Em setembro e outubro deste ano, acontecem eleições para escolha de conselheiros, suplentes e delegados dos Oito Fóruns de Gestão do Planejamento. Os conselheiros representam as oito Regiões de Gestão do Planejamento (RGPs) – em que é dividido o território de Porto Alegre – no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CMDUA). Os Fóruns de Gestão do Planejamento são o canal para a população opinar sobre o planejamento urbano, fazer propostas para o desenvolvimento da região e debater projetos de empreendimentos ou atividades que provocam mudanças onde serão instalados e no dia a dia das pessoas. Por exemplo, a construção de um shopping center que vai aumentar o número de veículos na área onde será construído. Porto Alegre possui oito Fóruns Regionais de Planejamento. Cada um com delegados e conselheiros eleitos a cada dois anos. Os Oito conselheiros levam as decisões dos fóruns ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CMDUA). No CMDUA são decididas as políticas de crescimento da cidade e projetos de construções que provocam mudanças na vida da população. O Conselho Municipal tem 28 integrantes, incluindo o presidente que é o Secretário do Planejamento Municipal Márcio Bins Ely. – Nove representam a comunidade (oito são escolhidos pelos Fóruns Regionais de Planejamento e um, pelo Orçamento Participativo). – Nove representam entidades de classe, ambientais e afins do planejamento urbano, além de instituições científicas. – Nove representam Município, Estado e União. Organizadas pela Prefeitura de Porto Alegre, por meio da Secretaria do Planejamento Municipal. O processo eleitoral nos Fóruns Regionais vai ter duas etapas: No período de 12 a 27 de setembro, acontece o credenciamento dos interessados em participar como candidato ou como eleitor, nas oito RGPs. O credenciamento é realizado, das 10 às 20 horas, durante dois dias, em dois locais de cada região. Para se credenciar é necessário ter mais de 16 anos e comprovar residência na Região de Gestão do Planejamento. Os candidatos a conselheiros e suplentes devem ter idade mínima de 18 anos, comprovar residência na região que desejam representar e apresentar declaração que não exercem cargo em comissão na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, cargo eletivo municipal ou de representação em outro Conselho Municipal. Os candidatos a delegado precisam ter no mínimo 18 anos e provar que moram na região que pretendem representar. A segunda fase, quando serão realizadas as eleições propriamente ditas, acontece de 13 a 31 de outubro. O colégio eleitoral – formado pelas pessoas cadastradas na primeira etapa – escolhe os conselheiros e delegados. Confira abaixo as datas, locais e horários de cadastramento: Região 1 – (Centro) – 14 e 15 setembro das 9h às 19h (4° e 5° feira). a) CAR Centro – Siqueira Campo, 1180 – Centro Histórico. b) Secretaria do Planejamento Municipal – Av. Borges de Medeiros, 2244 – Térreo/ Fundos. Região 2 – (Humaitá/Navegantes/Ilhas e Noroeste) – 21 e 22 setembro das 10h às 20h (4° e 5° feira). a) CAR Noroeste/Humaitá/Navegantes – Av. Cairú, 721, Navegantes (terminal de ônibus). b) CAR Arquipélago – Rua Capitão Coelho, s/nº, Praça Salomão Pires de Abraão – Ilha da Pintada. Região 3 – (Norte e Eixo Baltazar) – 21 e 22 setembro das 10h às 20h (4° e 5° feira). a) CAR Eixo Baltazar – Av. Baltazar de Oliveira Garcia, 2132 (Centro Vida) – Sarandi. b) CAR Norte – Av. Bernardino Silveira Amorim, 1358 – Vila Santo Agostinho – Rubem Berta. Região 4 – (Leste e Nordeste) – 14 e 15 setembro das 10h às 20h (4° e 5° feira). a) CAR Leste – Rua São Felipe, 144 / Fundos – Bom Jesus. b) CAR Nordeste – Estrada Martim Felix Berta nº 2355 – Mário Quintana – Parque Chico Mendes. Região 5 – (Glória/Cruzeiro/Cristal) – 12 e 13 setembro das 10h às 20h (2° e 3° feira). a) CAR Glória – Av. Moab Caldas, 125 – Santa Tereza. b) Clube de Mães do Cristal / Biblioteca