Dilma cresce contra todas as expectativas criadas na mídia 3vk3s

Quase nenhuma atenção tem sido dada ao fato mais surpreendente desta fase final campanha presidencial, tão cheia de sobressaltos: a estabilidade de Dilma Roussef, candidata à reeleição, nas pesquisas de intenção de voto. As últimas pesquisas, CNT na terça feira e Datafolha nesta quarta, 10, mostram inclusive que, contra todas as expectativas criadas, ela voltou a crescer três ou quatro pontos, até nas simulações para o segundo turno. Considere-se a pertinaz e insidiosa campanha contra a sua política econômica, que ganha na mídia contornos catastróficos (na Zero Hora até os press release da seção de economia ganham um invariável toque negativo: “Com a economia ladeira abaixo…” ou “Enquanto a economia patina …” ou “Uma conjuntura tempestuosa..”) Considere-se a entrada triunfal de Marina Silva na disputa, após a morte de Eduardo Campos, imediatamente transformada em “fenômeno eleitoral”, “furacão” ou “tisunami”, a ponto de os mais afoitos apostarem na sua vitória no primeiro turno; Considere-se a enxurrada de denúncias bombásticas contra o governo, que culmina com esse petardo da delação de Paulo Roberto da Costa, ex-diretor da Petrobras; Considere-se a atuação maciça dos grupos de comunicação como um partido de oposição, a bater diuturna e implacavelmente no governo Dilma (que, apesar disso, sobe nas avaliações dos eleitores) Enfim…é forçoso reconhecer que estamos diante de um fenômeno: a consistência da candidatura oficial e o desgaste principalmente da mídia, por suas posturas mais ideológicas do jornalísticas. Neste ritmo, com o “fenômeno” Marina Silva dando sinais de esgotamento, o mais previsível é mesmo a reeleição. Lembremos que a mídia saiu chamuscada de sua última aposta no fracasso da Copa do Mundo. Numa vitória de Dilma nesta eleição, ela será a principal derrotada, mais uma vez (E.B.). h60x

Plano anti-PT: Marina agora, Aécio 2018 1n6b60

Por José Antônio Severo
Havia um quadro claro. Dilma Rousseff seria reeleita, Aécio Neves e Eduardo Campos fariam uma campanha memorável, emergindo, depois do pleito, candidatos naturais para a alternância de poder em 2018.
Era o script, aceito por todos, pois o PT estaria desgastado, sem nomes viáveis para uma disputa no futuro, produzindo-se a saudável alternância do poder inerente às democracias modernas.
A volta Lula, uma vez mais seria, em 2018, um grito no vazio. O ex-presidente não se exporia a uma campanha eleitoral em situação tão desfavorável, como a que teria seu partido na eleição seguinte. Voltaria à oposição, seu terreno favorito, para restabelecer a musculatura de seu partido.
No entanto, quis o destino que esse quadro pacífico se alterasse, botando em campo uma jogadora que estava fora da competição, a então ex-candidata presidencial Marina Silva.
Ela vem de uma campanha muito eficiente em 2010, o que lhe dá o handicap atual, que os dois rapazes não tinham, o reconhecimento público dela, devido à exposição da campanha anterior.
Aécio e Eduardo pensariam usar esta jornada atual para se tornarem conhecidos. Assim é normalmente: perde-se numa, mas aparece o suficiente no horário eleitoral da tevê para formar imagem e ganhar na próxima.
Com isto Dilma encontrou pela frente uma adversária inesperada. Bater Marina não é o mesmo que enfrentar José Serra ou Geraldo Alkmin, candidatos muito pouco carismáticos.
Pode-se dizer que grande parte do êxito eleitoral de Lula (e sua afilhada Dilma) nas três eleições foi enfrentar os tucanos paulistas.  Ambos são políticos eleitoralmente fortes em seu estado, mas de perfil muito regional para empolgar o país. Eles sempre venceram em São Paulo, mas não conseguiram ar das fronteiras de seu estado natal.
Agora o adversário é outro. E aí as fraquezas de Dilma aparecem e já comprometem seu desempenho.
Sabiamente, Marina Silva declarou-se candidata a presidente de um só mandato. Ou seja: já deixou espaço livre para os postulantes de 2018, no caso, com a morte de Eduardo, Aécio Neves.
É uma boa tática para ela acalmar um jovem que nem o mineiro. Não precisa atropelar nem se estressar, podendo seguir seu plano, que Marina lhe ará (se vencer) a faixa no tempo que ele realmente esperava subir rampa do Palácio do Planalto.

