A Revolução Eólica (51) – RS gera 17% da energia nacional 8k5

Com a inauguração, nesta sexta-feira (27), do parque eólico Geribatu – com capacidade instalada de 258 MW – em Santa Vitória do Palmar, o Rio Grande do Sul atingiu a potência de 975 MW, ou 17,3% da geração nacional de eletricidade originária dos ventos. Foi a primeira vez que se encontraram em um evento a presidenta Dilma Rousseff e o governador José Ivo Sartori. Em todo o país, a potência eólica instalada é de 5.612 MW, o que representa 4% da geração de energia nacional, que é de 134.793 MW.  Deste total, 66% são de origem hídrica. Embora pese pouco na matriz energética brasileira, o vento está crescendo no ranking dos investimentos em geração de eletricidade. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estão em construção no país 118 projetos eólicos, totalizando 3.124 MW gerados – o que representa 14,2% da potência entre as 197 usinas em construção atualmente, que exploram diversas fontes energéticas. Se o olhar recair sobre projetos já autorizados a produzir, mas que ainda não tiveram iniciada a construção, a participação da energia proveniente dos ventos é ainda maior: são 279 projetos eólicos entre 588, que deverão gerar 6.711 MW ou 46,75% da potência somada. Se todos os projetos energéticos aprovados forem concluídos, o Brasil aumentará em 36 mil MW sua potência instalada. Segundo a Aneel, o Brasil possui 3.322 operadores no setor elétrico. Estado despertou para potencial dos ventos com Dilma como secretária Os principais produtores de energia eólica no Brasil são os estados do Nordeste, principalmente Ceará e Rio Grande do Norte, pioneiros na exploração dessa fonte no país. O Rio Grande do Sul, que se destacou no uso de cataventos para gerar eletricidade em fazendas do interior na primeira metade do século XX, despertou para o potencial eólico no final do século XX, quando a economista Dilma Rousseff foi secretária de Minas e Energia do governo de Olivio Dutra. A construção de grandes aerogeradores no Estado foi iniciada por investidores espanhóis em 2005 em Osório. Oito municípios possuem aerogeradores no território gaúcho – a grande maioria no litoral. Pela marcha dos investimentos, a liderança da produção tende a ficar com Santa Vitória. Os novos parques eólicos gaúchos, totalizando uma potência de cerca de 400 MW, estão em construção em Santa Vitória, Chuí, Rio Grande, Livramento e Viamão. Há projetos aprovados mas a construção não foi iniciada nos municípios de Santa Vitória, Rio Grande, Palmares do Sul, Viamão e Giruá. 731gb

Joga pedra na Geni 39916

O afinado coro da mídia corporativa, regido pela Globo, com solos da Veja, diz que os ministros anunciados por Dilma vão consertar os estragos do primeiro mandato e colocar a economia de volta ao caminho do crescimento.
Tudo o que se lê nas matérias com os “especialistas”, nos artigos, nos editoriais, é isso: eles, os queridinhos do “mercado” é que vão definir o novo rumo. Ela foi por um caminho errado, eles vão corrigir.
Assim toda a cobertura – extensa, superficial e facciosa. Acima de tudo sem imaginação.
O Globo bota lá: “Brasil cresce 0,1 e sai da recessão técnica…”
O bordãozinho mágico se propaga “como uma onda no mar”. Os ministros nem entraram e a coisa já melhora.
Com isso o golpismo lacerdista dá mais um o. Agora tentam emparedá-la, atribuindo aos ministros um poder que não vem dela. Isso depois de atribuir a ela todos os “descaminhos” da economia.
Se der certo o mérito será todo deles, os ministros. A ela não será concedido  sequer o reconhecimento de não ter atrapalhado. Será, “apesar” dela.
Se der errado…certamente porque será porque ela se meteu e não deixou os meninos aplicarem a receita mágica. Portanto… joga pedra na Geni.

