O senador Pedro Simon vai baixar em Porto Alegre neste fim de semana para tentar exorcizar o pânico que já se instala nas hostes da candidatura Fogaça, diante dos resultados das últimas pesquisas. Vendo o candidato petista, Tarso Genro, distanciar-se na liderança, e a governadora Yeda Crusius, candidata à reeleição pelo PSDB, aproximar-se lenta mas firmemente, os estrategistas da chapa PMDB/PDT dão sinais de que perdem o rumo. Nesse embalo, Fogaça ameaça repetir seu correligionário, Germano Rigotto, que arrancou favorito na eleição ada, e acabou fora do segundo turno. Muitas reuniões marcadas vão tomar todo o fim de semana e os primeiros dias da semana seguinte. Simon, o velho comandante do MDB, vem com sua bússola privilegiada tentar corrigir a rota errática de seus pupilos. Segundo uma das lideranças do partido, hoje prefeito, mais do que as pesquisas, o que acendeu o sinal vermelho na campanha foi o envolvimento dos prefeitos peemedebistas pelo vice-Michel Temer, interpretado como um primeiro o para a adesão à candidatura de Dilma Roussef à presidência. 475qu
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Procuradores repudiam declaração de Pompeo 39414i
A Associação Nacional dos Procuradores da República divulgou uma nota à imprensa agora à tarde, depois da acusação de Pompeo de Mattos, candidato a vice-governador na chapa de Fogaça, de que estaria sendo “perseguido” politicamente, por ter sido enquadrado no Ficha Limpa pelo procurador regional eleitoral Carlos Augusto Cazarré. Abaixo, a íntegra da nota:
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vem a público defender a atuação de seu associado Carlos Augusto Cazarré, Procurador Regional Eleitoral no Rio Grande do Sul, das ofensas contra si divulgadas em veículos de comunicação daquele estado.
O Ministério Público Eleitoral nada mais fez do que postular ao Poder Judiciário o cumprimento da Lei Complementar nº. 135/10, conhecida como “Ficha Limpa”, para impor aos candidatos cláusulas objetivas de inelegibilidade. Este procedimento tem sido sistematicamente adotado pelos Procuradores da República que atuam no ofício eleitoral em todo o País, em todas as instâncias da Justiça Eleitoral, inclusive o TSE.
A Associação Nacional dos Procuradores da República repudia declaração que atribui à Procuradoria Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul o uso político dos instrumentos processuais. Para a ANPR, o debate sobre quaisquer ações judiciais deve pautar-se nas leis e nas interpretações delas decorrentes, em clima de respeito e urbanidade.
Os Procuradores da República que atuam no ofício do Ministério Público Eleitoral cumprem a relevante missão de garantir a lisura do processo eleitoral, na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Antonio Carlos Alpino Bigonha
Presidente da ANPR
Serra e a surra da jabulani! 3l314y
Luiz Claudio Cunha
Se a eleição fosse a Copa do Mundo, o placar desta semana mostraria que José Serra tomou um banho de jabulani ? pelas costas e pelo meio das pernas ? e viu seu time emplumado despencar do poleiro, goleado fragorosamente pela equipe da adversária Dilma Rousseff.
O placar impiedoso do último Ibope – Dilma 40, Serra 35 – é a primeira virada do PT no jogo bruto da sucessão. Menos pelas virtudes do time petista, mais pelos erros clamorosos do esquadrão tucano.
O problema maior de Serra, que ainda não tem equipe escalada e nem esquema de jogo, não é a adversária que já se fardou para a partida. O problemão de Serra nem vai entrar em campo, mas pode decidir o jogo ainda no primeiro tempo: a encrenca é Lula, o dono da bola, do time, do discurso e da candidata do PT, que surfa na aprovação pessoal de 85% da torcida brasileira.
O candidato do PSDB ainda tem que agüentar a estridente vuvuzela de uma economia em expansão que incha o pulmão do torcedor e forra o bolso do eleitor.
