Geólogos da USP querem água do Aquífero Guarani para São Paulo 6u3l4f

Geólogos da Universidade de São Paulo (USP) elaboram um estudo para saber se é possível retirar água do Aquífero Guarani para abastecer a região de Piracicaba, aliviando o Sistema Cantareira. A proposta é analisar a viabilidade da construção de 24 poços artesianos no município de Itirapina, região oeste do estado, onde o aquífero pode ser ado de forma rasa. A análise será apresentada, em aproximadamente um mês, ao comitê criado pelo governo estadual para istrar a crise hídrica no Cantareira. O sistema chegou a 13% da capacidade de armazenamento, após o início da utilização da segunda cota do volume morto. O professor Reginaldo Bertolo, do Instituto de Geologia, explica que o estudo inclui a simulação, por meio de um modelo matemático, da extração de 150 mil litros de água por hora. “Queremos avaliar se o aquífero a essas vazões em longo prazo”, apontou. A análise baseia-se em um artigo publicado em 2004 por um grupo da Universidade Estadual Paulista (Unesp). De acordo com o trabalho, a região de Piracicaba fica distante cerca de 60 quilômetros (km) em linha reta, o que diminui os custos de um transporte da água direta para a capital. Outra vantagem é que o desnível geográfico entre as regiões de captação e consumo favorece o deslocamento. Mesmo em fase de pré-viabilidade técnica, Bertolo acredita que essa pode ser uma alternativa interessante para o abastecimento de parte da região que deveria receber água do Cantareira. Ele destaca, no entanto, que é preciso fazer o uso sustentável dessa água para evitar novas crises. “A gente precisa ter a recarga no aquífero para que ele continue dando água. Se a gente tiver em longo prazo a certeza de que a chuva vai continuar caindo e o aquífero recarregado, uma vazão de 1 metro cúbico por segundo é uma vazão segura”, apontou. O Aquífero Guarani é a maior reserva estratégica de água doce da América Latina. Atualmente, o aquífero abastece a maior parte das cidades do oeste paulista. “Observe que a crise de abastecimento de água está mais crítica nos municípios do centro-leste do estado”, avaliou. Isso ocorre, segundo Bertolo, porque eles têm maior segurança hídrica com a água oriunda dos aquíferos Bauru e Guarani. Entre os municípios abastecidos dessa forma, o professor destaca Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba, Presidente Prudente, Marília, Bauru, entre outros. Ele explica que a profundidade das águas subterrâneas exige tecnologia complexa de engenharia, similar à utilizada para encontrar petróleo, para cavar os poços profundos. (Da Agência Brasil) 38546b

Concessionárias de água querem desoneração do setor de saneamento básico 47d1y

O secretário nacional de Saneamento do Ministério das Cidades, Leodegar Tiscoski, disse hoje (7/11) que a proposta de desoneração do setor de saneamento básico já recebeu parecer favorável do ministro Mário Negromonte.
A proposta, feita pela Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais (Aesbe), é reduzir em cerca de R$ 2 bilhões por ano a carga tributária das concessionárias de água e esgoto, para que possam investir na universalização e melhoria dos serviços.
“Dentro do ministério [das Cidades], nossa posição é favorável”, disse Tiscoski, após participar de um evento sobre saneamento básico promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). “Mas isso ainda precisa ar pelo Ministério da Fazenda e pelo Ministério do Planejamento.”
De acordo com Tiscoski, a desoneração viria por meio da isenção do PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), pagos pelas empresas. Somados, os dois tributos retiram cerca R$ 2 bilhões por ano do caixa das companhias de saneamento do país.
O secretário nacional ressaltou que, para a proposta avançar, é preciso ter mecanismos para assegurar que o valor da desoneração seja investido em serviços.
O presidente do Conselho Superior de Infraestrutura da FIESP, Rodolpho Tourinho Neto, defendeu a desoneração para o setor de saneamento, mas cobrou melhorias na gestão das empresas. “É preciso modernizar a gestão e os sistemas”. Uma opinião compartilhada pelo vice-presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais e Equipamentos para Saneamento (Asfamas), Carlos Alberto Rosito. Para ele, o problema do saneamento no país é de “gestão, gestão e gestão”.
Segundo Rosito, o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis), mantido pelo governo federal, mostra que cerca de 40% da água tratada pelas empresas brasileiras não geram qualquer receita, ou seja, são perdas de faturamento. Dessas perdas, 60% são por falhas na rede de abastecimento de água tratada. As 40% restantes são referentes à água consumida e não paga, seja por falhas no sistema de cobrança das companhias como por fraudes de consumidores.
Para o representante da indústria de materiais e equipamentos para o setor de saneamento, se as empresas reduzissem gradativamente o percentual de perdas de cerca de 40% para perto de 23% nos próximos 15 anos, R$ 29 bilhões seriam adicionados aos caixas para investimento. “Não é nada absurdo. No Japão, o índice de perdas é 4%”, argumentou.

