o novo acordo contém “incoerências, incongruências e muitas exceções”. Um dos vários exemplos que citou foi a dificuldade para se compreender quando usar ou não usar o hífen. “Por que ‘mandachuva’ se escreve sem hífen e ‘guarda-chuva’ se escreve com hífen? É ilógico. E há muitos outros exemplos.” “Nenhum professor de português de nenhum país signatário é capaz de escrever totalmente de acordo com as novas regras e, como os professores não têm condições de compreender, os países não terão condições de implantá-las”, afirmou. Ele também sugeriu que os países signatários criem um órgão similar à Real Academia Espanhola, que seria responsável pela uniformização da ortografia nos países de língua portuguesa. Ao comentar as resistências externas ao acordo, ele lembrou que alguns países alegam – “com razão”, observou – que as novas regras foram pensadas somente a partir de Brasil e Portugal, ignorando especificidades culturais de outras nações de língua portuguesa. Em Portugal, segundo ele, há os que defendem o acordo e os que preferem adiá-lo devido aos interesses do mercado editorial português (que, dessa forma, não enfrenta a concorrência de livros brasileiros em seu próprio país e também nos países africanos de língua portuguesa). Sobre a atuação do Ministério das Relações Exteriores, Pimentel entende que “o Itamaraty está correto ao querer a unificação, mas está errado ao permitir que o interesse político desconsidere as questões educacionais, pedagógicas e culturais”. “Ao forçar o acordo, o Brasil está sendo visto como impositor. É importante que haja discussão entre os países”, avalia. “Nada me convencerá do contrário: a reforma ortográfica, implementada por um conselho de notáveis escolhido a dedo, não a de uma política cínica para incrementar a venda de livros, milhões de livros, e engordar os lucros do setor livreiro do país e fora dele. Dicionários e gramáticas novos, livros didáticos e paradidáticos encabeçam o mercado brasileiro”, comentou o jornalista paulista Eduardo Maretti em seu blog Fatos Etc. “Espero que o Congresso Nacional faça alguma coisa contra esse crime de lesa-língua.” * Com informações da Agência Senado 1s4q5v

0 comentário em “Senado deve voltar a debater acordo ortográfico” 1r3r44

  1. Faz a «oria» (e eia! Logo com maiúscula), portanto crava um barbaresco «ar» na frase. Num instituto sério de língua portuguesa havia de se saber que o português é romance do latim, não do americano. Tal como o verbo aceder.
    Feliz ano novo.

  2. Escreve que o acordo enfrenta resistências« inclusivé em Portugal».
    Que imagem andaram a vender no Brasil sobre a aceitação do «acordo» aqui, onde se pode dizer, sem perigo de controvérsia, que foi rejeitado pelo escol intelectual do país?
    Esta petição ( http://emdefesadalinguaportuguesa.blogspot.com/)
    assinada por mais de 120 000 pessoas tem à cabeça os representantes maiores da Cultura Portuguesa, entre os quais o Prof. Doutor Victorino Magalhães Godinho (entretanto falecido)!
    O acordo é um atentado cultural tanto a Brasil como a Portugal, sendo que aqui os efeitos seriam muito mais devastadores.
    Os acordistas têm recorrido a um rol imenso de mentiras – vantagens para o Brasil na ONU, unificação da lingua, etc, que são completas irrealidades!
    Lutem aí, que por aqui também continuamos.

  3. Sobre unificação: é um embuste! O «acordo» criaria dezenas de milhares de duplas grafias! E cria palavras diferentes que hoje são iguais. Queriam que em Portugal se começasse a escrecer “receção” em vez de como se escreva agora aí e aqui, recepção! Mas há centenas de casos iguais!
    E basta pensar que se continuaria sempre a escrever António/ Antônio, fenómeno/fenômeno, etc.
    quando falam em unificaçao estão a mentir!

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