Um grande da resistência à ditadura 66v47

GERALDO HASSE
O jornalista gaúcho Ayrton Centeno vai autografar na Livraria Saraiva do Moinhos Shopping, em Porto Alegre, às 19 horas do dia 18 de novembro, o livro Os Vencedores, um catatau de 856 páginas produzido pela Geração Editorial.
Seus personagens são os derrotados de 1964 e 1968 que chegaram ao poder a partir do final do século XX.
Nas livrarias Saraiva, o livro, que custa R$ 69,90, está por R$ 55,90. O e-book sai por R$ 24,90.

Ayrton Centeno
Ayrton Centeno

Os Vencedores não é o primeiro livro de Centeno, autor da competente biografia do ecologista Henrique Luís Roessler (JÁ), mas é seguramente o maior e o que lhe exigiu mais fôlego para captar as dimensões humana e política de personagens presentes na história brasileira dos últimos 50 anos.
A maioria dos 25 vencedores focalizados por Centeno – entre eles Dilma Rousseff, Lula, Carlos Araújo, Frei Betto, Tarso Genro e Raul Ellwanger – ou pela cadeia ou pelo exílio e sangrou na mão de policiais civis e militares a serviço da ditadura.
Suas histórias são mais ou menos conhecidas graças a dezenas de livros e filmes, mas de cada um Centeno captou a essência nem sempre presente em outros depoimentos.
Tudo somado, tem-se um rico do movimento de resistência à ditadura realizado por advogados, políticos, militares, artistas, estudantes, professores, jornalistas, operários, sindicalistas e outros profissionais.
O projeto levou três anos para ser concluído, além da sua expeiência de quase quarenta anos como jornalista.
É um livro jornalístico editado com o cuidado de uma obra de história. A  cada um dos 26 capítulos corresponde um bloco de fotos. O índice onomástico ocupa 35 páginas. As notas de referência exigiram 74 páginas.
Para quem tem tempo e disposição, é livro para ser devorado em poucos dias. Para quem só lê à noite para chamar o sono, Os Vencedores pode ser excelente companhia do Natal ao Carnaval.
O ator José de Abreu já leu Os Vencedores,já à venda
O ator José de Abreu já leu Os Vencedores,já à venda

