Enéas de Souza* Todo mundo está querendo mudanças. Inclusive a Dilma. E por que ela não mudou? Antes de tudo, é preciso dizer: ela e o Lula já mudaram muito o país. Mudaram a economia e a sociedade que FHC e os tucanos deixaram. Mas, por que, mesmo querendo mudanças, a Dilma não mudou a economia nesse ano? Não mudou porque não se muda uma política econômica num ano eleitoral, sobretudo uma política econômica de longo prazo. A mudança de uma política econômica precisa e leva tempo. Isso é o que diferencia a Dilma do Aécio, o que diferencia o governo do Lula e da Dilma do governo neoliberal é exatamente isso: uma política econômica de horizonte amplo. Ou seja, uma política que parta de um projeto, de um projeto de Brasil. A Dilma pensa um Brasil com desenvolvimento econômico e com desenvolvimento social. E para que tenhamos estes dois desenvolvimentos é indispensável que tenhamos uma trajetória de longo termo, baseado numa concepção de um futuro de nação. As etapas para chegar ao longo prazo Qual é o projeto de longo prazo para o Brasil? Vale dizer que neste momento o referido projeto deve partir da colocação do país num mundo hegemonizado pelas finanças internacionais e pela eletrônica em processo de expansão. Diante da primeira, o Estado deve armar uma forte defesa econômica, com a finalidade de deter a devastação que elas provocam. Não fazer da dívida pública um instrumento das finanças; não fazer do orçamento um avanço do comportamento financeiro; não fazer do superávit primário e dos cortes fiscais um meio para pagar juros, etc. Isto significa que só o longo prazo, a busca do investimento produtivo, vai reorganizar o país, depois de um período exitoso, na pós–crise mundial, de definição e transição pelo consumo. Este, para a classe média e para a classe baixa, foi usado com o fim de sustentar a atividade econômica e o emprego num período de ruptura cíclica. Ou seja, o consumo deu forte alento ao Brasil desde 2008 até agora. Trouxe, é claro, um tempo para preparar a reformulação e a metamorfose brasileira. Estamos assim, hoje, aptos para fazer parte da arquitetura de uma nova economia mundial hegemonizada pela eletrônica. Com o propósito de diminuir, ou até mesmo neutralizar, as mortíferas políticas das finanças, chegou sim, a hora de construir a mudança. Com isso, depois de nos protegermos do impacto inicial da crise financeira de 2007/8, conseguimos nos assegurar, neste momento, das condições de provocar o investimento. Cabe frisar enfaticamente: investimento produtivo. Ou seja, nada a ver com o investimento financeiro. E a demora de resolver o norte produtivo tem que ver com a necessidade de instalar e começar uma nova dinâmica econômica. O que importa é, sem dúvida nenhuma, um conjunto de investimentos que faça a economia deslanchar. E o ponto fundamental desta fase já está localizado; e até já principiou o seu movimento. Estamos falando do investimento em infraestrutura. Para tal, foi e tem sido indispensável, uma pausa para prepará-lo, para programá-lo. E ainda há muito que fazer. Contudo há que ser explícito. Esta liderança só o Estado pode ter. Trata-se de executar inúmeros projetos estatais através de investimentos oriundos, principalmente, da parceria setor privado-setor público, com a participação de capitais estrangeiros e/ou capitais nacionais. Podemos, desta forma, definir este momento como a oportunidade de inaugurarmos uma ampla onda de investimentos em infraestrutura. Um dinamismo que cobre um espaço enorme: estradas, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos, armazéns, transportes urbanos, energia, etc. E, também, produzirmos a base para a tecnologia vitoriosa, a infraestrutura eletrônica. Vem com toda a força um mar volumoso de recursos e de realizações na direção das condições futuras de produção. Estes investimentos caminham para dar origem a uma segunda fase desta etapa do desenvolvimento. Virá com ela uma segunda plataforma de crescimento, originada de investimentos internacionais e nacionais no nível produtivo das cadeias globais de valor. O campo a ser preenchido é o das novas tecnologias de comunicação e informação, é o da internet, é o da