PAC da Copa pode injetar R$ 4 bilhões em Porto Alegre 2d1570

O programa de investimentos federais para preparar o campeonato mundial de futebol de 2014, o chamado PAC da Copa, poderá destinar cerca de R$ 4 bilhões para obras em Porto Alegre. Esse valor depende da inclusão do metrô no pacote de projetos. O primeiro trecho do metrô da capital gaúcha, de 13,5 quilômetros, está orçado em R$ 2,5 bilhões. O metrô, provavelmente, não estará entre as exigências da FIFA, mas o vice-prefeito José Fortunati quer aproveitar a “oportunidade única” para deflagrar o projeto. “O próprio ministro das Cidades nos falou dessa possibilidade. É agora ou nunca”, diz Fortunati, que acumula também a Secretaria Extraordinária para a Copa de 2014. A maior expectativa de Fortunati, no momento, é o “caderno de encargos” que a FIFA vai mandar, listando tudo o que cada uma das 12 cidades selecionadas precisam fazer para se adequar às exigências de uma Copa do Mundo. Essa lista é resultado de um trabalho que começou em setembro de 2007, quando ficou definido que a Copa seria no Brasil. O governo federal (Fortunati diz “O presidente Lula”) contratou uma empresa para avaliar as 18 cidades brasileiras candidatas a sediar jogos da Copa. Várias equipes estiveram em Porto Alegre. Percorreram a cidade, recolheram estatísticas sobre segurança, comunicação, meio ambiente, hotelaria, saúde, infraestrutura e mobilidade. O relatório, concluído em janeiro, foi decisivo para a seleção das 12 cidades e agora será a base do “caderno de encargos”. Ele vai indicar as medidas para melhorar a segurança, o trânsito, a hospedagens. O foco será o entorno do estádio, mas toda a cidade precisará se adequar. Na área de saúde, por exemplo, será prioritária a reforma do Hospital de Pronto Socorro, principal orçada em R$ 40 milhões. No quesito da mobilidade, será indispensável duplicar a avenida Beira Rio. Mas não só isso: a Avenida Tronco, que é uma via alternativa para a Zona Sul, também terá que ser duplicada. Assim como a Rodovia do Parque, para desafogar a região metropolitana, que é um problema antigo. No conjunto os projetos de transporte, que incluem rodovias, viadutos, pistas para ônibus, ciclovias e sistemas de monitoramento do trânsito na capital e região metropolitana, vão exigir quase R$ 400 milhões de investimentos. Fora isso, há o projeto “Portais da Cidade”, orçado em R$ 430 milhões, já negociado com o Comitê de Fomento Andino, dependendo apenas do aval do Ministério do Planejamento. Segundo Fortunati já está superada a polêmica entre portais e metrô. “Já vimos que não são projetos excludentes, ao contrario, serão complementares”. Outros R$ 500 milhões estão previsto para a remodelação do cais do porto, cujo projeto já está pronto. “Dizem que um dos problemas do PAC é a falta de projetos, pois bem, Porto Alegre já tem todos esses projetos prontos”. Entra na lista também o Programa Sócioambiental, orçado em R$ 580 milhões, para saneamento e tratamento de esgotos e que terá recursos do Banco Interamericano e da Caixa Federal. Como coordenador dos preparativos para a Copa, José Fortunati é cauteloso quanto a qualquer estimativa. Mas ite que, somados os investimentos públicos e privados, o volume de recursos a serem aplicados na capital e região metropolitana para a Copa de 2014 pode chegar aos R$ 6 bilhões. 5bph