Prefeitura ocupa o prédio do Santa Rosa de Lima 4c4q1x

As aulas recomeçaram nas salas do extinto Colégio Santa Rosa de Lima, agora ocupadas nos três turnos pelos cerca de mil alunos do centro de Educação de Jovens e Adultos (EJA) Paulo Freire, mantido pela Prefeitura de Porto Alegre. Depois de um ano de negociações entre a fundação de pais que mantinha a escola e a UFRGS, a universidade assumiu a segurança do prédio em novembro e, em dezembro, efetuou um depósito judicial de R$ 7,1 milhões, que seria o valor do prédio, conforme avaliação. Foi quando a Prefeitura interveio, desapropriou o patrimônio da Fundação por decreto e fez outro depósito, segundo sua própria avaliação, de R$ 5,3 milhões. Uma primeira ação judicial deu ganho de causa à Universidade, mas a Prefeitura recorreu e acabou recebendo a posse do prédio, “de porteira fechada”, depois que o prefeito José Fortunati comprometeu-se a aumentar o valor da desapropriação até alcançar os R$ 7,1 milhões necessários à quitação de todas as dívidas da Fundação, em especial as trabalhistas. O EJA Paulo Freire, que atende a alunos maiores de 15 anos de 1ª a 8ª série, funcionava num prédio inadequado, na esquina das ruas Jerônimo Coelho com Marechal Floriano, no Centro. Ainda não foi decidido que tratamento será dado ao patrimônio cultural do Santa Rosa. Por enquanto, o único manejo foi na biblioteca, de 17 mil títulos. “Os livros infantis foram retirados para doação a outras escolas”, conta o vice-diretor do EJA, Luis Secchin. 123z4v

Senado deve voltar a debater acordo ortográfico 6h6d6b

O novo acordo ortográfico, elaborado sob o argumento de unificar a língua culta nos sete países de língua portuguesa, já gerou grandes negócios no mercado editorial brasileiro. No ano ado, o segmento didáticos faturou R$ 2,1 bilhões, num total do setor editorial de cerca de R$ 4,5 bilhões.
O Brasil prevê concluir sua implementação em 2013, mas nos demais países o acordo enfrenta resistências, inclusive em Portugal.
Após reunião esta semana com o professor Ernani Pimentel, autor de diversas críticas ao novo acordo ortográfico, a senadora Ana Amélia Lemos, do PP gaúcho, anunciou que solicitará à Comissão de Educação do Senado que promova no início do ano que vem uma audiência pública sobre o assunto.
Pimentel criou o Movimento Acordar Melhor para defender a simplificação das regras, porque o novo acordo contém “incoerências, incongruências e muitas exceções”. Um dos vários exemplos que citou foi a dificuldade para se compreender quando usar ou não usar o hífen. “Por que ‘mandachuva’ se escreve sem hífen e ‘guarda-chuva’ se escreve com hífen? É ilógico. E há muitos outros exemplos.”
“Nenhum professor de português de nenhum país signatário é capaz de escrever totalmente de acordo com as novas regras e, como os professores não têm condições de compreender, os países não terão condições de implantá-las”, afirmou.
Ele também sugeriu que os países signatários criem um órgão similar à Real Academia Espanhola, que seria responsável pela uniformização da ortografia nos países de língua portuguesa.
Ao comentar as resistências externas ao acordo, ele lembrou que alguns países alegam – “com razão”, observou – que as novas regras foram pensadas somente a partir de Brasil e Portugal, ignorando especificidades culturais de outras nações de língua portuguesa.
Em Portugal, segundo ele, há os que defendem o acordo e os que preferem adiá-lo devido aos interesses do mercado editorial português (que, dessa forma, não enfrenta a concorrência de livros brasileiros em seu próprio país e também nos países africanos de língua portuguesa).
Sobre a atuação do Ministério das Relações Exteriores, Pimentel entende que “o Itamaraty está correto ao querer a unificação, mas está errado ao permitir que o interesse político desconsidere as questões educacionais, pedagógicas e culturais”. “Ao forçar o acordo, o Brasil está sendo visto como impositor. É importante que haja discussão entre os países”, avalia.
“Nada me convencerá do contrário: a reforma ortográfica, implementada por um conselho de notáveis escolhido a dedo, não a de uma política cínica para incrementar a venda de livros, milhões de livros, e engordar os lucros do setor livreiro do país e fora dele. Dicionários e gramáticas novos, livros didáticos e paradidáticos encabeçam o mercado brasileiro”, comentou o jornalista paulista Eduardo Maretti em seu blog Fatos Etc. “Espero que o Congresso Nacional faça alguma coisa contra esse crime de lesa-língua.”
* Com informações da Agência Senado

