Antônio Carlos de Medeiros As manifestações que varrem o Brasil podem afetar o Zeitgeist (espírito da época) no Brasil. O que significa, em suma, afetar a cultura e a cultura política. Neste sentido, elas têm e terão efeitos sociológicos pertinentes na sociedade e na política. No tempo de uma geração, o Brasil vivenciou um forte movimento histórico de estabilidade econômica e de inclusão social. Agora, esta (nova) sociedade está dizendo que quer mais cidadania política e social e que há uma crise de representação no sistema político brasileiro. Demorou. Mas chegou. Eu mesmo, assim como vários outros observadores da cena política brasileira, temos chamado a atenção, há aproximadamente vinte anos, para o que denominamos do dilema político-institucional brasileiro: sociedade e economia que se modernizam “versus” sistema político arcaico e tradicional, portador (o sistema político) do vírus da ingovernabilidade. A Constituição-Cidadã de 1988 ouviu as ruas e ampliou os direitos sociais. Mas manteve o tal do presidencialismo de coalizão, assentado num sistema e regime políticos e de governo híbridos e portadores de paradoxos que alimentam crises permanentes de representatividade e governabilidade. Um sistema eleitoral arcaico, dito proporcional, mas que não produz proporcionalidade na representação política. Um sistema partidário oligárquico, difuso e fragmentado. E assim por diante. Um dia, estava escrito nas estrelas, a casa ia cair. Pois é. Caiu. E agora? As manifestações são contra “tudo que está aí” e contra “todos”. O desgaste maior já é para a presidente da República, uma espécie de símbolo em cujo colo são depositadas, inevitavelmente, as responsabilidades pelas mazelas do país. A sua popularidade despencou. Sua aprovação caiu de 57% para 30% em apenas 3 semanas, segundo o Datafolha. Diz a Folha de São Paulo: “é a maior queda de aprovação de um presidente aferida pelo Datafolha desde Fernando Collor em 1990” (29/06/2013). Entretanto, o desgaste é e será para todos os políticos, de todos os partidos. E agora vai “descer” para o colo de governadores e prefeitos, pois as pautas das manifestações, difusas pela própria natureza, contém críticas e reivindicações que se situam nas esferas de responsabilidades de governadores e prefeitos. Isto é inexorável. Não adianta este ou aquele político se aproveitar da ocasião, talvez movido(s) pela síndrome da natureza do escorpião. Vai para o colo de todos eles. E de todas as instituições em geral dos três poderes: executivo, legislativo, judiciário. Repercutindo, é claro, nos cenários da sucessão presidencial, das sucessões estaduais e das eleições gerais de 2014. Zerou o jogo? Todos nós ainda estamos tentando compreender a natureza da avalanche. Já existem avaliações e análises para todos os gostos e todos os ângulos. O fundamental é compreender os grafos sociais e as redes sociais. A miríade de “nós” e de ligações que conectam os nós. O que leva à “horizontalização” da política e da participação política. É um equívoco querer procurar “quem é O LÍDER”. Melhor procurar os “nós”, os “hubs”, as comunidades. Tem os Anonymous, da inspiração de Guy Fawkes. Tem os violentos. Tem os lúdicos. Tem os saudosistas. Tem os que se movem à margem dos partidos/aparelhos da esquerda oficial (PSoL , PSTU, PCdoB, UNE, sindicatos). Mas tem, sobretudo , uma grande inquietação difusa e crescente, misturada com indignação. Movimentações pré-políticas (ainda) que desmoralizam a ÁGORA (praça principal da constituição da PÓLIS ,a cidade-estado na Grécia da Antiguidade Clássica) e que rejeitam os partidos e se mostram fartas do governo e da oposição, da corrupção e da impunidade, da baixa qualidade dos serviços públicos, do fantasma da carestia. A maioria é de jovens. Que forjam identidade pelas redes sociais. Dispensam mediação política. A maior parte é de jovens brasileiros entre 18 e 30 anos. Estima-se que 23 milhões destes jovens (55%) pertencem à chamada classe C, com renda mensal entre R$219 e R$1.019. De cada R$100 que recebem, destinam R$70 para ajudar nas despesas de casa. Esta geração tem o dobro da escolaridade dos pais, am internet, são formadores de opinião na família, são menos conservadores que seus pais. Entre 2002 e 2010 os universitários da classe C saltaram de 6 milhões para 