A Braskem, braço do grupo Odebrecht que controla a petroquímica brasileira, venceu a parada com a Petrobras, sua sócia e fornecedora estatal. A Braskem ameaçou paralisar o polo do Rio Grande do Sul se a Petrobras não cedesse e não mantivesse o atual contrato, pelo qual a estatal subsidia a matéria-prima importada (nafta) que entrega para o monopólio privado. Eis a nota que a Braskem distribuiu no início da noite: NOTA À IMPRENSA A Braskem informa que assinou com a Petrobras um aditivo ao contrato de nafta petroquímica com vigência até o fim de fevereiro de 2015. As condições atuais foram mantidas e o preço será ajustado retroativamente a 1º de setembro de 2014, na do novo contrato. Este aditivo evitou a paralisação iminente da produção de centrais petroquímicas, o que traria graves consequências ao setor químico e petroquímico brasileiro. A Braskem segue empenhada na identificação de uma solução estrutural que permita a de um contrato de longo prazo com a Petrobras que assegure a competitividade da indústria química e petroquímica brasileira. 535hq
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Braskem, o “braço privado” da Petrobras na petroquímica 3x7310
Já está nos blogs especializado: a Petrobras pretende ceder à Braskem o controle (60% das ações) da Petroquímica de Suape, que está em construção em Ipojuca, no litoral pernambucano. “A expectativa é que as conversas avancem no primeiro trimestre de 2012, quando as três unidades industriais da petroquímica iniciarão suas atividades”.
O Grupo Vicunha, que estava na parceria, recuou. O objetivo declarado da Petrobras é permanecer como minoritária, com 40% do negócio. Os investimentos feitos pela estatal chegam a R$ 5 bilhões.
A Braskem já é sócia da Petrobras, com 60%, no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e no Polo Petroquímico do Rio Grande do Sul.
“No total, a Petroquímica Suape reúne três unidades industriais integradas: uma para produção de 700 mil toneladas por ano de ácido tereftálico (PTA), outra para produzir 420 mil toneladas anuais de polímeros efilamentos de poliéster, e uma terceira, que fabricará 450 mil toneladas por ano de resinas para embalagem PET, todas com início da produção comercial previsto para o primeiro trimestre de 2012”.
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Copesul sente a crise e reduz produção em 45% 404p49
Elmar Bones
A Braskem anunciou uma redução de 45% na produção de eteno, a matéria prima de toda a cadeia petroquímica. O corte atinge as duas centrais de insumos básicos da empresa, em Camaçari, na Bahia, e Triunfo, no Rio Grande do Sul.
A capacidade de produção das duas centrais é de 2,5 milhões de toneladas/ano.
Desde que começou a operar, há 25 anos, só nos primeiros anos de funcionamento, quando o pólo tinha apenas quatro unidades de segunda geração, a central de Triunfo operou a níveis tão baixos.
Na nota que emitiu para a imprensa às 19 horas desta quarta-feira, a empresa diz que a paralisação é temporária e que implica na desativação de uma das duas plantas de produção de eteno, tanto no pólo da Bahia quanto no Rio Grande do Sul.
A redução, segundo a nota, “visa normalizar os níveis de estoques elevados em razão da diminuição pontual da demanda internacional e do movimento de desestocagem da cadeia produtiva petroquímica e dos plásticos no país.
Braço petroquímico do grupo Odebrecht, a Braskem assumiu o controle da Copesul e de quase todas as plantas de segunda geração em Triunfo em março de 2007, quando formou um consórcio com a Petrobras e o grupo Ultra, para comprar o grupo Ipiranga, num negócio de 4 bilhões de dólares.
Num primeiro momento assumiu todas as unidades de Ipiranga Petroquímica e depois, numa “troca de ativos”, absorveu as participações da Petrobras.