Marina Silva, aquela que mudou de lado 13q4n

Leonardo Boff *
(*Carta Maior)
Já vai acalorada a campanha presidencial com uma disputa aberta entre Dilma Rousseff, atual Presidenta e a pretendente Marina Silva. Trata-se, na verdade, do confronto de dois projetos: a manutenção por parte do PT de um projeto progressista, marcado por fortes políticas públicas que permitiram integrar uma Argentina inteira na sociedade organizada. A prática política, imposta pelas elites, era de os governos fazerem políticas ricas para os ricos e pobres para os pobres. Mas aconteceu uma viragem em nossa história. Alguém do povo chegou ao centro do poder e conferiu outra direção ao Estado. Não se pode negar que o Brasil numa perspectiva geral, especialmente na ótica dos pobres, melhorou muito. Negá-lo é mentir à realidade.
A este projeto progressista se opõe o que a candidata Marina chama de “nova política”. Quando observada de perto, porém, não a de um projeto conservador e velho que beneficia os já beneficiados e que alinha o país à macroeconomia voraz que faz com que 1% dos americanos possua o equivalente ao que juntos 99% da população ganha. Esse projeto visa a conter o processo progressista, evidentemente, sem anulá-lo, porque haveria, sem dúvidas, uma rebelião popular.
As opções do PSB e de Marina Silva representam um retrocesso do que havíamos ganhado em 12 anos. A centralidade não será o Estado republicano que coloca a “coisa (res) pública” em primeiro plano, o estado dinamizador de mudanças que beneficiam as grandes maiorias a ponto de ter em 12 anos diminuído a desigualdade social em 17%. Agora com Marina, o foco é o Estado menor para conceder maior espaço ao mercado, ao livre fluxo de capitais sem lei, reafirmando as teses neoliberais: o aumento do superávit primário, que se faz com corte dos gastos públicos, com arrocho salarial e desemprego para assim controlar a inflação e finalmente impondo a autonomia do Banco Central. Especialmente este último ponto é grave porque um presidente foi eleito também para gerenciar a economia (que é parte da política e não da estatística) e não entregá-la às pressões dos capitais, dos bancos e dos rentistas. Seria um atentado à soberania monetária do país.
Este projeto velho, foi aplicado no Brasil pelo governo do PSDB, não deu certo, quebrou a economia da União Europeia e lançou o mundo numa crise da qual ninguém sabe como sair. O efeito imediato será, como referimos, o arrocho salarial e o desemprego com o ree de grandes lucros para os donos do capital financeiro e dos bancos.
Marina quer governar com os melhores da sociedade e dos partidos, por cima das alianças inevitáveis no nosso presidencialismo de coalização. As alianças se farão, provavelmente, com o PSDB e com o PMDB e terá assim que engolir José Sarney, Renan Calheiros e Fernando Collor que ela tanto abomina. Sem alianças, Marina corre o risco de não ver ar no parlamento, os projetos que propõe, por falta de base de sustentação.
Quem a escuta e lê seu programa parece que fez um eio pelo Jardim do Éden: tudo é harmonioso, todos são cooperativos e não há conflitos por choques de interesses. Esquece que vivemos num tipo de sociedade de mercado (e não apenas com mercado) que se caracteriza pela competição feroz e por parca cooperação. Estimo que Marina, religiosa como é, se inspira no sonho do paleo-cristianismo dos Atos dos Apóstolos onde se diz que “a multidão era um só coração e uma só alma; ninguém considerava sua a propriedade que possuía; tudo entre eles era comum”(At 4,32).
Estas opções mostram claramente que ela mudou de lado. Antes quando estava no PT do qual é uma das fundadoras falava-se na opção pelos pobres, por sua libertação e se denunciavam os faraós de hoje. Construía no canteiro dos explorados e injustiçados. Agora ela constrói no canteiro dos seus opressores: os endinheirados, os bancos, o capital financeiro e especulativo. Leva a eles o tijolo, o cimento e a água. Seus assessores na economia são todos neoliberais. Os seringueiros do Acre rechaçaram o fato de Marina colocar entre as elites a figura de Chico Mendes, pois sabem que foram agentes dessas elites que o assam; por isso, protestaram veementemente e reafirmaram a tradição do PT apoiando a candidata Dilma.
Minha suspeita é de que Marina persegue o poder e visa a alcançar a presidência, por um projeto pessoal, custe o que custar. Diz-se por ai, que uma profetiza de sua igreja evangélica, a Assembleia de Deus, profetizou que ela, Marina, seria presidenta. E ela crê cegamente nisso como crê no que, diariamente lê na Bíblia, agens abertas ao acaso, como se aí se revelasse a vontade de Deus para aquele dia. São as patologias de um tipo de compreensão fundamentalista da Bíblia que substitui a inteligência humana e a busca coletiva dos melhores caminhos para o país.
Sou duro na crítica? Sou. E o sou para alertar os eleitores/as sobre a responsabilidade de eleger uma presidente com tais ideias. Já erramos duas vezes, com Jânio e com Collor. Não nos é mais permitido errar agora em que a humanidade a por uma grave crise global, social e ambiental e que reverbera em nosso país.
Não devemos desistir do que deu certo e avançou. Mas devemos cobrar que se inaugure um novo ciclo que aprofunde, enriqueça e inove para além do que já foi incorporado pela população. Creio que o projeto do PT com Dilma, não obstante os erros e as decaídas que aconteceram e que podem e devem ser resgatadas, é ainda o mais adequado para o povo brasileiro. Por isso apoio Dilma Rousseff.