Falta de água é o maior entrave à expansão da produção de alimentos 1a6s2r

O futuro diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva, disse que a necessidade de aumentar a produção agrícola para alimentar a crescente população mundial pressionará a busca por recursos naturais, principalmente pela água. Graziano assume o posto no primeiro semestre de 2012.
“A água se tornou o maior entrave à expansão da produção, especialmente em algumas áreas como a região andina, na América do Sul, e os países da África Subsaariana”, disse Graziano, que atualmente é diretor da FAO para a América Latina e foi ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável pela implementação do Programa Fome Zero.
Segundo Graziano, apesar da pressão sobre os recursos naturais, é possível pôr fim à fome no mundo por meio de quatro ações principais: a aplicação de tecnologias modernas na lavoura (muitas já disponíveis), a criação de uma rede de proteção social para populações mais vulneráveis, a recuperação de produtos locais e mudanças nos padrões de consumo em países ricos.
“Se pudéssemos mudar o padrão de consumo em países desenvolvidos, haveria comida para todos”, disse o futuro diretor-geral da FAO. “Desperdiçamos muita comida hoje não só na produção, mas também no transporte e no consumo”. Segundo Graziano, enquanto a comida é mal aproveitada em nações ricas, cerca de 1 bilhão de pessoas am fome em países emergentes.
“Precisamos assegurar que esse 1 bilhão de pessoas sejam alimentadas, que tenham bons empregos, bons salários e, se não pudermos dar-lhes empregos, encontrar uma forma de proteção social para eles.”
Graziano ressaltou ainda que o estímulo à produção de alimentos tradicionais ajuda a diversificar a fonte de alimentos. “Hoje caminhamos para ter poucos produtos responsáveis pela alimentação de quase 7 bilhões de pessoas. Precisamos diversificar essa fonte, criar maior variabilidade.”
Segundo ele, a prioridade dada a alimentos cotados em mercados internacionais tem feito com que a América Latina, por exemplo, venha perdendo a capacidade de produzir feijão – um alimento tradicional altamente nutritivo, produzido a um custo baixo.