Íntegra da nota:
Braskem reduz taxas de utilização de capacidade
A Braskem comunica que as taxas de utilização de capacidade das suas plantas da Unidade de Petroquímicos Básicos foram temporariamente reduzidas, visando normalizar níveis de estoques mais elevados em razão da diminuição pontual da demanda internacional e do movimento de desestocagem da cadeia produtiva da petroquímica e dos plásticos no país. Com essa decisão, a Braskem confirma o compromisso com sua disciplina financeira e com a competitividade do setor.
Desde o início desta semana, apenas uma das duas linhas de produção de Camaçari – BA e uma das duas linhas de produção Triunfo – RS encontram-se em atividade. Dessa forma, a produção de eteno, matéria-prima de produtos como polietileno e PVC, foi reduzida para 55% da capacidade – que é de 2,5 milhões de toneladas/ano.
O ajuste deve perdurar até o final de dezembro, quando a situação da demanda e dos estoques será reavaliada. A redução de atividade na Unidade de Petroquímicos Básicos impacta na mesma proporção a utilização de capacidades na Unidade de Poliolefinas, responsável pelos negócios de polietileno e polipropileno. Na Unidade de Vinílicos, a produção de PVC se mantém em ritmo normal.
A Braskem acredita que essa situação é transitória e espera poder retomar o mais breve possível o patamar usual de operação de suas unidades produtivas, sempre alinhada ao compromisso de servir seus Clientes.
Braskem quer cinco usinas de biomassa no RS a partir da casca do arroz 3l6c4n
Por Carlos Matsubara, Ambiente JÁ
A Braskem iniciou no dia 1º, as tratativas com produtores de arroz do Estado para comprar matéria-prima que irá mover cinco usinas de biomassa. Toda produção gerada servirá para consumo próprio. A expectativa é que elas gerem 50 megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade com 350 habitantes.
Mapeamento inicial da empresa apontou os cinco municípios para receber as usinas. São Borja, Itaqui, Pelotas, Dom Pedrito e Camaquã. O Rio Grande do Sul já conta com quatro delas movidas à casca de arroz que geram um total de 13 MW. Todas são empreendimentos de produtoras de arroz em Itaqui, Alegrete (2) e São Gabriel.
O diretor de Energia da Braskem, Marcos Vinicius Gusmão do Nascimento, justifica o investimento. “Somos o terceiro maior consumidor de energia do país e queremos ampliar nosso mix de fontes. O Rio Grande do Sul nos dá a chance do reaproveitamento de resíduos agrícolas”.
A empresa baiana, que controla a Copesul e Ipiranga Petroquímica no Estado, consome energia gerada por óleo diesel, gás natural e carvão mineral e ainda vem estudando a possibilidade de outras fontes, até mesmo a hídrica.
Para o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) os gaúchos sempre sentiram falta de investidores para que esse tipo de energia finalmente fosse alavancada. Ele lembrou que as usinas da Braskem também poderão aproveitar cavacos e outros resíduos de madeira. “Temos também na Metade Sul do Estado essa possibilidade com os investimentos das empresas de papel e celulose”, destacou.
Floriano Isolan, consultor florestal da CaixaRS, aprova a iniciativa da empresa. Ele defende que seja ampliada para o setor florestal como um todo. “Podemos agregar empresas menores em torno das grandes para produzir uma gama ampla de sub-produtos para a Indústria da Madeira. Para o especialista, essa geração energética através de resíduos da madeira seria como “fechar o ciclo”.
Distância pode ser entrave
Ana Carla Petiti, gerente de comercialização da Braskem, explicou aos produtores presentes ao evento em Porto Alegre que estudos de viabilidade econômica exigem que a distância da geração de resíduos até as usinas não pode ultraar um raio de 10 quilômetros.
Para o produtor Alcir Buske, da Cooperativa Agrícola e Mista de Agudo, a intenção da empresa “parece uma ótima oportunidade”. O problema, segundo ele, seria realmente essa limitação de distância. “Nós (arrozeiros) temos dificuldade em encontrar solução para a casca de arroz”, afirma ele, que vai participar da rodada de conversações durante a semana. A cooperativa de Agudo conta com 500 produtores que geram cerca de 30 toneladas por mês desse resíduo, que hoje é utilizado como cobertura morta (adubação no solo).
