Câmara tem 11 novatos para os desafios de 2009 4u4u51

Por Marcelo Gigante Ortiz A população porto-alegrense trocou quase metade dos seus representantes na Câmara Municipal. Dezessete dos 36 vereadores que deverão exercer mandato até o final de 2012, não estavam na legislatura anterior. Entre as novidades estão Juliana Brizola (PDT), ex-secretária municipal da Juventude, eleita com expressivos 9247 votos e Waldir Canal, o primeiro a representar o Partido Republicano Brasileiro (PRB) no legislativo da capital. Os estreantes, no entanto, são apenas 11, pois os demais já exerceram mandato interinamente ou em legislaturas anteriores. Pedro Ruas (Psol), por exemplo, já havia sido vereador, assim como Airto Ferronato (PSB) e Reginaldo Pujol (DEM). Paulinho Ruben Berta (PPS), DJ Cassiá (PTB) e Mauro Pinheiro (PT) já ocuparam cadeiras como suplentes. Pinheiro, inclusive, participou da polêmica votação sobre o projeto do Pontal do Estaleiro no final de 2008. Apesar do novo cenário, a relação com o executivo não deve mudar muito. A base do governo que tinha 26 cadeiras ficou com 25. Os partidos que não fazem parte da istração de José Fogaça ganharam uma vaga, indo de 10 para 11. As bancadas que não estão no governo sofreram alterações. O PC do B, que antes contava com Maristela Maffei, não elegeu ninguém. Apesar de o partido conseguir uma boa votação com a sua coligação, e abrir três vagas na câmara, nenhum candidato comunista conseguiu superar os três vereadores eleitos pelo PPS, Elias Vidal, Paulinho Ruben Berta e Toni Proença. Em contrapartida, o PRB, com um vereador, e o Psol, com dois, estreiam na Câmara. O PSB, que no ano ado não tinha nenhum representante, elegeu Airto Ferronato. Outro aspecto importante é a influência do executivo na disposição dos atuais membros do legislativo. Foram sete mudanças, decorrentes das chamadas de vereadores para as secretarias de José Fogaça, e mais uma, a saída de Elói Guimarães (PTB) para a Secretaria de istração do governo Yeda Crusius. Maurício Dziedricki (PTB), o vereador mais votado, voltou para a Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV). Além de Dziedricki e Guimarães, mais um vereador eleito do PTB, dois do PDT, dois do PMDB e um do PP também foram para o executivo, abrindo espaço para os seus suplentes. A intervenção da prefeitura também fez nascer uma bancada não criada pelo voto popular, a do Democratas. A coligação PP-DEM conseguiu quatro cadeiras no legislativo. Entretanto, os quatro mais votados eram candidatos do PP, fazendo com que o Democratas, em um primeiro momento, ficasse sem espaço. Fogaça, porém, chamou para a sua secretaria Kevin Krieger (PP), o quarto mais votado da coligação. Dessa forma, o primeiro suplente, Reginaldo Pujol, do DEM, garantiu sua vaga na Câmara. O democrata, e todos os outros novos vereadores, já iniciaram seus mandatos com uma prova de fogo: a votação do veto do prefeito Fogaça ao projeto do Pontal do Estaleiro. Entretanto, o veto foi aprovado com facilidade pela casa. Pujol, do grupo de não reeleitos, foi o único que votou contra a proposta do executivo, mesmo fazendo parte da base aliada. Outra questão polêmica que a nova Câmara terá que resolver é a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA) de Porto Alegre. Os novos vereadores terão bastante influência nessa tarefa. Onze novatos fazem parte da comissão especial que revisará o PDDUA. Fernanda Melchionna (Psol) é a vice-presidente. Waldir Canal (PRB) é revisor da Comissão Temática de Desenvolvimento Urbano, Estratégias e Modelo Espacial. Nelcir Tessaro (PTB), Paulinho Ruben Berta (PPS), Mario Manfro (PSDB) integram a Comissão do Sistema de Planejamento e Adequação ao Estatuto da Cidade. Na temática sobre Projetos Especiais do Centro da Cidade e do Cais do Porto, estão Airto Ferronato (PSB) e Valter Nagelstein (PMDB). Da Comissão do Plano Regulador, fazem parte Reginaldo Pujol (DEM) e Mauro Pinheiro (PT) e na de Proteção e Preservação do Patrimônio Cultural e Natural da Cidade estão João Pancinha (PMDB) e Dr. Thiago Duarte (PDT). p4f3s

