Restam três dias para sair de cartaz a programação de cinema indiano no Santander Cultural. O mote é o Diwali – Festival das Luzes, uma das principais festas religiosas hindus. São oito filmes indianos, que abordam temas como religião, autoconhecimento e espiritualidade, que disseminam os valores humanos mais caros àquela cultura da simplicidade e da paz. O Diwali, também transcrito como Deepavali ou Deepawali, é uma festa religiosa hindu, conhecida também como o Festival das Luzes. É celebrado uma vez ao ano na noite mais escura do outono, o dia de Lua Nova, marcando a transição entre a Lua Minguante com a Lua Crescente. Comemorado pelos hindus, sikhs e jains em todo o mundo, as luzes significam a vitória do bem sobre o mal dentro de cada ser humano. 28 de out – terça 15h Como Estrelas na Terra Aamir Khan, Amole Gupte 19h Apaixonados Sanjay Leela Bhansali 29 de out – quarta 15h Mapa León Siminiani 17h Nome de Família Mira Nair 19h Como Estrelas na Terra Aamir Khan, Amole Gupte 30 de out – quinta 15h Sadhu Gaël Métroz 17h Terra Deepa Mehta 19h Apaixonados Sanjay Leela Bhansali SINOPSES APAIXONADOS Saawariya, Índia, 2007, digital, cor, 142 min Raj é um artista idealista e sonhador. Numa pequena cidade do norte da Índia, conhecida por seus grandes lagos, pinheiros e neve, ele conhece Sakina, uma garota tímida e enigmática. O que começa como uma inocente amizade logo se transforma em paixão, com o jovem artista tentando conquistar o coração da garota a qualquer preço. D: Sanjay Leela Bhansali. G: Romance. CI: 12 anos. Awards of the International Indian Film Academy 2008: Melhor Ator Estreante, Melhor Cantor e Indicações a Melhor Atriz Coadjuvante, Canção, Cantora e Direção Musical. Apsara Film Producers Guild Awards, Índia 2008: Melhor Ator Estreante e Indicação a Melhor Direção Musical. Filmfare Awards, Índia 2008: Melhor Ator Estreante e Indicações a Melhor Atriz Coadjuvante, Trilha Sonora e Música. COMO ESTRELAS NA TERRA Taare Zameen Par, Índia, 2007, digital, cor, 165 min Ishaan tem oito anos e sofre de dislexia,por isso, não consegue acompanhar as aulas na escola. Sem saber do distúrbio, seu pai acredita que o garoto precisa ser disciplinado num rigoroso internato. Mas Nikumbh, o professor de artes substituto, percebe o problema de Ishaan e faz de tudo para devolver ao garoto a vontade de viver. D: Aamir Khan, Amole Gupte. G: Drama. CI: Livre. Apsara Film Producers Guild Awards, Índia 2009: Melhor Filme, Melhor Diretor e Indicações a Melhor Ator e Direção Musical. Filmfare Awards, Índia 2008: Melhor Filme, Diretor, Roteiro e Ator (Prêmio de Crítica), e Indicações a Melhor Ator, Ator Coadjuvante e Atriz Coadjuvante. Festival Internacional de Bombaim 2008: Indicado a Melhor Filme Indiano. DO DESERTO AO GANGES Brasil, 2004, digital, cor, 30 min Registro de uma viagem de carro que começa em Delhi e percorre cinco cidades do Rajastão, incluindo Jaipur e Pushkar – cada cidade com uma cor e uma história. O vídeo termina em Varanasi, que é o lugar onde os indianos vão para saudar o Ganges antes de morrer. As imagens são embaladas pelas músicas locais. D, F, M: Luciana Tomasi. G: Documentário. CI: Livre. MAPA Mapa, Espanha, Índia, 2012, digital, cor, 85 min Como uma espécie de diário de viagem, o filme acompanha a trajetória do diretor León Siminiani em sua visita à Índia, em busca de inspiração para o seu primeiro longa-metragem. Durante esta jornada de auto-conhecimento, León acaba se tornando o protagonista do seu próprio filme. D, R, F, M, E: León Siminiani. G: Documentário. CI: 12 anos. Goya 2013: Melhor Filme, Roteiro, Atriz, Atriz Estreante, Fotografia, Maquiagem, Trilha Sonora, Canção Original, Figurinos e Design de Produção. Goya 2013: Melhor Documentário. IBAFF 2013: Prêmio de Público, Indicado a Melhor Documentário. NOME DE FAMÍLIA The Namesake, Índia, Estados Unidos, 2006, digital, cor, 122 min Filho de um casal indiano que teve o matrimônio arranjado, o jovem Gogol se mudou de Calcutá para Nova York em busca sua própria identidade. Mas as velhas tradições de família entram em conflito com a cultura de adolescente norte-americano quando ele se apaixona por uma rica garota nova-iorquina. D: Mira Nair. G: Drama. CI: 14 anos. National Board of Review, EUA 2007: Melhor Filme Independente. Independent Spirit Awards 2008: Melhor Ator Coadjuvante. Love is Folly International Film Festival, Bulgária 2006: Melhor Filme. SADHU Sadhu, Índia, Suíça, 2012, digital, cor, 90 min No Hinduísmo, Sadhu é um homem sagrado que renunciou às posses materiais para viver isolado e em meditação. Neste documentário, o diretor Gaël Métroz acompanha um Sadhu em seu retorno à civilização, depois de ar oito anos vivendo como eremita numa caverna, completamente afastado do resto do mundo. D, F: Gaël Métroz. G: Documentário. CI: 12 anos. TERRA Earth, Índia, Canadá, 1998, digital, cor, 110 min Segunda parte