Analfabetismo em Porto Alegre é de 2,3% 4c3e16

A taxa de analfabetismo entre os moradores de Porto Alegre, que era de 3,44% no ano de 2000, diminuiu para 2,3% em 2010.
Esta taxa indica o percentual da população com idade igual ou superior aos 15 anos que não sabe ler ou escrever. Portanto, a queda na taxa de analfabetismo aponta que, na comparação entre os anos de 2000 e 2010, em Porto Alegre, diminuiu a parcela da população, nesta faixa etária, que não sabia ler e escrever.
Em 2000 eram 35.928 residentes em Porto Alegre com 15 anos ou mais que não sabiam ler e escrever. Este número ou para 26.045 em 2010.
Já o Estado do Rio Grande do Sul, apresenta uma taxa de 4,5% em 2010. No ano 2000 o percentual era de 6,7%.
Por faixas de idade, entre as pessoas com 15 anos ou mais residentes em Porto Alegre, a menor taxa de analfabetismo foi verificada entre aquelas com idade entre 15 e 24 anos. Neste grupo, a taxa ou de 2,3%, em 2000, para 1,5%, em 2010.
Diferentemente, a maior taxa foi entre as pessoas com 60 anos ou mais. Para os moradores da cidade que se encontram nesta faixa etária, a taxa diminui de 8,8%, em 2000, para 5,5%, em 2010. Apesar da diminuição, o analfabetismo, ainda, continua alto para este segmento.
Para as pessoas com idade entre 25 e 59 anos, a taxa ou de 2,9%, em 2000, para 1,7%, em 2010.
Os dados foram apontados pelo Censo 2010.