Novos vereadores da capital: Tarciso – com o aval de Brizola e do torcedor gremista 1q1a5r


Tarciso Flecha Negra
Por Marcelo Gigante Ortiz
Não são muitos os privilegiados que entram na política por sugestão de nada mais, nada menos que Leonel de Moura Brizola. Da mesma forma, poucas pessoas tiveram a satisfação de ganhar um título mundial de clubes e jogar na seleção brasileira de futebol. Sendo assim, pode-se dizer que José Tarciso de Sousa, mais conhecido como Tarciso Flecha Negra, é um sujeito de sorte. Afirmação que pode ser sublinhada por mais uma das conquistas do ex-jogador do Grêmio: uma vaga na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, eleito com 6232 votos, pelo PDT.
Mas o virginiano de 57 anos não aceita a sorte como justificativa para o seu sucesso. Nascido na cidade mineira de São Geraldo, próxima ao Estado do Rio de Janeiro, ele enfatiza a educação que ele e seus irmãos receberam dos pais como determinante para chegar aonde chegou. “Nós éramos nove. Nossos pais eram muito humildes, mas eles nos ensinaram muito sobre o respeito, a educação, o companheirismo e o coleguismo. Acho que a maior herança que eu e meus irmãos ganhamos”, conta o ex-jogador.
Tarciso, hoje com 1,77m e 79kg, reconhece a infância humilde, mas não faz melodrama por conta da falta de dinheiro. Pelo contrário, prefere comemorar o equilíbrio emocional que adquiriu para enfrentar a vida “com dignidade”. Talvez por valorizar muito os ensinamentos dos pais ele tenha decidido que não iria reá-los apenas aos três filhos, Gabriela (34), Marcelo (31) e Roberta (28). Em 1991, após abandonar a carreira de jogador, o Flecha Negra abriu uma escolhinha de futebol para crianças de 7 a 14 anos, com o intuito de formar cidadãos.
Ao falar de seus alunos, e das crianças como um todo, o vereador de primeira viagem se empolga e vai longe. Por suas mãos já aram Cláudio Pitbull, Michel Bastos (que hoje joga na França) e até Ronaldinho Gaúcho, quando era bem pequeno. Mas isso não o deixa vaidoso. Tarciso fica feliz em ver seus alunos trabalhando em escritórios, em grandes empresas, ou em qualquer outro lugar que se sintam bem e tenham sucesso. Suas escolas não dão base para que os jovens necessariamente virem jogadores, mas para que aprendam a enfrentar a vida.
O vereador afirma que não faz diferenciação entre os pequenos, independente da cor ou da classe social. “Não importa se tem uma família rica ou uma família que não tem muitas condições. Criança é criança”, comenta. Inclusive, fica contrariado quando se diz que ele trabalha só com jovens desassistidos, embora o próprio deixe escapar o termo algumas vezes.
Foi dessa experiência com as crianças que Tarciso conseguiu o seu know-how para entrar na política. Não espere dele discursos teóricos sofisticados. Marx, revolução liberal sa, princípios democráticos norte-americanos dificilmente serão citados. O ex-jogador gosta é de falar do que experimentou em sua vida prática, da sua convivência com as comunidades e com os pequenos indivíduos. É o que faz os seus olhos brilharem.
Mas o ídolo gremista tem uma referência política de peso: o ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro Leonel Brizola. O líder trabalhista, além de ser ídolo de Tarciso, foi um dos entusiastas para que ele se candidatasse a vereador em 2004, quando o Flecha Negra não conseguiu se eleger.
Outro nome que o ex-jogador gosta de citar é o do novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Tarciso, inclusive, diz ter planos de ler a sua biografia. Sobre outros livros, ele afirma gostar do autor norte-americano Sidney Sheldon. Em relação à música, ouve Cidade Negra e, para namorar, Roberto Carlos. Ele também lê Veja, gosta de filmes policias e sempre que pode assiste ao canal Record News – que tem programação noticiosa 24 horas. “Eu gosto de saber tudo que está acontecendo em São Paulo, no Rio, no Brasil”, afirma.
Ainda sobre Obama, o vereador concorda com a afirmação do democrata de que “o mundo está mudando”. Aliás, Tarciso também está mudando. Hoje em dia é pescador – termo que no futebol caracteriza o jogador que fica parado no ataque esperando a bola chegar –, coisa que no campo ele nunca foi. Mas falando sério, o hobby de Tarciso é pescar mesmo. “É uma terapia espetacular. Tu não pensas em nada. Mesmo que tu devas um milhão tu não pensas”, diz.
O que não deve sair da cabeça do vereador são as conquistas que teve na carreira de jogador. Em seu gabinete estão colados dois pôsteres do tempo em que atuava nos gramados. Um, do Grêmio campeão do mundo em 1983. O outro, da seleção brasileira de 1978, da qual Tarciso fazia parte.
Quando não está na Câmara, trabalhando na escolhinha, ou pescando, Tarciso divide um apartamento no centro de Porto Alegre com a segunda esposa, “a Jô”, que trabalha como ouvidora na RBS. Outra curiosidade sobre o Flecha Negra? Ele nasceu no dia 15 de setembro, mesmo dia em que o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, clube em que jogou 13 anos, faz aniversário. Com certeza, um predestinado.