nanotecnologia, é o da biotecnologia. Investimentos no bojo de um projeto de nação. Um projeto de desenvolvimento que pode assegurar não só o crescimento do PIB, o crescimento da renda, o crescimento do emprego, mas também uma liderança na América Latina, uma integração avançada no BRICs, um dialogo em posição média de força na composição da nova geoeconomia e geopolítica mundial. (E isto já começou com a proposição do Banco de Desenvolvimento e um Fundo de Assistência Mútua em caso de crise financeira, na última reunião dos BRICS em Fortaleza.) Como linkar o curto e o longo prazo? A grande questão aqui é organizar os problemas de curto prazo a partir do longo prazo. É preciso ter clareza total: é o longo prazo que comanda o caixa, que comanda o orçamento, que comanda os gastos, que comanda o superávit fiscal, que comanda a inflação, que comanda a moeda, que comanda o nível de taxa de juros, etc. Trata-se de uma implantação de uma política de longo curso numa negociação com as dificuldades do imediato. Portanto, não é o curto que comanda o seu oposto. E este movimento na direção do futuro, ao criar o investimento produtivo gerando mais empregos, vai reposicionar, vai hierarquizar as questões de hoje, as questões do curto e do curtíssimo prazo. E é assim que a Dilma enxerga esta estratégia econômica. Por essa razão ela tem tanto interesse em mudar. E em mudar para introduzir as mais notórias alterações sociais que podem vir na educação, na saúde, na previdência, na segurança. Uma sociedade brasileira que entre na sociedade eletrônica do século XXI. O que está em jogo, no limite, na posição da Dilma é um manejo adequado das exacerbações das finanças, produzindo o contraveneno básico, o desenvolvimento produtivo e social do Brasil. Pois bem, existe um Projeto Aécio? Em função do que dizem Aécio e Armínio Fraga, não. Eles dizem só palavras vagas. Nenhuma ideia. Shakespeare diria; “Words, words, words”. Não se fala em investimento produtivo. Na verdade, falam ambiguamente em inversores, investidores. Na linguagem dissimulada das finanças, esses investidores, de fato, são investidores financeiros que vão atuar na bolsa, no mercado de títulos, sobretudo no mercado de títulos públicos. E é por esse canal que a dívida do Estado vai se tornando uma fonte de lucratividade das finanças. E com isso se corrói insidiosamente o projeto de longo prazo. E por quê? Porque os recursos públicos vão se dirigindo, vão se tornando, vão se encolhendo para soluções e decisões de curto e de curtíssimo período. Importa a especulação de hoje e não a economia produtiva de agora e de amanhã. Está aí a significação daquilo que Armínio Fraga fala quando diz que o Brasil precisa mobilizar capital. Entenda-se: mobilizar capital para o jogo dos papéis públicos e privados. Entra-se por todos os poros nas veredas desses mercados e desaba-se no furacão do cassino financeiro. Desta forma, não há projeto de Brasil, não há projeto de investimento produtivo. Não há preocupação com uma multiplicidade simultânea de investimentos de infraestrutura para preparar a continuidade de expansão dos investimentos na produção. Não há nem política, nem estratégia, nem projeto de país e nem de nação. Porque impera um objetivo único e obsessivo: a expansão dos investimentos financeiros. Repito para enfatizar: expansão dos investimentos financeiros. Que são dinheiro que procura mais dinheiro. Capital que não a pela construção de uma nova estrutura produtiva, que mergulha direto na vertigem do jogo da bolsa e dos inumeráveis ativos fictícios criados para o rodopio das finanças. Não foi o que ocorreu freneticamente no período neoliberal de 1994 a 2002 no Brasil? O que existe, na visão de Aécio, na visão do PSDB, é um projeto de Brasil como uma praça, como um local, como um vasto mercado da expansão financeira mundial, que é uma expansão instantânea. É a economia do hotmoney. E o problema é que é uma economia para quem tem muito dinheiro, porque só muito dinheiro traz especulativamente muito mais dinheiro. E se você é classe média, o máximo que você deve ter é uma migalha, que pode desaparecer como aconteceu com muita gente na catástrofe americana de 2008. Ou