Unidade móvel vai vacinar e esterilizar animais x2w6e

Numa demonstração de sensibilidade para a causa animal, a Prefeitura anunciou nesta segunda feira, 10, o acordo firmado entre a Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda), e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) “para tratar da saúde dos animais domésticos que vivem nas comunidades em condições de vulnerabilidade”. A partir do dia 21 de outubro um motor home (Unidade Móvel) doado pela Associação dos Transportadores de ageiros (ATP) começa a operar “totalmente equipada para realizar exames laboratoriais e nutricionais, procedimentos pré-operatórios e esterilização de cães, gatos e cavalos”.  O trabalho envolve, ainda, a conscientização das comunidades sobre a necessidade de evitar proliferação animal e de utilizar o serviço 156 da prefeitura para denunciar maus tratos. O projeto, chamado de Unidade Móvel I, envolverá em torno de 50 pessoas, entre técnicos da Seda e professores e alunos da Faculdade de Veterinária da Ufrgs, tanto na parte de saúde pública, como no levantamento do número de animais abandonados. Pelo convênio, na primeira fase do projeto, as vilas Chocolatão, Santa Terezinha e Bernardino Silveira Amorim e os loteamentos Arco Íris e Bela Vista irão receber a Unidade Móvel. O prefeito destacou a importância da parceria com a Universidade que dá credibilidade e respaldo científico para o projeto. De acordo com Fortunati, o acordo marca uma nova etapa nos trabalhos da Seda e da cidade. “Não se trata unicamente de tratar da saúde animal, mas de um olhar diferenciado sobre a qualidade de vida de Porto Alegre”. Carlos Alexandre Netto, reitor da Ufrgs, ressaltou que com esta parceria a instituição está cumprindo sua missão de proporcionar atendimento in loco com seus melhores quadros. Ele agradeceu também à primeira-dama por ter oferecido este desafio à universidade, “certo de que este é o primeiro de uma série de convênios que serão firmados para defender os direitos dos animais”. O projeto tem dois objetivos essenciais: saúde pública e educação. “A partir de agora nosso trabalho terá caráter científico que possibilitará um levantamento do número de animais que vivem nas ruas, e quais suas reais condições de sobrevivência, um acompanhamento de saúde e a castração para evitar a superpopulação na Capital”, destacou a primeira-dama Regina Becker, voluntária responsável pela Seda. 2p4pk

Cinco gatinhos em perigo 373n1l

O telefone tocou insistentemente na redação. Eram moradores de um edifício da rua Paisandu querendo que alguém vá resgatar cinco gatinhos – é a tão perseguida interatividade do leitor com o seu jornal favorito.

Nossa reportagem foi lá. Deu pra constatar que alguém sem coração anda por aí. Alguém com coragem para abandonar cinco gatinhos no meio de um monte de lajotas frias no estacionamento do edifício 305 da rua Paisandu, no Partenon.
Os bichos estão lá desde que nasceram, quase no início de maio. Veio o frio, e os cinco gatinhos ali, aninhados em si mesmos, entre as pedras. Foi a empregada de um morador que descobriu a ninhada – ouviu o choro e mandou o patrão, seu Erno, conferir.
Em todos estes dias desde a descoberta da ninhada poucos viram a mãe dos bichanos: a velha gata mãe deles é uma vadia que aparece de vez em quando pra lhes oferecer as tetas. Bem ou mal, não dá pra dizer que eles estejam abandonados, porque estão gordinhos.
Seu Erno botou apenas um pedaço de pano branco do tamanho de um guardanapo para que eles fiquem em cima. A filha dele se condoeu dos bichinhos e apenas uma vez em 15 dias levou pra eles um pires de leite – sua única refeição humana neste início de vida.
Nossa repórter não conseguiu apurar o sexo dos gatinhos – não foi possível levantar nenhum deles pra saber se tinha pipi. Ela notou as cores. Um é branco, outro é preto, dois malhados cinza com preto e o último é cinza.
Na visita da nossa repórter hoje à tarde deu para notar que o branquinho não se mistura com os irmãos – e os quatro, mais espertos, se encostam uns nos outros pra ganhar calor.
Um depoimento sobre a mãe, dada pelos moradores do prédio: ninguém conhece a gata pessoalmente. Sabem que ela é arisca, que rola pelos muros da redondeza em busca de comida. O pai, ninguém sabe quem é.
Os gatinhos parecem gostar de ficar atrás das pedras – pra tirar uma foto deles foi preciso meter a mão no buraco.
Seu Erno quer que alguém de alguma entidade defensora de animais e por lá e recolha a bicharada, antes que a vizinhança de canse deles e jogue tudo na calçada pro caminhão do lixo. (Com reportagem de Daniela de Bem)