Projetos inúteis dominam a Câmara de Porto Alegre 6f1x3p

Doze porcento das 1.442 proposições apresentadas entre 2005 e 2008 pelos vereadores de Porto Alegre são importantes para a Porto Alegre, seguindo os critérios da ONG Transparência Brasil.
Os estudos da instituição apontam que apenas 171 propostas que se tornaram lei se referiam a assuntos com impacto sobre a vida e a istração da cidade.
Foram 694 propostas aprovadas ao longo do período e mais de 500 delas (75%) diziam respeito a homenagens, concessão de medalhas, fixação de datas comemorativas e outros assuntos irrelevantes.
Outras 350 idéias sobre esses temas não aram em plenário.
Metade dos parlamentares teve avaliação inferior a 10% de relevância em seus projetos e seis vereadores obtiveram nota zero.
Acompanhe a lista abaixo:
Margarete Moraes (PT) 33,3%
Carlos Todeschini (PT) 26,2%
Bernardino Vendruscolo MDB) 22,8%
Elói Guimarães (PTB) 22,7%
Professor Garcia (PMDB) 21,4%
Luiz Braz (PSDB)- 21,1%
Aldacir Oliboni (PT)- 20,7%
Neuza Canabarro (PDT)- 20,6%
Sofia Cavedon (PT)- 19,0%
Elias Vidal (PPS)- 17,9%
José Ismael Heinen (DEM) – 15,8%
João Antônio Dib (PP)- 15,0%
Maria Celeste (PT)- 14,7%
Alceu Brasinha (PTB)-13,8%
Ervino Besson (PDT)- 13,2%
Dr. Raul (PMDB) – 12,5%
Adeli Sell (PT) – 11,8%
Carlos Comassetto (PT) – 10,7%
Maurício Dziedricki (PTB) – 9,1%
Sebastião Melo (PMDB) – 8,8%
Claudio Sebenelo (PSDB) – 7,0%
Maristela Maffei (PCdoB) – 6,8%
Almerindo Filho (PTB) – 6,7%
Dr. Goulart (PTB) – 5,6%
Maria Luiza (PTB) – 3,1%
Haroldo de Souza (PMDB) – 2,9%
Nereu Davila (PDT) – 1,6%
João Carlos Nedel (PP) – 1,6%
Nilo Santos (PTB) – 0,0%
Guilherme Barbosa (PT) – 0,0%
Beto Moesch (PP) – 0,0%
Marcelo Danéris (PT) – 0,0%
Mauro Zacher (PDT) – 0,0%
Maristela Meneghetti (PP) – 0,0%