Depois de receber muitos questionamentos sobre essa limitação, os técnicos da empresa itiram a possibilidade de ampliar a distãncia em razão das tecnologias de compactação dos resíduos. “Tudo isso será conversado no decorrer das negociações que teremos com os interessados”.
Marcelo Wasem, coordenador Sul de Energia da Braskem, explicou que 100% do risco dos investimentos serão de responsabilidade da empresa, mas os produtores terão de comprovar capacidade de fornecimento pelo período mínimo de 15 anos.
A empresa pretende firmar protocolos de intenções com interessados já com a definição da capacidade de fornecimento e do preço a ser pago aos produtores ou cooperativas. O valor, no entanto, não foi divulgado. Conforme Ana Carla Petiti, a petroquímica ainda não tem como afirmar qual valor poderá pagar. “ Vai depender da quantidade, do tempo e da distância no transporte da matéria-prima”. Também não há definição de quantidade mínima para compra da matéria-prima de cada produtor.
As usinas
A expectativa da Braskem é que seja possível construir cinco usinas, cada uma com capacidade de, no mínimo, 10 MW, o suficiente para abastecer uma cidade de 70 mil habitantes. Para o funcionamento de cada uma são necessários 5 ml toneladas/mês de casca de arroz. Conforme o diretor de Energia da empresa, as usinas serão projetadas para queimar tanto casca de arroz quanto resíduos de madeira.
Para o produtor que desejar vender esse resíduo à empresa ainda existe a possibilidade de receber um ree referente a créditos de carbono. “Isso também será estudado pela empresa”, explica Marcos Vinícius.
Embora já seja um tipo de resíduo, a casca de arroz ainda pode gerar um sub-resíduo (cinza) durante sua queima, que os técnicos da empresa item ainda não ter resolvido como destiná-lo.
As 10 promessas do Porto Alegre Em Cena 6k3y28
Adriana Lampert
Hoje inicia a maratona do 15º Porto Alegre em Cena, que além de espetáculos de teatro, também traz para a cidade como alternativa cultural para os próximos 22 dias atrações de música e dança, oficinas e bate papos sobre arte. Serão 62 espetáculos procedentes de 10 países (Alemanha, Argentina, Espanha, Eua, França, Dinamarca, Itália, Lituânia, Portugal E Uruguai) e cinco estados brasileiros (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco). Com tanta alternativa, fica difícil assistir a tudo, e às vezes, perde-se a oportunidade de conferir o trabalho de grupos e espetáculos importantes. Abaixo, seguem indicações do porquê pelo menos 10 espetáculos prometem entrar para a história dos melhores momentos desta edição do Festival:
A Lenda de Sepé Tiaraju
Uma das estréias mais esperadas no Festival, dirigida por César Vieira, pseudônimo artístico-político de Idibal Pivetta, diretor teatral, fundador e principal mentor do Teatro Popular União e Olho Vivo, de São Paulo. O grupo é o mais antigo do gênero popular no Brasil (completou 42 anos em fevereiro) e também é o mais importante grupo de teatro de rua do país. Seus espetáculos têm sempre como estrutura a arte popular brasileira (o carnaval; o bumba-meu-boi; o circo; o futebol; a literatura de cordel), e com freqüência recorrem ao folclore para ambientar enredos. Além do encantamento com cores, roupas e truques, o trabalho do União e Olho Vivo é lembrado na Europa e América Latina pela inserção de uma visão crítica da sociedade em todos seus espetáculos. Como não poderia deixar de ser, as apresentações de “A Lenda de Sepé Tiaraju” durante o Em Cena ocorrerão em espaços alternativos (Usina do Gasômetro, Parque da Redenção e quatro escolas municipais inseridas dentro do projeto de Descentralização do Festival).