como na crise dos bancos na época de FHC, quando o Estado pagou para a reordenação do sistema financeiro brasileiro. É sempre o mesmo esquema. Eles ganham e o Estado, paga. E nós – você, eu e o país – somos quem perdemos. Pergunte aos gregos, aos portugueses, aos espanhóis, aos italianos, se não é assim? Pesquise para ver. Não será, portanto, o recomeço da ciranda financeira que pretende Armínio Fraga quando propõe o banco central independente, sem a interferência do presidente do país? Não é uma autoimolação de Aécio Neves e do Brasil? Não será um projeto de abandono da produção e do emprego? Para variar um pouco, veja o que aconteceu, em termos de trabalho, no período governamental de 1994-2002, aquele do PSDB e do FHC. As taxas de desemprego foram muito altas: Salvador chegou a 25 por centro. Os salários caíram pelas ladeiras do Brasil. A informalidade e a precarização atingiram níveis inquietantes. Inúmeros direitos trabalhistas foram retirados por portaria, decreto, medida provisória e até mesmo por lei. E pasmem queridos leitores: em cada dois desempregados um era jovem. O governo começou com 4,5 milhões de trabalhadores desempregados e terminou com 7 milhões. Pode? Se você gosta de perigo e de sofrimento e do desespero: vote no sorridente Aécio – a sedução do precipício, como disse um amigo. O Brasil quer mudanças Eis o momento hamletiano; ser ou não ser. Você tem um menu com dois pratos, você pode escolher. Que tipo de mudança você quer? Você vai mudar com Aécio para um país dos papéis financeiros e sem desenvolvimento produtivo e com desemprego? Ou você vai mudar com a Dilma para uma economia com infraestrutura e produção avançada, uma economia moderna, contemporânea e se inserindo, com direitos sociais e emprego, na 3ª Revolução Industrial? *Economista (no Sul21) 3n5v5d
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Opinião: A maldição do padre Cordeiro ainda assombra a Fronteira 3w93j
A lenda da praga do padre Cordeiro, de que Santana do Livramento não conseguiria se desenvolver, “daria um o para frente e dois para trás”, vez por outra assombra a cidade da Fronteira Oeste gaúcha.
Digo isto porque, em tempos de eleições, se vê um bombardeio de informações que é preciso reciclar, jogar no lixo essa bobagem de anti-PT, anti-PSDB, que os partidos políticos tentam implantar na cabeça das pessoas e que não leva a lugar nenhum. Esse discurso serve para defender empregos aqui e ali, ou futuros empregos. E o interesse coletivo?
É preciso focar no que realmente importa, tratar de fatos concretos, reais, que estão mudando a vida das pessoas da família, na rua, no bairro, na cidade. e aí, sim, decidir por um ou outro candidato.
Até 2003, antes do governo Lula assumir, Livramento era uma cidade fantasma. Sua população amargou 30, 40 anos de pobreza e dificuldades de toda a ordem, perdeu todas indústrias, todas, e 90% da população universitária foi embora e muito mais em mão de obra qualificada. O que resta para uma cidade nessas condições? Não foram feitos investimentos em nada versus nada. Ou estou enganado?
Nos últimos anos, alguns investimentos retornaram à terra de Paixão Côrtes. A saúde, claro, ainda é muito precária na cidade, muito mesmo, como em todo Estado, por falta de leitos e profissionais.
Mas, pra quem não sabe, a Eletrosul, que o governo de Fernando Henrique Cardoso proibiu de receber investimentos para justificar sua privatização, acabou sendo salva a tempo por Lula e Dilma, então presidente da República e ministra de Energia. Hoje, a estatal com sede em Florianópolis, investe pesado nos parques eólicos em Livramento e Extremo-Sul gaúcho, gera capacitação profissional, empregos e renda, inclusive a produtores rurais. Isso é um fato concreto.
No campo do ensino, vejo parentes e amigos profissionalizando-se, cursando de graça os cursos técnicos do IFSul e as faculdades da Unipampa, investimentos federais recentes na minha cidade natal. Isso é real. Graças a quatro alunas iluminadas da Unipampa, em novembro próximo Livramento realiza junto com a uruguaia Rivera a fantástica Feira Binacional do Livro, que já está em sua 5ª edição. A UFPEL também se instalou na cidade.