Marina cresce um por cento ao dia, segundo Datafolha 512h20

Marina Silva cresceu 13  pontos em 11 dias, entre uma pesquisa e outra. Agora Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) estão empatadas no primeiro turno das eleições presidenciais, segundo pesquisa encomendada pela Rede Globo e a Folha de São Paulo.
Cada uma tem 34%. Aécio Neves (PSDB) não ou dos 15%.
Em comparação à última pesquisa,  Dilma perdeu dois pontos, Aécio cinco. Marina ganhou 13 pontos, o que indica que ela tira votos dos dois adversários e ainda tira os indecisos de cima do muro.
Na pesquisa espontânea, quando não é mostrada ao eleitor uma lista com os nomes dos candidatos, Dilma tem 27% das intenções de voto, Marina chega a 22% e Aécio tem 10%. Na espontânea os indecisos somam quase um terço do eleitorado (32%), e os que votariam em branco são só 3%.
Na pesquisa com a lista dos nomes, os indecisos são apenas 7%, o mesmo que os brancos e nulos.
Na pesquisa do final de agosto, a 37 dias das eleições, o candidato do PSC, Pastor Everaldo, que no primeiro debate dos presidenciáveis pela TV, na Band, repetia que quer “ar quase tudo para a iniciativa privada”, recebeu 2%. É o dobro da soma das intenções de voto dos demais candidatos: Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV), Zé Maria (PSTU), Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO). Os indecisos são só 7%, o mesmo que os brancos.
Segundo o Datafolha, Dilma tem a maior rejeição: 35% (mais que os indecisos). A rejeição a Marina é de 15% (menos da metade dos indecisos) O Pastor Everaldo é rejeitado por 23%; Aécio, 22%; Zé Maria, 18%; Eymael, 17%; Levy Fidelix, 17%; Rui Costa Pimenta, 16%; Luciana Genro, 15%; Eduardo Jorge, 14%; e Mauro Iasi, 14%.
A avaliação do governo Dilma foi considerada ótima ou boa por 35% dos entrevistados, e regular por outros 39% (portanto, 74% não a desaprovam totalmente; isso, se somado aos 35% de rejeição apontados na mesma pesquisa, daria mais de 100%). Já os que consideram o governo ruim ou péssimo foram 26%. E 1% não souberam responder.
Mesmo assim, na simulação de um segundo turno, hoje Dilma teria 40% e Marina alcançaria 50%.
Na pesquisa anterior, Marina tinha 47% e Dilma, 43%. Já num confronto entre Dilma e Aécio, o tucano perderia por 48% a 40%. O Datafolha não simulou um segundo turno entre Marina e Aécio.
Segundo o Datafolha, foram feitas 2.874 entrevistas, entre 28 e 29 de agosto, em 178 municípios.

Santander demitiu quatro por informe alarmista 4d4d64

O banco Santander demitiu quatro funcionários – e não apenas um, como se imaginava até agora – por causa do polêmico informe distribuído a clientes VIPs em julho, no qual descreve a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) como uma ameaça à economia do país.
Enviada a correntistas de alta renda, a análise provocou reação do governo e do PT, que falaram em terrorismo eleitoral e em boicote contra o banco. O Santander assumiu ter cometido um erro e pediu desculpas publicamente.

