Grupo irá discutir soluções para a Cidade Baixa 5t25x

Tomaram posse nesta sexta-feira, (9/12), os integrantes do Grupo de Trabalho (GT) para buscar soluções para os problemas do bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. O GT foi proposto durante uma reunião entre a comunidade e a prefeitura, que aconteceu em novembro. A ideia é debater e propor alternativas para resolver as questões que envolvem a comunidade. A região reúne um grande número de residências, mas também concentra bares e casas noturnas. P ara a prefeitura, a criação do GT vai permitir que os próprios moradores e comerciantes, os vereadores e a Brigada Militar, sejam protagonistas no encaminhamento dos assuntos que estão gerando conflitos. “Temos convicção que com o debate e seguindo o que determina a Lei poderemos encontrar soluções adequadas para os problemas apontados por ambos os lados”, afirmou o prefeito José Fortunati. Fazem parte do GT Como representantes dos moradores: Roberta Rosito Corrêa e Daniele Dallfollo Peducia, como titulares e Helena Cristina Julião Lopes e Gilmar Prates Muller, como suplentes. Pela prefeitura: Samir Ali; André de Oliveria Carús; Carlos Manoel Perez Pires; Andréa Teichmann Vizotto. Os indicados pelos empresários são: Eli Antonio Sturmer e Moacir Biazibetti, como titulares e Jacir Carlos e Adolfo Marina Filho, como suplentes. Do SindiPoa, participa Maria Isabel Nehme e da Brigada Militar o major Luis Ulisses Rodrigues Nunes. Pela Câmara Municipal, participam os vereadores Professor Garcia e Haroldo de Souza como titulares e como suplentes Tarciso Flecha Negra  e Fernanda Melchiona. 4o2x6l