Edgar Morin apresenta alternativas à crise mundial l493r

Cláudia Dreier*
Contextualização e exemplos pontuais marcaram a palestra de Edgar Morin que aconteceu na segunda-feira, 08 de agosto, integrando a programação Fronteiras do Pensamento em 2011. Com 90 anos e um mês exatos, o francês tem como valores principais o amor e o conhecimento. Ele aponta soluções para a crise atual a partir de suas pesquisas e vivência ao longo da História.
Segundo Morin, a crise econômica iniciada em 2008 colocou em xeque o modo de conhecimento que fragmenta as várias disciplinas, impedindo a compreensão dos problemas globais. Para entender o que acontece é fundamental conhecer o processo de globalização cada vez mais acelerado pela modernidade. “Não sabemos o que se a e é isso que se a. A crise econômica atual resulta de uma crise da sociedade moderna, da sociedade tradicional, da democracia, do pensamento, em fim, uma crise geral da humanidade.”
Dois lados da globalização
O francês considera a mundialização como a pior das coisas possíveis e, ao mesmo tempo, a melhor delas. Integrando o primeiro aspecto, ele lista o desenvolvimento da técnica que constrói fantásticas armas de destruição de massa e que gera a crise ambiental. “Mesmo com toda técnica desenvolvida somos incapazes de frear esta crise. Um dos problemas está nos Estados Nacionais, agora incapazes de manter as promessas feitas à população”. Ele propõe que os Estados Nacionais associem-se entre si para que possam ficar protegidos. “A ONU tem pouca força para decisões em esfera planetária que envolvam a questão armamentista e o necessário cuidado com a biosfera”.
Morin discorre sobre as ameaças à civilização utilizando uma metáfora. “No século XX um monstro, uma espécie de polvo gigante com muitos tentáculos, amedrontava a humanidade: era o totalitarismo exemplificado no nazismo e no fascismo. Com a queda do comunismo despertou um novo polvo: o do fanatismo e do maniqueísmo, de cunho étnico e religioso. A partir da abertura econômica da China e do Vietnã, ganha força o polvo da economia globalizada, do capitalismo financeiro que é mais poderoso do que o Estado Nacional”. Como exemplo recente, ele cita o caso dos EUA, no qual uma agência abaixou a nota dos americanos e os demais países vêem-se incapazes de contornar a crise mundial.
Para o francês, o aspecto positivo da globalização é unir os povos na mesma comunidade, no mesmo destino ao viverem perigos semelhantes, o que cria condições para surgir um novo mundo. “O desafio é inventar uma sociedade global sem o modelo dos Estados Nacionais. Há outra sociedade a ser criada.” Ele enfatiza a importância da palavra “pátria” que reúne os conceitos paterno e materno na mesma expressão. O amor de mãe e o e dado pelo pai geram a idéia do Estado que fraterniza, tem nos seus cidadãos filhos que devem tratar-se como irmãos. “O grande desafio é edificar uma terra-pátria que respeite as comunidades.”
Componente aleatório
Para Morin existe um componente aleatório na história da vida e da civilização, exemplificado pela origem do regime de governo preponderante nos Estados Nacionais. No século quinto antes de Cristo, a cidade de Atenas, berço da democracia, resistiu ao primeiro ataque dos persas com o auxílio dos soldados de Esparta. No segundo confronto, ela foi arrasada. Ao regressar da batalha, os barcos da frota inimiga foram afundados no Peloponeso, assim Atenas pode reerguer-se e a democracia persistiu por mais 50 anos. Na Era Moderna, este regime foi ressuscitado nas cidades italianas, belgas e na Revolução sa. E o improvável aconteceu: a democracia, criada em uma pequena cidade grega, estabeleceu-se como uma característica da sociedade vigente.
“Mas como é possível mudar o caminho, como parar um trem desenfreado em direção à catástrofe?” questiona ele, voltando à crise atual. “Em vários momentos a sociedade humana mudou de rumo graças a um indivíduo e a um pequeno grupo a ele associado.” Morin cita Buda, Maomé e Jesus Cristo. Este, após a pregação, em dois ou três séculos teve sua doutrina transformada na religião do Império Romano. “Isso aconteceu graças a Paulo que teve uma revelação no caminho para Damasco, permitindo universalizar a mensagem: não há judeus nem gentios, homens ou mulheres, a palavra é dirigida à humanidade tornando o cristianismo a grande religião.”
Morin aponta exemplos semelhantes para a ciência moderna, referindo-se a Galileu, Descartes e Bacon, e para os modelos sociais citando os criadores do Comunismo e do Anarquismo. “As mudanças são possíveis, começam moderadamente. Se o sistema não trata dos problemas fundamentais, ele se desintegra, mas é possível que, de algum modo, com criatividade este mesmo sistema seja metamorfisado gerando um novo sistema.”
Metamorfose
Segundo o francês, os sistemas na Terra respondem aos problemas de três maneiras: regridem a um estágio anterior, desintegram-se ou am por uma metarmorfose. “Temos na borboleta um belo exemplo. Quando se rompe o casulo da larva, o mesmo ser a a ter asas e alimenta-se diferentemente de quando estava enclausurado.” Morin lembra que o próprio ser humano, quando no ventre materno, é um ser aquático.