Comunitária – Rua Curupaiti, 915 – Cristal. Região 6 – (Centro Sul e Sul) – 26 e 27 setembro das 10h às 20h (2° e 3° feira). a) CAR Sul / Centro Sul – Av. Otto Niemeyer, 3261 – Cavalhada. b) Paróquia da Igreja Nossa Senhora das Graças – Av. Wenceslau Escobar, 2.380 esquina com a Av. Otto Niemeyer. Região 7 – (Lomba do Pinheiro/Partenon) – 12 e 13 setembro das 10h às 20h (2° e 3° feira). a) CAR Partenon – Av. Bento Gonçalves, 6670 – Agronomia. b) CAR Lomba do Pinheiro – João de Oliveira Remião, 5450. Região 8 – (Restinga e Extremo Sul) – 26 e 27 setembro das 10h às 20h (2° e 3° feira). a) CAR Restinga e Extremo Sul – Rua Antônio Rocha Meireles Leite, 50 – Restinga. b) Posto Avançado Extremo Sul – Av. Juca Batista, 10.400 (Capatazia Belém Novo do DMLU) – Belém Novo. Confira abaixo a lista das regiões e os respectivos bairros: Região 01 (Centro): Marcílio Dias, Floresta, Centro Histórico, Auxiliadora, Moinhos de Vento, Independência, Bom Fim, Rio Branco, Mont’ Serrat, Bela Vista, Farroupilha, Santana, Petrópolis, Santa Cecília, Jardim Botânico, Praia de Belas, Cidade Baixa, Menino Deus, Azenha. Região 02 (Humaitá/ Navegantes/ Ilhas e Noroeste): Farrapos, Humaitá, Navegantes, São Geraldo, Anchieta, São João, Santa Maria Goretti, Higienópolis, Boa Vista, o D’Areia, Jardim São Pedro, Vila Floresta, Cristo Redentor, Jardim Lindóia, São Sebastião, Vila Ipiranga, Jardim Itú, Arquipélago. Região 03 (Norte e Eixo Baltazar): Sarandi, Rubem Berta, o das Pedras. Região 04 (Leste/ Nordeste): Três Figueiras, Chácara das Pedras, Vila Jardim, Bom Jesus, Jardim do Salso, Jardim Carvalho, Mário Quintana, Jardim Sabará, Morro Santana. Região 05 (Glória/ Cruzeiro e Cristal): Cristal, Santa Tereza, Medianeira, Glória, Cascata, Belém Velho. Região 06 (Centro Sul e Sul): Camaquã, Cavalhada, Nonoai, Teresópolis, Vila Nova, Vila Assunção, Tristeza, Vila Conceição, Pedra Redonda, Ipanema, Espírito Santo, Guarujá, Serraria, Hípica, Campo Novo, Jardim Isabel. Região 07 (Lomba do Pinheiro/ Partenon): Santo Antonio, Partenon, Cel. Aparício Borges, Vila João Pessoa, São José, Lomba do Pinheiro, Agronomia. Região 08 (Restinga/ Extremo Sul): Restinga, Ponta Grossa, Belém Novo, Lageado, Lami, Chapéu do Sol. 5sj5w
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Edgar Morin apresenta alternativas à crise mundial l493r
Cláudia Dreier*
Contextualização e exemplos pontuais marcaram a palestra de Edgar Morin que aconteceu na segunda-feira, 08 de agosto, integrando a programação Fronteiras do Pensamento em 2011. Com 90 anos e um mês exatos, o francês tem como valores principais o amor e o conhecimento. Ele aponta soluções para a crise atual a partir de suas pesquisas e vivência ao longo da História.
Segundo Morin, a crise econômica iniciada em 2008 colocou em xeque o modo de conhecimento que fragmenta as várias disciplinas, impedindo a compreensão dos problemas globais. Para entender o que acontece é fundamental conhecer o processo de globalização cada vez mais acelerado pela modernidade. “Não sabemos o que se a e é isso que se a. A crise econômica atual resulta de uma crise da sociedade moderna, da sociedade tradicional, da democracia, do pensamento, em fim, uma crise geral da humanidade.”
Dois lados da globalização
O francês considera a mundialização como a pior das coisas possíveis e, ao mesmo tempo, a melhor delas. Integrando o primeiro aspecto, ele lista o desenvolvimento da técnica que constrói fantásticas armas de destruição de massa e que gera a crise ambiental. “Mesmo com toda técnica desenvolvida somos incapazes de frear esta crise. Um dos problemas está nos Estados Nacionais, agora incapazes de manter as promessas feitas à população”. Ele propõe que os Estados Nacionais associem-se entre si para que possam ficar protegidos. “A ONU tem pouca força para decisões em esfera planetária que envolvam a questão armamentista e o necessário cuidado com a biosfera”.