Dilma inaugura Rodovia do Parque e promete mais 1q2bj

Depois de uma polêmica que envolveu até a presidente Dilma Rousseff, a BR-448 – maior obra rodoviária federal em andamento no Estado – finalmente fica pronta.
A polêmica surgiu depois que o presidente do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, visitou a obra no início de novembro e disse à imprensa que ia recomendar a suspensão dos trabalhos, para que seja investigada a suspeita de fraude, apontada em relatórios técnicos. A obra, com orçamento superior a R$ 1 bilhão, teria R$ 90 milhões superfaturados.
Com apenas 22 quilômetros, ligando Porto Alegre a Sapucaia do Sul, a BR-448 contorna o Parque do Delta do Jacuí e por isso foi alvo de protestos dos movimentos ambientalistas.
Mesmo assim foi batizada de Rodovia do Parque. Projetada há mais de uma década para desafogar a BR-116 no seu trecho mais congestionado (Porto Alegre-Vale do Sinos), foi licitada e executada em onze meses.
Por contar com o apoio e a torcida da presidente da República, a 448 é conhecida no meio como “a Rodovia da Dilma”. Não por acaso, a presidente reagiu à recomendação do TCU. De agem pelo Estado no mesmo fim-de-semana, ela protestou dizendo que seria “uma injustiça” paralisar uma obra tão urgente, já quase concluída. “Sejam as irregularidades apuradas e os culpados punidos, mas parar a obra quase pronta não tem sentido”.
Concebida como altenativa para o trânsito na Região Metropolitana de Porto Alegre, a 448 deve absorver cerca de 30% dos 130 mil veículos que trafegam diariamente pela BR 116, entre a capital e o Vale do Sinos. Ela receberá também parte do tráfego da região serrana, contornando Porto Alegre para alcançar a BR-290 na altura de Eldorado do Sul.
Com mais essa carga, a duplicação da BR 290 até Pantano Grande, que ainda está em fase de licitação, torna-se urgente.
O prolongamento da BR-448 de Sapucaia do Sul até Estância Velha já está previsto. O Estudo de Viabilidade já está em andamento, com conclusão prevista para março de 2014. O traçado final desse trecho de 32 quilômetros ainda não está definido mas, como atravessa uma região menos densamente povoada, deve ter um custo bem mais baixo – estimativas preliminares do DNIT falam em R$ 500 milhões.
Outras obras
Na mesma região, no Vale do rio dos Sinos, estão sendo feitos estudos e projetos para alargar as pistas e melhorar as condições de segurança da congestionada BR-116. A resolução desses gargalos vai custar mais de R$ 200 milhões. A prioridade do governo federal é desafogar o tráfego de automóveis de eio e caminhões de carga nos horários de pico na região metropolitana e nas rodovias que ligam a capital ao Vale do Sinos, a Pelotas (BR-116) e esta ao porto de Rio Grande(BR-392).
As duplicações de rodovias existentes visam nitidamente recuperar um atraso de décadas. É um esforço superior ao realizado para duplicar a BR-101 no trecho Osório-Torres, obra de 90 quilômetros que começou em 2004 e levou oito anos para ficar pronta e foi inaugurada várias vezes, por trechos, pelo presidente Lula. Registre-se ainda que foi concluída este ano, sem foguetes, a penosa duplicação dos menos de 20 quilômetros da BR-290 no trecho Eldorado do Sul-Guaíba.
Ao inaugurar a BR-448, hoje, Dilma confirmou investimentos para melhorias na BR-116, entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, para segunda ponte sobre o Rio Guaíba e a da ordem de serviço para duplicação de 57,5 km da BR-290, a principal rodovia transversal do Estado. O DNIT e o Consórcio TB – ECB – Etel am contrato para elaboração de projetos e execução de obras de duplicação e de melhorias da BR-290, no valor de R$ 302 milhões em investimentos. Esses lotes fazem parte das obras previstas para o trecho compreendido entre Eldorado do Sul e Pântano Grande com 115,7 quilômetros.