9 milhões. Serão 11 milhões no ano que vem. É público do Prouni. Ocupam 67% das vagas nas universidades federais. Segundo Maria Cristina Fernandes, “não parece haver dúvidas de que é uma geração que usufrui de mais oportunidades que seus pais, mas há crescente dificuldade no cotidiano para usufruí-las. De tão lotado, o metrô de São Paulo, por exemplo, transporta, por quilômetro quadrado, quatro vezes mais ageiros dos que o de Nova York. Os jovens têm celulares e laptop. Empregados, alcançam um plano de saúde,mas frequentemente o atendimento concorre em precariedade com o dos hospitais públicos. Mais da metade dos universitários do país usa transporte público….usufruem de descontos…pedem tarifa zero….” (“Os estudantes entre o molotov e a utopia”, VALOR, 14,15 e 16/06/2013). No início, todos os governantes e políticos ficaram atônitos. Quase com certeza porque a grande maioria deles (ainda) não compreendeu bem que a internet e as Redes Sociais são o Quinto Poder. E que a “horizontalização” da Política veio para ficar. E que, principalmente, é preciso dialogar pela rede com os internautas. Não basta “postar”. É preciso dialogar. A presidente Dilma demorou mas finalmente se rendeu à necessidade de dialogar pela internet. Mas a maioria dos governadores e prefeitos, por exemplo, ainda não compreendeu este fenômeno. Por isto, as manifestações reais e virtuais vão continuar… As reivindicações são difusas mas algumas pautas já ganharam institucionalidade. PEC 37. Reforma Política. Royalties para educação e saúde. Outras ainda vão ter que ganhar institucionalidade: segurança e pacto federativo por exemplo. É uma construção em construção ainda. Tudo isto vai ter efeito na economia. Tudo isto vai ter efeito fiscal. Demandas geram despesas públicas. A pressão (legítima) por “agora quero mais” vai certamente sobrecarregar os orçamentos dos três níveis de governo. Como dizem os americanos: “não há almoço grátis”… E aí reside um problema. O movimento das ruas e as pressões do mercado geraram uma crise de confiança e uma quebra e reversão das expectativas no Brasil. Tudo resultando em pressões inflacionárias e em “overshooting” nos preços do câmbio e dos juros. Agora, há uma forte pressão e necessidade de promoção de forte ajuste fiscal. O mercado quer ortodoxia fiscal. E as ruas querem melhores serviços públicos ( é a chamada revolta dos centavos). Como alerta Claudia Safatle, em 1999 Fernando Henrique Cardoso reinventou o seu governo e em 2005, na crise do “mensalão”, Lula também reinventou o seu governo. Agora, Dilma, pressionada, “pode ser levada a se reinventar. Se o problema é de confiança, só ela pode resolver” (“Só Dilma salva Dilma”, VALOR, 21,22 e 23/06/2013). A única coisa que todos nós temos que torcer para que não ocorra é um surto de autoengano nos governantes e nas elites políticas, sociais e empresariais. A transformação do Zeitgeist está em movimento… ================================================= ( Artigo para Século Diário – 29/06/2013) 6wc26
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“Jornais de bairro constroem cidadania” 4wc2m
Falando na Associação Riograndense de Imprensa, a secretária Vera Spolidoro promete descentralizar verbas do Palácio Piratini
A secretária estadual Vera Spolidoro afirmou neste sábado (11/6) em reunião na sede da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), em Porto Alegre, que considera os jornais de bairro parte da cadeia produtiva da mídia – excessivamente concentrada em poucos grandes grupos. “A descentralização é norteadora do nosso trabalho”, disse ela, apontando a pedagoga Claudia Cardoso, diretora de políticas públicas da Secretaria da Comunicação, como “o canal” de interlocução com blogs, sites, jornais de bairro e de segmentos sociais.
Em sua fala numa reunião geral de dirigentes e trabalhadores em jornais de bairro (há 22 desses veículos em atividade em Porto Alegre), a secretária condenou a insensibilidade das agências de propaganda diante da realidade da comunicação social nos bastidores da sociedade. “Os jornais de bairro são formadores de cidadania”, disse ela. Uma das hipóteses de trabalho em sua secretaria é que a companhia estadual de artes gráficas (Corag) e a imprimir jornais de bairro por valores abaixo dos preços correntes no mercado.
