Banco de Cordão Umbilical e Placentário do Clínicas disponibiliza dados para registro nacional 2ph5j

Pacientes que precisam de transplante de células-tronco, como portadores de leucemia ou anemias graves, agora podem contar com um reforço no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre enviou no fim do mês de agosto os dados das primeiras bolsas armazenadas em seu Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário, inaugurado no final de 2010, para a Rede BrasilCord, formada por 11 bancos públicos de sangue de cordão. As bolsas de sangue de cordão armazenadas no hospital ficam disponíveis para ser encaminhadas a qualquer centro transplantador do país, quando houver compatibilidade com algum paciente que necessite transplante. O banco do Clínicas é o primeiro da fase de expansão da rede a enviar os dados, que são disponibilizados no Registro Nacional de Sangue de Cordão Umbilical (Renacord). Para a chefe da Unidade de Criobiologia do Banco de Cordão Umbilical e Placentário do Clínicas, Liane Röhsig, as vantagens da utilização do sangue de cordão umbilical e placentário na realização de transplantes “são a rapidez, pois não há necessidade de localizar  o doador, e a compatibilidade, que é menos restritiva”. As unidades de sangue de cordão umbilical e placentário do banco do HA são coletadas dos bebês e mães atendidos no Centro Obstétrico do hospital. Depois de coletado, o sangue é processado e armazenado em um sistema de nitrogênio líquido a -196º C, com capacidade inicial para 3.600 cordões. 315z3b

Universidade estabelece primeira linhagem de células-tronco no Brasil 4q1u19

Grupo de pesquisadores, coordenados pela cientista Lygia Veiga Pereira, da Universidade de São Paulo, estabeleceram a primeira linhagem de células-tronco embrionárias adultas no Brasil. O resultado alcançado com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) será apresentado para a comunidade científica nesta quinta-feira (02/10), durante o III Simpósio Internacional de Terapia Celular, que está sendo realizado na cidade de Curitiba, no Paraná.
As linhagens de células-tronco embrionárias são células indiferenciadas e têm como principal característica sua pluripotência, ou seja, quando implantadas novamente possuem capacidade de retomar o desenvolvimento normal e colonizarem diferentes tecidos derivados dos três folhetos embrionários existentes e sua diferenciação pode ser induzida para tipo celulares específicos como células precursoras hematopoiética, neuronal, endotelial, cardíaca e muscular.
“Outras linhagens de células tronco embrionárias humanas já foram descritas fora do país desde 1998 e vêm sendo utilizadas em pesquisas sobre biologia do desenvolvimento humano e terapia celular, se revelando um importante modelo experimental. Porém não há nenhuma garantia da qualidade das mesmas e existe uma série de restrições quanto ao seu uso e a produção de patentes de produtos derivados das mesmas. Além disso, as linhagens disponíveis foram estabelecidas e cultivadas na presença de produtos animais, o que impossibilita seu uso terapêutico em seres humanos”, explica a pesquisadora Lygia Pereira.
Buscando autonomia para a pesquisa brasileira com este material e a geração de linhagens adequadas para o uso em seres humanos, o projeto reuniu pesquisadores do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva, do Instituto de Biociências da USP, com pesquisadores do Laboratório de Neurobiologia Celular, do Departamento de Anatomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, coordenados pelo cientista Stevens Rehen, do Biotério de Experimentação da USP, coordenados pela pesquisadora Silvia Maria Gomes Massironi, em parceria com o Centro de Fertilização Assistida (Fertility), de São Paulo, o Centro de Reprodução Humana Prof. Franco Jr, de Ribeirão Preto, e o Instituto Mara Gabrilli.
“Estamos trabalhando no projeto desde 2006, após ser seleçionado no edital do CNPq. Descongelamos em torno de 250 embriões. Destes, 50 chegaram até o estágio de blastocistos e foram utilizados nos experimentos. Destes, conseguimos uma linhagem, a BR-1”, conta a pesquisadora Lygia Pereira.
Após ser estabelecida esta primeira linhagem, os pesquisadores poderão multiplicá-la indefinidamente e suprirem a necessidade de pesquisa em vários grupos de pesquisa brasileiros. “Poderemos fazer a transferência da tecnologia para fomentarmos a área de pesquisa com células tronco embrionárias humanas no Brasil e termos autonomia nesta área”, completa Pereira.
Marco da pesquisa no Brasil
O projeto faz parte do primeiro edital lançado pelo CNPq, no ano de 2005, que apoiou pesquisas com células-tronco. Este edital foi um marco para os investimentos brasileiros nesta área, inicializando a pesquisa com células tronco embrionárias humanas no país. Foram aprovados 45 projetos, num total de R$ 10,5 milhões. Destes projetos, seis estudaram células tronco embrionárias humanas.
No segundo semestre de 2008, o CNPq lançou novo edital para apoiar pesquisas que busquem o desenvolvimento de procedimentos terapêuticos inovadores em terapia celular, utilizando células tronco embrionárias, células tronco adultas derivadas da medula óssea, células tronco derivadas do cordão umbilical e células tronco derivadas de outros tecidos. Para este edital serão investidos o total de R$ 10 milhões.