“A história humana é uma história de metamorfoses.” Morin enfatiza que as pequenas sociedades de centenas de indivíduos, viáveis ecologicamente, tiveram diferentes estágios de evolução para se transformarem em grandes cidades e civilizações como as dos Astecas e Incas, na América. “Esta metamorfose específica vai desagregando os valores da comunidade no seu processo de crescimento.”
Atualmente, na França fala-se em desglobalização, pois a mundialização destruiu as realidades regionais e a solidariedade típicas da vida comunitária. “Busca-se agora sair deste processo, estimulando as trocas que possibilitem uma nova sociedade.” O palestrante defende o pensamento binário, onde coexistam a globalização e a desglobalização. “Podemos manter os pontos positivos da globalização, preservando as culturas nacionais e a agricultura de subsistência do país para garantir os alimentos da nação sem precisar importá-los. É preciso ter a virtude de proteger as comunidades locais.”
Outra proposta de Morin é trocar o desenvolver pelo envolver. Enquanto o primeiro promove o crescimento econômico material, destrói a solidariedade, traz a corrupção política e a tecnologia destrutiva; o segundo mantém o sistema unido, fortalece a comunidade, a cultura e a identidade. Aceita o que vem de fora, respeitando os aspectos de cada cultura, fazendo uma simbiose entre o Ocidente e as antigas culturas tradicionais.
Alternativas
Baseada no desenvolvimento material, a Sociedade Ocidental carece de hospitalidade, de cortesia e de uma maior harmonia com a natureza. Para alterar este quadro, Morin propõe um decrescimento econômico e energético em prol do florescimento de uma economia verde, remodelando as cidades para torná-las humanas e áveis. “Precisamos de uma economia solidária e verde que vença o lucro.”
No decorrer da palestra, ele cita várias iniciativas que promovem a humanização de comunidades carentes e ressalta a falta de conexão entre elas, sugerindo que a internet possa ter um papel fundamental nesta necessária comunicação. Ele propõe reformas na agricultura convencional que traz mais males do que benefícios. “Também precisam ser revistas, além da pecuária moderna, a consciência de mundo e a educação.”
Referindo-se ao processo educativo, Morin cita Rousseau. “Educar é ensinar a enfrentar os problemas da vida, a ter compreensão humana, a encarar as incertezas e as armadilhas do conhecimento”. Uma nova idéia de mundo está relacionada à reforma da educação e do pensamento. As vidas cronometradas e monótonas também podem ser modificadas para originarem maior autonomia e maior experiência de comunidade.
“Devemos viver a vida de maneira polarizada em prosa e em poesia. Em prosa fazemos o que somos obrigados, o que pode cansar e entristecer, mas é necessário para ganhar o pão. Em poesia temos o que realmente nos faz vive:r o amor, a amizade, a comunhão, a dança, o lúdico.” Desenvolver o poético da vida permite reformá-la e construir a partir do outro. “O outro é diferente e semelhante a nós por possuir a mesma capacidade de sofrer, sorrir, amar, pensar e refletir.” Ele ressalta que primeiro é preciso conhecer a si mesmo para evitar transferir as próprias fraquezas para o comportamento do outro que deve ser apreciado como se estivesse em uma tela de cinema. “Lá aplaudimos um mendigo, um operário se este for vivido por Charles Chaplin”.
Ao “bem estar” que remete a aquisição de objetos materiais, Morin contrapõe a proposta de “bem viver”, citando Evo Morales. Esta propõe-se a ensinar um novo viver e também auxiliar o outro a viver bem. “Uma reforma deve incluir tanto a vida social quanto a individual, uma reforma isolada não dá certo. Um exemplo claro disto é a Revolução Comunista de 1917 incapaz de criar um sistema semelhante à sua ideologia. Aquilo que foi criado ficou pior do que existia anteriomente e emplodiu em 70 anos, dando lugar ao capitalismo e a religiões mais poderosas do que as sufocadas no início do século.”
Morin apresenta-se otimista acreditando que exista salvação para continuar a aventura da humanidade, para ele a História é uma sucessão de crises e nelas aumentam as incertezas. “Como respostas nos períodos conturbados podemos encontrar a solução em algo novo, regredir ao ado ou acharmos um bode expiatório.”
Nas suas últimas palavras, ele afirma que “toda transformação cultural também é mental e psicológica. A esperança é como um fermento para a transformação e a metamorfose. Todas as reformas intersolidárias, são como córregos que se unem para formar rios os quais se juntam até chegar a um Amazonas. Assim se forma um novo caminho e o antigo desintegra-se.” Ele recomenda copiar o modelo dos adolescentes que têm como aspirações a maior autonomia e a maior vivência em comunidade.
“Hoje, o melhor da humanidade pode se desenvolver no Brasil, pois aqui existe uma simbiose entre diferentes povos e nações. Eu mesmo penso algumas vezes em me mudar para o Brasil”, conclui Morin despertando risos na platéia do Salão de Atos da UFRGS e no jornalista Juremir Machado da Silva, que apresentou o palestrante francês.
*Jornalista e geógrafa. Texto originalmente publicado no Informativo Fundação Gaia.