Flavio Dutra, coordenador de comunicação social da Prefeitura de Porto Alegre, relatou que a partir de abril foi definida a veiculação de uma coluna paga nos jornais de bairro da capital. A coluna contém informações sobre a atuação da prefeitura em cada bairro. Como contrapartida a essa veiculação, ainda incipiente, Dutra está exigindo que os jornais comprovem a tiragem, inicialmente por meio de declarações das gráficas prestadoras do serviço de impressão.
Durante a reunião, presenciada por meia centena de pessoas, foram apresentados três “cases” de jornais de bairro. Gustavo Cruz Silveira, do Jornalecão, criado há 24 anos no Guarujá, contou que o veículo foi fundado por duas crianças de 11 anos – ele e o amigo Christian Borges – para arrecadar fundos para seu time de futebol. Erico Vieira, fundador do Bem Estar, contou que seu jornal nasceu de uma busca pessoal por melhor qualidade de vida.
De 44 jornais para apenas 13
O último a falar, Elmar Bones, do JÁ Bom Fim, que circula há 23 anos, lembrou que esta é a segunda tentativa de organizar os jornais de bairro, que possuem uma associação fundada em 1998. “Chegamos a ter 44 jornais em circulação nos 83 bairros da capital”, disse ele, lembrando que houve uma mudança em meados da década ada, quando “esse mercado foi devastado pela atuação predatória” da RBS, que lançou uma série de cadernos de bairros. Em conseqüência, os jornais de bairro caíram para 13.
Com a posterior suspensão dos cadernos da Zero Hora, os veículos das bases comunitárias estão voltando, mas todos reclamam o reconhecimento como mídia por parte dos órgãos públicos e agências de propaganda.
Disposta a amparar a retomada da imprensa enraizada nos quarteirões, a ARI inaugurou no sétimo andar de sua sede, na Av. Borges de Medeiros 915, uma sala para facilitar o intercâmbio dos jornais de bairro. A sala ficou sob a responsabilidade da professora Beatriz Dornelles, da PUC, que estuda os jornais comunitários e foi a primeira presidente da Associação dos Jornais de Bairro de Porto Alegre.
Segundo Paulo Tomazini, diretor do Jornal Floresta e atual presidente da associação, o primeiro jornal de bairro da capital gaúcha foi criado em 1954 em Ipanema. O fenômeno da mídia comunitária está difundido em todo o Brasil. Tanto que por iniciativa de um parlamentar carioca tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que determina a aplicação em jornais de bairro e de segmentos sociais 10% das verbas públicas de propaganda.
Resistência JÁ! Que resistência é essa? 6b64d
No primeiro encontro, arregimentadas pela internet, 38 pessoas comprareceram à sete da ARI no dia 11 de setembro, um sábado chuvoso.
Todos haviam lido os artigos do Luiz Cláudio Cunha no Observatório da Imprensa, estavam a par dos fatos narrados no site do JÁ sobre o processo que, em seus desdobramentos políticos, vem estrangulando o jornal. Queriam saber o que fazer.
Primeira conclusão que surgiu das mais de duas horas de discussões: o caso do JÁ pode ser o mais grave, o mais evidente, mas não é isolado.
Ele se insere num contexto que condena à inanição qualquer tentativa de jornalismo independente, fora do discurso das corporações.
Esse processo envolve desde o controle das verbas, dos canais de distribuição, a conivência dos governos, até a insensibilidade do judiciário em relação aos pequenos veículos independentes.
Para estes não valem os “sagrados direitos de liberdade de expressão” e de “liberdade de imprensa”, pelos quais a Associação Nacional dos Jornais se mantém sempre tão vigilante.
Estas foram as questões que levaram à criação do “Resistência JÁ”, um movimento para impedir a falência do jornal e também fazer essa discussão mais ampla, com base no conceito do direito à informação. Foi formado um Comitê Executivo para estabelecer e coordenar uma pauta de ações.
A primeira ação externa foi o evento do dia 8 de outubro na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Os chargistas da Grafar fizeram uma exposição de cartuns em solidariedade ao movimento.