Brasil precisa de consolidação das leis ambientais 4o5c4y

Geraldo Hasse
Se tivesse autoridade para orientar o debate sobre a reforma do Código Florestal, eu obrigaria todas as instâncias governamentais a promover o cruzamento do tema florestal com a política agrícola, a gestão das águas, o uso das propriedades rurais e assuntos correlatos, entre eles a reforma agrária, “esquecida” pelo governo em respeito ao zelo patrimonialista dos provedores do Agronegócio.
Tudo que diz respeito ao Código Florestal e assuntos afins deveria ser juntado numa espécie de Consolidação das Leis Ambientais, tendo por objetivo e referência a sustentabilidade de cada bioma ou ecossistema. Isso ainda é possível pois o projeto do novo Código Florestal vai ficar no Senado por cerca de quatro meses, durante os quais ará por três comissões (meio ambiente, agricultura e constituição-e-justiça). É provável que a votação final ocorra apenas na primeira quinzena de dezembro, isso se os senadores não empurrarem o desfecho final para o primeiro semestre de 2012.
Na real, é bom que se estique o prazo para discussão, pois a urgência em mudar o Código Florestal atende exclusivamente à ânsia empreendedora dos senhores rurais associados aos segmentos industriais e comerciais situados a jusante e a montante de lavouras e criações.
Essa correria capitaneada pela senadora “faca-na-bota” Kátia Abreu virou um deus-nos-acuda que desvia a atenção de outros problemas intocados nas áreas agrícola e ambiental. Entre eles destacam-se a poluição dos cursos d’água por venenos agrícolas, dejetos industriais e esgotos domésticos. Além de licença para desmatar, os agronegociantes querem liberdade para plantar sementes transgênicas e aplicar impunemente nas lavouras produtos tóxicos que contaminam até os aquíferos subterrâneos.
Ao focar apenas o manejo da vegetação, esquece-se deliberadamente que toda floresta, pequena ou ampla, rala ou densa, é um manancial de água.
Tendo por base a última versão do código, que dispensa de recuperação vastas áreas desmatadas, um recente estudo do IPEA concluiu que haverá um aumento de áreas degradadas e do ivo ambiental. Segundo o estudo do IPEA, a área isenta de preservação chegaria a 79 milhões de hectares, mais do que a área ocupada por lavouras no país (60 milhões de hectares).
Se permanecer tal como foi aprovado em 24 de maio pela Câmara dos Deputados, o novo Código Florestal vai permitir a manutenção de atividades agrossilvopastoris, de ecoturismo e de turismo rural nas áreas de preservação permanente (APPs) desmatadas até 22 de julho de 2008. Entre outras alterações, a nova lei retira a proteção de topos de morros, restingas e altitudes inferiores a 1.800 metros. Além disso, ite culturas lenhosas perenes (árvores madeireiras), atividades florestais e de pastoreio nas APPs de topo de morro, encostas e de altitudes elevadas (acima de 1.800 metros). Em manguezais com função ecológica já comprometida, o texto permite a urbanização e a regularização fundiária.
“A manutenção de plantios e pastagens em áreas de APPs é absurda, pois significa eternizar o dano ambiental provocado”, disse ao Jornal da USP o professor de botânica Sergius Gandolfi, da Escola Superior de Agricultura de Piracicaba. Para ele, está se garantindo assim o assoreamento dos rios, lagos, açudes e represas com o sedimento produzido pela erosão das áreas de agricultura e pecuária.
Outra mudança importante é a redução pela metade (de 30 para 15 metros) da obrigação de se manter a vegetação original nas margens de cursos d’água de até 10 metros de largura, que constituem a grande maioria (90%) dos rios. “Isso significa colocar áreas agrícolas mais próximas dos rios e assim aumentar o seu assoreamento”, afirma Gandolfi.
Outro professor, Marcos Vinícius Folegatti, recomenda a adoção do conceito de bacia hidrográfica e a observação dos ciclos hidrológicos em cada região, sem o que a nova lei continuará sendo uma ameaça ao meio ambiente. O conceito de bacia hidrográfica foi introduzido originalmente no Paraná nos anos 1980 por técnicos ses, iniciando uma revolução que se espalhou por algumas regiões do país graças à adesão de técnicos do governo. Não há uma palavra sobre bacia hidrográfica em quaisquer dos códigos florestais, novo ou velho.
É consenso que o atual Código Florestal, criado em 1965, não conseguiu preservar nem recuperar áreas degradadas, já que prevalece entre a maioria dos brasileiros a noção de que a preservação ambiental prejudica os agricultores. Com seu novo formato feito às pressas para atender aos anseios do Agronegócio, o código de 2011 tende a intensificar o modelo tradicional de ocupação do solo.
Nas próximas décadas, ocupando principalmente áreas de pastagens degradadas (ex-florestas), as lavouras brasileiras tendem a ocupar 100 milhões de hectares, 10% dos quais irrigados. Se essa expansão não for feita sob uma legislação ambiental mais arejada, com certeza se aumentará o grau de insustentabilidade da nossa agricultura e, por extensão, do modo de vida de toda a sociedade brasileira. Por isso é necessário consolidar um conjunto de leis ambientais capaz de sepultar o modelo de terra arrasada.