Decadência da educação: o que fazer? 123g5k

Editorial da revista Adverso, do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior de Porto Alegre, de janeiro de 2011, que está circulando:
“Olhemos para a educação pública em nosso Estado. Há 40 ou 50 anos, vários colégios estaduais eram citados como modelos de instituições educacionais”.
“Hoje estes mesmos colégios não am de instituições medíocres, com professores mal pagos e desinteressados, com material de ensino ultraado e insuficiente e com alunos igualmente desinteresados”.
“Os egressos desses colégios serão nossos alunos nas universidades. o resultado disso, como consequência, serão profissionais formados por nós, também mal preparados e incompetentes? O que fazer?”
“Não temos fórmula , mas disposição não nos falta. Só a união de todos poderá abrir caminho para sairmos dessa lamentável situação”.(Diretoria Adfrgs-Sindical)

Destino do prédio do Santa Rosa será decidido hoje 165q2q

O Conselho Deliberativo da Fundação Santa Rosa de Lima está convocando todos os sócios para uma reunião extraordinária hoje, às 19 horas, para apresentar as propostas de locação do prédio onde o colégio funcionou por 45 anos.
Alugar o prédio foi a maneira encontrada para amortizar os compromissos financeiros, principalmente no que se refere às rescisórias trabalhistas dos professores e funcionários.
Diversas instituições de ensino enviaram propostas de locação do prédio, na rua Santa Terezinha.  Algumas deles prevêem inclusive acolher os alunos já matriculados no Santa Rosa.
Vários grupos de pais, organizados por série de ensino, já estão negociando com outras escolas as matrículas para seus filhos. Muitas delas formalizaram propostas aos grupos, liberando os alunos já matriculados no Santa Rosa da primeira mensalidade, e, em alguns casos, das duas primeiras mensalidades do ano.
No colégio Santa Rosa, o clima é de desolação entre os cinco antigos funcionários que ficaram para receber o público e providenciar documentos para transferência dos alunos. Apareceram até ex-alunos em visitas de solidariedade.
A cobertura do caso estará na edição do Jornal JÁ Bom Fim/Moinhos que circula no próximo final de semana.

Santa Rosa de Lima fecha as portas 3b361x

Ao final de uma crise financeira que só cresceu nos últimos dez anos, a fundação de pais mantenedora O Colégio Santa Rosa de Lima, na rua Santa Terezinha, em Porto Alegre, decidiu esta semana fechar a instituição de ensino, que completou 45 anos em 2010.
 Desde 2001, a escola vem perdendo alunos. A diminuição da receita, somada a despesas com demissões sem lastro de caixa, inviabilizou a continuidade. A gestão amadora, feita voluntariamente por pais que compõem a diretoria da fundação, não conseguiu reverter o processo.
 Várias possibilidades estão sendo estudadas, junto com o Ministério Público, para quitar as dívidas da fundação. O mais provável é que o prédio seja alugado.
 Os 32 professores serão formalmente demitidos na próxima semana, mas saem sem esperança de receber as verbas rescisórias agora. Além de despesas trabalhistas, a fundação deve à Previdência e a bancos.