Também foi montada uma exposição dos 25 anos do JÁ e distribuido um “número zero” anunciando o relançamento do jornal no fim de outubro. A necessidade de se construir alternativas à mídia convencional, foi o ponto comum nas manifestações.
Apesar de ser uma sexta-feira, véspera de feriadão, 80 pessoas am o livro de presença e as duas principais entidades de representação dos jornalistas gaúchos – Associação Riograndense de Imprensa e Sindicato dos Jornalistas – manifestaram seu apoio ao movimento através de seus presidentes, Ercy Pereira Torma e José Nunes.
Também manifestaram apoio as seguintes entidades: ARI, AJURIS, IAB, OAB, AGAPAN, Amigos da Gonçalo de Carvalho, ACJM/RS, Movimento Defenda a Orla, SINDJORS, FENAJ, SindBancários, CUT/RS, Força Sindical, Federação das Mulheres Gaúchas, Sindicato dos Servidores Públicos Federais – Sindiserf/RS, Grafar.
"A cidadania precisa de informação para se organizar" 4a33j
Ato público apoia jornal JÁ
O Comitê Resistência JÁ promoveu na sexta-feira, 8, o Ato público pelo direito à informação e 25 anos do Jornal, que reuniu cerca de 100 pessoas no vestíbulo do Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa. Foi o primeiro de uma série de atos planejados pelo Movimento Resistência JÁ, instituído um mês atrás, para dar visibilidade à crise que ameaça a sobrevivência do jornal, promover sua sustentabilidade e ao mesmo tempo discutir o direito da cidadania à informação. Com a presença do presidente da Associação Riograndense de Imprensa, Ercy Torma, do presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, José Maria Rodrigues Nunes, e de apoiadores, o ato mostrou uma exposição de capas históricas do jornal e de livros editados pela empresa. Um varal expôs charges sobre o JÁ, de integrantes da Grafar (Grafistas Associados do Rio Grande do Sul).
A crise do JÁ agravou-se recentemente, quando, depois de intervir financeiramente no jornal, uma decisão judicial bloqueou os bens pessoais de seus diretores. As medidas judiciais visam garantir o pagamento de indenização por dano moral à família do ex-governador Germano Rigotto, pela repercussão de matéria publicada em 2001. O jornal foi absolvido no processo crime por injúria, mas condenado num segundo processo por dano moral. A ação é movida pela mãe do ex-governador, Julieta Rigotto.
O Movimento protesta contra a pressão financeira que sufoca o jornal, mas quer discutir principalmente o direito da população a ser informada por diferentes fontes de informação, numa pluralidade democrática. “O sentido é chamar a atenção para a situação do JÁ, que não é única”, disse Elmar Bones, diretor do jornal. “Minha tese é que existe um déficit de informação sobre o que realmente acontece. A comunicação é muito concentrada em poucos grupos e pauta muito limitada, que não dá conta das necessidades de informação da sociedade”. Ele disse também que há um ambiente hostil a pequenos projetos, como o do JÁ. “Os jornais de bairro crescem em todos os lugares, não em Porto Alegre. Aqui, eles já foram quase 50. Hoje, são menos que 20”. As verbas publicitárias são concentradas nas grandes corporações e não há espaço para os pequenos projetos. Bones defende a existência de políticas públicas capazes de incentivar os pequenos projetos. “A sociedade precisa de informação para se organizar, buscar seus interesses e resolver seus problemas coletivamente”, disse ele. ‘É precisão construir alternativoas”.
O movimento fará exposições e atos públicos em diversos locais e planeja um show musical. Apoiam o Resistência JÁ as entidades ARI, Ajuris, IAB, Agapan, Amigos da Gonçalo de Carvalho, ACJM/RS, Movimento Defenda a Orla, Sinjors, Fenaj, SindBancários, CUT/RS, Força Sindical, Federação das Mulheres Gaúchas, Sindserf, Grafar, Sindsepe e Grupo Trilho de Teatro Popular. (Adélia Porto Silva, jornalista, colaboradora do Sul21)
Exposição de charges em solidariedade ao JÁ 3w81p
O jornal JÁ completa 25 anos em outubro e começa as comemorações com ato público pelo direito à informação na Assembleia Legislativa. Neste sexta feira, 8, partir das 19 horas.
