Ricardo Teixeira pediu pra sair. Comemorar o quê? 6g3j46

Ok, Ricardo Teixeira vazou. Que má notícia para nosso pobre futebol. Afinal, foi ele que por mais de duas décadas, modernizou, profissionalizou e praticamente, reinventou o esporte- de longe- mais popular do país. Em uma belíssima homenagem, o Jornal Nacional, da TV Globo de ontem à noite, nos lembrou de que foi em sua gestão que conquistamos dois títulos mundiais (1994 e 2002). Sim, porque com os pernas-de-pau que brotam a todo instante em terras tupiniquins, jamais seríamos campeões do mundo. Não, não,  mérito da instalação do profissionalismo no futebol brazuca. Foi com Teixeira que conseguimos organizar o esporte, temos grandes e modernos estádios, campos impecáveis, torneios super organizados, clubes ricos e estruturados, partidas lotadas… Vejam, por exemplo, no último domingo: 10 mil pessoas pagaram para assistir ao Fla-Flu Centenário. Um orgulho!  O telejornal ainda ressaltou que foi com Teixeira que o Brasileirão finalmente vingou. Campeonato de pontos-corridos, tudo que os críticos sempre pediram. Só esqueceu um detalhe: a CBF nunca aceitou o certame neste formato de disputa. Tanto que tentou desmontá-lo um ano após sua 1º edição. Algo que não ocorreu graças ao então, ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que, pressionado pela imprensa, bateu pé defendendo o recém-criado Código do Torcedor. A renúncia de Teixeira não deveria ser apenas comemorada. Ela tem todo jeito de aposentadoria especial. Vai ser mais um que “faz e acontece”, e que no final, se prevalece da nossa velha e conhecida impunidade. Com sua saída, se esvaziam as dezenas de denúncias de maracutaias, abusos de poder, corrupção e tudo o mais que cercou Ricardo Teixeira nestes últimos 23 anos. Por Carlos Matsubara 1a3w4x

Recursos da Copa, única chance para o HPS 6yp2h

Com 66 anos de idade recém feitos, o Hospital de Pronto Socorro, um dos principais centros de atendimento da região metropolitana, envelhece junto com seus funcionários. Faltam recursos tanto para fazer novos contratos, quanto para reaparelhar o hospital que funciona 24 horas e atende cerca de 900 pessoas por dia.
“Eu tenho tentado de tudo quanto é jeito trazer gente para cá. A idade dos funcionários do Pronto Socorro é muito alta, de 50 anos em média. O pessoal se aposenta e não é reposto. Cada vez trabalhamos com menos gente”, lembra o diretor Paulo Roberto Azambuja. Recentemente foi liberada a contratação de 17 novos técnicos de enfermagem, dos 150 já concursados.
Há cerca de duas semanas, os funcionários pararam as atividades para protestar contra o corte do percentual de insalubridade e chamar a atenção para as condições de trabalho e o estado do HPS. Segundo Azambuja, a Secretaria da Saúde, por mais que se empenhe, não tem de onde tirar recursos. “Onde há um cheirinho de dinheiro, tenho procurado ir atrás”, comenta.
Com cerca de 1.400 funcionários, gastos fixos de 1,5 milhão de reais por mês e uma folha de pagamento que gira em torno de 8 milhões de reais, não sobram recursos para investir no prédio. Projetos não faltam.
A Fundação Pró-HPS, que ia conseguir fundos para melhorar a área de queimados, naufragou por questões políticas. “O pessoal do governo não aceitou essa diminuição de impostos e a coisa morreu”, afirma o diretor.
Uma doação de cerca de R$ 50 milhões que estava sendo negociada com um banco norte-americano para a reforma completa do hospital também foi descartada. “Foi o nosso grande azar. Se a crise tivesse estourado dois meses depois estávamos com o dinheiro garantido”, comenta Azambuja.
O jeito foi buscar outras soluções. “Estamos buscando recursos com o Qualisus, um programa de qualificação dos hospitais”, diz. Se tudo correr bem, a verba deve ser liberada até o fim do ano e garante, ao menos, a reforma do quadro de força do hospital, já “obsoleto”.
A mais ousada delas é incluir o hospital na lista de obras de infra-estrutura para a copa. A proposta foi bem recebida pelo vice-prefeito José Fortunatti e está em fase de finalização. “Quanto ainda não se sabe, mas nós imaginamos em torno de R$ 40 milhões”, diz Azambuja. O dinheiro será usado para melhorar a área física e comprar equipamentos. “Digitalização dos raios X, investimentos em estrutura”, enumera o diretor.
Quanto à insalubridade, por enquanto a situação foi resolvida. “A insalubridade não é uma decisão do prefeito ou do secretário. Ela é uma interpretação técnica”, afirma o secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Clóvis Magalhães.
Ele explica que a confusão começou por causa da revisão do laudo – que era de 1990 – que mudou os graus de insalubridade dos funcionários. No entanto, como no HPS as pessoas se vêem obrigadas a freqüentar mais do que uma ala, essa interpretação foi flexibilizada e ficou de acordo com os coordenadores de setores e o laudo.