Morin discorre sobre as ameaças à civilização utilizando uma metáfora. “No século XX um monstro, uma espécie de polvo gigante com muitos tentáculos, amedrontava a humanidade: era o totalitarismo exemplificado no nazismo e no fascismo. Com a queda do comunismo despertou um novo polvo: o do fanatismo e do maniqueísmo, de cunho étnico e religioso. A partir da abertura econômica da China e do Vietnã, ganha força o polvo da economia globalizada, do capitalismo financeiro que é mais poderoso do que o Estado Nacional”. Como exemplo recente, ele cita o caso dos EUA, no qual uma agência abaixou a nota dos americanos e os demais países vêem-se incapazes de contornar a crise mundial.
Para o francês, o aspecto positivo da globalização é unir os povos na mesma comunidade, no mesmo destino ao viverem perigos semelhantes, o que cria condições para surgir um novo mundo. “O desafio é inventar uma sociedade global sem o modelo dos Estados Nacionais. Há outra sociedade a ser criada.” Ele enfatiza a importância da palavra “pátria” que reúne os conceitos paterno e materno na mesma expressão. O amor de mãe e o e dado pelo pai geram a idéia do Estado que fraterniza, tem nos seus cidadãos filhos que devem tratar-se como irmãos. “O grande desafio é edificar uma terra-pátria que respeite as comunidades.”
Componente aleatório
Para Morin existe um componente aleatório na história da vida e da civilização, exemplificado pela origem do regime de governo preponderante nos Estados Nacionais. No século quinto antes de Cristo, a cidade de Atenas, berço da democracia, resistiu ao primeiro ataque dos persas com o auxílio dos soldados de Esparta. No segundo confronto, ela foi arrasada. Ao regressar da batalha, os barcos da frota inimiga foram afundados no Peloponeso, assim Atenas pode reerguer-se e a democracia persistiu por mais 50 anos. Na Era Moderna, este regime foi ressuscitado nas cidades italianas, belgas e na Revolução sa. E o improvável aconteceu: a democracia, criada em uma pequena cidade grega, estabeleceu-se como uma característica da sociedade vigente.
“Mas como é possível mudar o caminho, como parar um trem desenfreado em direção à catástrofe?” questiona ele, voltando à crise atual. “Em vários momentos a sociedade humana mudou de rumo graças a um indivíduo e a um pequeno grupo a ele associado.” Morin cita Buda, Maomé e Jesus Cristo. Este, após a pregação, em dois ou três séculos teve sua doutrina transformada na religião do Império Romano. “Isso aconteceu graças a Paulo que teve uma revelação no caminho para Damasco, permitindo universalizar a mensagem: não há judeus nem gentios, homens ou mulheres, a palavra é dirigida à humanidade tornando o cristianismo a grande religião.”
Morin aponta exemplos semelhantes para a ciência moderna, referindo-se a Galileu, Descartes e Bacon, e para os modelos sociais citando os criadores do Comunismo e do Anarquismo. “As mudanças são possíveis, começam moderadamente. Se o sistema não trata dos problemas fundamentais, ele se desintegra, mas é possível que, de algum modo, com criatividade este mesmo sistema seja metamorfisado gerando um novo sistema.”
Metamorfose
Segundo o francês, os sistemas na Terra respondem aos problemas de três maneiras: regridem a um estágio anterior, desintegram-se ou am por uma metarmorfose. “Temos na borboleta um belo exemplo. Quando se rompe o casulo da larva, o mesmo ser a a ter asas e alimenta-se diferentemente de quando estava enclausurado.” Morin lembra que o próprio ser humano, quando no ventre materno, é um ser aquático.
“A história humana é uma história de metamorfoses.” Morin enfatiza que as pequenas sociedades de centenas de indivíduos, viáveis ecologicamente, tiveram diferentes estágios de evolução para se transformarem em grandes cidades e civilizações como as dos Astecas e Incas, na América. “Esta metamorfose específica vai desagregando os valores da comunidade no seu processo de crescimento.”
Atualmente, na França fala-se em desglobalização, pois a mundialização destruiu as realidades regionais e a solidariedade típicas da vida comunitária. “Busca-se agora sair deste processo, estimulando as trocas que possibilitem uma nova sociedade.” O palestrante defende o pensamento binário, onde coexistam a globalização e a desglobalização. “Podemos manter os pontos positivos da globalização, preservando as culturas nacionais e a agricultura de subsistência do país para garantir os alimentos da nação sem precisar importá-los. É preciso ter a virtude de proteger as comunidades locais.”