Os mais importantes chargistas gaúchos participam do evento, com trabalhos sobre a liberdade de expressão e o direito à informação.
Entre eles, Santiago, Canini, Eugênio Neves, Moa, Bier, Louzada, Kaiser, Jô… A partir das 19 horas, no vestíbulo do teatro da Assembléia Legislativa.
O evento é promovido pelo movimento Resistência JÁ, criado no dia 11 de setembro último, quando quase 50 jornalistas, líderes comunitários, pequenos empresários, reuniram-se na sede da Associação Riograndense de Imprensa para discutir a situação do jornal JÁ, ameaçado por pressões políticas.
Como iniciativa do movimento, o jornalista Elmar Bones, editor do JÁ, ocupou a Tribuna Popular, na Câmara Municipal de Porto Alegre de Vereadores, para falar da importância dos jornais de bairro e dos movimentos comunitários.
Doze vereadores manifestaram-se em seguida, referendando a importância do tema. E a Mesa decidiu marcar uma sessão temática sobre as relações do poder público com o assunto.
O movimento “Resistência JÁ” propõe um debate sobre o “direito à informação”, inscrito na Constituição, mas relegado na prática.
* * *
Ato público pelo direito à informação
e 25 anos do Jornal JÁ
Exposição de material histórico do jornal
Exposição de charges de Santiago, Canini, Eugênio Neves,
Kaiser, Bier, Moa e outros
6a-feira, 8 de outubro de 2010, 19 horas
Teatro Dante Barone, Assembléia Legislativa do RS
Apoio: ARI, AJURIS, IAB, OAB, AGAPAN, Amigos da Gonçalo de Carvalho, ACJM/RS, Movimento Defenda a Orla, SINDJORS, FENAJ, SindBancários, CUT/RS, Força Sindical, Federação das Mulheres Gaúchas, Sindicato dos Servidores Públicos Federais – Sindiserf/RS, Grafar.
Para ler o artigo do jornalista Luiz Cláudio Cunha, publicado no Observário de Imprensa, que chamou a atenção para o caso em todo o caso em todo o Brasil: http://migre.me/1tIJ3
Para ler a entrevista do editor do JÁ, Elmar Bones, publicada por Paulo Henrique Amorim no seu blog Conversa Afiada:
/2010/08/31/7287/
Tribuna Popular sobre jornais de bairro hoje na Câmara 1w2f31
Nesta segunda, 27, haverá uma “Tribuna Popular” na Câmara Municipal de Porto Alegre que terá como tema: a importância dos Jornais de bairros (e mídia alternativa) nas questões da cidadania da cidade.
A “Tribuna Popular” foi solicitada pelo “Amigos da Gonçalo de Carvalho” e o orador será o “Amigo da Gonçalo” e jornalista Elmar Bones, editor do jornal JÁ.
Por favor, compareçam e prestigiem aquela importante parcela da mídia que normalmente é a única que nos dá voz!
Local: Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre
Data: 27 de setembro de 2010
Horário: 13h 45min
Fórum tem que avançar em propostas, diz Lula 2870z
Até o presidente Lula acha que o Fórum Social Mundial tem que ir além da crítica ao neoliberalismo e definir uma lista mínima de propostas concretas para tornar um novo mundo possível.
“Não adianta sair daqui com uma pilha de papéis que depois ninguém vai ler”, disse Lula no discurso que fez nesta terça-feira, 26, no ginásio Gigantinho.
Embora sem usar a expressão, ele sugeriu uma “agenda mínima” que possa resultar numa ação unificada de todos os movimentos que compõem o Fórum.
Lula deu, inclusive, uma sugestão aos organizadores do FSM: promover uma campanha em todos os continentes para ajudar a reconstruir o Haiti.
A idéia de uma pauta de iniciativas que possam dar unidade às ações dos movimentos de todos os continentes que integram o FSM tem sido sugerida pelos principais participantes dos debates que se realizam em Porto Alegre e as cidades da região metropolitana.
Inclusive alguns dos idealizadores do fórum, como o jornalista francês Bernard Cassen, do Le Monde Diplomatique, tem insistido nessa postura “mais propositiva” para dar mais consistência ao movimento.