Marina Silva, uma candidata de alto risco 5b1b1p

por Cláudia Rodrigues  
Em entrevista publicada em 24 de julho de 2013 na revista Exame, Marina Silva abriu o jogo sobre seus planos ao jornalista Daniel Barros. Na ocasião, ela estava tentando fundamentar o partido Rede Sustentabilidade, sob a batuta econômica de Eduardo Giannetti da Fonseca e a ideia era ser candidata à presidência. Muita água rolou embaixo da ponte, Marina acabou como vice de Eduardo Campos, do PSB, e em poucos meses o jogo virou. Com a morte trágica do candidato, volta Marina como candidata à presidência, dispara nas pesquisas tirando parte importante dos eleitores de Aécio Neves e causando uma guerrilha ideológica interna entre o que seria ela como candidata da Rede Sustentabilidade e o que vem a ser a Marina representante do PSB.
É uma candidata de alto risco, pode levar muitos votos de quem vive cantando a música de que os políticos são todos iguais, mas um eleitor um pouco mais leitor, ao ler a trajetória política de Marina, vai perceber que se ela não sabia fazer o jogo político quando saiu do PT, indignada contra os transgênicos, contra Belo Monte, aprendeu direitinho assim que entrou no PSB, um partido que quer assegurar melhorias ao agronegócio.
Entretanto, Marina não abre mão de seu discurso ambientalista e nessa área é impossível chupar cana e tocar flauta ao mesmo tempo. Se existe um jeito de contemplar as duas políticas e levá-las adiante, então já há quem faça com maestria: o atual governo do PT, que tem tirado tomate de pedra de ambos os lados. Garante subsídios aos grandes, investe na agroecologia, em pesquisas, na expansão da agricultura familiar, na produção e distribuição de alimentos orgânicos.
A única mágica que Marina poderia fazer na área seria radicalizar para um lado ou para outro, o que ela afirma que não vai fazer, então é alto risco investir em alguém que vai reinventar o mesmo caminho do governo atual, de viver sob pressão de ruralistas e ambientalistas. E se ela tender para os ruralistas? E se ela tender para os ambientalistas e se for apenas um troca-troca de cadeiras, anos de desorganização e instabilidade quando as abóboras já estavam razoavelmente acomodadas na carroça?
Na área da saúde, das discussões sobre gênero e direitos sociais como aborto e legalização da maconha, educação sexual na escola, a candidata de novo é de alto risco. Ela sofre pressão severa dos grupos radicais da ala evangélica. Quando resolve ser mais moderninha, o discurso é de boazinha, aquela coisa “somos todos iguais, mas eu não pegaria uma mulher, somos todos iguais, mas nunca dei um tapa num baseado, de minha parte não cometo pecados, os pecados são dos outros”. Quando é para bancar de fato uma posição, ela foge. Ninguém sabe em que casinha política ela vai se esconder, que camiseta irá vestir para cada caso, cada causa.
Marina é uma candidata de alto risco tanto para eleitores conservadores, que querem ver a sociedade repetindo padrões de comportamento congelado, quanto para eleitores que querem e lutam por mudanças reais com base em leis e garantias, mergulho em processos e promoção de educação pública sob paradigmas laicos que trabalhem preconceitos com pulso firme.
Marina é uma opção de alto risco para os grandes e para os pequenos. A classe média, que está sempre por fora a dar tiros no pé, pode pegar esse bonde de alto risco achando que assim finalmente chegou o seu dia de virar protagonista de novela.
E dará outro tiro no pé, porque Marina vai ter que ‘oPTar’. Se mexer muito nessa regra de três que o PT desenvolveu para ficar no poder, vai ser uma bagunça, começaremos tudo outra vez. Se aceitar o que tem no cardápio neoliberal do mundo tentando adequar e melhorar a vida de quem é pequeno, o que já faz o PT, vai dar no mesmo, mas com mais pressão.
O fato é que apostar em Marina é um tiro no escuro, é alto risco, com o discurso que ela prega, pode fazer qualquer coisa, para um lado e para outro e a última classe que ela atenderá será justamente a de seus eleitores de pensamentos médios e mágicos.