da Trilogia dos Elementos, da diretora Mehta. A história se a em 1947, durante o violento processo de delimitação da fronteira entre a Índia e o Paquistão. A jovem Lenny é filha de família rica e fica à margem das crescentes tensões entre hindus, sikhs e muçulmanos. Mas uma inesperada tragédia mudará a sua visão do conflito. D, R: Deepa Mehta. G: Drama/Guerra. CI: 14 anos. Filmfare Awards, Índia 2000: Melhor Ator Estreante. TRÊS CIDADES PERTO DO CÉU Brasil, 2010, digital, cor, 30 min O vídeo retrata uma agem por três cidades: Srinagar, na Caxemira, Rishikesh, na Índia, e Katmandu, no Nepal. Segundo os viajantes frequentes, essas são cidades sagradas e precisam ser visitadas por todos. Imagens de fé em diferentes crenças, com muitos músicos locais. D, F, M: Luciana Tomasi. G: Documentário. CI: Livre. INGRESSOS Programação regular: R$ 8,00 Pessoas acima de 60 anos e estudantes: R$ 4,00 Funcionários e clientes Santander têm entrada franca nos dias de programação regular (ingressos limitados). Garanta com antecedência seu ingresso para qualquer dia do mês. Programação sujeita a alteração 85 lugares – Dolby Digital Ar-condicionado o para portadores de necessidades especiais Compre seu ingresso pelo www.ingressorapido.com.br Todos os filmes são exibidos em formato digital no Cine Santander Cultural. Santander Cultural Rua Sete de Setembro, 1028 | Centro Histórico ury
Tag: cinema 3g4l48
Mostra Cinema pela Verdade volta a Porto Alegre 242k59
No ano em que completam-se 50 anos do golpe que instaurou a ditadura, a Mostra Cinema pela Verdade volta a Porto Alegre com filmes que retratam este período marcante da história brasileira. Cada estado do país terá pelo menos seis sessões gratuitas de filmes entre abril e maio, totalizando 162 exibições seguidas de debates.
Este ano, os filmes selecionados foram os documentários Repare Bem, de Maria de Medeiros, Camponeses do Araguaia – A Guerrilha Vista por Dentro, de Vandré Fernandes, e Ainda Existem Perseguidos Políticos, produzido de forma coletiva pela Ong o. Nos dias 12, 13 e 14, acontecem exibições às 19h30 no Auditório UNIR Centro.
Realizado pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM), em parceria com o Ministério da Justiça, o projeto foi contemplado pelo edital “Marcas da Memória”, da Comissão de Anistia, que visa à promoção de eventos e projetos com foco na Ditadura Militar no Brasil e na América Latina.
50 anos do Golpe
“O Festival de Cinema pela Verdade chega a sua terceira edição em um momento de afirmação de nossa democracia com o aniversário dos 50 anos do Golpe. Este ano serve para reafirmar o NUNCA MAIS e para dizermos em alto e bom tom que a sociedade brasileira não aceita ruptura com as instituições e com a Constituição”, diz o Secretário Nacional de Justiça e Presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.
A terceira edição da Mostra Cinema pela Verdade teve início na última semana de março, quando universitários das 27 Unidades Federativas do Brasil reuniram-se em um hotel no interior do Rio de Janeiro para participar de uma intensa capacitação que os tornaram “agentes mobilizadores”.
Oriundos dos cursos de Jornalismo, Ciências Políticas, História, Sociologia, entre outros, eles serão responsáveis por produzir e promover a Mostra em universidades, escolas e centros culturais de todas as capitais e em algumas cidades do interior do país.
“O ICEM acredita no audiovisual, no cinema, como um instrumento potencializador do debate e o Cinema Pela Verdade é uma ótima oportunidade de interlocução com o público jovem, atuante e crítico.
Esse ano, em que se completam os 50 anos do Golpe, o projeto vem para somar a discussão do que foi a Ditadura Militar no Brasil. Falar sobre, discutir, esclarecer, facilita o entendimento do presente e futuro e é isso que o Cinema Pela Verdade se propõe a fazer”, conclui a vice-presidente do ICEM, Luciana Boal Marinho.
Repare Bem, de Maria de Medeiros 53246p
Documentário, 10 anos, 95 min., França, Itália, Brasil, 2012
Sinopse: O jovem guerrilheiro Eduardo Leite “Bacuri” morre em 1970 nas mãos da ditadura militar brasileira, depois de 109 dias de tortura. Sua companheira, Denise Crispim, perseguida e presa durante a sua gravidez, consegue fugir para o Chile depois do nascimento de Eduarda. Lá, encontra seus pais exilados, os quais dedicaram toda a sua vida à luta pela liberdade. A violência da repressão volta a atingir a família com o golpe de Augusto Pinochet, obrigando pais e filhos a se dispersar pelo mundo.
Camponeses do Araguaia, a Guerrilha Vista por Dentro, de Vandré Fernandes 2o542b
Documentário, 14 anos, 73 minutos, Brasil, 2010
Sinopse: Camponeses falam da amizade com os “paulistas”, como chamavam os militantes do PC do B que lutaram na Guerrilha do Araguaia durante a ditadura militar, e revelam as atrocidades cometidas pelo exército brasileiro na região entre 1972 e 1974.