Ainda há, no entanto, resistência, entre muitos dos conferencistas mais influentes, que acham a idéia de “agenda mínima” uma prática da antiga esquerda, que poderá engessar o movimento e tirar uma de suas características mais fortes, que é a autonomia das entidades que integram o FSM.
É de se prever que este será o tema central no seminário de encerramento, quando se fará um relatório das discussões, na tentativa de definir os rumos do movimento que comemora os seus 10 anos em 2010.
FSM:Pesquisa mostra perfil dos participantes 1e1c5h
O Ibase, um dos promotores do evento, realiza desde 2003 uma pesquisa entre os participantes dos debates centrais do Fórum Social Muncial. Os resultados indicam um público predominantemente jovem e com bom nível de escolarização.
No encontro de 2009, em Belém (PA), 64% dos participantes tinham até 34 anos de idade e 81% tinham ou estavam cursando uma faculdade. Foram ouvidos 2.262 num universo de 150 mil participantes.
Para eles, o papel do Fórum é “propor políticas públicas” e “oferecer espaço para trocas culturais” (ambas com 19% das citações), além de “construir articulação internacional” (16%). “Pressionar governos” e “protestar”.
Para 89%, o “ponto forte” do Fórum é a “diversidade”; para 60%, o “ponto fraco” é a sua organização.
Apresentados a nove instituições, 85% dos participantes disseram que não confiam no Fundo Monetário Internacional (FMI) e nas “empresas transnacionais” (83%).
Também não confiam nos parlamentos (79%), no Banco Mundial, no Sistema Jurídico (77%), nos blocos regionais (60%) e em governos nacionais (62%). A Organização das Nações Unidas (ONU) foi a que mais dividiu opiniões (49% não confiam e 44% confiam).
Em Belém, 80% dos participantes eram brasileiros, 13% da América Latina e Caribe e 7% do “resto do mundo”, num total de 142 países representados.
A alta concentração de pessoas do próprio país que sedia o Fórum ocorre em todas as reuniões centrais do FSM.
O fato de 76% dos que estiveram em Belém estarem participando de uma reunião central do Fórum pela primeira vez (12% pela segunda vez) indica, segundo os técnicos do Ibase, um bom potencial de renovação do Fórum.
IDENTIFICAÇÃO COM MOVIMENTOS OU “LUTAS”
Foi perguntado: você pertence ou tem maior identificação com algum tipo de movimento ou luta?
As principais alternativas assinaladas foram:
21% se identificam com a Luta Ambientalista
16% com Movimentos por Direitos Humanos
11% com Movimento Cultural e Artistico
Apenas 10% dos entrevistados identificam-se com o Movimento Estudandil.
Um detalhe: 20% dos entrevistados não têm identidade com nenhum movimento.
Observação: os pesquisadores do Ibase concluíram que “as lutas com caráter mais universalista têm maior destaque”, o que sugere que os participantes do Fórum Social Mundial têm uma “visão com foco amplo sobre os problemas e desafios” do mundo atual – embora seja preciso destacar que um quinto dos entrevistados afirme não se identificar com nenhum movimento específico (tendência que se acentua entre os mais jovens).
Foi perguntado: De que tipo de organização ou entidade você participa? (o entrevistado podia escolher mais de uma opção).
As mais citadas foram:
Movimento social – 27%
ONG – 17%
Grupo Religioso – 12%
Associação – 11%
Grupo Cultural – 10%
Sindicato – 8%
Partido político – 8%
Economia solidária – 3%
NENHUMA – 30% (quase um terço dos participantes não integra nenhuma organização ou entidade).
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GLOBALIZAÇÃO
Foi perguntado: o que você pensa sobre a globalização? (foram apresentadas 3 alternativas)
A maioria dos entrevistados (54%) respondeu que “deve haver mudança radical”;
Outros 34% acreditam que “deve-se criar formas de melhorar” e apenas 7% acham que a globalização deve seguir o seu curso “da forma como se dá hoje”. 5% não sabiam ou não tinham opinião.
Também foram apresentadas aos entrevistados medidas para o enfrentamento da situação de crise financeira mundial.
Parcela expressiva (53% dos entrevistados) defendeu que haja um aumento “do controle estatal sobre o sistema financeiro”.
A imensa maioria (83%) rejeita a redução de direitos trabalhistas e a flexibilização de leis ambientais,90% são contrários como medidas para evitar demissões.