Água é a questão central do Código Florestal 5f1b3l

Geraldo Hasse
Não nos deixemos enganar: mesmo girando em torno da manutenção de áreas verdes junto a cursos d’água,os debates sobre a reforma do Código Florestal referem-se inequivocamente ao uso do precioso líquido sem o qual desabará toda vida na Terra.
Portanto, nesse caso, mais do que nunca, os imes individuais devem subordinar-se ao interesse coletivo de cunho preservacionista. Se prevalecer o interesse da produção agrícola, tal como ele é exercido no Brasil e na maior parte do mundo, corremos o risco de ter o futuro roubado*.
Não é só o Código Florestal. Todos os entreveros ambientais nas bacias dos rios São Francisco, Madeira, Xingu, Tietê, Doce, Uruguai e tantos outros não deixam dúvidas de que os imes vividos pelas comunidades brasileiras giram principalmente em torno do uso da água para consumo animal, abastecimento doméstico e como insumo agrícola e industrial, aqui incluída especialmente a produção de eletricidade em represas.
Ora, a preservação do verde não pode ser um discurso vazio, uma sucessão de furos n’água. Deve ser prioridade dos governantes e das comunidades conscientes da necessidade do equilíbrio entre a vida animal-vegetal-mineral.
Pois a água é o denominador comum dos três reinos acima.
Centros de destruição da vegetação, as cidades acumulam construções, carros e pessoas num processo incessante de produção, consumo, desperdício, contaminação e sujeira onde a preservação do verde costuma ficar em último lugar.
Entre a fiação elétrica e as árvores, prevalece o interesse industrial,como se vê nessa época do ano (outono/inverno), quando as prefeituras e as companhias de eletricidade iniciam as podas anuais de desobstrução das linhas elétricas.
Ainda assim, há cidades que se destacam pela arborização e o paisagismo urbano. Perto da pobreza paisagística da maioria das cidades da Metade Sul do Rio Grande – e Pelotas, convenhamos, é “pelada” em arborização –, Porto Alegre é rica em verde. A população planta árvores frutíferas nas calçadas como forma de recuperar a intimidade perdida com a natureza.
Nesse contexto aparentemente adiantado, custa acreditar que aceitem promover corridas da Formula Indy em Porto Alegre os mesmos dirigentes políticos que fizeram da capital gaúcha a sede do Forum Social Mundial em 2000. O FSM foi o contraponto ao Fórum Econômico de Davos, onde os ricos do mundo se reúnem para discutir como manter o imperialismo em perfeito estado de funcionamento.
Dez anos depois, seria de esperar que as lideranças portoalegrenses estivessem mais antenadas para os danos causados por eventos como esse, centrado no consumo deletério de petróleo e na produção intensiva de poluição atmosférica e sonora.
O prefeito da cidade é o ex-petista José Fortunati, agora no PDT. O governador é Tarso Genro, um petista histórico. Como se explica tamanho conformismo aos ditames do Mercado? É uma mistura de falta de memória, ausência de coragem política e escassez de projetos alternativos.
Em vez de um show importado cuja montagem tende a tumultuar as ruas do centro da cidade, não seria melhor promover algum tipo de maratona ecológica que levasse a população a um pensar autônomo, sem a submissão automática que caracteriza os países econômica e culturalmente dependentes?
A pergunta não vale apenas para Porto Alegre; vale para todas as cidades que cedem seu sistema viário para a realização de corridas de carros.
* “O Futuro Roubado” é o título de um livro sobre a contaminação de alimentos por produtos químicos; escrito por Theo Colborn e outros, foi publicado no Brasil em 1997 pelaL&PM Editores, de Porto Alegre.