Em março, pouco mais da metade do respeitável público (58%) sabia que Dilma integrava o time de Lula, e ela então perdia para Serra por 38 a 33. Em junho, 73% da galera já sabiam que dona Dilma era a craque escalada por Lula – e a candidata do PT virou o jogo, apesar de Serra aparecer mais na TV.
Assim mesmo, quanto mais aparecia na telinha, mais crescia a rejeição de Serra (30%), superando a marca de antipatia de Dilma (23%).
A planilha do Ibope mostra que, a 100 dias da eleição de outubro, mais da metade dos eleitores (55%) ainda não conhecem, nem ouviram falar ou poucos sabem que Dilma é candidata de Lula. Sinal de que, nos 45 dias finais de campanha no rádio e na TV, a situação de Serra pode se agravar dramaticamente.
O tucano continua impondo seu jogo no sul do país, perde de goleada no Nordeste e começa a ceder o empate na zona do agrião – o Sudeste, onde estão as torcidas mais numerosas e que costumam decidir o campeonato.
Em todas as regiões do país, a aprovação popular do inventor de Dilma varia de 80% (sul) a 90% (nordeste), batendo em 84% no triângulo estratégico de Rio-São Paulo-Minas, onde se concentram 58 milhões dos 134 milhões de eleitores.
Serra, até agora preferido pelos eleitores mais ricos e de melhor instrução no Sul Maravilha, deve enfrentar dificuldades maiores no seu reduto: Lula tem 88% de aprovação no eleitorado que ganha até dois salários mínimos e já fatura 75% de popularidade entre os que ganham mais de 10 salários, justamente o ninho tucano.
A crônica indecisão tucana agravou o drama de Serra. Até escolher o senador Álvaro Dias como seu vice, no fim de semana, Serra hesitou entre oito nomes.
Fritou o favorito Aécio Neves, agora um jogador alijado cujo desinteresse explica o crescimento de Dilma nas montanhas decisivas de Minas Gerais. Cortejou o senador mineiro Francisco Dornelles, que acaba de levar seu PP para a neutralidade medida do “apoio informal” à candidata de Lula, gesto um pouco mais atrevido do que a “imparcialidade ativa” inventada pelo PMDB gaúcho para flutuar corajosamente entre Dilma e Serra.
Depois, o tucano negaceou entre Arruda, o governador preso por corrupção em Brasília, os deputados baianos José Carlos Aleluia e Benito Gama e uma inexpressiva vereadora tucana do Rio de Janeiro. Patrícia Amorim seria uma jogada de craque, sonhavam os tucanos, porque é a atual presidente do Flamengo, o clube de maior torcida do país.
Para dar certo, o gol de placa do palmeirense Serra teria que ser combinado também com os torcedores de Vasco, Fluminense, Corinthians, São Paulo, Atlético, Bahia, Barueri, Naviraense…
Álvaro Dias ganha a vice menos por suas virtudes como político e mais por ser irmão do também senador Osmar Dias, que ameaçava montar um palanque no Paraná para Dilma.
A manobra fraternal de Serra resgatou o apoio do mano desgarrado, mas isso nada tem a ver com firmeza ideológica. O lance perna-de-pau de Serra aconteceu na quarta-feira (23), quando ele fechou o apoio de nove partidos varzeanos de Brasília reunidos em torno do notório Joaquim Roriz.
Serra jogou no ralo qualquer preocupação ética ao receber o apoio do homem que resume, como poucos, o clima pantanoso da política brasileira. Roriz renunciou ao mandato de senador, em 2007, para não ser cassado por quebra do decoro em negócios escusos com o banco estatal do DF e é apontado pelo Ministério Público como a matriz do mensalão do DEM que levou Arruda e seus comparsas à cadeia.