A IMPORTÂNCIA DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL
Foi perguntado: o que o Fórum Social Mundial tem de mais importante?
19% dos entrevistados responderam “oferecer espaço para trocas culturais”
19% responderam “propor políticas públicas”
16% “construir articulação internacional”
Foram citadas ainda “pressionar governos”, “protestar”, entre outras.
Para a maioria dos participantes (89%) o principal “ponto forte” do Fórum é a “diversidade”; já o principal “ponto fraco” do FSM (para 60% dos entrevistados) é sua organização.
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O A INFORMAÇÃO
Foi perguntado sobre qual o principal meio utilizado para obter informação.
Os principais meios citados foram a Internet (60% dos entrevistados), seguida de Televisão (19%) e jornal diário impresso (13%).
O principal uso da Internet é para e-mails (56%), sendo que entre os mais jovens, os sites de relacionamento aparecem como primeira opção (entre os jovens de 14 a 17 anos, 46% usam a Internet com esta finalidade).
Quando perguntados, porém, sobre “qual forma de comunicação e informação mais influencia as suas opiniões”, 22% responderam “revistas e jornais impressos comerciais”, opção seguida por “debates com amigos e parentes” (19%), estudos (16%) e publicações impressas de “organizações e entidades de movimentos sociais” (13%).
TEMAS DA AGENDA PÚBLICA
O que mais dividiu opiniões entre os participantes do Fórum em Belém foi a legalização do aborto: 45% foram a favor e 44% contra (o restante não tinha opinião).
Sobre a discriminalização das drogas, 49% foram contra e 40% a favor (o restante, sem opinião).
Já a união civil entre pessoas do mesmo sexo é aceita por ampla maioria: 65% foram favoráveis e 27% contrários (o restante não tem opinião formada).
Observação: a polarização de opiniões (particularmente em temas como a legalização do aborto e descriminalização das drogas) aponta, segundo os pesquisadores do Ibase, o caráter de diversidade do Fórum Social Mundial. (Fonte: IBASE -Instituto Brasileiro de Análise Social e Econômica )
Canoas sedia eventos da Economia Solidária 1i2t2f
Em Canoas, a programação do 10o. Forum Social, terá a “Feira da Economia Solidária”, no Parque Eduardo Gomes, a 30 quilômetros do centro da capital gaúcha. Inclui oficinas de hip-hop, capoeira e atividades culturais.
A cidade também realizará o “Seminário Internacional de Metrópoles Solidárias, Sustentáveis e Democráticas”, onde cidades de periferia do Brasil e do mundo, integrantes da rede do Fórum de Autoridades Locais de Periferia (FALP), debaterão suas realidades e valores como forma de construir metrópoles mais humanas.
HPS começa a semana com protesto dos funcionários 4d544z
Funcionários do Hospital de Pronto Socorro aram o domingo distribuindo panfletos no Parque da Redenção e arredores convocando a população para um ato público nesta segunda feira. Dizem que o HPS, único hospital de emergências da cidade, “está esquecido pela prefeitura”. “Há muito não se investe em equipamentos, infra-estrutura e recursos humanos”. Às onze da manhã eles promovem um “abraço símbolico” ao prédio na avenida Osvaldo Aranha.
Leia o que dizia um dos panfletos distribuidos:
“HPS PEDE SOCORRO!”
“Os trabalhadores do HPS vêm buscar apoio da comunidade usuários diretos ou indiretos do Hospital de Pronto Socorro”.
“Esse símbolo de Porto alegre está esquecido. Há muito não se investe em equipamentos, infraestrutura a recursos humanos e quem acaba prejudicado é o usuário e os próprios trabalhadores que não podem dar um atendimento mais adequado e de melhor qualidade”.
“Além das condições subumanas a que estão submetidos usuários e população, a Prefeitura de Porto alegre está retirando a insalubridade daqueles que estão cuidando de você: istrativos, nutrição, limpeza, manutenção, lavanderia e serviço social”.
“Junte-se a nós, e vamos juntos defender o HPS, pois ele é de todos.
Por melhores condições de trabalho, por investimentos em equipamentos, reformas e RH, e pela manutenção da insalubridade”.
“Vamos juntos abraçar o HPS, segunda-feira , 29/06009, às 11 horas da manhã”.