Ainda Existem Perseguidos Políticos, produzido pela ONG o 3x321u
Documentário, 10 anos, 54 minutos, Brasil
Sinopse: O filme tem por objetivo fomentar o debate sobre a ausência de uma efetiva transição democrática no Brasil, pós-Ditadura Civil-Militar implantada no País a partir de 1964. Identifica semelhanças no agir do Estado no ado e atualmente, demonstrando que a cultura do autoritarismo permanece arraigada em algumas instituições estatais brasileiras. Apresenta também imagens do projeto que levou este debate para os mais variados públicos (quilombolas, universitário, LGBTT, assentados do MST, comunidades periféricas, etc) desenvolvido pela o – Cidadania e Direitos Humanos em parceria com a Comissão de Anistia.
Sobre o Instituto Cultura em Movimento: O ICEM é uma organização da Sociedade Civil de interesse Público (OSCIP), fundada em 2002. Nascido da bem sucedida experiência do projeto “Cinema em Movimento”, rede nacional de agentes culturais, organizada em torno da distribuição gratuita de filmes brasileiros, o ICEM atua em todas as 27 unidades da federação.
SERVIÇO MOSTRA CINEMA PELA VERDADE: 5c353x
Filme: “Camponeses do Araguaia, a guerrilha vista por dentro”
Data: 08/05
Local: Auditório do Campus Central da Uergs
Endereço: Av. Bento Gonçalves, 8855. Bairro Agronomia, Porto Alegre
Horário: 19h
Preço: Grátis
Filme: “Repare Bem”
Data : 15/05
Local: Auditório do Campus Central da Uergs
Endereço: Av. Bento Gonçalves, 8855. Bairro Agronomia, Porto Alegre
Hora: 19h
Preço: Grátis
Filme: “Ainda existem perseguidos políticos”
Data: 22/05
Local: Arquivo Nacional
Endereço: Rua Riachuelo 1031, Centro
Hora: 19h
Preço: Grátis
[related limit=”5″]
Os novos diretores de cinema no Festival de Verão 2y2wt
Os filmes “Eles voltam”, de Marcelo Lordello, e “O Rio nos pertence”, de Ricardo Pretti, são dois exemplos da garra e do talento da nova geração de cineastas brasileiros.
Eles provam, como outros em todas as épocas, que mesmo com orçamentos limitadíssimos é possível fazer obras de grande qualidade narrativa.
Os dois trabalhos estão na avant-première da nona edição do Festival de Verão de Cinema Internacional, evento produzido pela Panda Filmes, e que acontece até 19 de dezembro nas salas Paulo Amorim (Casa de Cultura Mário Quintana) e Instituto NT.
O brasiliense radicado em Pernambuco, Marcelo Lordello, e o carioca Ricardo Pretti mostraram em seus longas-metragens – “Eles voltam” e o “O Rio nos pertence” – domínio formal e narrativo, seja tratando do tema da sobrevivência, caso do primeiro; ou da solidão, do desespero, da pulsão de morte, no segundo.
A obra de Lordello recebeu vários prêmios no 45° Festival de Brasília, como o de melhor filme e melhor atriz para Maria Luiza Tavares; já a de Pretti integra o projeto Operação Sônia Silk, uma cooperativa reunindo a mesma equipe de técnicos e atores para a produção de três filmes, dois dos quais já realizados.
“Eles voltam” conta, fundamentalmente, a história de Cris (Maria Luiza Tavares), uma menina de 12 anos abandonada junto com o irmão numa estrada. O longo plano inicial do filme mostra uma rodovia movimentada que poderia estar na periferia de qualquer grande cidade brasileira: o capinzal, o barranco, o vai-e-vem de transeuntes humildes.
Tudo inspira desolação e medo. É neste cenário que Cris e Peu, um pouco mais velho, foram largados pelos pais após uma briga. Castigo? Provavelmente, só que eles não voltam para buscá-los e o irmão resolve ir até o posto mais próximo para pedir ajuda. Peu também não regressa.
De gata borralheira à princesa
Começa a aventura de Cris que, inicialmente, é acolhida por uma família muito pobre, mas digna e solidária, capaz de alimentá-la e abrigá-la. Ela se conforma com o que lhe dão e pedem pra fazer, inclusive ajudar a mulher que a acolheu em seu trabalho de faxineira.
É nesta faina que Cris, caminhando pela praia, reconhece a casa de veraneio dos pais. Trata-se, como diria o recém-falecido Syd Field, mestre da arte do roteiro, do grande ponto de virada da história que, contudo, continua enigmática, mas coloca o espectador em pé de igualdade com a protagonista e, a partir daí, sabe tanto quanto ela.
Cris, até então vítima de imposições – o abandono pela família, não importa as atenuantes, ou a conformidade com os códigos da família que a abriga – pode assumir a sua identidade de classe-media alta, coisa que intuitivamente escondia. Corre para a casa vazia. E ali, já integrada ao seu meio, pede socorro à vizinha, que a reconhece e acolhe, e se propõe a levá-la de volta para o Recife.
A nova condição de Cris que, de gata borralheira, volta a ser princesa, é sutilmente mostrada na caminhada que faz pela praia junto com a filha da faxineira, na troca de olhares que evidencia o mal-estar e a distância social que as separa.