No desespero dos números adversos, Serra tem olhos apenas para os 42% da pesquisa que dá a liderança em Brasília a Roriz, sem antever o desgaste que esta aliança moralmente rasteira sinaliza pelo país, onde o PSDB já teve que engolir o apoio de gente como Quércia e Maluf.
Neste charco eleitoreiro, Serra nivelou-se pelo oportunismo sem peias ao time de Dilma, que escalou craques de fichas encardidas e reconhecidas como Sarney, Renan, Garotinho, Collor, Jucá, Jáder e Zé Dirceu e seus 40 mensaleiros.
A flacidez moral de Serra, neste jogo de alianças a qualquer preço e a qualquer custo, mostra uma ambição que vai além de seu lema de campanha, o “Brasil que pode mais”. Agora com Roriz no bolso, Serra prova que pode ainda mais.
Serra pode tudo, Serra pode qualquer coisa.
Candidatos: PMDB promete cargos aos que não se elegerem 4j6l6p
PMDB afina discurso para as eleições de 2010
Uma conversa franca e aberta marcou a primeira reunião da cúpula do PMDB gaúcho e do pré-candidato ao Palácio Piratini, José Fogaça, com dirigentes do partido de todo o Rio Grande do Sul.
O encontro de duas horas e meia na manhã desta segunda-feira, 10, em Porto Alegre, coordenado pelo presidente Pedro Simon e pelo secretário-geral Eliseu Padilha – com a participação das executivas das Associações de Prefeitos e Vices, e de Vereadores, e dos 33 coordenadores regionais da legenda no Estado. Foi a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas em relação a campanha e afinar o discurso para os próximos meses.
A principal preocupação externada pelos prefeitos foi quanto ao espaço que estes dirigentes terão para opinar num futuro governo.
Foi esclarecido por Fogaça que a linha do Plano de Governo que é montada pela coligação PMDB-PDT priorizará o orçamento regionalizado. Desta forma, por meio de comitês gestores, os projetos e obras serão pensados através de parcerias.
“Atuando coletivamente em suas regiões e municípios, os prefeitos serão protagonistas do governo”, destacou Fogaça.
O pré-candidato ao Governo do Estado ressaltou ainda que o contingente de dirigentes municipais do PMDB e PDT reúnem cerca de 400 prefeitos e vices, o que segundo ele, representa um “exército democrático” que precisa ser bem aproveitado dentro de suas respectivas competências.
“O governo precisará de um espírito de parceria, por isso pretendemos juntar recursos, conhecimento e experiência”, frisou Fogaça.
Em nome destes dirigentes, o presidente da Associação de Prefeitos e Vices, Clair Kuhn, de Quinze de Novembro, afirmou que prefeitos e vices estarão à disposição e serão os braços direito e esquerdo da coligação.
Na mesma linha se pronunciou o presidente da Associação de Vereadores, Ivan Trevisan, de Pantano Grande. Trevisan observou que reunindo os vereadores do PMDB e PDT, a coligação terá ao seu dispor mais de 2 mil correligionários para atuarem na campanha.
Representação de candidatos num futuro governo
Ao sugerir que estes dirigentes sejam aproveitados estrategicamente, mais tarde, num futuro governo, Ivan Trevisan recebeu do presidente do partido, senador Pedro Simon, a tarefa de, primeiro, fomentar dentro desta categoria candidatos para completarem a nominata proporcional.
O líder dos vereadores aceitou a missão e garantiu muito trabalho. “Os vereadores serão o motor da campanha, atuaremos em cada região e em cada município gaúcho”, informou Trevisan.
Os correligionários presentes no encontro desta segunda-feira receberam a confirmação de Fogaça e do presidente Simon, que aqueles peemedebistas que estiverem com o partido, colocando o seu nome para à disputa proporcional, caso não eleitos, terão os seus espaços garantidos num futuro governo da coligação PMDB-PDT.
Presente ao encontro, o pré-candidato do PMDB ao Senado Federal, Germano Rigotto, elogiou a iniciativa da reunião. “Estamos em casa, conversando em família, e resolvendo os detalhes para está que será uma grande campanha”, disse.