Marina Silva: o mundo de olho no Brasil e5y4g

Por JOSÉ ANTONIO SEVERO
A eleição de Marina Silva seria a vitória do antipetismo, e a chegada ao governo de uma terceira via, pois levaria junto de roldão o PSDB, que é a versão acadêmica da mesma vertente da antiga esquerda paulista, que domina e divide o eleitorado do Brasil em dois.
Não haveria nada de mais num sistema democrático liberal, pois a alternância do poder não é apenas uma teoria, mas resultado natural e previsível da exaustão de uma corrente majoritária, substituída por outra. Isto já era preconizado pelos cientistas políticos. Só que se esperava isto para 2018 ou 22.
No Império o bipartidarismo alternativo assegurou a estabilidade política do Brasil, que foi uma ilha de jogo político eleitoral na América Latina convulsionada pelas rebeliões armadas, gerando seus produtos costumeiros, as ditaduras mais ou menos caudilhistas, comandadas por generais vencedores de batalhas.
No Brasil, do alto de sua legitimidade monárquica, Dom Pedro II promovia a alternância por decreto. Quando percebia que a corrente governante se exaurira, dissolvia o parlamento, convocava eleições e favorecia a formação de governos ora liberais ora conservadores.
Na República essa alternância não se deu. A mudança de hegemonias sempre foi tumultuada.
Os cafés com leite da República Velha foram apeados por uma revolução, em 1930. A vertente castilhista de Getúlio Vargas só foi cair de fato em 1964. Dutra era caudatário de Vargas e Jânio não chegou a governar. A UDN subiu ao poder pelo golpe de 1964, mas tampouco ficou muito tempo, pois já em 1969, com o AI-5, nada sobrou dos conspiradores que derrubaram João Goulart. Depois vieram os originários da antiga oposição reunida no MDB e fracionada no pluripartidarismo atual.
Marina vai mudar esse quadro, se vencer.
A novidade será que ela traz para o governo uma nova maioria desagregada, unida em torno de teses desconexas e hostis à política convencional. Compõem uma formidável força eleitoral, mas sem representação política. É uma manifestação da democracia de massa, que se esgota no fenômeno eleitoral.
Entretanto, ada a eleição, o regime demanda a representação organizada, que ficará ainda nas mãos das forças derrotadas nas urnas majoritárias, mas maciçamente vitoriosas na eleição parlamentar. O mesmo eleitorado elege dois animais diferentes. Como isto vai funcionar na prática para gerir o estado ninguém pode ainda dizer com certeza.
GOVERNO MARINA
Num exercício de cenário futuro, que se poderia dizer a olho nu? Marina poderá montar precariamente uma base parlamentar com pequenos partidos de esquerda e alguns segmentos religiosos.
Dificilmente atingira um terço da Câmara e quase nada no Senado Federal. Teria, em tese, um governo algemado. A alternativa seria compor uma coalisão no estilo PT/PSDB, ou como dizia José Genoíno, ex-presidente do PT, uma coalização para governabilidade. Então de nada valeria sua pregação. Seria o o atrás, a traição do eleitorado, tal qual Fernando Collor. Pode ser, isto já vimos.
No entanto, na área internacional, Marina poderá ser a maior estrela do cenário mundial devido ao apoio entusiástico que arrancará de todas as militâncias ambientalistas, pacifistas e defensores das chamadas minorias discriminadas.
Não foi por nada que ela foi convidada pelas autoridades do Comitê Olímpico Internacional para desfilar na abertura das Olimpíadas de Londres.
A presidente Dilma, presente ao evento, quase teve um treco quando a viu marchando entre as celebridades mundiais. É uma boa pista para se previr como ela aparecerá na mídia: ambientalista famosa, figura amazônica, líder de uma potência mundial, a primeira presidente da nova política que deverá dominar o Ocidente neste século XXI.
Lula foi muito famoso e popular mundo a fora, mas ainda era uma expressão do Século XX: operário da indústria, esquerdista moderado e nascido na pobreza. Marina é pobre de família, mas não foi isto que a projetou. Muitos pobres chegaram ao cume no Brasil.
Ela é a herdeira de Chico Mendes, ícone mundial. Também diferente do líder petista, ela tem formação universitária, historiadora e psicopedagoga, formada na Universidade Federal do Acre e pós-graduada na federal e na PUC de Brasília, além de ter iniciado estudos na Universidade de Buenos Aires. Não é pouco. Ela faz parte da elite intelectual.
Como ambientalista ganhou uma dezena de prêmios internacionais de primeira linha. Ela foi chamada pelo New York Times de “Ícone do Movimento Ambientalista Mundial” e uma das dez personalidades brasileira mais influente. É a musa do aquecimento global. Marina será uma presidente com muita mídia. Há que ver como ela conciliaria se eleita, sua fraqueza política interna com essa expressão global. De qualquer forma o mundo está de olho no Brasil.