Mais investimentos para melhorar água consumida em Porto Alegre 6h1y

É preciso investir de forma permanente em novas tecnologias para melhorar a qualidade da água consumida em Porto Alegre que, de maneira geral, é boa. Essa foi a ideia central apresentada hoje pela manhã na Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), da Câmara Municipal, por especialistas da Universidade e de órgãos municipais e estaduais.
O público reduzido presente à reunião proposta pelo vereador Thiago Duarte (PDT), contrastou com a importante contribuição do professor Antônio Benetti, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, que falou sobre os perigos dos poluentes e os principais desafios para manter uma boa qualidade da água.
Segundo ele, o controle da transmissão de doenças por microrganismos patogênicos continua sendo o objetivo principal do tratamento da água. “Deve-se ter atenção especial com as cianobactérias, um conjunto de microrganismos que produzem toxinas e causam gosto e odor e são difíceis de controlar”, ensina Benetti. Ele adverte que, por ser um manancial desprotegido, o Guaíba enfrentará por um bom tempo esse que é um dos principais problemas do lago que abastece a capital.
Benetti lembrou dos episódios ocorridos em 2005 e 2006, que deixaram a água com a cor verde. “São organismos que provocam fotossíntese, mesmo não sendo algas nem plânctons, por exemplo.” De acordo com o professor, alguns desses compostos, alteram a atividade endócrina em peixes e suas funções sexuais. “São chamados perturbadores endócrinos como surfactantes. São analgésicos e hormônios sexuais, que acabam chegando aos mananciais”, exemplificou.
Outro contaminante altamente cancerígeno é o arsênico, segundo o especialista do IPH da UFRGS. Está presente nos poços artesianos e em resíduos de fertilizantes e na decomposição dos excrementos de animais criados em confinamento, como porcos, bovinos, ovinos e eqüinos. Esses materiais mais cedo ou mais tarde atingem mananciais e bacias hidrográficas. Ainda não foi detectado no Rio Grande do Sul.  
O professor Benetti ainda criticou o alto consumo de água engarrafada no Brasil, que ocupa hoje a quarta posição entre os maiores consumidores. De 1997 a 2009, o país ou de 3,9 bilhões para 16,1 bilhões de litros consumidos, representando um crescimento de 310%. “É preciso mostrar que um terço da garrafinha de água é petróleo, a energia que se utilizou para produzi-la. O custo energético para se produzir um litro de água engarrafada é mil vezes maior que o custo empregado no tratamento da água da torneira”, explica.
Tecnologias avançadas
A diretora substituta da Divisão de Tratamento do DMAE, Sissi Maria Cabral, detalhou o trabalho desenvolvido pelo órgão municipal com a água proveniente do lago Guaíba. Munida de fotos em que mostram instalações e equipamentos antes e depois dos investimentos feitos, Sissi ressaltou que um dos motivos para a melhora da água em Porto Alegre foi a substituição de equipamentos e produtos químicos antigos por sistemas de última geração, permitindo eliminar e tratar preventivamente as infestações por mexilhão dourado nas tubulações, que estavam entupidas pela presença do parasita.
Também participaram da reunião o vice-prersidente do Comitê da Bacia do Gravataí, Maurício Colombo, que falou sobre planos e diagnósticos para o Gravataí, que é um dos 25 comitês da Bacia Hidrográfica do Guaíba, o vereador Carlos Todeschini, ex-diretor geral do DMAE, e representantes da Secretaria Estadual da Saúde, dos órgãos da Vigilância Sanitária do município e do estado, SMAM, SMIC e SMOV.