Comunicação
As estratégias de comunicação entre a coordenação de campanha, a base e a militância foi a principal inquietação apontada pelos 33 coordenadores regionais presentes ao encontro. Quanto a essa questão, o senador Pedro Simon observou que as dificuldades de informação no início do processo são naturais, entretanto, disse que os ajustes estão sendo feitos e que cada dirigente, seja ele prefeito, vice, vereador, presidentes municipais e coordenadores regionais, serão informados com antecedência da agenda de Fogaça e Pompeo no interior.
Nos pronunciamentos, foi unânime o comprometimento e o entusiasmo de cada um dos 33 coordenadores regionais no processo, todos colodando as suas respectivas regiões como grandes aliadas da coligação na campanha eleitoral deste ano.
A reunião com os dirigentes do PMDB foi dividida em duas etapas. Na primeira, a conversa ocorreu com prefeitos, vices e vereadores e, na segunda, com os coordenadores regionais. Ao total houve 30 intervenções.
Presenças
O encontro coordenado pelo presidente Simon e pelo secretário Padilha contou com a presença do pré-candidato a vice-governador na coligação PDT, Pompeo de Mattos, o pré-candidato ao Senado Federal, Germano Rigotto, os deputados federais Mendes Ribeiro Filho (coordenador-geral da campanha) e Darcísio Perondi, os deputados etaduais Luiz Fernando Záchia e Edson Brum, o tesoureiro, Rospide Neto, e o presidente da JPMDB/RS, Rafael Braga. (Informações da Assessoria de Imprensa)
Tarso diz a empresários que vai democratizar incentivos 2i72a
Na blitz pelas quatro maiores cidades do litoral norte do Rio Grande do Sul, ao longo da sexta-feira, o pré-candidato do PT, Tarso Genro, prometeu implantar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social para tomar decisões equilibradas e duradouras. “A concertação política é um método para compartilhar decisões e seus efeitos”, disse o ex-ministro da Justiça a 60 empresários de Osório no início da noite de sexta, dia 23.
Viajando ao longo da sexta-feira por Torres, Capão da Canoa, Tramandaí e Osório, Tarso ouviu demandas de empresários e escutou queixas de políticos.
As dez questões apresentadas pelo Centro Empresarial de Osório sintetizam os temores e dúvidas dos homens de negócios do litoral norte.
Tarso desanuviou o ambiente ao afirmar que vai governar com incentivos fiscais, políticas de desoneração e medidas anticíclicas (como fez o governo federal diante da crise financeira mundial de 2008), sempre a partir de consensos construídos via CDES, Orçamento Participativo, Coredes e consultas por internet.
“O governador não pode decidir a partir do consenso de um grupo de técnicos ou depois de uma conversa com meia dúzia de empresários representativos de setores muito específicos”, disse ele.
Tarso disse que, para atrair investimentos, o Rio Grande precisa priorizar a melhoria da malha viária, qualificar as empresas tecnologicamente e adequar a mão-de-obra via investimentos em educação. Ele prometeu investir no conceito de tecnópole, no qual apostou quando prefeito de Porto Alegre. Ninguém lhe perguntou se aceitaria o investimento de uma indústria de carros (como a Ford, recusada por Olívio Dutra no único governo petista do Rio Grande do Sul no período 1999-2002), mas o candidato petista deu a volta por cima: “Ainda estamos na Revolução Industrial, mas temos de investir na indústria do futuro, ou seja, em chips”.
Abaixo, os principais temas levantados pelos empresários do litoral norte e as respostas de Tarso Genro, que vai para a terceira disputa pelo governo do estado. Em 1990, quando era vice-prefeito de Porto Alegre, ele saiu candidato contra Nelson Marchesan, José Fogaça e Alceu Collares, vitorioso no segundo turno; em 2002, foi derrotado por Germano Rigotto, do PMDB.