TCU cogita suspender obra de rodovia quase pronta m1u3k

Quase pronta, com custo final estimado em R$ 1 bilhão e inauguração prevista para dezembro, a BR-448 – a maior obra rodoviária federal em andamento no Rio Grande do Sul – corre o risco de ser suspensa por recomendação do Tribunal de Contas da União, cujo presidente João Augusto Ribeiro Nardes a visitou no início de novembro.
Ex-deputado do PP com base em Santo Ângelo, nas Missões, Nardes agiu baseado em evidências técnicas que apontam superfaturamento na obra. Até aí, nenhuma novidade, mas há quem veja disputa política na área, já que o ministro sonha voltar à política quando deixar o TCU. Além de currículo, não lhe falta cacife.
Seu potencial eleitoral ficou à vista na última Feira do Livro de Porto Alegre, quando ele autografou um livro de 320 páginas sobre as origens da família Ribeiro Nardes. Entre diversos políticos e ex-detentores de cargos públicos que fizeram fila de mais de duas horas pelas alamedas da Praça da Alfândega, destacou-se a senadora Ana Amélia Lemos (PP), apontada como candidata ao governo do Estado em 2014.
Com apenas 18 quilômetros ligando Porto Alegre a Sapucaia do Sul, a BR-448 foi projetada, licitada e executada às pressas para desafogar a BR-116 (Porto Alegre-Vale do Sinos), que vive congestionada. Por contar com o apoio e a torcida da presidenta da República, a BR-448 é conhecida como a Rodovia da Dilma.
Uma injustiça
Não por acaso, a presidenta “sentiu” a recomendação do TCU. De agem pelo Estado no mesmo fim-de-semana, ela protestou dizendo que seria “uma injustiça” paralisar uma obra tão urgente na reta final. Sua reclamação foi apoiada por editorial do Jornal do Comércio, de Porto Alegre.
Por tabela, as suspeitas de irregularidades respingam nos preparativos para o prolongamento da BR-448 de Sapucaia do Sul até Estância Velha. A obra está na fase do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), cuja conclusão está prevista para março de 2014.
O traçado final desse trecho de 32 quilômetros ainda não está definido mas, como atravessa uma região menos densamente povoada, deve ter um custo bem mais baixo – estimativas preliminares do DNIT falam em R$ 500 milhões. Na mesma região, no vale do rio dos Sinos, estão sendo feitos estudos e projetos para alargar as pistas e melhorar as condições de segurança da congestionada BR-116. A resolução desses gargalos vai custar mais de R$ 200 milhões.
A prioridade do governo federal é desafogar o tráfego de automóveis de eio e caminhões de carga nos horários de pico na região metropolitana e nas rodovias que ligam a capital ao vale do Sinos, a Pelotas (BR-116) e esta ao porto de Rio Grande (BR-392).
As duplicações de rodovias existentes visam nitidamente recuperar um atraso de décadas. É um esforço superior ao realizado para duplicar a BR-101 no trecho Osório-Torres, obra de 90 quilômetros que começou em 2004, levou oito anos para ficar pronta e foi inaugurada várias vezes, por trechos, pelo presidente Lula. Registre-se ainda que foi concluída este ano, sem foguetes, a penosa duplicação dos menos de 20 quilõmetros da BR-290 no trecho Eldorado do Sul-Guaíba.

Mino Carta: "No Brasil ainda temos muito medo" 266ph

Ao cair da tarde de domingo (10/11) no coração da Feira do Livro de Porto Alegre o jornalista Mino Carta foi entrevistado pelo radialista Ruy Carlos Ostermann diante de uma platéia de 100 pessoas reunidas no salão oeste do Santander Cultural.
O gancho do papo era o livro O Brasil (Record, 2012) no qual o genovês Mino, nascido em 1933, rea sua visão do país ao qual chegou às vésperas da Copa de 1950 como aprendiz de repórter esportivo. “Não é um livro de memórias, pois não me acho com nível para tanto – memórias são para Churchill ou De Gaulle”, disse o autor, do alto dos seus mais de 60 anos de atuação na mídia nativa.
Inovador e combativo, ele fundou a revista Veja, criou a Istoé e mantém o semanário Carta Capital. Marcados por fina ironia – inclusive em relação a si mesmo, como quando se gaba de ter dirigido a revista Quatro Rodas mesmo sem saber guiar um carro –, seus comentários e observações podem ser assim resumidos:
“Diz-se que a mídia impressa está em xeque. Discordo. A internet apenas aumentou a avalanche de informação a que já estávamos submetidos pelo rádio, a TV e a imprensa. O que falta é qualidade.
“A mídia nativa sempre serviu ao poder mas antigamente tinha mais qualidade.
“Nossa imprensa aposentou o jornalismo investigativo.
“Os 350 anos de escravidão pesam muito na cultura brasileira”
“É um equívoco dizer que a ditadura de 64 foi militar. Foi civil-militar.
“O golpe de 64 veio para interromper um processo que teria sido muito bom. Estava em vias de se criar uma indústria que daria origem a um proletariado que poderia ter criado o Brasil moderno. Quando digo moderno, não quero dizer socialista. Moderno é ser equânime, igualitário.
“As elites falam do Bolsa Família como se fosse uma esmola, mas esse projeto de inclusão social é irado na Europa e começa a ser imitado em muitos países”
“Getulio Vargas é a maior figura política do Brasil. Ele tinha um projeto nacional que expressou através da criação das leis trabalhistas (1934), do salário mínimo (1940), da CSN em Volta Redonda (1942) e da Petrobras (1953).
“JK entregou o país ao carro”.
“O verdadeiro partido de oposição no Brasil é a mídia nativa“
(Respondendo a uma pergunta sobre o comportamento cauteloso da Comissão da Verdade): “No Brasil ainda temos muito medo” (dos arapongas, dos policiais e dos militares).
“A mídia nativa torce para que as manifestações populares atrapalhem a reeleição de Dilma.
“Não arrisco um palpite sobre a reeleição de Dilma, mas se Lula concorrer no lugar dela, ganha. Lula é imbatível.
“No Brasil faltam lideranças nítidas.
(Respondendo a uma pergunta sobre o que acha de Tarso Genro): “Nós o apoiamos em vários momentos, mas ele fez uma besteira inominável que interrompeu nossa relação: foi quando, como ministro da Justiça, junto com o senador Suplicy, cuja sanidade mental é discutível, resolveu dar asilo político a um ladrãozinho e estuprador” (refere-se ao italiano Ricardo Battisti)
(Sobre a bancada ruralista): “Estamos cansados de saber que a casa grande gosta de trabalho escravo”