A Uergs, criada no governo Olivio Dutra, foi sucateada pelos governos posteriores, até quase seu fechamento na Fronteira, mas ainda está resistindo no antigo prédio do Banrisul.
A Urcamp, entidade privada, onde cursei em 1992 o primeiro ano do recém instalado curso de Direito, esteve à beira do colapso, e foi salva pelo governo Lula.
Outro fato, quase inacreditável, é que a luz elétrica, sim, a luz do nosso dia a dia, só chegou em várias regiões da Campanha gaúcha a partir de 2003, através do programa Luz para Todos, do governo Lula. Podem acreditar nisso? Eu acredito porque entrevistei os próprios pecuaristas.
Mas e a corrupção escancarada nos governos do PT? Ora, investiga, julga e prende. Mas alguns foram soltos. Bom, aí é com a Justiça que segue leis feitas por nossos representantes. Corrupção há em todos os governos, desde sempre. Ou acredita sinceramente que não?
O senador Aécio Neves continua réu na Justiça de Minas Gerais acusado de desviar R$ 4,3 bilhões da área da saúde. Bilhões. Eu posso enumerar uma lista desses escândalos aqui no Rio Grande do Sul dos últimos 20 anos, só pra aperitivar. Um deles é recente, o Caso Detran, no governo Yeda. Lembram? Outro é o fabuloso Caso CEEE, do governo Simon, que ainda deve estar em andamento, mas em segredo de Justiça até hoje, se já não caducou. O valor do prejuízo do rombo na CEEE aos cofres do Estado representa hoje 10 vezes o mensalão.
Bem, mas independente de quem vencer essas eleições, torço para que a maldição do padre Cordeiro, que reza a lenda levou uma surra de santanenses descontentes com o sermão e foi embora da cidade, deixando a praga, não volte a assombrar a minha querida Santana do Livramento, nunca mais.
Reeleição: os fatos e as expectativas da mídia 223h17
Temos um sistema de mídia de tal forma concentrado e com um poder tão grande que é capaz de transformar em fatos as expectativas que ele mesmo vai criando ao sabor dos seus interesses e das suas idiossincrasias.
É o caso do resultado das eleições.
A candidatura de Marina Silva, por exemplo. Nunca teve a consistência que certos “analistas” lhe atribuiram. “Fenômeno”, “tsunami”, “a política que as ruas pediram”…foram as expressões quando ela despontou nas primeiras pesquisas .
Era evidente que o aparente maremoto era, na verdade, um espasmo, resultado do clima de comoção nacional criado com a morte de Eduardo Campos.
Ex-petistas, “saudosos da inocência perdida” e anti-petistas, angustiados com o fraco desempenho de Aecio Neves até aquele momento, acreditaram ter encontrado “a escolhida” e embarcaram na canoa marinista.
Os mais afoitos previram até a vitória no primeiro turno.
Iniciada a campanha, Marina se revelaria o que sempre foi: uma candidata errática, sonhática, sem discurso e sem programa – que o oportunismo de alguns tentava embandeirar na sua ânsia de derrotar o PT a qualquer custo.
Marina caiu sozinha, pela inconsistência de sua candidatura que ficou evidente ao longo da campanha. Mas hoje se diz e se repete que ela foi demolida pela pela “política do medo” praticada pelo PT.
O crescimento de Aécio Neves foi o resultado natural de dois fatores:o desencanto com Marina e a consistência que o PSDB demonstraria no andamento da campanha.
Mas, agora, dispostos a turbinar Aécio, os nossos “analistas” atribuem-lhe uma arrancada surpreendente que, segundo estimam, levará de roldão os sonhos de reeleição de Dilma Rousseff.
Estão novamente misturando seus desejos com os fatos e continuam ignorando as graves fragilidades da candidatura Aécio Neves para enfrentar o segundo turno, começando pela composição de forças partidárias, até as questões pessoais.
Ele pode ganhar, claro,estamos a vinte dias da eleição. Mas o que a realidade factual indica é a reeleição, não o contrário como querem os “analistas” da mídia.