Gestão ambiental – a Fepam será reequipada para acelerar os licenciamentos ambientais. É preciso aumentar a capacidade de análise e de liberação de projetos. Para sanear áreas problemáticas ou encaminhar pendências históricas, será implantado no RS o modelo de concertação aplicado no Lago de Furnas, em Minas Gerais. O trabalho de recuperação ambiental só começou ali depois de uma ampla consulta popular em busca de um consenso.
Invasões de terras – Além de cumprir as determinações da Justiça, o governo pretende se antecipar aos acontecimentos, “negociando antes”, para evitar prejuízos à sociedade. Tarso citou como exemplo os negociadores da Polícia Federal que entram nas zonas de conflito e trabalham em favor de um consenso político. É preciso evitar as “brigas de pobres”, ou seja, os confrontos entre sem-terras e brigadianos.
Desenvolvimento empresarial – Além de usar incentivos fiscais para propiciar a implantação de projetos de interesse para o Estado, o candidato pretende colocar o Banrisul a financiar pequenas e médias empresas. Para ele, “o Banrisul está sendo subutilizado” nesse aspecto. “Não tenho preconceito contra grandes empresas”, disse ele, lembrando que diante de grandes projetos é preciso calcular os ônus e os benefícios.
Relação com o governo federal – “Acho que a Dilma ganha, mas vou governar com ela ou com Serra”. Tarso gabou-se de ter boa relação com os tucanos, inclusive com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem almoçou em São Paulo há três meses, durante evento sobre a descriminalização do uso das drogas. “Nós temos pontos de vista comuns quanto a isso”.
Segurança – Tarso ficou impressionado com os pronunciamentos da delegada Eliana de Capão da Canoa e do delegado Ferri de Osório. Ambos disseram que os investimentos federais em segurança estão criando uma situação assim: vão sobrar viaturas e faltar pessoas para dirigi-las. O atual efetivo da Polícia Civil do Rio Grande do Sul é inferior
ao de 1980, quando a criminalidade era menor e menos violenta. “Quando terminar meu governo , espero ter livrado a Polícia Civil gaúcha da fama de ser uma das mais corruptas do Brasil”.
Esporte e turismo – No litoral norte, cuja economia é marcada pela sazonalidade do turismo de verão, é preciso pensar no turismo ecológico e no turismo de negócios. Mais do que isso, porém, é preciso desenvolver “uma nova cultura regional”, para livrar os municípios da região da velha óptica excessivamente centrada na temporada de verão.
O candidato prometeu atentar para a sugestão de um ativista esportivo segundo o qual a cada real investido no esporte, corresponde uma economia de sete reais em saúde/segurança.
Atendendo ao questionamento de um cidadão que o chamou de “ministro” e “futuro governador”, Tarso Genro encerrou sua manifestação em Osório explicando o caso de Cesare Battisti, o italiano que se tornou pivô de um conflito entre o Brasil e a Itália.
Condenado por quatro homicídios políticos em seu país de origem, Battisti permanece no Brasil, favorecido pela isenção do Supremo Tribunal Federal e por um despacho de Tarso como ministro da Justiça.
Segundo Tarso, que estudou o caso minuciosamente para escrever seu parecer de 35 páginas, não há uma única prova de que Battisti tenha cometido os assassinatos de que é acusado. Além disso, o processo realizado na Itália está marcado de ponta a ponta pela disputa política típica da época do confronto entre terrorismo de direita e de esquerda. Condenado a dois anos de prisão por entrar clandestinamente no Brasil, Battisti aguarda a decisão do presidente Lula sobre seu direito de ficar ou não no Brasil como refugiado político. Segundo Tarso, o caso Battisti tomou tal envergadura por dois motivos: 1) o Supremo Tribunal Federal mudou de posição, abrindo mão do direito de decidir sobre o destino do cidadão italiano; 2) a mídia brasileira se aproveitou do tema para fazer “uma grande manipulação”.