Outra proposta de Morin é trocar o desenvolver pelo envolver. Enquanto o primeiro promove o crescimento econômico material, destrói a solidariedade, traz a corrupção política e a tecnologia destrutiva; o segundo mantém o sistema unido, fortalece a comunidade, a cultura e a identidade. Aceita o que vem de fora, respeitando os aspectos de cada cultura, fazendo uma simbiose entre o Ocidente e as antigas culturas tradicionais.
Alternativas
Baseada no desenvolvimento material, a Sociedade Ocidental carece de hospitalidade, de cortesia e de uma maior harmonia com a natureza. Para alterar este quadro, Morin propõe um decrescimento econômico e energético em prol do florescimento de uma economia verde, remodelando as cidades para torná-las humanas e áveis. “Precisamos de uma economia solidária e verde que vença o lucro.”
No decorrer da palestra, ele cita várias iniciativas que promovem a humanização de comunidades carentes e ressalta a falta de conexão entre elas, sugerindo que a internet possa ter um papel fundamental nesta necessária comunicação. Ele propõe reformas na agricultura convencional que traz mais males do que benefícios. “Também precisam ser revistas, além da pecuária moderna, a consciência de mundo e a educação.”
Referindo-se ao processo educativo, Morin cita Rousseau. “Educar é ensinar a enfrentar os problemas da vida, a ter compreensão humana, a encarar as incertezas e as armadilhas do conhecimento”. Uma nova idéia de mundo está relacionada à reforma da educação e do pensamento. As vidas cronometradas e monótonas também podem ser modificadas para originarem maior autonomia e maior experiência de comunidade.
“Devemos viver a vida de maneira polarizada em prosa e em poesia. Em prosa fazemos o que somos obrigados, o que pode cansar e entristecer, mas é necessário para ganhar o pão. Em poesia temos o que realmente nos faz vive:r o amor, a amizade, a comunhão, a dança, o lúdico.” Desenvolver o poético da vida permite reformá-la e construir a partir do outro. “O outro é diferente e semelhante a nós por possuir a mesma capacidade de sofrer, sorrir, amar, pensar e refletir.” Ele ressalta que primeiro é preciso conhecer a si mesmo para evitar transferir as próprias fraquezas para o comportamento do outro que deve ser apreciado como se estivesse em uma tela de cinema. “Lá aplaudimos um mendigo, um operário se este for vivido por Charles Chaplin”.
Ao “bem estar” que remete a aquisição de objetos materiais, Morin contrapõe a proposta de “bem viver”, citando Evo Morales. Esta propõe-se a ensinar um novo viver e também auxiliar o outro a viver bem. “Uma reforma deve incluir tanto a vida social quanto a individual, uma reforma isolada não dá certo. Um exemplo claro disto é a Revolução Comunista de 1917 incapaz de criar um sistema semelhante à sua ideologia. Aquilo que foi criado ficou pior do que existia anteriomente e emplodiu em 70 anos, dando lugar ao capitalismo e a religiões mais poderosas do que as sufocadas no início do século.”
Morin apresenta-se otimista acreditando que exista salvação para continuar a aventura da humanidade, para ele a História é uma sucessão de crises e nelas aumentam as incertezas. “Como respostas nos períodos conturbados podemos encontrar a solução em algo novo, regredir ao ado ou acharmos um bode expiatório.”
Nas suas últimas palavras, ele afirma que “toda transformação cultural também é mental e psicológica. A esperança é como um fermento para a transformação e a metamorfose. Todas as reformas intersolidárias, são como córregos que se unem para formar rios os quais se juntam até chegar a um Amazonas. Assim se forma um novo caminho e o antigo desintegra-se.” Ele recomenda copiar o modelo dos adolescentes que têm como aspirações a maior autonomia e a maior vivência em comunidade.
“Hoje, o melhor da humanidade pode se desenvolver no Brasil, pois aqui existe uma simbiose entre diferentes povos e nações. Eu mesmo penso algumas vezes em me mudar para o Brasil”, conclui Morin despertando risos na platéia do Salão de Atos da UFRGS e no jornalista Juremir Machado da Silva, que apresentou o palestrante francês.
*Jornalista e geógrafa. Texto originalmente publicado no Informativo Fundação Gaia.
A Revolução Eólica (17) – CHINA NO CAMINHO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS 461e6
Pesquisadores da China, principal fornecedor de turbinas eólicas e paineis solares, trabalham para baratear o custo da utilização destas e de outras fontes renováveis de energia, conseguir que sejam mais eficientes e aumentar sua proporção na matriz energética deste país.