O Amargo Santo da Purificação
Outra estréia importante dentro da grade de programação do 15º Em Cena é a da Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz (RS) que completa 30 anos de criação artística ininterrupta e que na edição de 2007 levou o prêmio “Braskem Em Cena” de Melhor Espetáculo. O espetáculo, que faz parte do programa de Descentralização do Em Cena, é, segundo o grupo, uma visão alegórica e barroca da vida, paixão e morte do revolucionário Carlos Marighella e conta a história de um herói popular que os setores dominantes tentaram banir da cena nacional durante décadas.
A Obscena Sra D
A atriz Susan Damasceno, que vem do Centro de Pesquisa Teatral (SP), coordenado por Antunes Filho (um dos maiores diretores de teatro do Brasil e do mundo), mergulhou por dois anos no texto de Hilda Hilst para interpretar uma viúva triste e terrível (e seus diversos personagens secundários) sob forma de monólogo, com um mínimo de cenário. Sua atuação tem sido muito elogiada pela crítica e a direção de Donizete Mazzonas e Rosi Campos também ganhou destaque nos jornais. O espetáculo é uma adaptação da obra homônima da grande escritora brasileira (conhecida por poetizar o desamparo, o desejo, o sagrado e o cotidiano) e tem sido um dos mais procurados pelo público junto às bilheterias do Em Cena.
Fausto
Clássico de Johann von Goethe, o espetáculo dirigido pelo lituano Eimuntas Nekrosius, é, segundo o diretor, “o último estágio de uma trilogia não planejada”, onde empregou “todo um inventário estético e lingüístico de sua arte”. Em cena, apenas a essência, descartando diversas cenas e personagens. Nekrosius diz que “concentrou a direção na atuação de seus extraordinários atores”. Dono de um método visual, que muitas vezes substitui uma palavra ou um gesto e encantado com o material utópico de “Fausto”, e focado em seu problema central, Nekrosius revela ao público a impossibilidade de parar o tempo. O espetáculo tem sido considerado grandioso e a atuação de Vladas Bagdonas, magnífica.
O Grande Inquisitor
Dirigido pelo britânico Peter Brook – um dos mais respeitados profissionais de teatro da atualidade – o espetáculo é uma adaptação da sa Marie Hélène Estienne para uma agem de “Os irmãos Karamazov”, de Dostoievski. ada na Espanha do século 15, a história supõe o que ocorreria se o grande inquisidor tivesse a oportunidade de conhecer Cristo. O inquisidor, interpretado por Bruce Myers – que também é o narrador – está num espaço próximo ao vazio. Conhecido por propor um teatro de caracterização psicológica dos personagens que torne visível a “invisível” alma humana, Brook utiliza-se da estética de que “menos é mais” nesta montagem que traz Myers em performance elogiada.
Os Bandidos
Sem sombra de dúvidas, esta é a estréia (em nível nacional) mais aguardada pelo Em Cena. Sob a direção de José Celso Martinez Corrêa (Zé Celso), um dos principais encenadores da história do teatro brasileiro, a peça (escrita por Friedrich Schiller em 1777) já estreou na Alemanha, em junho. O espetáculo está atrelado à comemoração do aniversário de 50 anos do Teatro Oficina (São Paulo). Na versão do grupo dirigido por Zé Celso, a peça a-se nos dias de hoje, em dois hemisférios: Norte e Sul. Trata de uma guerra civil, guerra entre irmãos: Cosme (Aury Porto) é chefe de uma corporação internacional de TV com concessão de canais pelo estado brasileiro. Damião, o primogênito, vem para o Brasil dirigir a corporação de mídia do pai, mas trai sua classe, torna-se líder de uma revolução política ligada à multidão e tenta politizar até o crime, aliando-se a bandidos de várias partes do mundo. Na visão de Zé Celso, a obra transformou-se em uma ópera de carnaval, bem ao estilo do diretor: ritualística e inovadora, para todos os gostos e públicos.