Marina cresce um por cento ao dia, segundo Datafolha 512h20

Marina Silva cresceu 13  pontos em 11 dias, entre uma pesquisa e outra. Agora Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) estão empatadas no primeiro turno das eleições presidenciais, segundo pesquisa encomendada pela Rede Globo e a Folha de São Paulo.
Cada uma tem 34%. Aécio Neves (PSDB) não ou dos 15%.
Em comparação à última pesquisa,  Dilma perdeu dois pontos, Aécio cinco. Marina ganhou 13 pontos, o que indica que ela tira votos dos dois adversários e ainda tira os indecisos de cima do muro.
Na pesquisa espontânea, quando não é mostrada ao eleitor uma lista com os nomes dos candidatos, Dilma tem 27% das intenções de voto, Marina chega a 22% e Aécio tem 10%. Na espontânea os indecisos somam quase um terço do eleitorado (32%), e os que votariam em branco são só 3%.
Na pesquisa com a lista dos nomes, os indecisos são apenas 7%, o mesmo que os brancos e nulos.
Na pesquisa do final de agosto, a 37 dias das eleições, o candidato do PSC, Pastor Everaldo, que no primeiro debate dos presidenciáveis pela TV, na Band, repetia que quer “ar quase tudo para a iniciativa privada”, recebeu 2%. É o dobro da soma das intenções de voto dos demais candidatos: Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV), Zé Maria (PSTU), Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO). Os indecisos são só 7%, o mesmo que os brancos.
Segundo o Datafolha, Dilma tem a maior rejeição: 35% (mais que os indecisos). A rejeição a Marina é de 15% (menos da metade dos indecisos) O Pastor Everaldo é rejeitado por 23%; Aécio, 22%; Zé Maria, 18%; Eymael, 17%; Levy Fidelix, 17%; Rui Costa Pimenta, 16%; Luciana Genro, 15%; Eduardo Jorge, 14%; e Mauro Iasi, 14%.
A avaliação do governo Dilma foi considerada ótima ou boa por 35% dos entrevistados, e regular por outros 39% (portanto, 74% não a desaprovam totalmente; isso, se somado aos 35% de rejeição apontados na mesma pesquisa, daria mais de 100%). Já os que consideram o governo ruim ou péssimo foram 26%. E 1% não souberam responder.
Mesmo assim, na simulação de um segundo turno, hoje Dilma teria 40% e Marina alcançaria 50%.
Na pesquisa anterior, Marina tinha 47% e Dilma, 43%. Já num confronto entre Dilma e Aécio, o tucano perderia por 48% a 40%. O Datafolha não simulou um segundo turno entre Marina e Aécio.
Segundo o Datafolha, foram feitas 2.874 entrevistas, entre 28 e 29 de agosto, em 178 municípios.