A China deu um grande salto até ficar à frente no setor de energias alternativas, mas é necessário maior investimento do governo se deseja brilhar nessa área, afirmam numerosos especialistas.
O professor Zhao Xingzhong, da Faculdade de Física da Universidade de Wuhan, pesquisa sobre células solares sensíveis à cor, uma alternativa mais eficiente e barata do que a habitual tecnologia fotovoltaica de semicondutores em estado sólido. As implicações práticas são evidentes, afirmou. “O processo de produção de células solares sensíveis à cor não produz dióxido de carbono, isto é, não causa contaminação ambiental”, disse Zhao à IPS. “Além disso, elas custam um quinto do valor dos semicondutores tradicionais fabricados com silício cristalino”, acrescentou. Sua equipe de pesquisa é única neste país e no mundo, mas ele afirma que o apoio do governo está longe de ser suficiente.
Coreia do Sul e Japão, segundo Zhao, investiram no total US$ 1,6 bilhão em tecnologia solar de terceira geração desde 2000. Na China, houve apenas cinco projetos locais na última década, sendo que cada um recebeu US$ 4,5 milhões. “É difícil superar o gargalo tecnológico pela falta de recursos econômicos”, lamentou. Nos últimos anos, a China se converteu no maior produtor de tecnologia para o setor de energias renováveis, superando os Estados Unidos na quantidade de turbinas eólicas e paineis solares fabricados.
A companhia Ernst & Young considerou, em setembro, este país como o melhor lugar para investir nessa área. As empresas chinesas, lideradas pela Suntech, com sede em Jiangsu, concentram um quarto da capacidade de produção de paineis solares e aumentam com rapidez sua participação no mercado, baixando os preços graças às fábricas de grande escala e ao seu baixo custo.
Em matéria de energia eólica, as empresas locais aumentaram com rapidez sua participação no mercado nos últimos anos, após a decisão do governo de aumentar os requisitos para associar-se com estrangeiros e de introduzir novos e grandes subsídios e outros incentivos para as companhias chinesas do setor. Em 2009, eram 67 fornecedores chineses de turbinas. A participação de empresas estrangeiras no mercado caiu de 70% para 37% nos últimos cinco anos. No entanto, a maioria das peças produzidas pelas companhias chinesas se baseiam em tecnologia desenvolvida no exterior, com escassa atenção para a inovação local no setor de energias alternativas.
A bioenergia pode ser utilizada para melhorar o padrão de vida nas áreas rurais, disse Wang Mengjie, subdiretor da Sociedade de Energia Renovável da China e ex-vice-presidente da Academia de Engenharia Agrícola. Wang trabalha em projetos para fornecer aos agricultores equipamentos capazes de transformar o lixo orgânico em biogás e fertilizantes.
A quantidade de usinas para produzir biogás nas zonas rurais da China superou os 35 milhões no final de 2009, as quais produzem mais de 12,4 bilhões de metros cúbicos ao ano, segundo o Ministério da Agricultura. O governo aumentou o orçamento para o biogás nos últimos anos para mais de US$ 754 milhões em 2009, em relação aos US$ 337,2 milhões em 2006 e 2007.
Entretanto, a China ainda tem de superar obstáculos tecnológicos na indústria da biomassa, disse Wang. “Em termos de tecnologia para óleo combustível de origem orgânica, países como Estados Unidos e Alemanha estão na frente, enquanto a China encontra-se em uma etapa incipiente”, explicou. Este país “não tem normas nem políticas definidas em matéria de energia a partir da biomassa. No contexto atual, não há possibilidades de as iniciativas se desenvolverem mais”, acrescentou.
A china
O interesse da China nas energias renováveis se deve ao fato de ser uma oportunidade de negócios, dizem os críticos. A maior parte da produção é vendida para o exterior. Este país ainda não alcançou os Estados Unidos em termos de produção de energia renovável. Além disso, é o maior consumidor de carvão do mundo e, estima-se, queimará 4,5 bilhões de toneladas em 2020, segundo a istração Nacional de Energia.
O carvão continuará ocupando dois terços da capacidade energética da China em 2020, mas o governo prometeu investir milhares de milhões de dólares para desenvolver as energias eólica, solar e nuclear. A Assembleia Popular Nacional, o órgão legislativo da China, obriga as empresas de eletricidade a comprar 100% da produção dos geradores de energias renováveis.