Tráfico murcha no Bom Fim e floresce na Cidade Baixa 3u6m49

O tráfico de drogas está decadente no Bom Fim. A avenida Osvaldo Aranha por anos foi point de distribuição para os traficantes. Na última semana de janeiro, repórteres do Jornal Já percorreram os pontos conhecidos e constataram uma redução na oferta.
Mas, logo apurou-se que a venda de entorpecentes está deslocada para a Cidade Baixa, bairro de diversão noturna. A Redenção continua abrigando este tipo de atividade, de dia no prédio abandonado do auditório Araújo Viana e na avenida José Bonifácio à noite.
À luz do sol, o usuário que deseje algum tipo de droga pode encontrar facilmente seu objeto de consumo na trilha entre o Araújo Viana e o parque Ramiro Souto. Entre as árvores que projetam sombra no local, ponto de agem de famílias e amigos que pretendem se divertir nas quadras, os vendedores de entorpecentes abordam o transeunte que demonstre o menor sinal de ser um potencial comprador.
Numa quarta-feira, o ponto tinha três pessoas fazendo o comércio: dois rapazes aparentando ter 20 anos e um sujeito de barba, prováveis 30. Eles abordam o possível cliente oferecendo maconha, mas também trabalham com outros tipos de drogas. Caso o interlocutor peça algo de consumo mais , LSD, por exemplo, e eles não tenham a substância, prometem a mesma para o dia seguinte a um custo de R$ 50 a dose. Nos arredores, nenhum sinal de policiamento.
O mapa dos pontos de venda muda após o pôr-do-sol. Às 22 horas é possível encontrar dois ou três sujeitos andando em círculos, ironicamente na frente do Colégio Militar, a poucas centenas de metros de um posto da Brigada.
A maconha é vendida ali a partir de R$ 5, e os traficantes não parecem se incomodar com a proximidade da polícia. “Aqui é sereno”, disse um dos negociantes, que aparentava a mesma juventude de seus colegas diurnos. Quando um potencial comprador expressa intenção de adquirir a droga, eles já começam a negociação caminhando em direção ao parque, dando a entender que o produto fica escondido ali.
O morador de Porto Alegre que não freqüentou a Osvaldo Aranha nos últimos anos estranharia o cenário. A avenida estava completamente “limpa” no primeiro dia de levantamento da reportagem, entre 18 e 23 horas, causando frustração aos usuários.
Antigamente, era fácil identificar alguns pontos de venda de drogas na avenida, principalmente entre as esquinas com as ruas Fernandes Vieira e João Teles.
Uma rápida busca nas redondezas, inclusive nos recantos mais ermos, como a avenida Cauduro, fazia concluir que o Bom Fim está mesmo com menos traficantes do que antes.
O mercado do bairro, revitalizado e com o durante a noite, deixou de ser ponto de venda.. A explicação pode estar num comentário feito por um funcionário de um tradicional estabelecimento de comércio da Osvaldo. “Limparam tudo, ainda bem”, comemorou, explicando que “eles sumiram depois que foi instalado o posto da Brigada ali no mercado. Foram todos para a Cidade Baixa”.
Entretanto, a noite seguinte acabaria frustrando o trabalhador, já que uma dupla vendia maconha, sem encontrar problemas, na porta do local, às 23 horas, mesmo após chuva intensa. De aparência maltratada e roupas velhas, representavam, como todos os traficantes localizados por esta reportagem, o elo mais frágil e pobre de um negócio que movimenta bilhões de verdinhas ao redor do mundo.
Não foi difícil verificar, em apenas uma noite, a existência de pontos de venda no festivo bairro citado pelo funcionário. Quem ali entrasse pela rua da República, repleta de pessoas em seus bares, logo encontraria gente vendendo maconha. Na rua Sofia Veloso, entre a República e a badalada Lima e Silva, haviam três sujeitos, um deles enrolando a droga na seda. Faziam o negócio de uma forma aparentemente mais amadora que os encontrados na Redenção, vendendo a erva sem preço fixo.
O grande movimento da noite no bairro e a ostensiva presença de brigadianos não inibiam a atuação dos comerciantes de substâncias proibidas. Na Rua João Alfredo, entre a República e a Luiz Afonso, um sujeito ficava parado na calçada leste, apenas esperando ser abordado. “Eu não tenho aqui, mas tem no posto na vila aqui perto. Posso buscar”, explicou o rapaz. Ele afirmou estar esperando por um consumidor que lhe compraria pó e que trabalha no ramo há três anos. “Aqui é sereno”, falou, repetindo seu colega da José Bonifácio, enquanto viaturas da BM avam na sua frente, abrindo caminho na via movimentada.
Falando nos veículos policiais, três foram avistados na curta caminhada entre a Sofia Veloso e a João Alfredo, revelando massiva presença policial. Na tarde seguinte, lá estava o mesmo indivíduo, no mesmo local, papeando com uma pessoa que aparentemente trabalha no comércio formal da João Alfredo – e nada da polícia nesta hora..
O preço da maconha, consumida por gente de todas as classes sociais, curiosamente rivaliza com o do crack, mais popular entre pessoas de baixa renda. Um vivente que tem as ruas da Cidade Baixa como lar, denominado Tuni, disse ser muito fácil encontrar a pedra maldita na região. “Custa uns R$ 5”, informou com naturalidade à reportagem. Mas os preços variam, chegando a ficar mais caros que a erva, o que depende do vendedor. Segundo flanelinhas do local, costumeiramente bem informados sobre o ramo, a pedra de crack pode custar até R$ 10.
Na rua José do Patrocínio pode-se questionar algum guardador de carros. Um deles revelou a atividade de seus colegas ao redor do bar Opinião. Numa visita ao entorno do local durante a primeira noite, parecia impossível identificar alguém, já que a esquina estava repleta de freqüentadores.
No entanto, perguntando a outro sujeito que cuida automóveis estacionados entre as esquinas com a Joaquim Nabuco e a Venâncio Aires, foi possível saber que ele faz a intermediação da venda de “erva, pó e pedra”. O usuário que desejar outra substância pode esperar por ali, segundo ele, porque o intermediário diz conhecer “quem vende”. Logo após a conversa com o rapaz, duas viaturas da Brigada aram cheias de homens e com as sirenes ligadas, indo rapidamente para os lados da Azenha.
A presença visível, além de chamar a atenção, não é a mais indicada nem a utilizada para abordar especificamente o tráfico de drogas em locais de grande circulação, de acordo com a corporação. Segundo o Capitão Vaine, do 9° Batalhão da Brigada Militar, responsável pela segurança na área investigada, “a viatura ostensiva acaba dispersando os locais de grande movimento, facilitando a fuga dos traficantes, e isso inclui o local onde se vende na Redenção”.
O brigadiano à paisana faz a chamada “abordagem discreta”, o método indicado para identificar e prender os vendedores de drogas. Já a presença ostensiva, com viaturas e uniformes, é destinada a casos especiais nas vilas. Barreiras nas ruas para vistoria do interior de veículos representam a terceira forma de coibir o lucrativo negócio. Das 22 prisões por tráfico feitas pela BM em janeiro na área central de Porto Alegre, uma ocorrência foi registrada na Osvaldo e a outra na República. De acordo com o Capitão Vaine, a corporação faz o possível para combater o comércio ilegal de entorpecentes.