Lugar de xixi é no chuveiro 2jmp


Por Carlos Matsubara
Uma campanha nacional, promovida pela ONG SOS Mata Atlântica, está em curso para divulgar a importância de economizar água nas residências.
O objetivo desta vez será o de mostrar às pessoas que uma descarga evitada por dia pode resultar na economia de 4.380 litros de água potável por ano.
De acordo com o diretor de Mobilização da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, a campanha “Xixi no Banho”, propõe levar para o público em geral, de maneira mais descontraída, como um simples ato pode contribuir com a preservação do meio ambiente, ou seja, economizando água.
“O meio ambiente agradece a quantidade de água poupada em cada descarga, que chega a 12 litros. Uma descarga por dia corresponde a 4.380 litros de água por ano”, ressalta o ambientalista.
Somente em São Paulo poderia ser economizado mais de 1.500 litros de água por segundo. Uma informação importante para aqueles que têm dúvida se é uma prática higiênica: o xixi é composto 95% de água e 5% de outras substâncias como uréia e sal.
“Xixi no Banho” será um dos destaques durante a semana Viva a Mata 2009, que acontece no Parque Ibirapuera na capital paulista o entre os dias 22 e 24 de maio.
O Viva a Mata tem como objetivo comemorar o Dia Nacional da Mata Atlântica (27 de maio), promover a troca de informações e experiências entre os que lutam pela conservação deste Bioma, realimentar o movimento ambientalista e informar e conscientizar a sociedade. Na edição ada, o evento reuniu mais de 100 projetos e recebeu mais de 75 mil pessoas interessadas em conhecer o que está sendo feito no País pelo Bioma e aprender sobre como melhorar sua relação com o meio ambiente.
Assista o vídeo produzido pela F/Nazca Saatchi & Saatchi clicando xixi no banho

Abastecimento de água será interrompido em 21 bairros 4q2x25

Moradores de 21 bairros da capital ficarão sem água a partir das 8h desta terça-feira, 28, em função da troca de uma válvula antiga na Estação de Tratamento São Manoel, np bairro Santana. Com muito tempo de uso, a peça tem apresentado problemas nos últimos tempos, prejudicando o abastecimento por várias vezes.
Segundo o DMAE, a troca da peça é fundamental para garantir a normalidade do sistema na região. O departamento estima que os trabalhos levem 10 horas para serem concluidos, mas o o fornecimento so será reestabelecido por completo na manhã de quarta-feira.
Confira as localidades que ficarão sem água:
Agronomia (parte), Bom Jesus, Coronel Aparício Borges, Chácara das Pedras (parte), Glória, Jardim Botânico, Jardim Carvalho, Jardim do Salso, Vila Nossa Senhora das Graças, Mato Sampaio, Praça Baltazar de Bem, Partenon (parte), Petrópolis (parte), Santana (parte), Santo Antônio, São José, Três Figueiras (parte), Vila João Pessoa, Jardim Itu-Sabará, Parque Morumbi e Chácara Margarita.