Os Persas
Datada de 472 a.C. Os Persas, de Ésquilo, é a mais antiga tragédia da literatura mundial transmitida oralmente e a única cujo tema baseia-se em fatos contemporâneos do autor e não em histórias mitológicas. Este clássico da dramaturgia é encenado por uma das mais brilhantes e destacadas companhias alemãs, o Deutsches Theater (DT) de Berlim, que tornou-se conhecida pela diversidade de suas produções, freqüentemente premiadas, e pelo engajamento nos protestos para a queda do Muro de Berlim. A tradução do texto original (grego) para o alemão é do dramaturgo Heiner Muller e a direção do espetáculo é do búlgaro Dimiter Gotscheff, diretor permanente do DT desde 2006, que procura tratar o efeito clássico da tragédia grega buscando uma purificação ampla e também corporal. A peça foi aclamada pela imprensa como um das encenações de excelência do ano pela revista Tagesspiegel. Não é para menos: trata-se de um clássico da dramaturgia encenado por uma das maiores companhias alemãs da atualidade.
A Falecida
A peça de Nelson Rodrigues recebe montagem sob a direção de um dos mais produtivos diretores do teatro brasileiro da atualidade: João Fonseca, diretor artístico da Companhia Fudidos Privilegiados, que vem conquistando público e crítica a cada trabalho. A primeira tragédia carioca, como o próprio autor definiu em 1953, narra o drama de Zulmira, que descobre ter tuberculose e resolve planejar todos os detalhes do próprio velório. O que parece uma história pesada é contada por Nelson Rodrigues, o maior dramaturgo brasileiro, de maneira surpreendente, com leveza e humor. São personagens muito humanos e muito cariocas. O texto tem expressões saborosas e gírias de época. Na encenação o diretor segue as indicações do autor usando apenas cadeiras em cena e explorando ao máximo o potencial humorístico do texto original.
Crônica de José Agarrotado
Espetáculo do grupo espanhol loscorderos.sc, adepto do polêmico teatro físico e cujos integrantes aram por companhias brilhantes como La Fura del Baus e Sol Picó. A história trata da dificuldade de comunicação entre as pessoas. Os dois intérpretes – e também criadores do grupo e da proposta inovadora que apresentam -, desenvolvem ao longo da peça uma sucessão agitada, rítmica e enérgica de desencontros, com algumas aproximações fugazes. As expressões corporais, a música e as palavras são repetidas até perderem o sentido original, até mudarem de significado ou até ficarem sem sentido algum. Entretanto, há ternura e humor nos engenhosos jogos cênicos propostos pelos atores David Climent e Pablo Molinero. Vale a pena conferir esta encenação, apostando nas sensações infinitas que esta linguagem não convencional pode proporcionar ao expectador.
100 Shakespeare
Quatro atores/manipuladores saem de caixas e se deparam com 43 bonecos ao seu redor esperando apenas por alguém que lhes dê vida. Quais peças serão mostradas? É nesse clima de surpresa e expectativa que se inicia o espetáculo 100 Shakespeare, do grupo Pia Fraus, um dos grandes nomes nas artes cênicas brasileiras, que agrega artistas de teatro, dança, teatro de bonecos e máscaras, circo e artes plásticas. Em 100 Shakespeare, cenas sínteses selecionadas de nove peças do dramaturgo inglês: Hamlet, O mercador de Veneza, Romeu e Julieta, Macbeth, Otelo, Sonho de uma noite de verão, Rei Lear, Ricardo III e Titus Andrônicus. São releituras bem-humoradas, onde os atores interagem com os bonecos e também entre si, utilizando diversas técnicas de manipulação como o banraku, luz negra e manipulação direta.
Plástico verde fica em Triunfo 5q233l
Elmar Bones
A primeira fábrica mundial de polietileno feito a partir do etanol, extraído da cana de açúcar, será construída pela Braskem em Triunfo até 2010.
O anúncio provocou prolongados aplausos no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, onde a governadora reuniu nesta quinta feira todos os secretários, os principais aliados políticos colaboradores, além de todos os poderes.
O presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, oficializou a escolha e justificou mencionando “o grande entendimento nas relações com o governo do Estado” que tem os mesmos propósitos da empresa, de crescer e promover desenvolvimento sustentável.