Mas o casulo foi quebrado. Ela sobreviveu à descoberta da existência de outros mundos, inclusive o do sexo, que ela vislumbra, na penumbra, a pouca distância, entre a vizinha e o namorado dentro da piscina. Cris, em seu ritual de iniciação de agem da infância a adolescência adquiriu novas experiências e conhecimentos.
Resta saber o que fará com essas lembranças, algumas amargas, como as imagens que gravou no seu celular, e que testemunham o seu abandono. No final da história, diante dos pais hospitalizados, revelará uma força superior a do irmão.
Narrativa sombria
Embora seja enigmático como “Eles voltam”, o filme de Pretti é uma narrativa sombria e sem esperança existencial. A história, falada em inglês e português, conta o percurso de Marina (Leandra Leal), uma jovem de classe média que após dez anos fora do Brasil resolve – depois de receber um cartão postal onde está escrito, em caracteres que parecem sangue,
“O Rio nos pertence” – voltar à cidade e acertar pendências: com a irmã (Mariana Ximenes); com o ex-namorado (Jiddu Pinheiro); e elucidar a morte dos pais que, segundo ela, foram assassinados. Na verdade, trata-se de homologar rupturas, pois o baixo astral em que se encontra Marina só lhe aponta um caminho: morte. Real ou simbólica, a fuga.
Os cenários de “O Rio nos pertence”, mesmo quando denotam algum requinte, conotam atmosferas mórbidas, pós-velório. Os diálogos são tensos e desesperados. O único alívio vem das imagens de alguns planos exteriores, fechados, que mostram partes de matas, pedaços de montanha, e o mar.
Se os planos fossem abertos revelariam a miséria social, e a violência decorrente que manchou de sangue os cartões postais da cidade. Neste universo claustrofóbico, de onde emergem as ilhas envoltas na neblina, o sol que cobre a Guanabara é negro como a depressão. Resta a pergunta: a quem pertence o Rio?
Sob o ponto de vista formal, Pretti é bastante ousado e tecnicamente – pelo uso que faz da câmera, efeitos e montagem –, materializa alguns aspectos psicológicos da personagem cuja melancolia oscila entre a perda do sentimento de paraíso, e o mergulho no inferno, entremeados por citações poéticas e filosóficas, da Bíblia a Nietzsche. Com esta temática, corporificando uma narrativa cheia de símbolos e pulsões, Pretti se associa a escola do finado diretor Walter Hugo Khoury. E Ingmar Bergman, se ainda vivesse, certamente lhe mandaria uma mensagem de felicitações.
Nestes filmes, Lordello e Pretti propõem um interessante diálogo com a classe média brasileira, diferente daquele efetuado pelo Cinema Novo, e que foi brilhantemente dissecado por Jean-Claude Bernadet no livro “Brasil em tempo de cinema”, de 1967. ou, praticamente, meio século, pouca gente ainda fala em ditadura do proletariado, e se os problemas de base do país não foram resolvidos, o caminho para discussão está livre.
Também não falta proposta para acabar com aquele resquício de “Sobrados e Mucambos”, que falava Gilberto Freyre, e que se faz notar no início de “Eles voltam”. Enfim, Lordello e Pretti, trintões recentes, geram grandes expectativas sobre os seus próximos trabalhos.
[notice]Festival de verão de cinema internacional: avant-première
Até 19 de dezembro
Sala Paulo Amorim – CCMQ (Rua dos Andradas, 736)
Instituto NT (Rua Marques do Pombal, 1111)
Informações sobre a programação e horários dos filmes:[/notice]
http://www.facebook.com/festivalveraors
Festival de verão de cinema terá avant-première 6n6e5q
A partir dessa sexta-feira (13/12), até a próxima quinta-feira (19/12), o público cinéfilo da capital gaúcha poderá assistir na Sala Paulo Amorim (Casa de Cultura Mário Quintana), e no Instituto NT, uma avant-première daquilo que, em março de 2014, deverá ser o nono Festival de Verão de Cinema Internacional.
Em seis dias serão exibidos 15 filmes – brasileiros, latino-americanos, europeus – de safra recente. Também, integrando a avant-première, ocorre a Mostra Cine, que reúne 11 películas, consagrada aos diretores ses Alain Resnais e Jacques Tati.
Num ano marcado pela oferta de ótimos filmes, nada melhor para encerrar a temporada do que uma versão pocket da futura nona edição do Festival de verão cinema internacional. Em março, como promete Beto Rodrigues, diretor da Panda, empresa produtora do evento, haverá, como nos anos anteriores, grandes atrações – películas e profissionais do meio audiovisual – em Porto Alegre.
Por enquanto, nessa espécie de tira-gosto, boas surpresas como, por exemplo, os brasileiros “O Rio que nos pertence”, de 2013 – que abre oficialmente a avant-première –, de Ricardo Pretti, e “Eles voltam”, de Marcelo Lordello; o espanhol “No habrá paz para los malvados”, de Enrique Urubizu, de 2011, ganhador de seis prêmios Goya, que na Espanha equivale ao Oscar. E da Venezuela o premiadíssimo “Pìedra papel o tijera”, 2012, de Hernan Jabes.
Resta a conferir outros títulos como o brasileiro “Eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida”, 2013, de Matheus de Souza; a coprodução, Chile-Argentina, “Sal”, 2012, de Diego Rougier; o francês “Bastardos”, 2013, de Claire Denis; e o documentário português “O fado da Bia”, 2012, de Diogo Varela Silva.