As fontes de energia que emitem pouco carbono representaram mais de um quarto da matriz energética chinesa no final de 2010, informou a agência estatal de notícias Xinhua, com base em estatísticas oficiais divulgadas em abril. Os dados mostram que se espera que as energias hidráulica, nuclear e eólica geraram, em seu conjunto, 250 gigawatts em 2010, e a derivada do carvão 700 gigawatts.
Por Mitch Moxley, IPS, Envolverde, 3/1/2011
Estiagens no RS: conhecidas e diagnosticadas há 80 anos 4g1p
Em 1942, quando ainda não se falava em La Niña, o geólogo Mariano Sobrinho, professor da UFRGS e técnico do governo estadual, coordenou um grupo de pesquisa que avaliou e propôs soluções para as secas periódicas que atingem algumas regiões do Rio Grande do Sul, principalmente na Fronteira Oeste.
Com base em dados meteorológicos e estatísticas econômicas, os pesquisadores constataram que o fenômeno aparece desde os primeiros registros, cerca de 100 anos antes.
Em períodos de seis ou sete anos, a estiagem se manifesta com mais intensidade, causando enormes danos econômicos e incômodos às populações.
As soluções então propostas são praticamente as mesmas de agora: pequenos açudes, poços artesianos, pequenas obras de irrigação.
Nao resolveriam o problema, mas atenuariam em muito seus piores efeitos. Em quase 80 anos, o governo do Estado ainda não fez o que seus técnicos recomendaram – e que, como se vê agora, estavam certos.
Hoje não se encontra sequer cópia do estudo do professor Mariano Sena Sobrinho na biblioteca do Departamento de Produção Mineral. Mineiro, formado em Ouro Preto, ele foi um dos fundadores da geologia no Rio Grande do Sul.
Petrobras novamente dona da Refap 5o3d40
A Petrobras anunciou esta manhã que fechou acordo com a Repsol para compra da participação de 30% que a petroleira espanhola detém na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). O negócio foi fechado em US$ 850 milhões, dos quais US$ 350 milhões em dinheiro e US$ 500 milhões em dívidas já consolidadas dentro da estatal brasileira.
O acordo significa a retomada de 100% do controle da refinaria pela Petrobras. Uma troca de ativos entre Repsol e Petrobras dera à companhia hispano-argentina uma fatia no controle da refinaria gaúcha, que se transformou em Refap AS em 2001.
O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em café da manhã com jornalistas na sede da Petrobrás, comentou que um dos problemas recentes enfrentados na Refap foi que a Repsol discodava da necessidade de instalar um novo equipamento para produção de diesel com 50 partes por milhão de enxofre, atendendo a acordos fechados com o governo brasileiro para produção de óleo diesel menos poluente. “A licitação já foi feita e agora poderemos implantar os contratos”, disse Costa.
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Biodiversidade em palestra 2c3i
Hoje, 21/7, das 18h as 19h30, acontece a primeira palestra do ciclo O Uso Sustentável da Biodiversidade, no Museu da UFRGS (Av Osvaldo Aranha, 277), com entrada franca.
A promoção é do Instituto Curicara (curicara.org.br), do Museu e do Centro de Ecologia da UFRGS. Mais informações pelos telefones 3308-3390 ou 3308-4022.
Qual será o destino da casa dos Lutzenberger? 5n5e5v
A casa em que nasceu e viveu José Lutzenberger, na rua Jacinto Gomes, está
fechada desde que ele morreu, há oito anos. Numa edícula, no quintal da
casa de três pavimentos ainda funciona um escritório da Fundação Gaia, por
ele fundada.
Mas agora tudo vai mudar. A Fundação Gaia, presidida por Lara, a filha
mais moça de Lutz, vai transferir todas suas atividades para a sede em
Pântano Grande, o Rincão Gaia, a 125 quilômetros de Porto Alegre.
E a casa, projetada e construída em 1926 pelo arquiteto José Lutzenberger,
pai do ambientalista, provavelmente será alugada, para alguém que se
disponha a reformá-la, pois toda a estrutura de madeira está comprometida.
O empresário Cerilo Vallandro, proprietário do Bar Cerilo, vizinho da
esquina com a rua Venâncio Aires, já fez uma proposta. O interesse dele
não é o imóvel, mas o quintal, para ampliar o estacionamento com entrada
pela Jacinto Gomes.
Vallandro concorda em alugar tudo e até arrumar a casa. Não seria uma
reforma completa, apenas o suficiente para que possa sublocá-la e, com
isso, recuperar o investimento a ser feito.