A governadora Yeda Crusius também ressaltou as boas relações que decorrem da disposição da Braskem na área da responsabilidades social. “Não há evento cultural ou social em Porto Alegre que não se veja a marca da Braskem”, disse Yeda.
Ao final, a governadora entregou a Grubisich a licença ambiental prévia (LP) para produção de até 204 mil toneladas.
Foi uma vitória importante da governadora. A tecnologia que torna viável a produção de resinas a partir do etanol foi desenvolvida pelo Centro de Pesquisas da Braskem, no pólo de Triunfo, onde desde março de 2007 uma planta piloto produz eteno a partir do álcool.
A melhor alternativa para uma instalação industrial, no entanto, seria a Bahia, junto ao pólo de Camaçari, por causa da matéria prima. Ali a fábrica estaria no centro de duas regiões produtoras complementares, uma dá safra no verão, outra no inverno.
O Rio Grande do Sul praticamente extinguiu sua produção de cana. O etanol terá que ser importado de São Paulo, 450 milhões de litros por ano. Mesmo assim venceu. Além de outros aspectos ressaltados por Grubisich (como a qualidade da mão de obra, o nível da academia) pesou, certamente, o fator político. A Braskem assumiu o controle do pólo de Triunfo há um ano.
Há dois anos, quando tentou obter o controle pela primeira vez, enfrentou resistência política e o sindicato dos petroquímicos chegou a dizer que o pólo de triunfo “seria esvaziado” se ela se tornasse controladora. A empresa tem mostrado o contrário.
Já investiu R$ 300 milhões em suas unidades em Triunfo e pretende investir R$ 1 bilhão até 2011, metade na planta de polietileno verde metade em outros projetos de expansão da empresa no pólo gaúcho.
O projeto já dobrou de tamanho antes de começar. A primeira formatação previa 100 toneladas de polietileno por ano, vai sair com 200 mil toneladas. Ainda não está pronto, mas a Braskem já assina acordos de fornecimento. Prevê faturar US$ 400 milhões por ano.
A demanda pelo polietileno verde hoje no Brasil, segundo avalia a Braskem, seria de 600 mil toneladas por ano. Seus representantes negam, mas não é improvável que a empresa anuncie a curto prazo uma outra fábrica em Camaçari.
O plástico verde tem dois apelos decisivos nos dias atuais: o do ambiente e o da matéria prima. O primeiro pela necessidade de seqüestrar carbono e reduzir o aquecimento global e o segundo pela escalada do preço do petróleo, que chega aos US$ 130 dólares.
As obras devem começar ainda em 2008 e vão ocupar 1.500 trabalhadores durante a construção. Segundo a Braskem a fábrica terá 100 empregados, mas sua influência na economia será responsável por outros 7 mil empregos.
Empresa já produziu plástico verde
Na verdade não é a primeira vez que se vai produzir petroquímicoa a partir do etanol em escala industrial. A própria Braskem há vinte anos produzia 100 mil toneladas de eteno, consumindo 230 milhões de toneladas de etanol da cana. No catalizador, o álcool hidratado perde uma molécula e se transforma em eteno mais puro do que o produzido por nafta.
A Braskem usava também o etanol para produzir PVC na planta de Alagoas até 1992. Também naquela época a Companhia Alcoolquímica Nacional produzia acido acético a partir do etanol. Em São Paulo, a Union Carbide tinha uma planta de polietileno com o processo semelhante para produzir PVC.
Com a estabilização dos preços do petróleo na década de 1990, o etanol perdeu competitividade como matéria prima para a petroquímica.
Nos últimos 25 anos, os catalisadores utilizados pela petroquímica aram por uma grande revolução. Houve ganhos tecnológicos em todos os sentidos. E, principalmente, os preços do petróleo saíram do controle. O etanol volta competir no preço, até por que permite ao produtor cobrar um “premio”. Viabilidade econômica aliada ao apelo ambiental torna o negócio mais que atraente. (Sérgio Lagrana, Revista JÁ)