MUNICÍPIO RICO RESTAURA ESCOLA DO ESTADO 3s4t2m

Geraldo Hasse
Após negociações que se arrastaram por quase uma década, finalmente está em reforma o prédio onde funcionou uma das primeiras estações experimentais do Ministério da Agricultura no interior do Rio Grande do Sul.
Construído originalmente em 1922 em Conceição do Arroio (Osório, a partir de 1934) e desde 1950 sede da Escola Estadual Ildefonso Simões Lopes (conhecida como “escola rural”), o edifício com enormes janelas em arco, típicas da arquitetura oficial do início do século XX, será transformado em centro cultural, incluindo um dos maiores auditórios do maior do litoral norte.
“O prédio da Rural é uma das poucas coisas que restam da memória do município”, diz o prefeito Romildo Bolzan Jr. (PDT), que ite ter razões sentimentais para “ajudar a Rural”.
Como a maior parte dos filhos da classe média da região, ele estudou ali, e seu pai foi diretor da escola antes de eleger-se vereador, prefeito e deputado estadual pelo antigo PTB, o partido de Leonel Brizola (1922-2004).
A restauração deve estar concluída antes das eleições de 3 de outubro, mas Bolzan não sabe quem vai pagar a festa de inauguração.
Embora a escola pertença ao estado, que não tinha interesse nem recursos para a recuperação do prédio histórico, o custo de R$ 491 mil está sendo bancado pela prefeitura municipal.
Potência econômica emergente, enriquecida por investimentos vindos de fora, Osório tem hoje o quinto maior retorno de ICMS do estado, só superado pela capital e os três municípios mais industrializados (Canoas, Caxias do Sul e Gravataí).
Em 2010 o orçamento líquido é de R$ 162 milhões, dinheiro oriundo principalmente do complexo Petrobras-Transpetro, que opera um terminal de petróleo e um oleoduto no trajeto Tramandaí-Osório-Canoas.
O restante vem de outras 150 empresas, entre elas a Ventos do Sul Energia, que construiu o parque eólico em operação desde fins de 2006 e que responde por cerca de 2% dos recursos geridos pela prefeitura. Sem o petróleo e o vento, o orçamento osoriense seria de R$ 85 milhões este ano.
O custo da restauração do prédio da Rural representa apenas 1% do orçamento educacional de Osório.
O município está investindo este ano cerca de 50 milhões, ou 30% das receitas líquidas da prefeitura (ver a tabela abaixo). O custeio do magistério representa 70% das despesas educacionais.
São 400 professores (40% do funcionalismo) para atender 4 mil alunos na rede municipal. Somando escolas estaduais e particulares, Osório tem cerca de 10 mil estudantes, 25% da população de 40 mil habitantes.
Espelhado no exemplo do governador Leonel Brizola, cuja gestão no período 1958-1962 foi marcada pela construção de escolas e a contratação de professores leigos reciclados em escolas normais (inclusive na Rural de Osório), Bolzan não hesita em gastar com educação.
Em 2009, ele doou R$ 300 mil para que a Brigada Militar pudesse dar início a um curso de formação de soldados no município. “Investimos numa escola, mas tivemos um ganho inesperado em segurança”, diz o prefeito, lembrando que os alunos da BM têm aulas práticas nas ruas da cidade.
Este ano, Bolzan está aplicando mais R$ 300 mil na construção de outra escola de formação de policiais militares.
Na sua opinião, é preciso que os governantes invistam continuamente durante décadas para melhorar a qualidade de ensino nas escolas públicas.
“Na verdade, precisamos fazer o PAC da educação”, disse ele, em Brasília, no início de fevereiro, durante a reunião em que a então ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, apresentou um balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em 2007.
Em Brasília não houve clima para aprofundar o debate sobre a idéia, mas Bolzan acredita que a receita do PAC educacional vem sendo ensaiada em diversos municípios, como em Osório.
“Precisamos começar pela reforma das estruturas físicas”, diz ele, convencido de que a escola precisa ser um ambiente prazeroso para alunos, professores e a comunidade.
Como exemplo negativo, ele aponta a Escola Estadual Prudente de Moraes, a maior de Osório, com mais de 1 mil alunos em três períodos.
Ela funciona há 50 anos nos antigos galpões da extinta Estrada de Ferro Osório-Palmares do Sul, que parou de operar no governo de Brizola.
O segundo o do PAC educacional seria qualificar o corpo docente para que melhorem o conteúdo pedagógico e a gestão escolar. O resto será consequência.
EVOLUÇÃO DO ORÇAMENTO DE OSÓRIO
ANO Orçamento Gastos com Educação/
municipal educação receitas correntes

(en R$ milhões) (%)
2005 40 6,7 26,22
2006 50 8,7 27,49
2007 52 10,3 31,69
2008 88 17,8 30,03
2009 118 29,5 30,11
2010 162 50 30
Fonte: Prefeitura de Osório

