Stora Enso vai à Justiça contra o Incra 617363

Carlos Matsubara, especial Ambiente JÁ A Stora Enso decidiu partir para o ataque contra o Incra. Na segunda-feira (16/06) entrou com recurso istrativo Brasília referente ao processo da Azenglever Agropecuária, razão social da empresa no Brasil. Conforme a direção da Stora Enso, o Incra ainda não forneceu cópia do outro parecer em nome da Derflin Agropecuária, outra empresa constituída para concretizar seus projetos no Rio Grande do Sul. Em nota, a empresa argumenta que recorrerá por ter convicção da lisura, transparência e legalidade de todos os seus atos. Caso contrário,o projeto no RS pode ser paralisado em 2009. Com base num parecer emitido pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Velloso, que “não antevê ilegalidade no procedimento da empresa no processo de compra de imóveis rurais em faixa de fronteira”, a Stora Enso divulga que também moverá recurso judicial contra a decisão do Incra. Segundo o diretor florestal da empresa, João Borges, a decisão do Incra, ao contrário do que afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário Guilherme Cassel na semana ada, é movida claramente por motivos ideológicos. “O Incra manifestou-se claramente contrário aos investimentos das empresas de celulose no Rio Grande do Sul ainda em 2006 e temos material comprovando isso”, afirma João Borges. A empresa, por meio de nota, reafirma que os pedidos foram indeferidos pelo Incra com base na lei 5.709/71, não recepcionada pela Constituição de 1988 e que, portanto, seria inconstitucional. A superintendência do Incra no Estado alega que a Stora Enso se comprometeu em 2005, a solicitar o assentimento antes da compra de terras, mas que até abril do ano ado havia apresentado 36 processos referentes a 17 mil hectares, enquanto na imprensa divulgava-se 96 imóveis com um total de 46 mil hectares. Conforme Cassel, desde sua instalação no Estado, a Stora Enso vem acumulando uma série de irregularidades, e o Incra, ao tomar a decisão, não se deixou de maneira alguma se envolver por questões ou ranços ideológicos. “Estou envolvido na questão pessoalmente e posso afirmarque não há esse tipo de postura no Incra”, disse. Sobre o projeto de alteração na Constituiçãopara regularizar as terras adquiridas pela empresa, o ministro reiterou que é “inissível que se altere a legislação para atender a um pedido de uma empresa, independente do tamanho dos seus investimentos”. Eucalipto x Reforma Agrária Sobre a alegação de que a compra de terras por parte das papeleiras inviabiliza a reforma agrária no Estado, aumentando os preços das mesmas, o executivo contra-ataca: “A grande maioria das pessoas é a favor da reforma agrária, não o modelo corrente de assentamento que é uma lástima, e as empresas de maneira geral também não vêem a reforma agrária como alguma coisa negativa”. Depois, de acordo com ele, os projetos de florestamento – o que já existe e o que está planejado, aumentariam a área de plantações florestais para no máximo 1 milhão de hectares no Estado. O Rio Grande do Sul tem 28,1 milhões de hectares, então “porque 2% da área do Estado inviabilizaria a reforma agrária”, questiona ele. O número representa os novos plantios das três grandes empresas (Stora Enso, V e Aracruz), além de outros projetos menores. Uso do Solo no Brasil Florestas, reservas e outros usos (cidades) 413,2 M ha Pecuária 172,3 M ha Reservas Indígenas 106,3 M ha Terras já destinadas à reforma agrária 77,4 M ha Agronegócio (cana, soja, milho, frut., etc) 76,7 M ha Plantações Florestais (Pinus, Euc e outras) 5,6 M ha * Dados do IBGE e Incra referentes ao ano de 2007 O projeto da Stora Enso no RS – Implantação, depois de 2014, de uma fábrica de celulose na Fronteira Oeste com capacidade para 1 milhão de toneladas/ano. R$ 920 milhões – Aquisição e plantio de terras para a base florestal de 100 mil hectares. – A Stora Enso adquiriu 94 propriedades em oito municípios. – As compras somam 46 mil hectares. – Já foram plantados 10 mil hectares. Total de investimentos previstos US$ 1,5 bilhão Governo Federal dá sinais que aprova redução da Faixa de Fronteira Se por um lado, o Governo Federal ameaça os investimentos da Stora Enso no Estado, por outro, possivelmente o mais forte, minimiza a polêmica e dá sinais de que aprova a alteração na lei para reduzir a faixa de fronteira no RS. Em visita ao Estado em abril ado, o presidente Lula deu um recado aos lobistas florestais e a própria empresa. Lula ressaltou que a medida não pode ter como único alvo o interesse de uma empresa, mas sim o desenvolvimento de forma geral. Nas entrelinhas, o presidente deixou escapar uma sinalização. Disse que a proposta de emenda constitucional (PEC), em tramitação no Congresso se deve à constatação de que as regras deveriam ser revistas. Outro sinal de que o governo do PT pode apoiar a medida, foi uma declaração do ministro das Relações Exteriores, José Múcio no começo de maio, ao deputado gaúcho Frederico Antunes. Segundo o ministro, o governo federal vai promulgar a lei que reduz de 150 para 50 quilômetros a faixa de fronteira, permitindo que estrangeiros possam regularizar sua situação. A lei, conforme o ministro, valeria apenas para Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso, não contemplando os Estados do Norte. 1v3r2o

0 comentário em “Stora Enso vai à Justiça contra o Incra” 4s1hj

  1. Falta vocês lerem ou acompanhar melhor o trabalho desses caras, eles também dão pau nas papeleiras
    mas já foram melhores, isso é verdade….sorry JA

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