"Sartori no segundo turno será um osso duríssimo de roer" 581q71
Perdoe-me o carissimo leitor, mas sou obrigado a uma auto-citação.
No dia 2, quinta-feira, às 22h16 postei um artiguete neste espaço com o título: “Sartori cresce: pior cenário para Ana Amélia e Tarso Genro”.
Ivo Sartori havia crescido cinco pontos na pesquisa do Datafolha divulgada naquela data.
Ana Amélia pela terceira semana consecutiva estava em queda, lenta e renitente.
A trajetória de Sartori, ao contrário, desde o início era ascendente.
Com aquela pesquisa, há três dias da eleição, ele se tornara um pesadelo para Ana Amélia e começava a tirar o sono de Tarso Genro.
Conclusão do artiguete: “Sartori no segundo turno será um osso duríssimo de roer”.
Não estou rememorando isso para me jactar, já ei da idade.
Quero apenas lembrar o seguinte: o pior cego é o que não quer ver.
Os analistas da mídia, visivelmente empolgados com a senadora, que ia derrotar o PT (chegaram a prever vitória no primeiro turno) não queriam ver as fragilidades da sua candidatura e, quando elas apareceram, trataram se minimizá-las.
Ela própria vendo a pouca repercussão das denúncias no noticiário, achou que não teriam impacto, demorou para reagir
O mesmo aconteceu com os estrategistas do PT que já tendo sua “presa” agarrada, fragilizada, não quiseram ver o “gringo” que corria por fora.
Sabiam (e não queriam itir) que ele no segundo turno, pelos apoios que pode mobilizar, seria um adversário muito mais temível do que a senadora.
Ivo Sartori e o mito do "gringo da colonia" 425n
José Ivo Sartori, o fenômeno dessa eleição para o governo do Rio Grande do Sul, é o tipo acabado do “gringo da colônia”.
Origem humilde, meteu os pés no barro, trabalhou, estudou se formou, foi professor, fez política, sem perder a relação com as origens, de simplicidade, de franqueza, de serenidade para enfrentar os problemas.
Ildo Meneghetti, embora fosse um engenheiro, dono de indústria em Porto Alegre, foi provavelmente o primeiro a explorar,com resultados excepcionais, o potencial eleitoral dessa figura, o “gringo da colônia/’.
Basta dizer que infligiu derrotas surpreendentes e acachapantes a Leonel Brizola, o grande fenômeno do trabalhismo da época. (Estamos falando de 1958/1962).
Nas eleições de Meneghetti, a par de suas qualidades de politico populista, um fator determinante sempre foi o apoio ostensivo da igreja católica e a militância dos padres na região colonial, movidos por um ferrenho anti-comunismo
Nesse primeiro turno não foi visível o apoio da igreja a Sartori.
Qual será agora o papel da igreja no apoio a Sartori neste segundo turno?
O enigma Romário, senador com 4,6 milhões de votos 6e54p
Um dos maiores fenômenos destas eleições é o ex-jogador Romário, do Flamengo e da seleção brasileira.
Eleito senador pelo Rio de Janeiro com a votação recorde de 4,6 milhões de votos, Romário é um corpo estranho dentro do PSB, do qual esteve por se desfiliar. Recuou por intervençao de Eduardo Campos, o ex-governador de Pernambuco, candidto à presidência morto num acidente aéreo.
Romário diz que o acordo firmado com Campos não tem sido cumprido pelo partido e se mostra descontente. Diz que ficou sozinho na campanha e dá a entender que vai decidir seu apoio no segundo turno de forma independente. Ele foi um crítico da organização da Copa do Mundo.
Divisão dos votos de Marina vai decidir segundo turno 671f64
Calculos de um amigo petista esperançoso:
Dilma ganhou de Aécio Neves no primeiro turno com uma vantagem de 7,5 milhões de votos.
No segundo turno ambos vão disputar os votos de Marina Silva, que são 20 milhões.
É razoável que Aécio leve 60% desses votos, seriam 12 milhões.(Em 2010, os votos de Marina foram 50% para Dilma, 50% para Serra)
Dilma ficará com 40% dos votos de Marina, ou seja 8 milhões.