Um perigo chamado Marina Silva 4z514n

Opinião  – ENIO SQUEFF
A real possibilidade de Marina Silva se tornar presidenta do Brasil, relembra aquele filme – uma comédia inglesa do grupo Monty Python, – em que um dos protagonistas, ao trilhar por uma floresta encantada, é atacado, no pescoço, por uma lebre assassina. Há, realmente, quem pense que a candidata à presidência pelo Partido Socialista é um bichinho da Amazônia: nas circunvoluções ideológicas que tem sofrido nos últimos dias, contudo, tem-se claramente que a pele de cordeiro é ainda um bom disfarce, que lhe cabe na medida. Uma lebre com dentes de víbora. Foi assim com Collor. De repente, um governador de quinta categoria transformou-se no “caçador de Marajás”. O povo o elegeu e deu no que deu.
A opinião não é apenas de quem vota no PT, ou na esquerda. Há dois dias saiu um artigo no Estadão, lá no fundo do jornal, em que um ecologista desancou Marina sob uma alegação respeitável: quem não vota na Marina Silva é quem conviveu com a ela. Uma ególatra, diz o articulista. E elencou todas as contradições que vem se acumulando na candidata , desde que seu nome ou a ser viável para a conquista do poder no Brasil.
Há, parece, realmente, muitas razões para muitos temores. A se crer em alguns levantamentos, o entusiasmo pela ex-discípula de Chico Mendes parte principalmente de setores jovens: eles veriam uma verdade incontestável em seu discurso como “terceira via”. Eles acreditariam entusiasticamente que a mulherzinha frágil, com um discurso messiânico, seria o mais próximo do ideal para tirar o Brasil daquilo que a grande imprensa chama de pasmaceira do governo do PT. E que será sempre assim, enquanto o PT governar o Brasil – não importam os ganhos dos setores mais pobres, as obras de infra-estrutura, a descoberta e a exploração do Pré-sal, o desemprego em baixa e o país internacionalmente em alta, ou seja, exatamente a mudança de que o Brasil necessita com todos os entraves à sua transformação numa verdadeira potência democrática, e até quando isso possa existir sob o capitalismo.
De fato, evoquem-se alguns fatos e Marina Silva a a encarnar o que há de mais tradicional – e perigoso – na política brasileira. Ela era contra os transgênicos e tem como seu vice um dos mais intransigentes defensores dos transgênicos. Enquanto pertenceu ao governo Lula, atacou o agronegócio como o mal maior de um país a ser destruído por “plantadores de soja e de vacas”.
Confirmada, porém, sua ascensão vertiginosa nas pesquisas, logo tratou de procurar os ruralistas. Não seriam tão deletérios quanto a antiga musa – a ecológica – lhe cantava. Ou seja, nem mesmo o poder lhe chegou às mãos, a frágil nativa das florestas abraça-se com Kátia Abreu, até anteontem – para a candidata do PSB, – a defensora dos poderosos e opressores.
Mudou o Natal ou mudei eu? Mudaram as condições de chegar ao poder, apenas isso. Como perguntaria Bonner, o indelével âncora do Jornal Nacional da Globo: não será isso o sintoma mais evidente da transformação de Marina Silva na mais tradicional das políticas brasileiras? O tempo está a falar por si.
Enquanto isso, porém, divisam-se as muitas perguntas que é claro, não são feitas. Uma vez eleita, qual o caminho tomará a hoje candidata? Se cessar as obras de construção das hidroelétricas, como ela sempre pregou, trairá os empresários – mas se não o fizer, será a mais notável traíra dos ecologistas radicais.
As contradições evidentemente não cessam por aí. Mas a ameaça de termos um “tournant” no desenvolvimento brasileiro dos últimos anos, não parece obra de petistas ou de paranóicos de plantão. Era meridiano que Collor – sem qualquer estrutura partidária, psicológica ou intelectual – não era páreo para a complexidade de um país como Brasil.