Educação e Política do Espetáculo 5e3129

Por Maria Rosa Fontebasso*
O que o Governo do Estado quer fazer é um brutal arrocho salarial da maior parte dos professores com o engodo de privilegiar as classes com salário menor. Se estivessem falando de salários que ultraam o teto constitucional poder-se-ia discutir o assunto para não perpetuar a situação.
No entanto, o governo se refere a salários aviltantes dos níveis mais baixos do Plano de Carreira (escolaridade menor dos professores), comparando-os com salários menos aviltantes dos níveis mais altos (escolaridade maior dos professores), mas que longe estão de ser considerados dignos.
O governo Alceu Collares alterou o Plano de Carreira igualando os níveis 5 e 6 com o mesmo argumento, causando um grande estrago. Felizmente foi restaurado pelo Governo Olívio Dutra.
Agora, o Governo do Estado está colando todos nos níveis por baixo. Joga com a penúria existente e quer instaurar um protótipo de circo romano para que os professores se digladiem pela sobrevivência. Os profissionais são levados a aceitar um engodo, dada a urgência por qualquer pseudomelhoria nas suas condições de vida.
É o que nos mostra o depoimento de uma professora que diz “o acréscimo ajudaria (…). Entretanto, sei que o aumento nivela por baixo e achatará o salário de muita gente, inclusive o meu no futuro…”, e a declaração de diretor de escola de serem apenas dois os professores atingidos, de um total de 160, publicado em Zero Hora do dia 07/11/2009.
Ainda, o projeto deixa de lado qualquer incentivo para a melhoria na qualificação do professor. Apenas há um aceno de premiação se metas da escola forem atingidas. Quais serão essas? Quem as determinará? Os recursos das escolas como ficam? As bibliotecas fechadas por esse governo serão reabertas? A lista das perguntas seria interminável.
E, ainda, lê-se a afirmação do Secretário de Estado do Planejamento e Gestão – Mateus Bandeira, Zero Hora 08/11/2009:
“A nova visão [Plano de Valorização do Serviço Público] não deve ficar restrita à necessidade de reajustes salariais lineares, mas à justa e correta recompensa aos servidores que se dedicam à melhoria da produtividade do serviço público. O mundo é assim, em todos os segmentos.
Precisamos acompanhar as tendências mundiais.” A que países do mundo ele se refere? Quais condições de trabalho e salariais ele invoca? O que ele entende por produtividade na educação?
Talvez, por isso e por outros acontecimentos impossíveis de serem enumerados aqui, tenhamos a visita de uma pop star, Madonna, para captar recursos e implantar projetos sociais no país, pois
“Ela acha que, se não prepararmos as nossas crianças para olharem para dentro delas, não adianta irem à escola porque não chegarão a lugar nenhum”. Declaração publicada pela Folha de São Paulo, Ilustrada, 14/11/2009. O que o professor estadual, nas condições de trabalho atuais, conseguirá ver dentro de si?
O projeto do Governo do Estado escancara-se como antítese dos objetivos da cantora, sensível às questões educacionais. Sem desmerecer a louvável iniciativa, ela que é do mundo da cultura, põe à mostra a pequenez e precariedade do que é proposto por quem de responsabilidade deve pensar a educação.
Aviltar toda a categoria de professores, jogando com sua situação de precariedade, via corte de benefícios e engodo com “aumento de salários”, usando dos artifícios de marketing para que a população os engula, deixando de usar a palavra meritocracia (competitividade como se fosse um lugar de produção de mercadorias), omitindo as perdas resultantes (término de benefícios existentes), enfatizando cifras a serem gastas (comparadas com os aviltantes salários são grandes), utilizando jargões para desqualificar qualquer oposição (há gente que sempre é do contra quando se trata de proposta do governo).
Enfim, é o cenário da própria pós-modernidade na política, que se caracteriza pelo espetáculo mediático, como nos diz Olgária Matos.
A esperança está em que se manifestem os que veem o absurdo deste projeto com conseqüências que aumentarão a degradação da escola pública estadual.
* Professora Aposentada da Rede Estadual e do Ensino Universitário e Vice-presidente da AMA-Associação dos Moradores e Amigos da Auxiliadora

Auditoria do TCU revela fraudes no ProUni 36522w

Uma auditoria realizada no ano ado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mostrou irregularidades na concessão de bolsas do Prouni. Conforme relatório divulgado hoje, existem falhas na comprovação de renda dos alunos beneficiados pelo Programa Universidade para Todos.
Após cruzar as informações do Prouni com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), os auditores do TCU detectaram que alguns alunos que possuem o auxílio têm renda superior a R$ 200 mil anuais. Além disso, o levantamento apontou mais de 1,7 mil estudantes como proprietários de carros de luxo. Em alguns casos, a documentação exigida para ingressar no programa sequer foi entregue.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, saiu em defesa do projeto da sua pasta e sugeriu que a auditoria tenha problemas. “Depois de dois ou três anos que o aluno ingressa no ProUni ele consegue um emprego, encontra um estágio, a vida dele muda”, explicou.
O TCU determinou ao MEC que faça um controle melhor dos alunos beneficiários do ProUni. O tribunal também recomendou que o ministério reavalie a concessão da isenção fiscal dada às instituições de ensino.
Haddad reconheceu que os casos flagrantes precisam ser apurados e que as universidades devem chamar esses estudantes a prestar contas sobre as informações. “Como é a primeira grande auditoria que se faz é natural que identifiquemos problemas que possam ser superados com a ajuda inclusive com os órgãos de controle”, afirmou.
Com informações da Agência Brasil