A mostra Cine, que integra a avant-première, dá uma boa oportunidade para rever na telona dois dos maiores diretores ses, Alain Resnais e Jacques Tati (1907-1982). Há muita literatura sobre ambos: seja dissecando o lado formal e temático de Resnais, sua ruptura com a narrativa linear; ou refletindo sobre um tipo de nostalgia poética e lúdica que parece impregnar o humor de Tati que, além de diretor, também foi um grande ator cômico. Enfim, são mestres e se tem muito a aprender olhando os filmes que realizaram.
Aos 91 anos, Resnais – um dos faróis para os cineastas da Nouvelle vague – continua na ativa. Nessa mostra ele comparece com cinco títulos: “Noite e neblina”, 1955; “Hiroshima meu amor”, 1958; “Ano ado em Marienbad, 1961; “Muriel – tempo de um retorno”, 1963; e “Meu tio da América”, 1980.
Tati, para os ses mais chauvinistas (desculpem o pleonasmo), foi o equivalente gaulês do inglês Charles Chaplin, e do americano Buster Keaton. Impossível dissociá-lo do monsieur Hulot, seu principal personagem, corpo atirado para frente, cachimbo na boca. A mostra Cine, para a delícia do público de todas as idades, reuniu seis dos seus filmes, sendo três curtas: “Cuida da tua esquerda”, 1936; “A escola dos carteiros”, 1947; e “Curso noturno”, 1967. E três longas: “As férias do sr. Hulot”, 1953; “Meu tio”, 1948; e “Tempo de diversão”, de 1967.
9o Festival de verão de cinema internacional : avant-première e Mostra Cine
De 13 a 19 de dezembro
Sala Paulo Amorim – CCMQ (Rua dos Andradas, 736
Instituto NT (Rua Marques do Pombal, 1111)
Informações sobre a programação e horários dos filmes:
http://www.facebook.com/festivalveraors
Cinema africano no Cine Bancários 16a19
Mazeko concentra a ação do filme nos anos 1950, tendo, como cenários, principalmente: a redação da revista Drum – fundada pelo inglês Jim Bailey, e que foi o primeiro veículo a tratar sobre o estilo de vida dos negros africanos; e o bairro Sophiatown, em Joanesburgo, um reduto cosmopolita, boêmio, violentíssimo, e insubmisso as leis do apartheid impostas a partir de 1948.
Nesses ambientes, reina uma atmosfera de puro jazz, filme noir e aventura, onde tudo aparenta ser um convite a escrever narrativas. É neles que, movidos a muito álcool, circulam Nxumalo (interpretado pelo ator americano Taye Diggs) e sua turma – jornalistas e escritores negros de Joanesburgo, entre os quais Can Themba (1924-1968). Todos brindam ao lema romântico: viver rápido, morrer jovem, ser um belo cadáver”.
Ditado que Nxumalo, não por sua vontade, cumpriu a risca. Natural da província de Natal, África do Sul, Henry Nxumalo viveu pouco, apenas 38 anos, tempo suficiente para se tornar um dos maiores ícones do jornalismo do continente negro e inspiração para qualquer jovem repórter.
Para fazer suas reportagens, Nxumalo colocava, literalmente, as mãos na merda. Empregou-se como camponês para poder investigar o trabalho semiescravo, que incluía castigos físicos, nas plantações. Noutra ocasião, fingindo-se de bêbado, desacatou as autoridades para ser preso e, através de sua experiência, denunciar o tratamento desumano e abjeto das prisões sul-africanas.
Matérias que têm como pano de fundo a luta antiapartheid. É neste contexto que, no filme, aparece o jovem Nelson Mandela (Lindane Nkosi), liderando uma eata contra a exigência de salvo-condutos para circulação dos negros em certas zonas, e cuja sentença dita pelo policial encarregado de reprimir a manifestação resume o espírito colonial, não há negociação possível: “nós mandamos e vocês nos servem”.
Mazeko livrou-se dos clichês conhecidos do politicamente correto e coloca algumas mazelas existenciais – incluindo sexo inter-racial – pois, além da cor da pele há toda uma complexidade subjetiva gerada pelo colonialismo europeu, onde as vítimas também se deixam manusear por seus carrascos, como salienta o diálogo, no final do filme, entre Nxumalo e o gangster, seu suposto assassino.
Nxumalo, quando foi morto, fazia uma reportagem sobre a prática de abortos clandestinos. No filme, o crime ocorre após a denúncia sobre o que estava por trás da reurbanização bairro de Sophiatown, onde seus antigos moradores – negros, indianos – foram expulsos, suas casas destruídas, para dar lugar a um empreendimento imobiliário destinado à população branca.
Em muitos aspectos, Henry Nxumalo faz lembrar o jornalista gaúcho Tim Lopes, assassinado por narcotraficantes no Rio de Janeiro, em 2002, quando colhia elementos para uma reportagem sobre o comércio de drogas e o crime organizado nas favelas cariocas.
Tim, ganhador de um prêmio Esso – e que chegou a internar-se numa clínica de dependentes químicos para fazer uma matéria sobre o assunto – conhecia a arte da reportagem e também seus riscos. Como Nxumalo, pagou com a sua vida por aquilo que julgou, enquanto jornalista, ser a sua missão: narrar a vida, contar a verdade.
Programação: Mostra de Cinema Africano. Sessões gratuitas. Cine Bancários (Rua General Câmara, 424).