Nessa divisão, Dilma perde 4 milhões de votos mas ainda tem uma sobra de 3,5 milhões de votos (7,5milhões da vantagem no primeiro turno, menos 4 milhões de perda na divisão dos votos de Marina).
Some-se a isso os votos de Luciana Genro (1,6 milhão), por exemplo, a eleição está matematicamente ganha.
Falta saber se o eleitor vai concordar.
Segundo turno: hora de lotear o futuro governo 5qm6g
Uma das consequências deste segundo turno presidencial é que ocorrerá aquilo que todos condenam: o loteamento do governo, em troca de apoio.
Disso dependerá a vitória ou a derrota.
Beto Albuquerque, por exemplo, pode apoiar Dilma, ele já fez isso. O PSB já apoiou Dilma.
Tudo vai depender das condições.
Em qualquer das hipóteses, teremos mais um “governo de coalisão”, essa estranha situação que obriga a uma Dilma Rousseff ter um Edson Lobão no Ministério da Energia.
(Elmar Bones)
Eleitor tem 30 dias para justificar ausência nas urnas 5z481f
O eleitor que estiver fora de seu domicílio eleitoral e que não se cadastrou para votar em trânsito tem até o dia 4 de dezembro para justificar sua ausência no pleito. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a orientação, neste caso, é preencher o Requerimento de Justificativa Eleitoral e entregá-lo em um dos locais destinados ao recebimento.
O formulário pode ser obtido gratuitamente nos cartórios eleitorais, nos postos de atendimento ao eleitor, no site do TSE e no site dos tribunais regionais eleitorais. Hoje (5), o eleitor ainda pode conseguir o formulário nos locais de votação ou de justificativa. É necessário apresentar um documento oficial com foto e o número do título eleitoral.
O TSE ressalta que, se o requerimento for entregue com dados incorretos ou que não permitam a identificação do eleitor, o documento não será considerado válido para justificar a ausência nas urnas. Quem não estiver em dia com a Justiça Eleitoral não poderá, por exemplo, obter aporte ou carteira de identidade; participar de concursos públicos; e obter empréstimos em estabelecimentos mantidos pelo governo.
(Paula Laboissière – Agência Brasil)
Justiça Eleitoral substitui mais de 1,8 mil urnas eletrônicas no país 4k6cn
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que, até o início da tarde de hoje (5), 1.869 urnas foram substituídas em todo país, o que corresponde a 0,38% do total. “Em 2010 o índice ficou em 0,72%. Portanto estamos dentro da média das últimas eleições”, disse o presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli. Rio de Janeiro, com 383, São Paulo, com 215, e Rio Grande do Sul, com 184, foram os estados com maior número de urnas substituídas. “De modo geral, nenhuma ocorrência significativa aconteceu. Apenas [situações] corriqueiras”, acrescentou o ministro. Apenas duas seções substituíram as urnas eletrônicas por votação manual, com cédulas de papel: uma no município de Santo Antônio, no Rio Grande do Norte, e outra em Jaguaré, no Espírito Santo.
O ministro Toffoli minimizou os problemas de demora na votação com o sistema biométrico. Segundo ele, os casos reportados até o momento são “residuais” e comuns. “Isso faz parte de um processo de aprendizagem dos eleitores, mas com certeza até as 17h todos terão votado com tranquilidade. Pode até haver uma formação maior de filas em uma ou outra seção, mas são casos isolados”, ressaltou. Segundo o TSE, até agora não houve problemas na votação em trânsito que está sendo feita em 89 países.
Em relação aos registros de fotos de eleitores no momento da votação (os chamados selfies), Toffoli disse que o que mais preocupa o TSE “não é a vaidade dos cidadãos”, mas sim a situação em que a pessoa é coagida para votar em algum candidato, usando deste artifício para comprovar o voto, o que muitas vezes pode ocorrer em troca de algum benefício.“Selfie é muito mais a vaidade humana do que qualquer outra coisa. Mas vamos avaliar e ver maneiras de se fazer um melhor controle”, disse ele.
(Karine Melo e Pedro Peduzzi – Agência Brasil)