Para Tarso, independente de quem estiver governando, é preciso preservar o estatuto do refúgio político. “Sei disso porque fui refugiado político no Uruguai”.
Crescimento de Yeda surpreende desavisados 1o5533
Os índices de avaliação do governo Yeda na pesquisa do DataFolha são de acender luzes amarelas nas hostes fogacistas (e tarcistas, por que não?)
É só olhar o gráfico (ZH, 5/4/10, p.6). Ruim e péssimo caiu de 50% para 42% em três meses. Regular se manteve nos 35%, mas bom e ótimo cresceu 10 pontos de 12% para 22%.
Considere-se que a governadora esteve sob pressão extrema em 2009. Muitos consideravam que não chegaria ao fim. Em dezembro ainda era um governo acuado.
Operação Rodin (à que não faltou um cadáver), compra da casa com evidências de caixa dois, a delação de Lair Ferst, o diálogo Busato-Feijó, o pedido de impeachment, a I da Corrupção.
Por algum momento a oposição – ou pelo menos os setores mais exaltados –acreditaram que poderiam emparedá-la.
São muitos os fatores que evitaram o desfecho, inclusive uma blindagem da imprensa. O certo é que o “Fora Yeda” não se materializou, os processos se arrastam, as decisões que saíram são favoráveis…
“Coragem de fazer”
Encanzinada nas denúncias de corrupção, a oposição não deu importância ao discurso que o governo foi plantando – da eficiência, do déficit zero, da “coragem para fazer”.
O governo era errático, mas o discurso fazia sentido, até pela falta de crítica. O caixa reforçado por arrecadações excepcionais faz o resto.
Até agora Yeda não fugiu da escrita. Todos os governadores, desde que voltou a eleição direta, assumiram com a prioridade de equilibrar as contas, corroídas por um déficit crônico.
Corte de gastos, reforma da máquina pública para que pudesse fazer mais com menos, tem sido a receita comum.
Alceu Collares cortou o cafezinho nas repartições. Pedro Simon ou 97 dias de greve para não ceder aos professores.
Todos, ao final, cederam e chegou a um ponto em que foi necessário um novo ingrediente na receita: um aumento de impostos, sem o qual o Estado seria “ingovernável”.
Yeda Crusius e Olívio Dutra foram os únicos que não conseguiram apoio político para aumentar o imposto estadual (ICMS).
Mas ela teve o que nenhum dos antecessores teve: quatro safras agrícolas sem quebras, sendo uma excepcional e outra muito boa em termos de volume e preços.
Só em 2008, Yeda obteve R$ 3, 2 bilhões de acréscimo no ICMS. É mais do que pretendia para três anos, com o projeto de aumento de impostos apresentado no início do governo.
O custos de uma política de cortes para eliminar o déficit é de difícil avaliação.
Reiterada a vários governo, ela é a causa de a Polícia Civil ter quatro mil homens a menos. Assim é na Brigada Militar, assim é na Saúde, assim é nas escolas, assim é nas áreas de controle.
Mas governo pode fazer média com as corporações dos funcionários, dando generoso aumento às vésperas da campanha, para afagar um milhão de votos.
Até agora, essa estratégia fracassou. Desde a volta das eleições diretas para governador, nenhum conseguiu fazer seu sucessor ou reeleger-se no Rio Grande do Sul.
A diferença de Yeda é que ela sofreu todos os desgastes um ano antes da eleição, tem dinheiro em caixa e um discurso que a oposição ainda não conseguiu combater eficazmente.
PT divulga pesquisa com Tarso na frente 2my1c
(Geraldo Hasse) –Com 37% das intenções de votos, Tarso Genro leva 9 pontos percentuais sobre José Fogaça (28%), segundo pesquisa estadual encomendada pelo PT no fim de semana encerrado no dia 20 de março.