28 de novembro:
15h – Tabataba;
17h – Heremakono – à espera da felicidade;
19h – Minha voz
20h30min: debate com Mahomed Bamba, autor do livro “Filmes da África e da diáspora: objetos de discursos”, de 2012.
29 de novembro:
15h – Drum;
17h – Djeli;
19h – Tabataba
30 de novembro:
15h – Jom ou a história de um povo;
17h – O vento;
19h – Minha Voz
Primeiro de dezembro:
15h – Identidade;
17h – Buud Yam;
19h – Sessão Baobá de cinema: “Raça, Um filme sobre a igualdade”, de
Joel Zito Araújo e Mecan Mylan, 2012.
A hora e a vez do cinema palestino 1k5t6h
Com a presença do diretor, Kamal Aljafari, 42, a exibição de Porto da Memória, nesta quarta-feira (06/11), deu início, na Casa de Cultura Mário Quintana, à segunda fase da Mostra Cinema e Paz, iniciativa do governo do Estado, agora com a apresentação de filmes palestinos.
Natural de Ramallah, Cisjordânia, Aljafari era um adolescente quando assistiu nas ruas de Jaffa (que hoje faz parte de Tel Aviv) a rodagem do filme Delta Force (1986), com Chuck Norris e Lee Marvin: “Lembro de cenas de perseguição, das ruas cheias de cartazes do aiatolá Khomeini, simulando a periferia de Beirute, Líbano”, recorda o diretor.
A mesma Jaffa que, 24 anos depois, Aljafari – já formado pela Academia de Artes-Mídias de Colônia, Alemanha, onde hoje é professor – voltaria para filmar uma história tendo como base um drama familiar: parentes, do lado materno, estavam sendo ameaçados pelas autoridades israelenses de despejo caso não pudessem comprovar que a casa, comprada há quatro décadas, era deles. Fato que para Aljafari ilustra o que é ser, na atualidade, palestino em Israel: “um estrangeiro no seu próprio país, um exilado, um imigrante, alguém indesejado”.
Porto da Memória, segundo o diretor, não é a um filme militante, de propaganda revolucionária, engajado numa luta libertária. Trata-se de uma reflexão factual e poética sobre o destino-desaparecimento da comunidade palestina de Jaffa, uma película que mistura documentário e ficção: “Não acredito na divisão em gêneros, numa fronteira, narrativas e modos de contar são coisas que se inter-relacionam”, explica Aljafari.
Nesse estilo, colabora para enfatizar o drama a utilização de atores não profissionais – os membros de sua própria família –, cujas forças vêm de suas presenças, testemunhos, dos seus gestuais repetitivos ou coreográficos, como a da senhora lavando as mãos, ritualmente, demoradamente.
Porto da Memória também é feito de paradoxos. A família de Aljafari, por exemplo, é cristã, o que a transforma em uma minoria dentro da minoria. Na televisão a uma ficção sobre a vida de Jesus Cristo dublada em árabe. E, noutra inserção, aparece uma cena de um filme antigo, transformada em clipe, onde um cantor judeu perambula pelas ruelas da velha Jaffa, cantando em hebraico uma música que parece retratar o nostálgico estado de espírito atual dos palestinos e seu velho porto.
A maior parte do filme denota ividade, depressão, decadência, casas em ruínas ou abandonadas. Mas não residiria justamente nisso a denúncia política da situação dos palestinos em Israel ou nos territórios ocupados? Seria essa ividade, misto de existência e ausência, uma forma de resistência, um grito silencioso?
Aljafari é irônico, e a pergunta apenas reforça que não fez um filme militante, embora esteja consciente que o tema, imagens e posturas das pessoas envolvidas provoquem, no mínimo, questionamentos sobre a maneira de Israel tratar os palestinos que habitam o seu território, ou seja, que vivem na sua própria terra.
Aljafari é um artista com um sentido estético particular de composição de imagens e cenas, tem domínio técnico do ofício. Portanto, consciente de sua proposta cinematográfica, cheia de referências, que vão de Robert Bresson a Jean-Luc Godard, e, sobretudo, do próprio cinema palestino. Enfim, mostra a coragem e a ousadia de alguém que recusa olhar-se apenas como vítima.
(Por Francisco Ribeiro)
Programação da Mostra Cinema e Paz, na Casa de Cultura Mário Quintana:
07/11 – Quinta-feira
19h30 – To my Father, de Abdelsalam Shehadeh ;
08/11 – Sexta-feira
19h30 – Sessão comentada de The Roof, de Kamal Aljafari ;
09/11 – Sábado
19h30 – Sessão com os três curtas-metragens :
Colorful Jouney, de Arab Abu Nasser e Tarzan Abu Nasser ;
Arafat and I, de Mahdi Fleifel ;
Izriqaq, de Rama Mari ;
10/11 – Domingo
19h30 – Sessão com os três curtas-metragens
Amos Gitai: os horrores da guerra na Mostra da Paz 1a1ms
A visita do cineasta israelense Amos Gitai à capital gaúcha foi breve, o tempo de abrir a Mostra da Paz, fazer uma conferência, receber a comenda Simões Lopes Neto do governador Tarso Genro, e debater com cinéfilos, estudantes e intelectuais. A Mostra terá sequência em novembro, com filmes palestinos.
