Garantir o a alimentos em quantidade e qualidade para todas as populações é o tema da primeira atividade do Fórum Social Temático (FST), que começa na terça-feira (24), às 8h30, com a palestra do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano, no Palácio Piratini, em Porto Alegre. Está será a primeira atividade de Graziano no Brasil após assumir o cargo. O colóquio “A importância da sociedade civil para a Segurança Alimentar e Nutricional” contará com a participação do governador Tarso Genro; do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e conselheiro do CDES nacional Alberto Broch; do presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea) do RS, Miguel Medeiros Montaña; e do conselheiro do CDES-RS, Sérgio Schneider, professor associado do Departamento de Sociologia da Ufrgs. A atividade é organizada pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social gaúcho, com apoio do Consea e da FAO. Preparando a Rio+20 O tema segurança alimentar e nutricional está entre as questões prioritárias do documento inicial da Conferência Rio+20, divulgado pela ONU no dia 10 de janeiro, que reúne contribuições de diversos países e vai nortear as discussões durante a Conferência, em junho de 2012, no Rio de Janeiro. 5x221l
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Aumenta número de famintos no mundo 5q6sx
A alta de preços dos alimentos colocou mais 75 milhões de pessoas abaixo do limiar da fome, aumentando o número de desnutridos no mundo para 923 milhões de pessoas, informou hoje a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Os elevados preços dos alimentos reverteram a tendência positiva em direção aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de reduzir à metade a proporção de pessoas com fome no mundo até 2015, segundo os últimos números divulgados pela ONU antes da sessão da assembleia Geral, que na próxima semana tratará da situação dos ODMs.
Segundo a FAO, alcançar a meta fixada na Cúpula Mundial sobre a Alimentação, em 1996, de reduzir à metade o número de famintos, é uma possibilidade ainda mais remota.
As estimativas da FAO situavam o número de vítimas de desnutrição crônica no mundo em 2003-05 em 848 milhões, com um aumento de seis milhões sobre os 842 milhões de 1990-92, número que serviu de base para fixar as metas da Cúpula Mundial da Alimentação.
A alta de preços de alimentos, combustíveis e fertilizantes agravou o problema, segundo a Organização da ONU. Os preços dos alimentos subiram 52% entre 2007 e 2008, e os dos fertilizantes quase dobraram ano ado.
Tendência preocupante
“Os efeitos devastadores da alta de preços dos alimentos no número de vítimas da fome agravam tendências a longo prazo que já são preocupantes”, afirmou Hafez Ghanem, Diretor Geral Adjunto da FAO para Desenvolvimento Econômico e Social. “A fome aumentou enquanto o mundo se tornava cada vez mais rico e produzia mais alimentos do que nunca, durante a última década”, acrescentou.
Para os compradores de alimentos – quase todas as famílias urbanas e uma grande parte das rurais – a alta de preços teve um impacto negativo a curto prazo sobre a renda e o bem-estar familiar. Os mais pobres – agricultores sem terra e famílias chefiadas por mulheres – têm sido os mais afetados.
Essas tendências negativas na luta contra a fome botam em risco os esforços para alcançar os outros Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, segundo Ghanem.
Além dos devastadores custos sociais da fome, a evidência empírica mostra impactos negativos sobre a produtividade no trabalho, a saúde e a educação, o que em última instância leva a um menor crescimento econômico em seu conjunto.
“A fome é uma das causas da pobreza, não apenas uma consequência”, afirma Kostas Stamoulis, economista da FAO. “O custo econômico da fome – acrescenta – soma centenas de bilhões de dólares anuais”.
O efeito debilitante da fome sobre a produtividade das pessoas e suas rendas leva a um círculo vicioso, segundo Stamoulis: a extrema pobreza conduz à fome, que por sua vez faz perpetuar a situação de pobreza.
Sair do círculo vicioso da fome
“Reduzir o número de pessoas com fome em 500 milhões nos sete anos que faltam para 2015 vai requerer um grande esforço mundial, acompanhado por ações concretas”, ressaltou Ghanem.
Para romper o círculo vicioso da fome e da pobreza, é preciso agir de forma urgente em duas frentes, segundo a FAO: fazer com que a população mais vulnerável tenha o a alimentos e ajudar os pequenos produtores a aumentar sua produção e renda.
Este “enfoque de mão dupla” da FAO tem como objetivo criar oportunidades para que as vítimas da fome melhorem seus meios de subsistência pela promoção do desenvolvimento agrícola rural. Também inclui políticas e programas, como as redes de apoio social, que melhoram o o direto e imediato aos alimentos.
Em Dezembro de 2007 a FAO lançou sua Iniciativa relativa ao Aumento dos Preços dos Alimentos para ajudar os países vulneráveis a botar em prática medidas urgentes para aumentar a oferta de alimentos e apoio para melhorar o o a eles.
A Iniciativa inclui projetos de emergência – previstos ou em execução – em pelo menos 78 países de todo o mundo. Entre as atividades mais urgentes estão a distribuição de sementes, fertilizantes, rações animais e outros insumos para os pequenos agricultores.
“É preciso investimentos urgentes em grande escala para fazer frente de forma sustentável aos problemas crescentes de insegurança alimentar, que afetam os pobres e os famintos”, segundo Ghanem. “Não existe um país ou instituição que possa resolver essa crise sozinho”, acrescentou.
Retorno alto
Segundo a FAO, os países mais afetados pela crise atual, muitos deles na África, precisarão de pelo menos 30 billhões de dólares anuais para garantir sua segurança alimentar e reativar sistemas agrícolas que foram abandonados por muito tempo.
Mas a redução da fome tem grandes benefícios e deveria ser uma das prioridades do desenvolvimento, insiste Stamoulis.
“Diminuir a incidência da fome no mundo melhorará muito as possibilidades de alcançar os ODMs relacionados à redução da pobreza, educação, mortalidade infantil, saúde materna e doenças”, explicou Stamoulis. “O gasto público na redução da fome é um investimento com um retorno muito elevado”, concluiu.