No caso de Marina Silva e do apoio de amplos setores da juventude, pensa-se na reflexão feita pelo cineasta em seguida à primeira eleição de Silvio Berlusconi para governar a Itália. Bertolucci insistiu num tema que quase ninguém se lembra, mas que vale também para o Brasil: a questão da educação. “Falhamos na educação de nossos jovens” constatou o realizador do “Último Tango em Paris”. Foram os jovens italianos, de fato, os maiores entusiastas da eleição do homem que, como diria Walter Benjamin sobre Hitler, soube “estetizar a política” como nenhum de seus adversários à direita ou à esquerda . A se confirmar a onda Marina, como insuperável -, sem alarmismos, aguarda-se o pior, já que no Brasil o futuro sempre se afigura o pior.
Leonel Brizola, quando Collor recebeu o “Impeachment”, com a sua indiscutível sagacidade – à parte seus inúmeros defeitos – assacou uma conclusão irreprochável. Disse das elites brasileiras que eram suficientemente irresponsáveis, para toparem qualquer coisa, desde que contra a esquerda.
Há outros aspectos, evidentemente. Por mais que a tese da morte de Eduardo Campos como fruto de um conluio internacional, seja o que de mais próximo temos da “teoria da Conspiração”, uma coisa é certa. Foi a partir da morte de Eduardo Campos que Marina Silva – sem partido, sem reais condições de ascender ao poder como vice do ex-governador pernambucano, – alcançou a condição inequívoca de disputar a presidência. Como diz o ditado italiano, “se non è vero, è bene trovato”…
A isso, porém, se alia o que até agora é um boato. Uma vez eleita, Marina Silva, comenta-se, convidaria o indefectível Joaquim Barbosa para o Ministério da Justiça. Com isso, se fecharia o circo. Do homem que conseguiu gravar na opinião pública de que o PT seria o partido mais corrupto do Brasil, pode-se dizer muita coisa – uma é de que seria realmente um justiceiro. Agiu como tal, pouco  se importando o quanto a comunidade negra deve aos governos Lula e Dilma na tentativa de eliminar a injustiça histórica contra a discriminação de que são alvos os negros brasileiros, ainda hoje cidadãos de segunda categoria na sociedade brasileira. Ah, mas ele condenou os culpados e isso mostra o quão foi justo. É um bom argumento, desde que não se discuta a sério o tal processo do “Mensalão”. E desde que não se constate que este mesmo homem justo (?) fez-se de cego, surdo e mudo perante o escândalo muito maior, (um bilhão de reais) perante o comprovado crime de roubo do metrô de São Paulo, a envolver muitos tucanos da mais fina estampa. Não mexeu uma palha para desvendar o caso. E não apenas para não compensar, mas como presidente do Supremo, regalou-se em todo o tipo de violência contra os réus – especialmente José Dirceu e José Genoíno – palavras da OAB e de inúmeros juristas, inclusive claramente de direita, como Ives Gandra Martins e Cláudio Lembo.
Deste personagem, enfim, pode se dizer que nunca, em tempo algum a direita brasileira, principalmente os partidos de oposição, deveram tanto a uma pessoa quanto a ele, Joaquim Barbosa. O hoje aposentado ex-presidente do STF conseguiu cuspir na mão que o afagava e cravou no partido que se preocupou com os direitos dos negros, a pecha de “o mais corrupto”da história recente do País. Concluir que, com Marina Silva, ele se completa na história assustadora que vem por aí, pode ser mero alarmismo de um homem de idade provecta que já viu muita coisa neste país – não será, porém, uma mera hipótese. Quem conhece os dois personagens sabe do que são capazes. É rezar para que não assumam o poder. E não descurar do óbvio: há quem se interesse que o Brasil e a ser uma nação de segunda categoria como o nosso complexo de vira-latas sempre pregou. Se eleita Marina Silva, o pior estará se desenhando sem meias tintas. Os sobreviventes verão.
A propósito, seria de se criticar o PT e a sua pífia campanha eleitoral no Brasil.
Mas isso é outra história.