Fica a reflexão sobre a obra de Gitai que, sem dúvida, é um dos cineastas mais interessantes da atualidade. Na Mostra de Porto Alegre, foram apresentados trabalhos já conhecidos e consagrados: Kadosh (1999); O dia do perdão (2000); e Kedma (2003).
Neles, e na maioria dos seus mais de 40 filmes, temas como, principalmente, a sociedade israelense, as relações entre judeus e árabes. Colocam, enfim, importantes abordagens sobre conceitos como território, fronteiras, paz, identidade, memória, numa das regiões mais conflituosas do mundo, o Oriente Médio. Gitai, na guerra do Iom Kipur, serviu numa unidade de salvamento, encarregada de resgatar feridos nos campos de combate. É desse testemunho que trata O dia do perdão, misto de ficção autobiográfica e linguagem de documentário, gênero muito apreciado por Gitai e responsável por grande parte da sua respeitável filmografia.
Terça-feira, 29 de outubro. Quarenta anos após a guerra do Yom Kipur, o cineasta israelense Amos Gitai, 63, fez, na abertura da Mostra da Paz, na Cinemateca Paulo Amorim, a apresentação do seu filme O dia do perdão (Kippur, 2000). Não era uma apresentação qualquer. Também era um testemunho.
Arquiteto de formação, Gitai ainda era estudante quando, em seis de outubro de 1973, Israel foi surpreendido com os ataques conjuntos dos exércitos egípcio e sírio.
Começava a guerra do Yom Kipur, que terminaria com uma vitória tática de Israel, mas que deixou, mais do que nos três conflitos anteriores, o gosto amargo de um estrago em baixas e equipamentos, e a necessidade de encontrar uma saída diplomática para a questão palestina, algo que, quatro décadas depois, ainda parece estar longe de acontecer.
Na capital gaúcha, a visita de Gitai foi breve, o tempo de abrir a Mostra, fazer uma conferência, receber a comenda Simões Lopes Neto do governador Tarso Genro, e debater com cinéfilos, estudantes e intelectuais. Tudo como parte do pacote da Paz, iniciativa do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, no intuito de promover a concórdia tão esperada entre palestinos e judeus.
Mais de 40 filmes
Se a visita e a Mostra (que terá uma sequência, em novembro, com filmes palestinos) foram breves, resta à reflexão sobre a obra de Gitai que, sem dúvida, é um dos cineastas mais interessantes da atualidade. Na Mostra de Porto Alegre, foram apresentados trabalhos já conhecidos e consagrados: Kadosh (1999); O dia do perdão (2000); e Kedma (2003).
Neles, e na maioria dos seus mais de 40 filmes, temas como, principalmente, a sociedade israelense, as relações entre judeus e árabes. Colocam, enfim, importantes abordagens sobre conceitos como território, fronteiras, paz, identidade, memória, numa das regiões mais conflituosas do mundo, o Oriente Médio.
Gitai, na guerra do Iom Kipur, serviu numa unidade de salvamento, encarregada de resgatar feridos nos campos de combate. É desse testemunho que trata O dia do perdão, misto de ficção autobiográfica e linguagem de documentário, gênero muito apreciado por Gitai e responsável por grande parte da sua respeitável filmografia.
A película começa mostrando o jovem Weinraub (Liron Levo. Weinraub é também o sobrenome original da família de Gitai) caminhando solitário pelas ruas vazias de Haifa, comércio fechado, como reza a tradição do Yom Kipur. Corte para uma cena erótica onde Weinraub e sua namorada fazem sexo e, ao mesmo tempo, se lambuzam de tintas coloridas. Outros preferem rasgar roupas, unhar-se. Não importa.
Trata-se de uma alegoria e belo efeito plástico ao desejo e a vida, em claro contraste com o baixo-astral do resto do filme, a tinta sendo substituída pela lama, numa região onde a paz é um breve interregno entre ataques e contra-ataques violentos.
O toque da sirene interrompe o sexo, mas não chega a ser uma surpresa. Em Israel o estado de prontidão é permanente. Todos sabem o que fazer e Weinraub e seu amigo Ruso (Tomer Russso) seguem a bordo de um velho Fiat rumo a sua unidade de operação.
Antimilitarista, assim como em seu filme Kedma (também presente na Mostra), Gitai mostra que a guerra além de um conflito armado é acima de tudo um esmagamento existencial.
Mas, se é impossível apagar o lado heroico e épico daqueles que combatem, mesmo sendo cético em relação as suas causas, é possível reforçar o mal-estar, como a longa na sequência, plano fixo, trágico-cômica da tentativa de resgate de um soldado ferido, quando todos, literalmente, ficam chafurdados na lama.
Neutralidade
Por outro lado, quando as condições de resgate são “satisfatórias”, também é preciso escolher quem socorrer, estabelecer prioridades, pois, não cabem todos no helicóptero que, numas das sequências finais, acaba sendo derrubado por um míssil.
Nisso, a ficção de Gitai foi mais branda do que na história real, quando o copiloto foi decapitado pelo projétil. Dá para imaginar o deleite que seria este fato para certo cinema hollywoodiano.
O filme, enquanto ponto de vista, transmite uma certa neutralidade, ou subjetividade como prefere Gitai, sem tomar partido e sem figuração dos exércitos sírio ou egípcio, cuja presença narrativa é constada somente através das explosões dos projéteis que lançam. Mas faz questão de mostrar os horrores da guerra, não faltando mortos, mutilados e corpos queimados. Afinal, o efeito surpresa do início da guerra do Yom Kipur foi devastador para Israel.
