Mesmo depois de o projeto de Lei que propõe a extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, junto com outras cinco fundações, ter sido aprovado na Assembleia Legislativa, os servidores ainda acreditam na possibilidade de reverter a situação. A FZB será considerada extinta só depois do PL ser sancionado pelo governador José Sartori. Hoje no início da tarde eles reuniram-se no Jardim Botânico para preparar novas ações a fim de barrar o projeto e a demissão dos 194 funcionários concursados. Diretores do Semapi – sindicato dos trabalhadores das fundações – não descartam ingressar com denúncia no Ministério Publico Estadual e ações judiciais contras as demissões. Uma das medidas é esclarecer a opinião pública e rebater ponto a ponto as argumentações do governo, baseadas principalmente na redução de custos e na alegação de que os inúmeros serviços prestados pela FZB continuarão sendo realizados pela Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Os funcionários defendem que os serviços essenciais, que são atribuições do Estado e de competência da Zoobotânica por força de legislação, teriam de ser contratados junto à iniciativa privada com custos sete ou oito vezes maior para os cofres públicos. Exemplo representativo são as Listas de Espécies da Fauna e da Flora Ameaçadas de Extinção. O custo para elaboração dos documentos pela FZB é de R$ 150 mil e junto à iniciativa privada não sai por menos de R$ 4,6 milhões. Valor é 97% menor. (Confira no quadro no final do texto outros exemplos de quanto o Estado economiza com a manutenção da FZB). Destacam também demandas específicas que exigiram o trabalho dos servidores da FZB, entre elas, análise técnica da paisagem dos morros de Porto Alegre; avaliação da área para a instalação da futura fábrica da General Motors; central de tratamento de petróleo em Triunfo, da Petrobras; planejamento ambiental para o Litoral do Rio Grande do Sul; definição do perfil ambiental e os usos dos parques naturais; implantação do Programa Pró-Guaíba; estudo de zoneamento para Parques Eólicos no Estado; estudo sobre a mineração de areia no rio Jacuí. A Fundação Zoobotânica é vinculada à Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, sendo o órgão responsável pela promoção e conservação da biodiversidade no Estado, através do Jardim Botânico, do Parque Zoológico e do Museu de Ciências Naturais. Atua nas áreas de pesquisa, educação ambiental, conservação e lazer. A instituição é detentora de coleções científicas de plantas e animais, atuais e fósseis, que subsidiam pesquisas realizadas por especialistas do Brasil e do exterior. O orçamento da FZB, estável desde 2012, é de R$ 26 milhões, o que representa 0,04% do orçamento do governo gaúcho, que é de R$ R$ 57,4 bilhões. Quanto o Estado economiza com a manutenção da FZB Elaboração das listas de espécies de animais e plantas ameaçados de extinção Custo pela FZB – R$ 150.000,00 Custo pela iniciativa privada – R$ 4.677.440,00 Plano de Manejo do Parque Estadual do Delta do Jacuí Custo pela FZB – R$ 176.000,00 Custo pela iniciativa privada – R$ 1.659.000,00 Plano de Manejo da APA do Delta do Jacuí Custo pela FZB – R$ 100.560,00 Custo pela iniciativa privada – R$ 948.000,00 Plano de Manejo da Reserva Biológica da Mata Paludosa Custo pela FZB – R$ 120.000,00 Custo pela iniciativa privada – R$ 1.015.728,00 Plano de Manejo da APA Rota do Sol Custo pela FZB – R$ 120.000,00 Custo pela iniciativa privada – R$ 1.015.728,00 Plano de Manejo da Estação Ecológica de Aratinga Custo pela FZB – R$ 270.000,00 Custo pela iniciativa privada – R$ 2.285.388,00 Plano de Manejo do Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos Custo pela FZB – R$ 150.000,00 Custo pela iniciativa privada – R$ 1.269.660,00 Zoneamento Ecológico Econômico do RS Custo pela FZB – R$ 10.000.000,00 Custo pela iniciativa privada – R$ 60.000.000,00 TOTAL Custo pela FZB – R$ 11.086.560,00 Custo pela iniciativa privada – R$ 72.870,944,00 (Cleber Dioni Tentardini) 3w4s1y
Já ava da hora de estas contas começarem a ser feitas. Precisam ser feitas para todos os órgãos públicos, aliás! Mas há outros aspectos a considerar, por exemplo os “estudos” da FZB que liberavam a caça no RS. Foram contestados judicialmente e a justiça nos deu ganho de causa! Que tal se o “Jornal Já” fizesse uma reportagem sobre isto também?