O mico do grupo X pode pesar nas eleições? g734d

Foi feio o tombo de Eike Batista, cuja petroleira OGX acaba de pedir concordata, mas se engana quem acha que ele faliu de todo. Suas outras empresas ainda não afundaram. Estão à deriva, cercadas por tubarões e urubus.
Sim, o megalômano filho de Eliezer Batista “perdeu” em poucos meses mais de 90% de sua hipotética fortuna, estimada, poucos anos atrás, em US$ 30 bi. Foi um baita tombo, mas nosso “sifu made man” está peleando pra não morrer. Certamente vai sair do vendaval com pelo menos US$ 1 bilhão. Duvida? A gente conversa ali adiante.
Enquanto isso, o jornal inglês Financial Times disse que a queda de Eike envergonhou a presidenta Dilma Rousseff, que dera força a seus projetos nas áreas de petróleo, mineração, energia e logística.
De fato, o caso arranha a credibilidade da política econômica do governo, que aposta desesperadamente em investimentos de infraestrutura. Mas daí a tirar votos de Dilma em sua campanha pela reeleição…só se a oposição for muito mais inteligente do que o governo.
É verdade que todo governo tem seus aliados e heróis no mundo empresarial, mas a transfiguração do astro em vilão não significa que ele mereça ser abandonado ou fuzilado.
O fato é que, além de seduzir o governo, o diabo do homem engambelou centenas de especuladores que acreditaram em seus projetos de infraestrutura, todos de longa maturação.
Isoladamente, são projetos aparentemente viáveis. Eles preenchem alguns elos faltantes de certas cadeias econômicas… O x do problema é que, juntos, formaram um bolo enorme que ficou carente de sustentação cotidiana.
Por incrível que pareça, o mega Eike esqueceu que precisava de receitas enquanto os seus grandes negócios não davam resultado. A barca fez água antes de chegar ao outro lado, mas é claro que ainda pode ser resgatada, só que por um valor bem abaixo do que acreditaram os espertos “experts” do mercado financeiro. Bem feito para todos.
Ainda que não dê bandeira e aja como quem não tem nada a ver com o peixe, o governo não pode esquecer os projetos. Até porque o BNDES é sócio e credor deles. A maior dificuldade talvez seja convencer Eikinho de que ele não pode tudo e precisa – precisa! – compatilhar a gestão de seus belos empreendimentos. Um bom sinal é que o pedido de recuperação judicial (novo nome da concordata) foi assinado pelo competente advogado Sérgio Bermudes.
LEMBRETE DE OCASIÃO
“O órgão mais sensível do corpo humano é o bolso”
Delfim Netto