Na sequência final, Weinraub, em Haifa, volta para os braços da namorada, num movimento narrativo circular da história, repetindo a encenação da segunda sequência, os dois transando, lambuzando-se de tintas, que agora substitui a lama, enquanto aguardam o próximo toque da sirene convocando para o combate.
Até quando?
Questão complexa e cuja síntese parece estar inserida no final de Kedma, nos monólogos do palestino, expulso de sua terra, e do judeu, condenado ao sofrimento.
No próximo dia seis de novembro (quarta-feira) será vez do cineasta Kamal Aljafari apresentar filmes com a temática palestina. Pena não poder reunir, no Bom Fim, Gitai e Aljafari, que, dividindo um faláfel, ou um Kebab (especialidade turca, mas não importa) falariam de paz, coabitação, e daquilo que certamente fazem melhor: cinema.
Bairro Bom Fim ganha um longa metragem 5f3sl
Com o título provisório “O Bom Fim nos anos 80 – O rastro da contracultura”, e ainda em fase final de captação, enfim está sendo filmado o documentário da Epifania Filmes sobre a importância do bairro boêmio para a história cultural de Porto Alegre.
A ideia do documentário nasceu em 2002, quando o diretor Boca Migotto e o amigo Marcelo Martins escreveram a primeira versão e encaminharam ao Fumproarte. Após dez anos de ajustes e tentativas, inscrições em inúmeros editais de linhas de incentivo, foi finalmente aprovado pelo Fumproarte no ano ado.
Marcelo trocou o cinema pelas letras, os demais participantes da equipe juntos (veja ficha técnica). O filme abrangerá o período de 1970 até meados de 1990, com foco na década de 1980. É neste período onde acontece o boom da produção cultural no Estado. Muitos filmes foram lançados e bandas despontaram nacionalmente, tudo vindo dos frequentadores deste notívago bairro.
Para contar esta história, muitos entrevistados foram convidados: o músico Nei Lisboa, o dono do bar Ocidente e diretor de arte Fiapo Barth, o músico Eduk, os cineastas Carlos Gerbase e Jorge Furtado, o montador Giba Assis Brasil, o jornalista Juremir Machado, dentre muitos outros.
Na trilha sonora do filme, músicas de Nei Lisboa, Replicantes, Colarinhos Caóticos, Frank Jorge, Cascavelletes e outras bandas importantes do cenário gaúcho e nacional. A previsão de lançamento é para 2014. Até lá, o trabalho pode se acompanhado no www.epifaniafilmes.com
Ficha técnica
Direção: Boca Migotto
Direção de Fotografia: Bruno Polidoro
Produção: Mariana Müller
Direção Musical: Paola Oliveira
Pesquisa: Natalia Guasso e Lucio Pedroso
Cultura realiza Conexões Audiovisuais 691rf
A Livraria Cultura do Shopping Bourbon Country realiza dia 28 deste mês, às 15 horas, a primeira apresentação do evento Conexões Audiovisuais, com o tema Aprendendo a Fazer Cinema na Universidade. Haverá curtas-metragens, elaborado por alunos de graduação em Produção Audiovisual da PUCRS, e debates relacionados aos assuntos propostos. A atividade, que é realizada em parceria com a Okna Produções, ocorre mensalmente até novembro de 2011.
O foco do debate estará no papel da universidade na formação de profissionais para o cinema e nos impactos dessa nova mão-de-obra do mercado. O segundo encontro acontecerá dia 25 de junho, no mesmo horário, com o tema O Papel Contemporâneo dos Cineclubes. O objetivo é exibir filmes curtos produzidos pelos realizadores que tenham participação em cineclubes de Porto Alegre e região.
Ciclo de cinema aborda temas contemporâneos 3ew3x
O Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura, promove o ciclo Cinema e História: Problemas Contemporâneos. O evento, realizado em parceria com o Centro Acadêmico de Estudantes de História (CHIST), da UFRGS, ocorre em 14 sessões de filmes, em encontros quinzenais, aos domingos, às 19 horas. A entrada é franca e as vagas são limitadas. Serão fornecidos certificados para àqueles que obtiverem (no mínimo) 75% de presença.
A proposta é apresentação de filmes seguidos de debates sobre questões contemporâneas, promovidos por alunos de graduação e pós-graduação, além de participações especiais. O ciclo aborda dois tópicos distintos. O primeiro, intitulado GERAL, trata dos seguintes temas: África problemas contemporâneos; Meio Ambiente; Estados Unidos versus Oriente Médio; Migrações contemporâneas; Guerra Fria; Contra Cultura. O segundo tópico, BRASIL, fala da Questão indígena; Ditadura Militar; A questão racial e o cinturão de pobreza; Sociedade de consumo; Questões de gênero; Tráfico de gente; Desafios contemporâneos; Reforma Agrária.
As exibições e debates ocorrem nos dias 05 e 19 de junho; 03, 17 e 31 de julho; 14 e 28 de agosto; 11 e 25 de setembro; 02, 16 e 30 de outubro; 13 e 27 de novembro. Serão duas modalidades de inscrições: para ouvintes e para apresentação de trabalhos. O ouvinte deve fazer sua inscrição através do e-mail [email protected]. A apresentação de trabalho deve ser efetivada até o dia 28 de maio, com o envio da ficha de inscrição, disponível em www.musuedacomunicacao.rs.gov.br, na programação do museu.