Lasier Martins: "Nunca me censuraram na RBS" 4l6h1f

O candidato ao Senado pela coligação O Rio Grande Merece Mais (PDT\DEM\PSC\PV\PEN), Lasier Martins, disse que não entende bem como seria a regulamentação dos artigos sobre Comunicação que constam na Constituição aprovada em 1988.
Eles nunca foram regulamentados por pressão dos donos dos jornais e redes de TV, muitos deles atuando no Congresso. O parágrafo quinto do artigo 220, por exemplo, diz que os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio, mas não foi regulamentado.
Lasier afirmou nesta quarta-feira, 27, durante entrevista à imprensa antes do tradicional Tá na Mesa promovido pela Federasul, que sempre teve total liberdade para trabalhar tanto na Caldas Júnior como depois na RBS, lugar que ficou por 27 anos. “Eles nunca me censuraram.”
Para ele, a formação de oligopólios na mídia nacional é uma questão de competência, “mas estou disposto a repensar este conceito”, completou. E ainda fez uma provocação: “por que não regulamentam o patrocínio oficial? A maior parte da verba publicitária do governo Dilma Rousseff é dirigida para a Rede Globo.”
O candidato não comentou o histórico de perseguições que líderes trabalhistas sofreram pela mídia conservadora. Os ataques de Carlos Lacerda na sua Tribuna da Imprensa, jornal do Rio de Janeiro, levaram Getúlio Vargas ao suicídio.  João Goulart também foi perseguido pelos jornalões de São Paulo e rede Globo, assim como Leonel Brizola, que acabou ganhando na Justiça um antológico direito de resposta no Jornal Nacional.
Lasier também respondeu ao candidato Olívio Dutra, do PT, que o chamou de puxa saco dos empresários. “Ele só acredita na agricultura familiar, que é importante, mas não é a única. A economia brasileira depende intensamente dos empresários e de empresas fortes.” (Sergio Lagranha)

Marina Silva: fenômeno, tsunami ou apenas espuma? 17173m

É difícil entender porque uma coisa tão previsível como o crescimento de Marina Silva nas pesquisas eleitorais consegue causar tantas emoções a jornalistas experimentados.
“É um fenômeno eleitoral”, disse Cristina Lobo, colunista do Globo. “É um tsunami”, disse Rosane Oliveira, da Zero Hora. “Marina personifica o desejo de mudança”, disse Jose Roberto Toledo, do Estadão. E assim por diante.
Entende-se. O jornalista que está na linha de frente, obrigado a comentar em cima do lance, não tem muito tempo para refletir e, no impulso, nem sempre acerta. É do jogo.
No caso, porém, soa como uma torcida organizada.
É como se já  houvesse uma conclusão, só faltavam os números da pesquisa para confirmar a tese de que “temos uma nova eleição, e dentro dela um fenômeno, Marina Silva, que virou tudo de pernas para o ar”.
Ou seja: “a reeleição de Dilma Rousseff está em xeque”. Não é bem assim.
Talvez não seja, como disse um dirigente petista, apenas o resultado de uma comoção turbinada pela própria mídia e o crescimento de Marina Silva não e de uma “espuma” que a campanha vai dissipar.
O que é certo é que uma vitória de Marina Silva ainda está longe da realidade.  O cenário não se alterou essencialmente.
A disputa, renhidíssima, ainda vai ser entre a continuidade petista, com Dilma (que continua na frente e com seu governo bem avaliado)  e o anti-petismo impenitente, que agora desborda de Aécio (que ainda não está morto!) para  Marina.
A grande novidade é que a campanha, retardada pela tragédia que vitimou Eduardo Campos, recém está começando e falta pouco mais de um mes para  o pleito.
Confira abaixo os números na modalidade estimulada da pesquisa (em que o pesquisador apresenta ao entrevistado um cartão com os nomes de todos os candidatos):
– Dilma Rousseff (PT): 34%
– Marina Silva (PSB): 29%
– Aécio Neves (PSDB): 19%
– Luciana Genro (PSOL): 1%
– Pastor Everaldo (PSC): 1%
– José Maria (PSTU): 0%*
– Eduardo Jorge (PV): 0%*
– Rui Costa Pimenta (PCO): 0%*
– Eymael (PSDC): 0%*
– Levy Fidelix (PRTB): 0%*
– Mauro Iasi (PCB): 0%*
– Brancos/nulos/nenhum: 7%
– Não sabe:
 
 
 
 
 