Técnicos ressuscitam dúvidas sobre capacidade hídrica do RS 6d46j

Carlos Matsubara, Ambiente JÁ,
Especialistas em gestão de recursos hídricos, entre eles, técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), itiram ontem (22/09) que boa parte da água disponível no Rio Grande do Sul está comprometida pelo uso excessivo. Na ocasião foi apresentado o trabalho realizado pela Consultoria Biolaw sobre a situação dos recursos hídricos das 25 bacias hidrográficas do Estado.
Era uma reunião extraordinária da Câmara Técnica da Biodiversidade e Política Florestal do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) para que seus membros pudessem ouvir o que todo mundo já sabia. O Rio Grande do Sul ainda tem dúvidas se pode ou não plantar grandes extensões de eucalipto para produção de papel e celulose.
Primeiro a falar, o engenheiro civil e consultor da Biolaw, Sidnei Agra, afirmou que as conclusões do estudo recomendam cautela no licenciamento da atividade, especialmente em algumas bacias hidrográficas mais críticas. Paradoxalmente, ele sublinhou que “o mesmo não veta nenhum novo empreendimento, apenas aponta áreas mais críticas em relação ao comportamento hídrico das 25 bacias”.
O trabalho gerou diretrizes para o Zoneamento Ambiental para a Silvicultura (ZAS), e não apresenta restrições hídricas para o licenciamento da atividade nas Unidades de Paisagem Natural (UPN). “Em todo caso sugerimos que sejam solicitados estudos complementares ao empreendedor”, disse Agra.
Para retratar os possíveis efeitos de uma eventual monocultura eucalíptica no Estado, ele demonstrou que o resultado de simulações indicaram um aumento entre 24% e 76% do uso da água pela atividade silvicultura. De acordo com o especialista a bacia de maior comprimento é a de Quaraí e a de menor vazão, do Turvo.
Para a geógrafa e técnica da Fepam, Lilian Ferraro, em situações críticas o órgão ambiental já exige do empreendedor que no EIA-Rima sejam feitos estudos locais. Quando se utiliza 40% da água disponível já é um alerta em razão de períodos de estiagem. “Nesses caso a decisão (de autorizar ou não) fica a cargo dos Comitês de Bacia”, explicou. Outra situação decidida pelos comitês é quando se existe conflito no uso da água.
O pesquisador do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Carlos André Bulhões, garantiu que, se estudarmos mais, vamos descobrir que todas as árvores, especialmente o eucalipto, têm a capacidade de causar impacto em áreas onde o lençol freático está estocando água no solo. Água esta que vai “alimentar” os arroios e rios.
No Pampa, segue o professor, esses corpos d´água são os primeiros a secar em períodos de seca. “O eucalipto plantado nesses locais retira essa água com maior intensidade do que as gramíneas nativas. O eucalipto deve ser plantado em locais onde não há esse déficit de água”, ponderou.
Bulhões entende que o ZAS deveria detalhar as regiões onde se pode plantar como forma de avaliar o alcance das raízes do eucalipto na retirada de água do lençol freático.
Antônio Eduardo Lanna, doutor (PhD) em planejamento e gestão de recursos hídricos, defendeu a necessidade de mais responsabilidade nos estudos. Conforme ele, a bacia hidrográfica de Santa Maria, por exemplo, é apontada como a de maior vazão, mas sabe-se que não é homogênea. “É preciso especificar os estudos por regiões”.
Dúvida foi positiva para ambientalistas
A Fronteira Oeste, uma das áreas cobiçadas pelas empresas de celulose é justamente uma das que têm pior condição hídrica. Para o biólogo e Doutor em Ecologia, Paulo Brack, ficou claro que a região não tem condições de receber os plantios de eucalipto e que essa discussão deveria ter sido travada, há no mínimo dois anos. “Entendemos que o ideal seja a paralisação das licenças ambientais para a Silvicultura”, afirmou o membro da ONG Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (Inga).
Baseado no depoimento dos técnicos, o biólogo Ludwig Buckup, da Associação Gaúcha de Proteção Ambiental (Agapan), propôs que o Plenário do Consema reconheça que existem concretas vulnerabilidades no Rio Grande do Sul no que diz respeito ao seu balanço hídrico. “Se existem essas dúvidas quanto a água consumida pelo plantio, então devemos levar em conta o que foi dito e considerar a questão da água novamente”, justificou. O veterano ambientalista ainda se disse “ convencido que o Estado tem sim em vários lugares, vulnerabilidade no uso de suas águas.
Brack reiterou que as ONGs ambientalistas ainda aguardam retorno dos pedidos que fizeram à Fepam há alguns meses. Eles querem saber quantos hectares já foram licenciados desde o ano ado e o que foi feito dos recursos oriundos das compensações ambientais. O biólogo estima que o montante chegue a R$ 100 milhões. “Conforme a Lei , esse dinheiro deveria ser destinado a criação de Unidades de Conservação”, lamentou. Brack lembrou que não há uma UC sequer no núcleo do bioma Pampa.
Outra sugestão partiu dos Amigos da Floresta, que apesar do nome, não são bem vistos pelos ambientalistas do Consema. Mesmo assim, seu representante, Leonel de Freitas sugeriu a vinda de técnicos em hidrologia florestal para explicar melhor a questão do consumo de água pelo eucalipto.