O negócio ainda não saiu porque as herdeiras de Lutz exigem aprovar cada
candidato a sublocador que apareça e o uso a ser dado ao imóvel. A
contraposta do empresário é que elas apresentem uma relação das ocupações
que vetariam. Como tem planos de aumentar o restaurante, ele acha
importante ampliar o estacionamento.
Naturalmente, os ambientalistas não aprovam a idéia, especialmente os
contemporâneos de Lutz. Mas nada podem fazer para impedir o fim do jardim,
já que o imóvel é particular e não tem nenhuma ligação formal com Fundação
Gaia. Tampouco podem preservar o jardim ou, por exemplo, abri-lo à
visitação pública. (Patricia Marini)
Gigantes da indústria assinam "pacto pela sustentabilidade" 194z28
Não tem precedente no Brasil o “Pacto pela Sustentabilidade” que o Wal Mart firmou esta semana com 18 dos seus maiores fornecedores – gigantes como a Ambev, Unilever, Golgate/Palmolive, Coca-Cola, Nestlé – que no conjunto representam quase 15% do PIB brasileiro.
Pela primeira vez no país, os maiores grupos industriais, sob a liderança de uma cadeia de varejo, uma das três maiores, se comprometem com metas de longo prazo para redução dos impactos ambientais ao longo da cadeia de seus produtos.
O compromisso implica também não adquirir produtos de áreas de desmatamento ilegal ou que envolvam trabalho escravo.
“Isso é o que todas as empresas deviam fazer”, disse o ministro Carlos Minc, do Meio Ambiente, no evento que lançou o pacto, terça, 23, em São Paulo.
O diretor-geral do Greenpeace no Brasil, Marcelo Furtado, lembrou a atitude das três maiores redes do varejo – Wal Mart, Pão de Açúcar e Carrefour – que suspenderam as compras de carne de fazendas em áreas de desmatamento ilegal, medidas também sem precedentes. “Estamos diante de uma mudança de padrão”, disse.
Era a primeira vez também que um representante do Greenpeace falava numa reunião de grandes empresários.
Hector Nunez, presidente do Walt Mart Brasil, disse que “estamos diante de uma nova economia, precisamos reinventar a maneira de fazer negócios. Os impactos ambientais não podem mais ser ignorados”.
“Onda Verde para veio ficar”
Andrew Winston, professor de Yale e consultor de empresas, é co-autor de “Green to Gold”, traduzido no Brasil por “O Verde que Vale Ouro”, livro que anuncia uma “nova era” na maneira como as grandes empresas estão encarando as questões ambientais.
Junto com Daniel Esty, também de Yale, Winston pesquisou e entrevistou centenas de grandes executivos e diz ter percebido uma “onda verde” se expandindo no ambiente das grandes corporações.
A Walt Mart é uma das primeiras e está na vanguarda, segundo Winston. Mas não está sozinha. “Incorporar a sustentabilidade é estratégia dos negócios e é uma necessidade que todos estão percebendo”, diz ele.
A ideia convencional de que preservação significa custo, segundo Winston, foi superada pela emergência dos desafios ambientais.
Um marco nesse processo foi o furacão Katrina que arrasou arrasou New Orleans, em 2004. Naquele momento se aguçou a percepçao sobre as mudancas climáticas e as consequências da devastação ambiental.
Confrontadas com a gravidade da situação, as empresas estão agindo e descobrindo que “o verde não é incompatível com o lucro”.
Ao contrário, a busca da sustentabilidade, via inovação e criatividade, pode representar uma “ecovantagem” para as empresas que saírem na frente.
A Wal Mart foi uma das primeiras. Desde 2005 ou a incluir a sustentabilidade na sua estratégia de negócios nos Estados Unidos.
Agora está expandindo essas práticas para os outros países onde atua. Na China, já reuniu mil fornecedores em outubro do ano ado, em Beijin, para dar inicio a um programa de sustentabilidade. No Brasil, construiu em outubro também o seu primeiro supermercado ecoeficiente, no Rio De Janeiro.
A possibilidade de que a adesão ao verde seja apenas uma fachada, um lance de marketing, esbarra, segundo Winston, no comportamento dos consumidores que estão cada vez mais conscientes e mais atentos.
Fazer um discurso verde e continuar com as práticas antigas seria um risco muito grande para uma empresa e Winston cita, em seu livro, vários casos de grandes prejuízos sofridos por companhias que descuidaram das boas práticas ambientais e sociais.