Folia na Cidade Baixa 232a5c

Carnaval na Cidade Baixa
Carnaval na Cidade Baixa

Por Carolina Teixeira
No último domingo, dia 08 de fevereiro, a folia tomou conta da Cidade Baixa, entre as ruas Lima e Silva e República, na rua Sofia Veloso. Fantasias divertidas, pessoas bonitas e animadas, muito samba e bateria de primeira.
O burburinho iniciou por volta das 15h e estendeu-se até a noite. Entre as atrações estavam a bateria mirim “Areal da Baroneza”, a banda de marchinhas “Charanga do Iran” e o grupo de samba “Na Palma da Mão”, além de convidados especiais e personagens circenses.
O Bloco Maria do Bairro, que colocou sua velha guarda, seu casal de mestre-sala e porta-bandeira e sua rainha da bateria para desfilar, foi quem organizou a função. É o terceiro ano consecutivo que o bloco promove a festa, que inclui apresentação de bandas de samba, marchinhas, bateria e samba-enredo.
O trânsito da Rua Sofia Veloso foi bloqueado e, como nos antigos carnavais de rua de Porto Alegre, foram distribuídos brindes temáticos, serpentinas, confetes e leques de papel. Esse tipo de evento pretende resgatar o aspecto cultural do bairro.
O Carnaval de Rua na Cidade Baixa, que começou por volta de 1972 e que durou até 1984, ressurge como um resgate da tradição dos antigos carnavais de rua e manifestações quase que espontâneas que existiam na cidade e que acabaram com o ar dos anos.
“A tradição do carnaval ao ar livre é um costume no Rio de Janeiro e é cultivada por centenas de foliões que am o ano aguardando a grande festa, momento de confraternizar com os amigos, com os vizinhos, com a sociedade”, destaca Rafael Tombini, sócio da empresa e um dos realizadores da atividade. “A Maria vive a cultura e acredita que qualquer forma de manifestação artística deve sempre ser incentivada”, complementa.
Desde sua primeira edição, os organizadores do evento buscam resgatar o romantismo e a cultura dos carnavais de rua de antigamente, numa festa para a comunidade. Em 2008, cerca de 2 mil pessoas participaram do evento. Para este ano, a Maria Cultura ou uma estimativa de um público aproximado de 3 mil pessoas, entre moradores do bairro, jovens, crianças, idosos e famílias.