A governadora Yeda Crusius aparece em terceiro com 10%. Os outros mais cotados são Beto Albuquerque (7%) e Luiz Augusto Lara (menos de 3%).
Síntese de 60O questionários aplicados por uma empresa de pesquisa contratada pelo PT gaúcho, esses números foram apresentados no sábado dia 27 pela manhã na Câmara de Vereadores de Osório por João Vitor Domingues, coordenador da bancada do PT na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Segundo Domingues, é pesquisa de trabalho, sem maquiagem, para subsidiar o planejamento da campanha de Tarso Genro ao governo gaúcho.
Depois de analisar os governos Yeda e Fogaça, o coordenador petista deixou uma mensagem otimista à platéia de 60 pessoas reunida pelo PT local, que tem apenas um vereador numa câmara de nove membros: “Não acreditem na história de que o PT está isolado — esse é o desejo deles”, disse, lembrando que o PMDB continua no governo do estado, mesmo depois de escolher o prefeito portoalegrense Fogaça como candidato ao Piratini.
Segundo Domingues, a união PMDB-PSDB-PP no governo é fisiológica e reflete a ameaça feita pela governadora em meio às denúncias de corrupção em seu governo: “Se eu cair, não caio sozinha”.
Além do caso do Detran, que vem do governo Rigotto (2003-2006), e das concessões rodoviárias, que vêm do governo Britto (1995-1998), o petista apontou problemas na Corsan, no Daer, na Saúde, no Meio Ambiente, no Banrisul e nas barragens de Rosário do Sul e Dom Pedrito.
“A política no Rio Grande do Sul está dominada por famílias políticas mafiosas”, afirmou Domingues, salientando que “a governabilidade é um negócio” e “o déficit zero é uma farsa” encoberta pela privatização parcial do Banrisul e o enxugamento nos gastos em educação e saúde.
A pesquisa feita pelo PT apontou também os cinco maiores problemas gaúchos. Segundo os entrevistados, o maior é a saúde, seguido pela droga, a violência, a falta de emprego e a falta de perspectivas profissionais.
Outra questão indicou as três qualidades essenciais de um governante, por ordem: a ética, a capacidade de iniciativa e a disposição para o trabalho.
Yeda candidata começa a capitalizar erros da oposição 3e2b2p
Começa a cair a ficha nos redutos petistas: já reconhecem que Yeda Crusius não “está morta”, como chegaram a dizer referindo-se às possibilidades de reeleição da governadora.
Talvez, menos por seus méritos e mais pelos equívocos da oposição, Yeda recompõe sua imagem e começa a ganhar terreno nas pesquisas, com a ajuda da mídia que sempre tende a ser generosa com quem tem a caneta para .
Repita-se: o erro crucial da oposição foi jogar todas as fichas na possibilidade de embretar o governo Yeda com as denúncias de corrupção.
O “Fora Yeda” foi uma bandeira levantada pelo PSOL, que o PT abraçou provavelmente por medo de perder mais votos à esquerda, como já ocorreu na última eleição municipal em Porto Alegre.
Ao concentrar suas energias para colar em Yeda o rótulo da corrupção, a oposição deixou de fazer, ou não fez com a ênfase devida, a crítica à istração de Yeda.
Não quer dizer que corrupção não exista, mas na medida em a estratégia não deu certo, resta uma governadora aparentemente blindada e com um discurso de gestão que pode não ser verdadeiro, mas será eleitoralmente eficaz…
Se fechar a aliança com o PP e levar Otomar Vivian de vice, como se especula, a candidatura à reeleição estará de pé.
Na perspectiva de hoje, são pequenas as chances de Yeda.
Considere-se, porém, que ela já sofreu o maior desgaste que poderia sofrer e não é difícil concluir que Yeda está no páreo, como gostam de dizer os turfistas que comentam política.(EB)
Donos da mídia vão à Justiça contra PNDH 617230
Os seis grandes grupos que controlam os meios de comunicação no país não se conformam com a possibilidade de Lula fazer da ministra Dilma a sua sucessora.