Olívio Dutra: monopólio na Comunicação faz mal à democracia 3t6v2p

Por Sérgio Lagranha
O ex-governador Olívio Dutra, candidato ao Senado pela “Unidade Popular” (PT – PTB – PCdoB – PPL – PR – PTC – PROS) entende que é preciso discutir no Congresso o papel da mídia no Brasil e regularizar o artigo 220 da Constituição Federal de 1988 que trata da Comunicação, principalmente seu parágrafo quinto, onde consta que os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio. “O monopólio na Comunicação faz mal à democracia”, disse nesta quarta-feira, 20, durante entrevista à imprensa antes do tradicional Tá na Mesa promovido pela Federasul.
Como o seu principal oponente na campanha ao Senado é o jornalista Lasier Martins – candidato pela coligação O Rio Grande Merece Mais (PDT/DEM/PSC/PV /PEN) que trabalhou durante décadas na Rede Brasil Sul de Comunicação, só saindo para ser candidato – logo veio a pergunta se ele representava o trabalhismo de Getúlio Vargas ou o Grupo RBS. Sua resposta: “a postura ideológica do meu oponente nunca foi trabalhista, pois sempre defendeu os interesses dos anunciantes de seus programas na RBS. Além disso, durante seu período como comunicador desprezou a política e os políticos.” Olívio defende que o ser humano é essencialmente político, caso contrário fica incompleto.”
Ele propõe uma redução dos valores pagos aos grandes veículos de comunicação pela publicidade oficial. “Quando fui governador do Rio Grande do Sul reduzi a verba das grandes redes e aumentei para os pequenos veículos.
Mesmo o Senado sendo desacreditado pela população brasileira, visto como omisso e corrupto, Olívio acredita que ainda é um bom espaço para o debate sobre as reformas Política, Tributária, Urbana e Agrária. Sua prioridade é a reforma Política, mas reconhece que ela não sairá de cima para baixo.  Por isso, propõe uma grande mobilização para que aconteça um plebiscito e uma constituinte exclusiva que vai decidir as mudanças necessárias para o País. “Existe uma enorme distorção no sistema representativo”, acrescentou.
Para ele, é necessário avançar também na criação de conselhos populares e acabar a predominância dos grandes grupos econômicos nas decisões no Congresso. “As receitas são decididas baseadas pelos interesses privados, como as renúncias fiscais enquanto as despesas ficam com o povo. Deve predominar o interesse público, sem esquecer o espaço para o privado executar determinadas obras públicas. Só não pode privatizar os lucros e socializar as despesas. É necessário conciliar o interesse público e o privado.”
Olívio acha no mínimo estranho o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, ainda no primeiro semestre deste ano eleitoral pedir vistas a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 4.650 proposta pelo Conselho Federal da OAB, que se baseia no entendimento de que é inconstitucional a doação eleitoral por empresas porque cria uma desproporcionalidade no sistema político e dá às empresas um poder de atuação que não deveriam ter, pois não são agentes legalmente reconhecidos da vida política nacional.
No momento do pedido de vistas, a votação já contava oficialmente com quatro votos e mais duas declarações prévias favoráveis, ou seja, seis dos 11 ministros, maioria necessária para a aprovação, já apoiam o fim das doações de empresas às campanhas eleitorais. A Adin 4.650 está no Supremo há três anos. O Tá na Mesa, da Federasul, terá ainda como palestrantes os candidatos ao Senado Lasier Martins (PDT), 27 de agosto; Simone Leite (PP), 3 de setembro, e o substituto de Beto Albuquerque, 10 de setembro.

Eleições 2014: "Os eleitores terão que ser quase mágicos" 1237f

A frase é do jornalista Hélio Gama, num artigo do seu Almanaque, duas semana atrás, alertando que a campanha começaria efetivamente a partir deste 19 de agosto, com o início da programação eleitoral no rádio e na televisão.
Eleições gerais, para presidente, governadores, um terço do senado,  câmara federal, assembleias estaduais, o poder político está em jogo.
A morte de Eduardo Campos introduziu novas variáveis, embaralhou ainda mais  as cartas.
Mas não alterou essencialmente a situação, descrita por Gama: “Com uma das maiores democracias do mundo e exibindo um sistema eleitoral que é encerrado com um processo de votação eletrônico que é o mais moderno do mundo, o Brasil apresenta também um sistema político-partidário medíocre e que é uma das causas dos grandes problemas brasileiros”.
“Os eleitores terão que ser quase mágicos para conseguir escolher os melhores e fazer o Brasil avançar”.
Ante o novo quadro, que o imponderável montou, terão que ser efetivamente mágicos.(E.B.)