Não só os consumidores, os próprios funcionários das empresas estão a exigir e fiscalizar, mas também os acionistas, as ongs e as organizações comunitárias. “Isso é o que está mudando as empresas.”
O livro foi lançado em 2006 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil no ano ado.
Principais metas definidas no pacto
Os signatários do Pacto pela Sustentabilidade se comprometem em reduzir os impactos em todas as etapas da produção – fontes de matéria-prima, embalagens, emissões de gases no transporte – para formar uma cadeia de suprimentos sustentável.
O compromisso inclui também não comprar produtos com vícios de origem, vindos de áreas de desmatamento, envolvendo trabalho escravo, ou empresas irregulares.
Metas definidas:
– Reduzir em 70% o fosfato nos detergentes para lavanderia e cozinha até 2013;
– Oferecer produtos de lavanderia no mínimo duas vezes mais concentrados até 2012;
– Oferecer pelo menos um produto orgânico por categoria de alimentos ate 2012;
– Estimular as vendas de produtos com diferencial em sustentabilidade;
– Apoiar e estimular o desenvolvimento de produtos de ciclo fechado.
Redução de Resíduos (lixo zero)
– Reduzir embalagens em ate 5% ate 2013;
– Implantar o Packaging Scorecard ate 2009;
– Reduzir o consumo de sacolas plásticas em 50% ate 2013.
Campanha para reduzir sacolas plásticas
No final do ano ado, o Wal Mart lancou um programa inédito no varejo brasileiro, dando ao cliente o credito de R$ 0,03 por sacola plástica não utilizada.
A meta da companhia é reduzir em 50% o uso de sacolas plásticas até 2013.
Em vigor em todas as lojas do Nordeste e do Sul (mais de 260 unidades), o programa já recolheu mais de 3 milhões de sacolas e concedeu mais de R$ 100 mil em descontos para os clientes.
Por outro lado, a rede estimula o uso de sacola retornável, oferecendo um modelo a R$ 2,50, feita em algodão cru com capacidade para até 35 quilos. Desde o lançamento, hÁ um ano, já foram vendidas mais de 2 milhões de sacolas.
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A WM está há 14 anos no Brasil. Tem 348 unidades em 18 Estados, sendo 95 no Rio Grande do Sul, o que tem maior número de lojas. No ano ado faturou R$ 17 bilhões, crescendo 13% em relação ao ano anterior. Investiu R$ 1,2 bilhão, quantia que este ano vai se elevar para 1,6 bilhão, o maior investimento da empresa desde que chegou ao país, que vai resultar em dez mil novos empregos.
No mundo, a rede tem 7.900 unidades, sendo 4.258 nos Estados Unidos, 1.197 no México e 243 na China. Está em 15 países.
Tem 2 milhões de funcionários, 100 mil fornecedores e 200 milhões de clientes.
Greenpeace e empresas trocam aplausos em evento pela sustentabilidade 2c4j64
Elmar Bones, de São Paulo
O orador mais aplaudido no lançamento do “Pacto pela Sustentabilidade” promovido pela Walt Mart, em São Paulo, foi o diretor geral do Greenpeace no Brasil, Marcelo Furtado.
Ele não escondeu a surpresa e agradeceu a oportunidade de falar num evento como aquele.
Na platéia, a maioria representada por seus presidentes, estavam 300 empresas – Coca Cola, Ambev, Unilever, Cargill, Bung, Colgate, Friboi – e outras 200 ongs.
No palco, onde pela manhã ara o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, estavam os presidentes da Fundação Akatu e do Instituto Ethos.
Furtado saudou os empresários pela apoio ao relatório “A Farra do Boi” que o Greenpeace divulgou no inicio de junho, denunciando a pecuária predatória na Amazonia.
Disse que a decisão da Associação Brasileira de Supermercados de recomendar o corte dos fornecedores denunciados representa “uma mudança de padrão”.
No final, para demonstrar que o Greenpeace não é mais só “chute na canela”, disse que faria “uma coisa que vocês acham que a gente não sabe fazer”, e encerrou batendo palmas. O auditorio retribuiu com entusiasmo.
O Pacto de Sustentabilidade que os 20 maiores fornecedores do Wal Mart, gigantes de todos os setores, am, é um compromisso com metas de “ecoeficiência” (redução de resíduos, menor consumo de energia, embalagens menores, substituição de sacolas de plástico) e uma condenação a “práticas degradantes” como o desmatamento ilegal e o trabalho escravo. (continua)