Moradores recorrem ao Ministério Público contra obra na Cidade Baixa 3o714m

Cláudia Viegas, AmbienteJÁ,
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre (Smam) ainda não tem o laudo sobre a situação de sanidade vegetal no terreno onde a construtora Melnick pretende erguer um condomínio com 196 unidades, distribuídas em 19 andares, na Rua Lima e Silva, 777, Cidade Baixa. A informação foi dada nesta quarta-feira (22/10) pelo supervisor de Meio Ambiente da Smam Maurício Fernandes.
De acordo com ele, os empreendedores cortaram duas árvores sem autorização – um limoeiro, considerado árvore frutífera exótica, de relevância doméstica, e uma palmeira areca, sendo esta última protegida de corte pelo Decreto Municipal 6269/1977. “Em função disto, a empresa foi autuada”, explicou, acrescentando não saber o valor da multa e que “o recurso istrativo ainda não foi julgado”. Fernandes informou que, para a Smam, os empreendedores disseram terem sido “acidentais” os cortes. Após estas infrações, a obra foi suspensa, e também porque há no local uma nogueira-pecã protegida pelo mesmo decreto municipal.
“Regular estado”
A nogueira, aliás, é um dos fatores que está mobilizando moradores das imediações a realizarem sistemáticos protestos contra a obra. No domingo (19/10), eles se reuniram em frente ao local e anexaram uma faixa onde inscreveram seu pedido de “respeite o meio ambiente”.
Por meio do movimento Cidade Baixa Vive, criado no último dia 15, os moradores entregaram ao Ministério Público do Estado mais 111 s contra o chamado “espigão da Lima e Silva”, agora totalizando 152 adesões de moradores. No domingo (19/10), eles mostraram uma planta feita em AutoCAD pelo arquiteto Cristiano Illanes, a qual projeta a sombra da obra sobre terrenos das imediações em diversos horários do dia. Às 16h30min, por exemplo, a sombra do prédio de 19 andares tomará um espaço que se estende por duas quadras além da Rua Lima e Silva, chegando à José do Patrocínio e atingindo principalmente a Rua Alberto Torres. Às 17h, a mesma sombra ultraa a Rua Venâncio Aires.
Os moradores temem pelos efeitos sobre a saúde e as condições de suas residências, que poderão ficar úmidas e insalubres. Eles também estão preocupados com o adensamento urbano. Conforme estimativa de alguns, 196 unidades implicarão cerca de 600 pessoas a mais morando no bairro, “o que é como colocar uma cidade do Interior aqui na Cidade Baixa”, assinalou o chargista Santiago, também residente no bairro.
Fernandes, da Smam, revelou que, há mais ou menos dois anos, a Secretaria recebeu da Melnick um laudo, assinado por engenheiro agrônomo contratado pelo empreendedor onde está atestado “regular estado fitossanitário” da vegetação do terreno. Questionado sobre o significado de “regular”, ele respondeu que “não é bom nem ruim, indica que a vegetação está indo para uma situação ruim”. “A comunidade diz que a árvore está bem, mas isto ainda não foi avaliado pelos nossos técnicos”, afirmou Fernandes.
No domingo (19/10), uma foto obtida por moradores mostra a nogueira ao fundo do terreno, atrás do tapume, com a copa coberta por folhas. Para a Smam, contudo, de acordo com Maurício, “o empreendedor alega que a árvore está perecendo”. Já para os moradores, uma das evidências da situação oposta é que a árvore abriga papagaios que se deslocam para lá desde o Parque Farroupilha.
Frustração
Na quinta-feira (15/10), em audiência realizada na Promotoria do Meio Ambiente, os moradores saíram frustrados ao tentarem negociar a redução da altura do prédio com os empreendedores. Segundo o coordenador do movimento Cidade Baixa Vive, Philip de Lacy White, as reivindicações dos moradores não foram bem recebidas pela promotora Dra. Sandra Santos Segura. “Ela nos deu a entender que nossa causa foi perdida”, lamentou White.
Plano Diretor
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Planejamento do município informou que o processo do empreendimento da Melnick “tramitou normalmente na SPM” e que a altura de 52 metros, correspondente a 18 ou 19 andares, está dentro do permitido pelo Plano Diretor da Capital para construção na Cidade Baixa. “Por estar de acordo com o Plano Diretor, o projeto foi direto para a Smov [Secretaria Municipal de Obras], não necessitando análise da SPM”, informou a Assessoria, acrescentando que não foi exigido o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV, Lei Federal 10.257/2000) por não ter sido ainda regulamentado o mesmo em nível municipal.
“Estamos em vias de implementação do EIV municipal, por meio de um projeto de Lei do Executivo que deverá ser encaminhado como parte das mudanças do Plano Diretor”, informou a Assessoria da SPM. Se estivesse em vigor na cidade, o EIV contemplaria questões como o adensamento populacional e a geração de tráfego, previstos, entre outros itens, no artigo 37 da Lei 10.257/2000.
A Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Obras e Viação foi contatada pela reportagem do AmbienteJÁ para esclarecer os trâmites do empreendimento da Melnick na Smov, porém não deu retorno.
Empreendedor
O gerente de Incorporações da Melnick, Marcos Colvero, informou que “o projeto foi aprovado pela Smov e entrou na Smam já com laudos de cobertura vegetal”. De acordo com ele, “a Smam deu parecer favorável à supressão de vegetação com compensação”. “Para nós, os vegetais não aram despercebidos, foram vistoriados por nossos técnicos e também pela Smam”. “Todos os laudos atestam que a condição fitossanitária está comprometida”, assinalou Colvero, acrescentando que “a nogueira apresenta problemas de infiltração que leva à necrose”. O Decreto 6269/77, no entanto, atribui à Prefeitura e aos moradores a obrigação de zelar pelos vegetais protegidos.
O engenheiro da Melnick informou que a empresa propôs como compensação ao corte da árvore a construção de uma praça aberta ao público em frente ao empreendimento, além de um “túnel verde” que se estenderia por duas quadras, desde a esquina da Rua Luiz Afonso com Lima e Silva até a esquina desta com a Joaquim Nabuco, ando pelas esquinas da Otávio Correa e Lopo Gonçalves. A Smam informou que ainda não analisou as alternativas de compensação.
O movimento Cidade Baixa Vive criou o e-mail [email protected] para manifestações de interessados na discussão dos fatos envolvendo o empreendimento.