Projeto Reviver das Águas ensina a conservar arroios de Porto Alegre 6x2g40

Trilha
Por Luiza Oliveira Barbosa

Porto Alegre registra números alarmantes da poluição que atinge os seus 27 arroios. Em 19 meses, o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) retirou mais de 100 milhões de quilos de entulhos, numa média de 5 milhões por mês.
Convencido de que o ato de jogar lixo nos arroios é reflexo da falta de conscientização, o órgão municipal tenta reverter esse quadro realizando um trabalho de educação ambiental nas escolas, através do projeto Reviver das Águas.
O projeto consiste em promover cursos e palestras de conscientização, onde é destacada a importância e o papel dos arroios nas cidades, principalmente em grandes metrópoles como a capital gaúcha onde são produzidos grandes volumes de resíduos. São trabalhadas as causas e conseqüências, como o alagamento das ruas pelo entupimento das redes pluviais, a destinação correta do esgoto cloacal (doméstico) para estações de tratamento de esgoto, os aterros sanitários, e a importância de separar, reduzir e reutilizar o lixo.
O engenheiro Francisco Pinto, diretor da divisão de conservação do DEP, informa que, de 2005 a 2007, a Educação Ambiental do departamento já atendeu mais de 42 mil pessoas entre alunos e comunidade participante das atividades. “É um trabalho de base, de longo prazo, para que as crianças cresçam conscientes”, explica.
A Escola Evaristo Flores da Cunha, na zona Sul, participa desse trabalho. A diretora Rosane Moraes ressalta que, por estar localizada dentro de uma praça, com o Guaiba nos fundos, a escola mantém um trabalho permanente com diversas formas de conscientização ambiental, não só com o DEP. “Sempre trabalhamos essa questão, para que as pessoas valorizem essa riqueza natural”, afirma.
Segundo a diretora, os alunos também participam de iniciativas do DMAE e de mutirões de limpeza da orla do Guaiba, para em seguida realizar um trabalho interdisciplinar sobre o lixo recolhido. “Eles gostam muito dos trabalhos, sabem que estão cuidando do ambiente onde moram, aprendem a valorizar a natureza e pensarem no que querem para o futuro”, diz Rosane.
Limpando os arroios
Os arroios da Capital necessitam de dragagem pelo menos a cada dois anos. De 2005 a 2007, o DEP realizou a dragagem e limpeza de arroios, valas e canais em 218.140 metros de extensão.
Na primeira fase da dragagem do Arroio Manecão, no Lami, concluída no mês de junho, foram retirados 3,9 milhões de quilos de materiais, sendo 3 milhões de quilos da foz, junto ao Lago Guaíba, e mais 900 mil quilos em 150 metros de extensão do leito. Foi a primeira vez que o Arroio Manecão recebeu dragagem. Na forte chuva do início de maio, o Arroio Manecão transbordou e alagou casas do Jardim Floresta, na Estrada do Lami.
O DEP draga o Arroio Sarandi desde o final de abril. Até o momento foram retirados 9,5 milhões de quilos de material do leito do Sarandi. Do Arroio Dilúvio, desde outubro de 2006, foram retirados 76,5 milhões de quilos de entulhos. Foram retirados 18 milhões de quilos do Canal da Vila Dique e 1,5 milhões de quilos do Canal da Ceasa, que tiveram suas dragagens concluídas.
Segundo o engenheiro Pinto, os resíduos são depositados no lixão do DMLU, ou é feito um dique natural, aproveitado para fazer reacervos”.
Como participar
O Projeto Reviver das Águas realiza palestras gratuitas nas escolas, com duração média de uma hora. As inscrições podem ser feitas pelos telefones (51) 3289-2215, 3289-2216 ou e-mail [email protected].