Eles sabem que a continuidade desse processo iniciado com Lula é a maior ameaça aos privilégios que adquiriram no tempo dos generais e têm conseguido manter quase intactos até agora, embora seja cada vez maior a pressão por mudança nesse sistema que se assenta num coronelato eletrônico.
Não conseguiram evitar a eleição de Lula, apesar de todo o empenho. Depois tentaram derrubá-lo com a violenta campanha, tentando envolvê-lo no Mensalão.
A derrota que sofreram nesse episódio não tem precedentes na história do país e dela resultou a reeleição do metalúrgico.
No ano ado, tentaram boicotar a Conferência Nacional de Comunicação, onde se discute um novo rumo das políticas públicas para esse setor vital em qualquer democracia.
Agora enxergam em Dilma Rousseff o grande perigo e já estão em campanha. Seu mais recente alvo é o Programa Nacional de Direitos Humanos, no qual enxergam intenções do governo Lula de “controlar a mídia”.
A notícia publicada no Globo há poucos dias sinaliza para a nova campanha que pretendem deflagrar. Leia o que diz O Globo:
“A Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) e a Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner) discutiram, em reunião com a Fecomercio, a possibilidade de ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a terceira edição do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), que propõe o controle social da mídia. O encontro aconteceu nesta quinta-feira (18/03).
As entidades defendem que o programa, que estabelece normas para os veículos de comunicação, é uma afronta à liberdade de expressão. “Esse programa parece um samba do crioulo doido. Com o pano de fundo dos direitos humanos, tenta praticamente abarcar todos os setores para censurar todos os âmbitos da vida nacional”, declarou a presidente da ANJ, Maria Judith Brito, que classificou o documento de “excrescência”.
Para ela, o governo Lula tenta cercear a liberdade de imprensa. ”Talvez a mídia tenha sido a instância mais agredida ou mais sistematicamente agredida durante os dois governos do presidente Lula”.
A proposta para que as entidades recorressem ao STF partiu do presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio, o jurista Ives Gandra Martins, que presidiu a reunião. Segundo ele, o PNDH se compara às “constituições bolivarianas”.
Gandra lembrou que haverá um debate no Senado, convocado pela senadora Katia Abreu (DEM-TO), que pretende questionar o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi a respeito do polêmico programa. O debate de hoje servirá como base para as discussões”.
Em tempo: ANJ, ABERT, ANER são, na verdade, aparelhos ideológicos, controlados pelos “seis grandes”.
Candidatura de Ana Amélia ao senado acende luz vermelha no PMDB 3t3ah
A formalização da candidatura da jornalista Ana Amélia Lemos materializa um temor que há muito rondava as hostes peemedebistas.
Até então, tinha-se como certo que o partido ficaria com, pelo menos, uma das duas vagas de senador que estarão em disputa na eleição deste ano – a outra, mais ou menos carimbada, seria de Paulo Paim, candidato à reeleição pelo PT.
Com Ana Amélia na disputa, ficam reduzidas as chances de um segundo peemedebista para fazer companhia a Pedro Simon, que ainda terá mais quatro anos no Senado.
A jornalista da RBS, com exposição diária na tevê, no rádio e no jornal, ao longo de mais de 30 anos, é naturalmente o nome mais forte nesta disputa.
Sem contar que nos últimos anos, provavelmente já preparando o terreno para a candidatura, Ana Amélia desenvolve uma verdadeira campanha, fazendo palestras e participando de eventos em fins de semana por todo o interior do Estado.
Ela terá o segundo voto de quase todas as legendas. Restará ao candidato peemedebista – Germano Rigotto ou Eliseu Padilha – tentar derrubar Paulo Paim, o que é uma tarefa ingrata. Paim tem um eleitorado cativo no PT e uma imagem muito forte junto à grande legião dos aposentados e seus familiares.